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DESCOBERTAS...

O peso da culpa pesava sobre mim como uma sombra sufocante, envolvendo cada pensamento e movimento que eu fazia. A cena da tarde passada permanecia gravada em minha mente, alimentando minha confusão e arrependimento. Eu tinha deixado a garota fugir sozinha, convencido de que era a melhor escolha a se fazer naquele momento. Mas agora, com a consciência pesada, percebia o descuido em não considerar a ameaça constante dos Sylveris.

Boatos se espalhavam como chamas selvagens, ecoando pelos becos sombrios de Londres. Dizia-se que essas criaturas ferozes estavam atacando a cidade quase diariamente, levando a morte e a destruição por onde passavam. A cada rumor que chegava aos meus ouvidos, meu coração apertava com a terrível possibilidade de que a garota poderia ter sido uma vítima desses monstros, afinal, eu não encontrei nenhuma pista de quem fez aquilo com ela.

A imagem daquela pequena e frágil figura mutilada diante de mim assombrava minha mente, um lembrete cruel da minha negligência. Como eu poderia ter sido tão idiota? A pergunta ecoava incessantemente em minha cabeça, dilacerando minha paz interior. Não conseguia escapar dessa culpa, que se instalara em meu âmago e me consumia a cada respiração.

Exausto e atormentado, percebi que precisava descansar. Uma noite inteira sem dormir, entregue aos devaneios sombrios da minha mente, me havia esgotado por completo. Ergui-me com passos apressados, decidido a finalmente encontrar um refúgio no sono. No entanto, no exato momento em que meus pés se moviam em direção ao quarto, o telefone estridente interrompeu minha fuga da realidade.

Curioso, peguei o receptor e, ao atender, ouvi a voz preocupada de Haru ecoar do outro lado da linha. "Eu fiquei te esperando a tarde toda ontem, o que aconteceu?" Suas palavras perfuraram minha consciência, reavivando a lembrança do encontro que eu havia esquecido por completo. A dor da minha negligência se intensificou, e minha voz trêmula respondeu a ele: "Não aconteceu nada."

Mas isso não era verdade. Aconteceu algo terrível, algo que me perseguia implacavelmente. A imagem dilacerante da garota mutilada não podia ser ignorada ou desconsiderada. E agora, Haru, em sua voz preocupada, disse algo que capturou minha atenção. "Eu consegui algo que pode te interessar sobre sua maldição." Essas palavras provocaram uma reação instantânea dentro de mim. Minhas pupilas dilataram e meu coração acelerou. O que ele havia descoberto?

A curiosidade e a ansiedade se misturaram em meu ser, formando uma inquietude impossível de ser ignorada. Percebendo minha intriga, Haru declarou que só poderia me contar pessoalmente. Essa revelação deixou-me ainda mais intrigado e determinado a descobrir o que ele havia descoberto. Rapidamente, marcamos um encontro em The Victorian Taphouse, um bar famoso na cidade.

Agora, sentado em um canto escuro do bar, as horas pesavam em meu peito enquanto eu esperava a meia hora passar. Olhava ao redor, observando a atmosfera calma e quase deserta do lugar. A quietude da noite parecia trazer uma aura de expectativa, como se o universo estivesse ciente de que um segredo importante seria revelado naquela noite.

Enquanto aguardava, minha mente continuava mergulhada em um turbilhão de pensamentos. O que Haru havia descoberto? Poderia ser a chave para desvendar a minha maldição, um feitiço antigo que me atormentava há tanto tempo? A esperança e o medo se entrelaçavam dentro de mim, criando um emaranhado de emoções intensas.

Finalmente, o momento chegou. A porta do bar rangeu quando Haru adentrou, seus olhos fixos em mim, carregando um ar de importância e urgência. Eu o observei se aproximar, cada passo que dava parecendo ecoar em meu interior. Sabia que aquele encontro mudaria tudo.

Enquanto nos sentávamos em uma mesa isolada, percebi a intensidade nos olhos de Haru. Ele exalava um misto de excitação e cautela, como se estivesse prestes a compartilhar algo que poderia mudar o curso do meu destino. A curiosidade me dominava, e minha mente ansiava pelas palavras que ele estava prestes a revelar.

O barulho ao nosso redor parecia diminuir, como se o universo estivesse sussurrando em antecipação. Meu coração batia acelerado, ecoando em meus ouvidos como um tambor frenético. Então, com uma respiração profunda, Haru começou a falar, suas palavras envoltas em segredos e promessas de respostas há muito buscadas.

Continua…