A batalha estelar começou.
Sabendo muito bem no que estava metendo, antes da batalha, tirei algum tempo para dar uma olhada nos registros das estratégias usadas pela Cidadela nas guerras anteriores, e sua forma de lutar é quase sempre a mesma, eles usam pura força bruta na sua máxima eficiência. Como uma alcateia, eles cercam sua presa a fazendo sangrar com pequenas mordidas, quando ela revela sua fraqueza, eles atacam com tudo.
De início, eles estavam muito distantes, quase fora do sistema solar em que estamos, mas essa distância não é nada para a tecnologia deles, e como planejado, a K'Norfka, sobre o comando do General Ph'yzzon, tomou a frente da batalha avançando com sua frota vindo logo atrás, e assim eles aguentaram enquanto ficamos vendo eles de longe pelas câmeras das naves, a nuvem negra de naves da Cidadela disparando sem parar e se movendo ao mesmo tempo, era como ver uma boca enorme aberta prestes a morder toda a frota do General, acabando com ela numa só mordida.
Dez minutos de combate depois, o Rei Myand'r, junto da sua Rainha, deram a ordem de ataque, e antes da boca se fechar na frota, naves e mais naves antes escondidas saíram de todo lugar nesse sistema solar cercando aqueles que estavam fazendo o mesmo, foi uma confusão total, mas nossos números ainda estavam muito em falta para fazer qualquer diferença real na batalha, mas isso mudou segundos depois, quatro tuneis do hiperespaço divididos em grupo de dois se abriram em posições-chave próximos da batalha, as frotas de Eufórix e de Okaara, finalmente se juntaram a batalha mudando o equilibrou dessa batalha, foi lindo de se ver.
{O que é isso!?} Gritou Blackfire, pela comunicação aberta, apenas áudio, só imagem.
{O fim de sua loucura, minha filha.} Respondeu Rainha Luand'r, também apenas transmitindo áudio.
{Como isso é possível!?} Voltou a gritar Blackfire, sem entender e também parecendo mais em choque ao ouvir a voz da sua mãe.
{Sua insanidade em Zoriss, devolveu nosso trono que você tanto desejou, sua filha tola e ingrata, vou arrancar sua pele e depois a minha em vergonha por causa do que você fez!} Gritou o Rei Myand'r, com uma voz ridiculamente forte tomada de pura ira, do mesmo jeito que suas filhas fazem.
Blackfire, não falou nada depois disso, sua atenção voltou para a batalha ao seu redor, percebi então uma mudança sutil no movimento das naves, principalmente as dos Gordanianos, sendo as mais robustas, elas começaram a ser usadas como defesa, principalmente seus navios escravos, robustos e grandes, só que organizar isso leva tempo, o que eles não têm. Segundos depois, os jatos e planadores começaram a ser usados, milhares deles, voando entre e no meio da batalha das naves maiores que quase não se moviam mais, trocando tiros e mais tiros, vendo quem explodia primeiro, as pequenas, eram como moscas, livres em seu próprio mundo de destruição.
Depois de meia hora de batalha, a Cidadela e seus aliados finalmente conseguiram se organizar pelo menos um pouco, seus danos nesses minutos são facilmente notados, até mesmo para quem não tem acesso aos sensores ou as imagens que estamos vendo agora, contando com a força bruta, eles começaram a contra-atacar, e isso causou a segunda fase da armadilha em si, não é tão drástico como o que aconteceu até agora, as naves só foram reorganizadas para causar mais dano sem levar muito dano em troca, estamos criando uma guerra de atrito, afinal, com números superiores aos nossos, isso significaria perder.
Então, aqui estamos, parados no espaço, olhando para o espetáculo mortal de luzes brilhantes dos disparos de energia e das explosões dos projetes e mísseis, a uma diversidade de armamento sendo usado aqui. O que me incomoda mais nessa cena, é a falta do som, naves explodiam, corpos eram jogados ao vácuo destruídos junto dos destroços dos dois lados, mas sem nenhum som ou grito, isso é o perturbador.
"Está quase na hora!" Avisei usando o sistema da nave para levar minha voz até aqueles esperando na parte de trás dela nas suas cadeiras, na ponte de comando, só está eu e a Kori, sentados lado a lado com os braços esticados sobre duas esferas brancas brilhantes, nos dando controle total sobre a nave.
"Pronta?" Perguntei para Kori, finalmente, temos nosso alvo.
Minha amiga apenas move sua cabeça em confirmação, e eu crio a conexão metal entre nós dois, da mesma forma que aconteceu durante nossa fuga desesperada, agora, vamos usar isso para aumentar nossas habilidades de pilotagem até chegarmos no nosso destino. Assim como da primeira vez, os pensamentos dela acabaram sendo lidos por mim, medo, raiva, solidão e muitas outras emoções negras, mas tudo isso estava coberto por dever, coragem e esperança de vitória, Dick, com certeza está estava errado, ela não é um risco a missão, em vez de sucumbir, ela se elevou.
"Aqui vamos nós!" Alguns minutos depois, gritei mais uma vez, avisando todos na nave enquanto ela disparava para frente já no modo furtivo e disfarçado. Sua velocidade bateu o máximo que conseguimos chegar sem usar o hiperespaço com a Javelin, em apenas cinco segundos.
O alvo é o centro de comando da Cidadela, sua maior nave de guerra.
Os Citadelianos, podem ter começado como clones do seu criador, mas todos eles têm sua autonomia mental e não possuem as memórias dele e também não estão conectados ao seu sistema de controle, o Complexo-Complexo, mas com certeza, seguem suas ordens, na verdade, toda sua civilização é controlada por esse computador, tudo que os Citadelianos fazem, é lutar e conquistar, nenhum deles se dá o trabalho de realizar qualquer outra ação gerencial dos seus próprios mundos, o lado bom disso, é que sua civilização funciona com a perfeição das engrenagens de um relógio, mas por outro lado, se esse sistema cair, todos eles vão ficar perdidos.
Nossa estratégia não é algo novo, todos sabiam disso, e sempre tentam liquidar a nave-mãe, onde o Complexo-Complexo, fica controlando tudo remotamente do seu mundo natal. Sem essa "antena", tudo vem abaixo, por isso mesmo, ela fica dentro da nave-mãe, a nave mais poderosa e bem defendida da frota. Em milhares de anos, se pode contar numa mão quantas vezes uma nave-mãe da Cidadela foi destruída.
E assim, em alta velocidade como uma lança, perfuramos a batalha entrando no centro dela, voando em linha reta, só que esse voo só durou algumas centenas de quilômetros, logo tivemos que começar as manobras evasivas para todos os lados desviando de disparos ou dos pedaços de naves destruídas voando ao nosso redor, atravessamos até algumas delas só para continuar no nosso caminho. Diferente da vez que fizemos isso para resgatar a Alisand'r, não podemos disparar para abrir caminho quando necessário, não estamos no meio de uma guerra entre duas facções criminosas, e mesmo elas sendo poderosas com acesso a naves superiores a muita coisa que temos na Terra, a Cidadela é muito mais avançada, fora que isso também desativaria nossa camuflagem. Isso quer dizer que estamos indo relativamente devagar agora, essa nave pode chegar próxima da velocidade da luz, mas mesmo com nosso controle conjunto, seria suicídio tentar algo assim.
Continuamos voando como loucos, desviando do que podíamos e nos permitindo ser acertados por aquilo que não era uma ameaça para nossa nave, sua defesa é mais robusta do que parece, e o campo de força são alimentados por algo dez vezes mais poderoso do que tínhamos no Javelin, de qualquer forma, vamos durar muito, mesmo sendo acertados por destroços e alguns tiros perdidos de raspão, mas não podemos ser atingidos de frente, mesmo sobrevivendo a isso, nossa camuflagem pode ser danificada, jogando todo nosso plano no lixo antes mesmo de começarmos ao pôr em prática, o problema disso, é que desviar dessa forma nos faz literalmente ter que fazer várias e várias curvas, nos afastando um pouco do caminho em linha reta que essa viagem deveria ser.
Demoramos uma hora a mais do que já passou desde o início da batalha para chegar próximos da nave-mãe, e como sabemos que escolhemos a nave certa? Simples, ela é simplesmente ridícula demais em suas proporções para não ser a líder.
Como a descrever?
Ela tem o seu centro na forma de uma esfera do tamanho de uma lua, da sua esquerda e direita se estendem seu corpo formando algo parecido com um "C" deitado e com o centro aberto virado para nós, suas armas eram feixes de energia saindo de todo seu corpo, não tem como se aproximar disso sem levar centenas de disparos, para piorar, havia também seis cruzadores próximos e ao redor da nave-mãe, seu tamanho não era nada comparado a esfera, mas seu poder de fogo é imenso também.
"Deuses!" Não consegui evitar falar em voz alta, olhando para o tamanho dessa coisa.
Kori, nem se deu o trabalho de piscar, apenas moveu a nave comigo, seguindo logo atrás graças à nossa conexão. Movemos a nave para esquerda da sua esfera no centro, não a pontos cegos nessa coisa, mas após anos estudando a Cidadela, a aliança, tinha muitos dados e teorias que foram testadas, nenhuma déu certo até hoje, mas todas elas foram pensadas e tentadas em combate usando nave contra nave, até hoje eles não pensaram ou tentaram um ataque de dentro dela.
"Todo mundo, se preparem para o impacto!" Gritei usando o comunicador, avisando todos na nave.
Sim, impacto.
A forma da nossa nave se parece muito com uma lança, reta e pontuda, sua defesa também é robusta, e como não temos armas com poder de fogo o bastante para atravessar os escudos de energia e o casco reforçado da nave-mãe, não temos outra escolha a não ser usar a nossa nave como um aríete, é uma ideia louca, mas pela matemática, temos quarenta por cento de chance de conseguir sobreviver ao impacto.
A nave fez uma curva torta no espaço, aproveitamos que não havia quase ninguém próximo a nos, afinal, esse é o núcleo do poder do inimigo, temos espaço para fazer isso com o propósito de ganhar velocidade, enquanto nos aproximávamos, move junto da Kori, toda a energia dos sistemas não essenciais para os escudos, deligamos até mesmo o sistema de vida, aquecimento e gravidade artificial, afinal, não precisamos mais deles se isso der ou não der certo.
Com tudo desligado, até mesmo as luzes, a única coisa que ficou ligada foi os motores, escudos e camuflagem, mas voando tão perto e tão rápido deles, eles finalmente nos perceberam, só que tarde demais. Após desligar a camuflagem também para conseguir cada grama de energia que podemos, fomos atingidos de raspão nas asas e no nariz da nave, mas já estamos aqui.
Antes do impacto, senti a mana da Raven, envolver grande parte do interior da nave como uma bolha, cortei a minha conexão com a Kori, e também usei cada feitiços de proteção que conhecia junto da minha própria versão do soul-self da Raven, para aumentar nossas chances nem que seja um por cento a mais, então, veio o impacto.
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{Dio…} "Kírix…."
Tentaram me chamar tanto mentalmente quanto em voz alta, mas minha cabeça está girando e meus ouvidos estão chiando que mesmo escutando, não consigo realmente escutar. A sensação do meu corpo começou voltar segundos depois, estou machucado, e pareço estar deitado no chão frio, boas notícias, estou vivo.
{Dio…} "Kírix…."
Tentam me chamar de novo, mas ainda não consigo entender o que estou vendo ou sentindo, meu olho esquerdo está coberto de sangue, disso eu sei. Tentei levantar, forçar meu corpo a me mover sempre agiliza um pouco minha regeneração natural, só consigo ficar de joelhos, mas sinto alguém tocar meu ombro, estou tão fraco e tonto, que nem sei se essa pessoa é inimiga ou amiga, mas como não fui atacado ainda, quer dizer que estou entre amigos.
Tentei conjurar uma poção de cura, e deu certo, mas ela caio da minha mão no chão, a pessoa do meu lado deve ter a pegado, ela colocou a boca do frasco de vidro nos meus lábios, bebe tudo num só gole.
Como magica, minha vista ficou clara e minha mente mais lucida, o que não foi bom para mim, já que agora, posso sentir a dor imensa no meu ombro esquerdo, coisa que não me incomodou quando estava tonto.
"Vamos tirar isso, agora!" Ordenou Dick, mas sua voz estava um pouco distante.
Olhei para esquerda, para nossa entrada, um buraco enorme na parede da nave-mãe da Cidadela, nossa nave foi quase totalmente destruída com o impacto, do bico até quase seu centro, tudo se transformou em metal torcido solto ao nosso redor, Dick, estava movendo junto da Alisand'r, um imenso pedaço do que antes deveria ser a armadura que protegia nossa nave, libertando Kalista, Galateia e Primus, que estavam presos, todos pareciam estar bem, apenas com machucados leves, mais o Primus, estava desacordado com um corte na cabeça acima da sua sobrancelha.
"Kírix, você está bem!?" Gritou Starfire, segurando meu ombro e olhando para mim, não para mim, e sim para meu ombro.
Olhei para baixo e vi que uma parte da fuselagem da nave se quebrou virando algo parecido com um dente gigante que perfurou meu ombro, isso explica minha dor. A boa notícia, é que a Starfire, não está machucada, levei o pior nesse choque, pelo que parece.
"Onde está a Raven?" Perguntei agarrando o pedaço de metal com minha mão, tenho que o retirar para a regeneração começar a fazer seu trabalho.
"Ela está na frente junto da Felicity, não estamos seguros aqui…."
Não entende o resto, escolhe esse momento para puxar o ferro do meu ombro, e a dor me atacou dez vezes mais forte, fiz força para não gritar em voz alta, não quero atrair ainda mais inimigos para nós.
Starfire, levantou do chão e foi até os outros do outro lado da sala imensa depois de eu confirmar que estou bem, o ferimento já parou de sangrar, mas estava longe de uma cura total, por isso, tomei mais duas poções e usei um feitiço de voodoo simples para me deixar inteiro de novo, mas magia tem um custo, e o custo desse feitiço, foi mais dor.
Não sei quanto tempo se passou desde o acidente, mas todos agora estão em pé e relativamente sem ferimentos graças a mais uma poção minha que o Primus, bebeu.
"Estou quase feliz por não termos trazido o Charis-Nar, se ele tivesse caído em cima de mim junto de vocês duas, eu estaria morto agora." Brincou Primus.
Charis-Nar, o tanque dos Ômega Man, infelizmente não pode vir conosco, sua raça é forte e resistente, mas eles se curam devagar como um humano, então ele ainda não tinha se recuperado o bastante da batalha em Tamaran.
"Vamos logo para cima deles, estou enjoada, machucada e furiosa, e quero culpar alguém por isso!" Avisou Kalista, conjurando uma espada de mana azul elétrica.
Com essas belas palavras, retomamos nossa missão comigo já com as armas em punho e a Starfire, do meu lado. Agora que dei meus primeiros passos nesse lugar novo, finalmente dei uma verdadeira olhada onde estamos, parece, que acertamos em cheio, estamos num incrivelmente corredor largo, dá para um pequeno exército marchar aqui sem dificuldade, isso que dizer que estamos no anel ao redor da esfera da nave-mãe, e a única coisa que impedi que sejamos atacados pelos dois lados é os destroços do que restou da nossa nave. Andando no meio dessa confusão, percebi também um líquido azul espalhado em alguns pontos, em cima do metal ou nas paredes, sangue, não importando a cor, de certa forma é facilmente reconhecido, acertamos em cheio quem estava no lugar.
"BLAWWWW!"
Na frente, Raven, flutuando cinco metros acima do chão com seu corpo brilhando em pura energia negra, abriu seus braços bruscamente de costas para mim, um segundo depois, uma força invisível surgiu na sua frente bem no centro do corredor empurrando alguns seres para esquerda e direita ao mesmo tempo com violência, eles voaram e bateram com seus corpos contra a parede. No chão, Alisand'r, estava enfiando sua lança no centro do peito de outro humanoide no chão, ao seu redor, cinco corpos.
Com a Starfire, voando do meu lado, dei uma arrancada passando por de baixo da Raven, com meu escudo na frente do meu corpo atingido outro ser o jogando para longe de mim.
"É bom finalmente ter um rosto, até agora, eu só fiquei imaginando como vocês eram!" Falei isso em voz alta.
No chão, e ao meu redor, estão os Citadelianos, e todos eles parecem iguais para mim.
Todos eles mediam o mesmo, dois metros de altura, musculosos, mas também com um corpo largo, pele negra como piche sem pelos, seu crânio é o mais diferente, o topo dele está apontando para cima como um cone de trânsito, e seu rosto era bem, flácido, mas pelos seus músculos amostras nos dois braços da sua armadura amarela feita de metal, ficou claro que eles são guerreiros, mesmo tendo uma aparência tão, peculiar.
"Raven, quero um bloqueio na frente!" Ordenou Dick, ajudando a Alisand'r, junto da Kalista.
Ela voou enquanto eu avançava na direção de quatro Citadelianos, todos eles desarmados, correndo na minha direção. O primeiro rosnou como um animal tentando segurar minha cabeça, torce meu corpo para esquerda e o girei cortando sua armadura na horizontal e depois girei de novo, cortando o segundo bem no centro do peito, os dois caíram no chão sangrando, mas com vida. O terceiro, foi mais esperto e tentou me atacar com um pedaço de metal que estava no chão, o deixei atingir meu escudo, queria ter uma ideia da força dele.
Eles são muito mais fortes que um humano comum, mas nada sobre-humano comparado ao que já lutei. Quando acabei de medir isso, torceu meu braço, tirando sua arma de cima de mim e abrindo um espaço para minha espada atingir seu corpo, mas não acabei o golpe, um feixe de energia passou por cima da minha cabeça, atingindo o número três e quatro.
Olhei por cima do meu ombro, Starfire, estava com raiva e com sede de sangue, dá para perceber isso pelos seus olhos brilhando duas vezes mais do que o normal.
Raven, se adiantou e encontrou o local perfeito, e no caminho do corredor até lá, ela levou com ela levitando vários pedaços de metal, que ela usou para tampar o corredor, parando o fluxo de Citadelianos, numa poderosa demonstração de força mental, ela torceu o metal, literalmente fazendo uma soldagem com sua mente.
Outro Citadelianos veio pela minha esquerda, desviei por baixo do seu golpe e passei minha lâmina por sua coxa, abrindo ela quase toda o fazendo cair de cara no chão por conta da dor, antes de avançar, girei minha espada e enfiei sua ponta no metal do chão.
"Επικαλούμαι το κρύο της θλίψης του ποταμού Cocyte!" {Eu Invoco o Frio da Tristeza do Rio Cócito!}
Da frente da ponta tocando o chão, névoa piche em linha reta se materializou até os entulhos que a Raven, continua mantendo no lugar os congelando, agora tem uma parede de gelo e metal, livrando minha amiga do trabalho para cuidar do resto aqui.
Quando estava prestes a levantar, vi uma sombra na minha esquerda, ergui os olhos e mais um inimigo estava com as duas mãos levantadas acima da cabeça, mas ele não completou o golpe.
"Blomm!"
A explosão veio das suas costas, o fazendo cair na minha direção, tive que agir rápido, tirei a espada e dei uma passo para trás saindo do caminho. Olhei para o que causou isso, e vi o Dick, já lutando com outro usando seus dois bastões, dando golpes rápidos e fortes no corpo robusto do Citadeliano, que é muito resistente para cair só com esse nível de dano, mas ele não precisou da minha ajuda, Dick, sozinho, derrubou seu inimigo de alguma forma.
"Já entende os pontos fracos." Escutei o nosso líder falando em voz baixa para si mesmo.
Não prestei mais atenção nele, ainda havia alguns outros para cuidar, e não podemos começar a próxima fase com eles aqui.
Dois minutos e uma conta rápida depois, sei que tinha certa de trinta Citadelianos no chão, inconscientes, mortos ou gritando de dor por conta dos ferimentos, limpamos finalmente o lugar, e a parede congelada continua em pé, mas ela não vai durar muito, talvez mais alguns minutos quando uma verdadeira equipe de ataque armada chegue.
"Todo mundo sabe o que fazer?" Perguntou Dick, olhando para sua esquerda e direita, todos estamos juntos num círculo, um do lado do outro.
Todo mundo sabe o que fazer.
"Galateia, como vão às coisas?" Dick, perguntou pelo comunicador.
{Estou em movimento, nenhuma defesa digna encontra até agora.} Ela respondeu pelo comunicador, e claro, as defesas são poderosas, mas elas foram feitas para lidar com orgânicos.
"Então, vamos lá!"
Depois dessa frase animadora do nosso líder, nos separamos em grupos, cada um com uma missão diferente, mas todos com o mesmo objetivo.
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"BLAWWWWWWWWWWWWWWWWWW!"
"Todo mundo para dentro!" Gritei com meus amigos me colocando de costas para porta que abri a força, com meu escudo levantando.
Alisand'r, Starfire, Dick e Raven, entraram pela porta que criei, me deixando sozinho por alguns segundos contra um pequeno esquadrão de Citadelianos, todos eles armados com rifles futuristas que disparam feixes de energia verde-musgo, e seu armamento, corresponde com o nível de sua tecnologia.
"BLAWWWW!" "BLAWWWWWW!"
Dois disparos se chocaram contra meu escudo me empurrando alguns centímetros para trás, o disparo que era pura energia, de alguma forma, mudou seu estado para quase liquido assim que o impacto passou, escorrendo pelo meu escudo como uma gosma, está saindo fumaça dele, e quando algumas gotas caíram no chão, elas atravessaram o piso como se ele fosse feito de gelatina.
Bate com minha mão na lateral do escudo com cuidado para não tocar na gosma, minha regeneração é ótima, mas tudo tem seu limite.
"TONNNNNNNNNNNNN!"
A explosão divina se propagou para frente como uma onda de poder limpando meu escudo, alguns respingos acertaram a tropa na minha frente, fiquei com pena deles.
Agora livre mais uma vez, segurei pelo pescoço o Citadeliano caído do meu lado e o joguei para dentro como ele fosse uma troxa de roupa suja, me juntando aos meu amigos logo em seguida deixando a porta aberta, com o poder de fogo que eles têm, não faz sentido criar uma porta, mas escolhemos esse lugar por que é mais fácil nos defender da próxima onda, que deve demorar um pouco para chegar.
"Como está?" Perguntei para Dick, do lado do guarda que joguei dentro da sala, amarrando suas mãos.
Descobrimos como funciona a estrutura desse lugar, o anel, onde estamos, é um imenso corredor, todas as outras salas foram postas ao redor dele, podendo ser acessadas pela esquerda e direita do corredor, deixando assim mais fácil todos se locomoverem, o problema, é que a Cidadela finalmente se recuperou do susto que demos nela, estamos sendo atacados por todos os lados.
"Tudo bem, até agora." Dick responde, depois de amarrar as mãos e o colocar sentado no chão ainda desacordado, Dick, deu pra ele uma dose cavalar de drogas para o deixar dormindo por semanas.
Raven, em seguida, se abaixou e ficou de frente para o guarda, colocando suas mãos ao redor da sua cabeça imensa e feia, ignorando o cheiro, sim, eles fedem, e muito.
"Isso vai dar certo? Se não, podemos fazer da forma antiga." Alisand'r, sugeriu tortura.
Durante nosso caminho do desembarque até esse ponto, se passaram cerca de vinte minutos, e nesse pouco tempo, ela com certeza, lutou com vontade, matando praticamente todos, para o desgosto do Dick e da Raven, por motivos diferentes é claro, mas eles entenderam que ela é um soldado, e não estamos numa história em quadrinhos onde de alguma forma magica, podemos derrotar todos nossos inimigos sem tirar vidas, até eu, com todos meus recursos, tirei pelo menos duas vidas até agora, só que saber e aceitar esse fato, não torna a coisa mais fácil de ser feita, ainda bem que tenho uma boa terapeuta.
"Tirando o Primus, e outro que da nossa terra nota, não conheço telepata melhor, ela vai conseguir." Garanti para minha amiga soldado.
"Eu consigo, só vai demorar alguns minutos, a mente dele é completamente diferente de uma humana." Garantiu Raven, de olhos fechados sem se mover.
"Estamos em outra sala de acesso." Starfire, chamou nossa atenção para onde entramos, sem um mapa real, estamos meio que perdidos, por isso mesmo, o sequestro e a leitura de mente.
A sala é quase vazia, não havia nada no seu meio, a única coisa aqui são os computadores presos às três paredes do lugar, cada computador com a capacidade dez vezes maior do que tudo que temos na Terra. Nosso plano original, era conseguir acesso aos mapas da nave de um desses computadores, encontramos vários pontos de acesso ao sistema da nave nessa pequena corrida até aqui, mas conseguir os acessar, mesmo com ajuda da Galateia distante, se mostrou uma tarefa difícil e demorada, então vamos para o plano B, telepatia.
Starfire, levantou seu punho que brilhou logo em seguida disparando seu starbolt em linha reta enquanto movia sua mão, derretendo todos os computadores num só movimento soltando faíscas para todo lado, um exagero, mas minha amiga já deixou bem claro que não vai deixar nada em pé se poder ter a chance.
"Kori!" Gritou Dick, andando até ela e segurando seu braço antes que ela dispare-se de novo.
Com cuidado, ele a puxou na direção do canto da sala e começou a conversar com ela. Fechei meus sentidos, não é da minha conta e também não posso segurar a mão do Dick, sempre que ele tiver uma conversa emocional com sua namorada, só espero que ele tenha algum tato com a situação e não faça besteira.
"Consegui!" Avisou Raven, soltando a mão da cabeça do Citadeliano, que caio de lado no chão ainda desacordado.
"Estamos longe?" Perguntei sem me importar com o nosso refém, ajudando Raven, a se levantar, ela parecia um pouco tonta.
"A mente dele, crueldade, crueldade, destruição e maldade, é tudo que ele conhece, mas sim, consegui o mapa e os códigos de acesso, estamos perto." Ela respondeu com a mão na cabeça.
Telepatia é um truque que também sou capaz, mas tem uma diferença enorme em conseguir emular esse poder usando magia e o ter realmente como o Caçador de Marte, para a maioria dos usuários de magia, normalmente, é incrivelmente cansativo e desgastante, e dependendo das defesas mentais do alvo, potencialmente mortal.
Dick e Starfire, acabaram sua conversa, e os dois não pareciam ter gostado nada do assunto, mas não falaram nada, apenas andaram para porta que criei conosco os seguindo logo atrás. Voltamos para o corredor, e nos dois lados dele, vimos mais dois grupos de atacantes, mas tudo bem, agora estamos sendo guiados pela Raven, com uma direção, avançamos rápido atropelando tudo que estava no nosso caminho, está na hora de ter outra conversa com a irmã da Starfire, dessa vez, sou eu quem vai cuidar dessa "conversa", e não vai ser nada agradável para ela.
Então, vamos ter três grupos nessa nave, cada uma seguindo uma linha do plano, ou talvez não, vai saber, coisas vão ficar mais confusas ainda no próximo capítulo, e muito mais legais também, só esperem, vocês sabem como adoro pegar todo mundo de surpresa.