42. Milagre ?

Era muito estranho para mim, estar viajando em um navio Marderly. Nada contra, mas não poder usar o meu particular era um pouco estranho para mim. Mas não parecer que vou destruir o local era importante, por isso, pedi para Lorde Manderly um dos seus emprestado.

Foi uma viagem tranquila. Os marujos estavam animados, ainda mais agora que o Norte tinha sua autonomia em várias áreas, e os produtos eram mais baratos. Os mais pobres agora tinham um alto poder de compra, melhorando muito suas vidas.

Quando nosso navio atracou no porto de Storm's End, não haviam soldados ou mensageiros da casa Baratheon a minha espera, mas eu já sabia disso, e até contava com isso. Se eles soubessem, então eu daria razão em minha paranoia de que os espiões acharam um caminho.

Com calma, eu e meu grupo, não mais de 10 soldados que me acompanhavam, nos dirigimos ao castelo, na esperança de ter uma negociação com Stannis.

Minha chegada causou um certo tipo de alvoroço. Primeiro porque eles não esperavam minha chegada, não havia visita marcada nem nada do tipo, e segundo, era por causa da filha recém nascida de Lorde Stannis.

Infelizmente, a garotinha tinha escamagris do lado direito do rosto. Causando o afastamento das pessoas que deveriam cuidar dela, incluindo sua mãe, que acreditava ter uma filha amaldiçoada pelos 7.

Stannis estava extremamente irritado e triste, pois sua amada filha tinha uma doença incurável e ainda por cima, uma visita chega, e quer uma audiência. Para piorar tudo, era um maldito Nortista, que não poderia oferecer ajuda no caso de sua filha.

Foi apenas depois de duas horas, que fui recebido por ele e sua esposa, que mantinha o bebê em um berço.

"Bem vindo a Storm's End, lorde Glover, desculpe fazê-lo esperar, mas minha pequena menina precisa de cuidados especiais e calhou de ser no momento de sua chegada." ele diz, não havia aquele sorriso falso normalmente usado, apenas um declaração de fatos.

"Ficaria extremamente ofendido se tal preciosidade fosse negligenciada por causa de minha chegada. Minha vinda foi para que pudesse negociar com o senhor, Lorde Stannis, e agora, também para parabenizar pelo presente que os Deuses lhe trouxeram." respondo, fazendo uma curta, mas educada reverência.

"Esta é minha esposa, lady Selyse. Ali, o nosso pequeno presente, Shireen Baratheon." ele me apresenta a bela esposa e mostra o berço onde está sua filha pequena.

"Que os Deuses Antigos e Novos possam abençoar sua casa, Lorde Stannis." respondo sinceramente. E como mandam os costumes, beijo os nós dos dedos de lady Selyse. "Posso ter a honra de segurar o pequeno presente?" pergunto.

"Eu não me importo, e até me traria alegria, mas quero que saiba, minha filha nasceu com escamagris, uma marca que deixa seu lindo rostinho deformado." ele diz, e parecia que lhe doía ver a situação de sua filha. Qual pai não sentiria essa dor não é?

"Realmente não me importo. Tenho a absoluta certeza que os Deuses tem um motivo para isso, e não cabe a nós julgarmos. Apenas podemos esperar para o melhor." respondo, enquanto vejo lady Selyse me trazer o pequeno embrulho.

Recebendo o pequeno embrulho, eu não pude deixar de sorrir ao ver aquela pequena criaturinha rosada, cheia de vida, pronta para receber todo o am0or e carinho que os pais deveriam dar. Infelizmente, por causa de uma doença, ela conheceria apenas o descaso e solidão. Sua sorte estava no velho homem que seria como um pai para a menina no futuro.

Começo a fazer pequenos sons estranhos com a boca, e o pequeno e adorável riso da criança assume o comando da sala. Nem mesmo Stannis, com aquela sua cara de quem está com merda presa no bigode, conseguiu esconder o sorriso leve trazido a seu rosto.

Pouso levemente minha mão por sobre sua escamagris, e com um pequeno sorriso, deixo as palavras fluirem. "Que os Deuses abençoe você, menina, e que essa marca seja de apenas o quanto você é forte, e não sua fraqueza."

Foi nesse momento que algo estranho, até mesmo para mim aconteceu.

Tirando a mão, toda a camada cinzenta da escamagris, saiu como se fosse apenas um pedaço de pano, não deixando mais do que um pele levemente irritada na menina. Lá fora, o mar parecia agitado, e um trovão corta o silêncio, junto com um clarão poderoso.

Sendo um local que normalmente é afetado pelas poderosas tempestades, não era nada para se preocupar, ou achar estranho, mas a poucos instantes antes, o céu estava claro e sem nuvens, e o sol parecia estar com força total naquele dia.

Lady Selyse rapidamente pega a pequenina de meus braços, não acreditando em seus olhos. Seu esposo, ao lado, parecia confuso, feliz, amedrontado, eufórico, extasiado, e muitas outras coisas que o fizeram permanecer parado, sem reação.

Ao lado, mantendo-se afastado mas prestando bastante atenção, um certo velho, com as pontas dos dedos cortada via a cena sem acreditar.

Enquanto isso, eu estava preso em outra coisa.

Minha mente parecia ter clareado, eu me sentia forte, mais ligado ao mundo, mais ligado a tudo e parecia completo. Meu corpo parecia energizado com algum tipo de energia quente, como um abraço de mãe.

Então tudo desaparece e uma súbita tosse é carregada. De minha boca, um bocado de sangue, pútrido é lançado ao chão, recebendo um olhar assustado das pessoas na sala. Meus homens rapidamente ficam ao meu redor, como se as pessoas ali fossem culpadas.

"Relaxem." eu digo, fazendo meus homens baixarem suas armas. "Os Deuses Antigos me permitiram ajudar, não façam nada que vá contra sua vontade." digo, ainda sentindo aquele gosto azedo e ruim do sangue expelido.

"Está bem, lorde Glover?" Stannis parecia ter saído de seu estado e voltado a realidade. Seu rosto, apesar de tentar manter aquela expressão de sempre, tinham traços claros de preocupação, tanto para mim, quanto para a menina.

"Estou bem, meu senhor. Apenas um rebote. Nada para se preocupar. Mas seria bem vindo um copo de cerveja para tirar esse gosto ruim da boca." eu brinco, fazendo o homem relaxar um pouco. "Como está o presente?" eu olho para o bebe.

"Nada fora do comum, meu senhor. Mas vou pedir a um Meistre que dê uma olhada mais atenta." lady Selyse diz, mas para ao ver o nojo e desgosto ao falar dos Meistres. "Algo de errado meu senhor?" ela pergunta.

"Não. Apenas não gosto desses homens esclarecidos que nada sabem." respondo, dando de ombros. "Mas vou deixar uma coisa bem clara aqui. Qualquer mal feito para essa criança, não haverá Deus que salve o culpado."

Não sei bem o porque, mas eu realmente disse. Acho que é porque eu conheço a história da menina, e como ela foi tratada na versão que conheço. Sem contar, que foi graças a ela que tive acesso a um ínfimo do meu poder, então lhe devo muito.