webnovel

A Lua Azul

Em "Lua Azul", embarque em uma aventura emocionante através de um mundo onde poderes paranormais são comuns. Ray, um jovem de 22 anos, é a reencarnação de uma antiga bruxa que nasceu sobre a Lua Azul há mais de 1000 anos. Ray está amaldiçoado com o trauma de sua vida passada e busca a chave para quebrar o ciclo de reencarnação constante que o atormenta. A história se passa em Londres no século 19, onde criaturas sobrenaturais ainda vagam pela terra e os humanos que possuem poderes paranormais são comuns. Nesta nova era, Ray tem que mergulhar em uma jornada perigosa e cheia de desafios para encontrar o que precisa para quebrar a maldição da reencarnação. No caminho, Ray encontrará aliados e inimigos, mistérios e segredos, e terá que superar seus próprios medos e incertezas. Esta história é cheia de ação emocionante, desenvolvimentos mágicos e personagens cativantes. Junte-se a Ray enquanto ele enfrenta seus desafios e descobre seu verdadeiro potencial. ATUALIZAÇÃO: sem data específica, mas toda semana terá 3 capítulos novos

Biel_Ofc · Fantasie
Zu wenig Bewertungen
12 Chs

02

FRACASSO

Os murmúrios sobre os Sylveris atacando durante o dia me atormentavam. Era uma quebra das normas, afinal, eles costumavam se esconder nas sombras noturnas. Perguntas fervilhavam em minha mente: o que estaria acontecendo para desafiarem a escuridão? A curiosidade me consumia, mas havia algo mais urgente me chamando.

Haru, meu amigo de longa data, me havia convocado repentinamente, alegando ter algo sério a me contar. As palavras dele ecoavam em minha cabeça enquanto eu vagava por uma rua repleta de árvores majestosas. Seus galhos se entrelaçavam, criando um teto verdejante e encantador. A luz do sol filtrava-se por entre as folhas, criando um espetáculo de sombras dançantes no chão. Era um local que exalava serenidade, um refúgio da agitação do mundo.

Mas então, minha atenção foi desviada para uma garotinha solitária. Seu semblante assustado e olhos opacos revelavam o medo que a dominava. Eu não pude resistir à curiosidade que brilhava em meus olhos e, deixando Haru em segundo plano, me aproximei dela. No entanto, algo sinistro se delineava atrás da garota. Não era um ser humano, mas um Sylveris.

"GAROTA, CORRA!" A voz saiu em um grito desesperado de meus lábios. Eu queria que ela se mexesse, que escapasse do perigo iminente. Mas ela permaneceu paralisada, aprisionada pelo medo. E, de alguma forma, eu me encontrava na mesma situação. Meus músculos pareciam petrificados, incapazes de responder aos comandos do meu cérebro.

Em um esforço para romper o feitiço paralisante, desferi um tapa no meu próprio rosto. A dor aguda trouxe-me de volta à realidade, acendendo uma chama de coragem em meu interior. Eu não podia permitir que aquela abominação tocasse naquela criança inocente.

Num movimento rápido, liberei minha perna esquerda em um chute poderoso, acertando em cheio o Sylveris. Ele foi empurrado para trás, criando uma brecha temporária entre nós. Porém, não havia tempo para hesitação.

Meus olhos se encontraram com os da garotinha, e sentimentos de preocupação e perplexidade me invadiram. Como tudo isso havia acontecido? O que levou a essa sequência de eventos angustiantes? Mas não havia tempo para reflexões. Com voz firme, ordenei à garota que fugisse e prometi segurar o Sylveris pelo máximo de tempo possível.

Em resposta, ela balançou a cabeça, compreendendo a única chance de sobrevivência que lhe restava. Com uma determinação inesperada, a menina disparou em direção à segurança, deixando-me sozinho diante daquela criatura amaldiçoada.

Enquanto o Sylveris se recompunha do impacto, ergui-me diante dele. Meu olhar carregava uma determinação feroz, uma promessa silenciosa de enfrentar a escuridão que ele representava. Sabia que a batalha à minha frente não seria fácil, mas estava pronto para lutar até o fim. Neste lugar de beleza e perigo, sob o sol radiante e a sombra ameaçadora, encarei meu destino com coragem, disposto a proteger a inocência que ainda brilhava no mundo.

Olhei para trás e vi que a garotinha havia conseguido escapar. Um suspiro de alívio escapou dos meus lábios, pois agora eu poderia enfrentar o Sylveris sem ninguém para atrapalhar. Ao olhar para chão vir uma barra de ferro jogada e então peguei cautelosamente, meus olhos se fixaram nele, e seu olhar perturbador parecia perfurar minha alma. Sem aviso, ele partiu em minha direção com uma velocidade anormal, lançando-se como uma sombra faminta por sangue.

Nossos movimentos se entrelaçaram em uma dança mortal, o som do metal colidindo ecoando no ar. O Sylveris era uma criatura de proporções épicas, com músculos sinuosos e olhos brilhantes como brasas. Seus golpes eram poderosos e velozes, exigindo de mim toda a minha habilidade e destreza para desviar e contra-atacar. Cada movimento meu era calculado, cada golpe desferido com precisão letal.

Durante a batalha, observei cuidadosamente as estratégias do Sylveris. Embora ele fosse poderoso, sua arrogância o levava a deixar brechas em sua defesa. Aproveitei esses momentos de descuido e investi com ferocidade, golpeando-o onde mais doía. Nossa luta se desenrolou em um equilíbrio tenso, um teste de força e inteligência.

Entretanto, chegou um momento em que decidi que era hora de levar a batalha a sério. Um instinto primitivo tomou conta de mim, e o ódio cresceu em meu coração. A adrenalina rugia em meus ouvidos enquanto canalizava toda a minha energia e determinação em cada golpe. O Sylveris percebeu a mudança em minha atitude e sua expressão se transformou em uma mistura de surpresa e temor.

Com um movimento rápido e preciso, desferi um golpe final devastador. A barra de ferro cortou o ar e encontrou seu alvo, mergulhando profundamente no peito do Sylveris. Um grito agudo rasgou o silêncio, ecoando por todo o ambiente. A criatura cambaleou para trás, seu corpo ferido e sangrando. Sua força diminuiu rapidamente, e ele caiu de joelhos, derrotado.

A respiração ofegante, eu observava o corpo do Sylveris no chão. A sensação de vitória se misturava com a dor em meu rosto. Ao tocar meu rosto com a mão, senti a ardência da ferida, e percebi que sangrava. "Fazia tempo que ninguém me feria assim antes", murmurei para mim mesmo, com uma mistura de adrenalina em meu corpo.

No entanto, minha mente logo se voltou para a busca pela garotinha. Afinal, ela havia escapado do Sylveris, mas não conseguira encontrá-la. Uma esperança incerta pulsava em meu peito enquanto imaginava que ela estivesse a salvo. Por um breve momento, senti-me contente com essa possibilidade, uma centelha de alívio em meio à escuridão que nos cercava.

Contudo, ao caminhar mais à frente, deparei-me com uma visão que me fez perder o fôlego. Um corpo de criança estava jogado entre as paredes, mutilado e desfigurado. Seus dois braços haviam sido arrancados, e sua cabeça estava grotescamente estourada. Apesar da carnificina, reconheci a roupa, e a verdade caiu sobre mim como uma avalanche.