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Conselhos

Francine esperava na mesa da copa por Andressa com uma garrafa de gim ao lado de seu copo e esperou Andressa sentar à sua frente com seu suco. Ela se ergueu e serviu o suco para Andressa e colocou um pouco de gim na bebida e se recostou em seu lugar novamente.

_ Beba. Experimente. Não é tão ruim. – Francine a encorajou. – Pode acreditar em mim, que vai precisar de mais disso essa noite. – Ela disse com seus olhos castanhos sinceros.

_ Porque?

_ Andrey não vai esperar mais.

Andressa ficou vermelha e bebeu da bebida, não parecia que tinha nada além do próprio suco, e isso fez com que ficasse menos nervosa.

_ Você sabe de tudo?

_ Não. Eu não preciso saber de tudo, Andressa. Prefiro assim. Quando sabemos muito, viramos suspeitos quando algo é revelado. Então fico sabendo apenas o necessário.

_ Você dormiu com ele esta noite?

_ Sim.

_ E não te incomoda que ele vá me procurar hoje?

Francine sorriu.

_ Quando ele me contou, não me importei. Mas assim que a vi entrando aqui na copa, percebi algo que ele não se deu conta e isso está me incomodando sim. Mas quanto a ciúme não. Sou casada. Amo meu marido. Ele faz muitas viagens e... Eu me sinto sozinha. E nessas ocasiões, procuro a companhia de Andrey.

_ Porque passou a te perturbar quando você me viu? O que mudou?

Francine ficou séria e pensativa por momentos e deu umas boas goladas em seu drink, antes de responder;

_ Você é virgem. E ele não sabe disso. Ele vai querer te usar como se já fosse experiente... Em tudo! Por isso que lhe aconselho a levar seu suco e essa garrafa de gim para seu quarto essa noite. Uma leve embriaguez pode lhe ajudar a suportar o que vai ter que passar... Depois vai ficar mais fácil. Mas confie em mim. Para hoje, leve essas bebidas.

_ Você não pode o impedir?

_ Não posso, minha querida. Ele nem permitiu que eu lhe dissesse essas coisas. Ele apenas me encarregou de te ajudar com outras coisas...

_ Que coisas?

_ Bom... Ele me pediu para leva-la para fazer uma depilação, e comprar roupas intimas para você também. Há outras recomendações, mas elas não são para hoje. Não haverá tempo. Eu já marquei com a depiladora, e depois vamos comprar apenas o suficiente para hoje e amanhã de lingerie. Ele me pediu para acompanha-la em alguns lugares também.

_ Você já fez essas coisas antes? Para alguma outra moça para ele?

_ Não, não! Essa é a primeira vez que ele me coloca como acompanhante, e ele nunca teve ninguém vivendo na casa dele. Não com o mesmo fim que você. E eu senti também, pela primeira vez, que ele está muito empolgado com você. Não foi fácil conter a empolgação dele, para mim que já sou mulher, foi até... Bem maravilhoso. Mas temo que seja demais para você.

Andressa sentiu temor. Sabia que Francine, não fazia por mal. Apenas queria que ela não fosse pega de surpresa. Mas ela começou a pensar em uma fuga. Queria fugir de Andrey. Mas no fundo sabia que era impossível. A mansão era bem vigiada por dentro, ela percebeu a presença dos homens dele enquanto descascava sua batata e imaginava que do lado de fora, seria igualmente vigiada. Ela bebeu com mais afinco o suco.

_ De que cor você gosta? – Francine perguntou de repente.

_ Eu nunca parei para pensar nisso. – Andressa disse pensativa. Suas roupas eram todas ganhadas e não teve um quarto só seu e nem condições para decora-lo.

_ Amanhã sairemos cedo, e você vai descobrir do que gosta. Aposto que deve ter um ótimo gosto. – Ela disse e olhou a hora em seu relógio. – Se quiser se aprontar, está quase na hora de Andrey chegar para o almoço.

_ Eu... Não tenho nada diferente do que estou usando e não me importo com isso. Se ele me quer, vai me ver usando minhas calcinhas de algodão comum. A depilação eu aceito. Porque sempre me depilei com gilete, mas sempre tive vontade de me depilar com cera. Mas não quero mais nada dele. Tudo que ele me pagar, ele vai colocar na conta em sua cabeça e eu vou ficar cada vez mais endividada com ele.

_ Não deve se preocupar com o que ele lhe dê de boa vontade... Mas por outro lado, ele pode sim, querer rasgar sua roupa em qualquer lugar que estiver para satisfaze-lo, com a desculpa que foi ele quem pagou pela roupa. – Ela disse como se lembrasse de algo engraçado. – Faz bem em não deixar que ele lhe vista para ele, mas precisará de roupas para ir a faculdade. Você não vai querer ir vestida dessa forma.

Antes que Andressa pudesse responder, Andrey entrou na copa e viu as duas conversando a mesa. Foi até a cristaleira, pegou uma taça e abaixou a cabeça por trás do balcão e voltou com uma garrafa de vinho. Veio até elas e abriu a garrafa e se serviu.

_ Vocês aceitam? – Ele disse olhando para a bebida de ambas. – Gosto que sejam amigas. – Ele disse olhando com um pouco de desgosto para Andressa. – Então? Vão as compras hoje?

_ Não teremos esse tempo, Andrey. Amanhã, iremos.

_ Você passará a noite aqui novamente? - Ele disse carinhoso, segurando a mão dela por cima da mesa. Andressa observava tudo. E sentia-se um pouco constrangida e também uma aberração, já que aquele não era o mundo em que estava acostumada. Se sentia mais tranquila na cozinha com as empregadas, do que ali, com aqueles dois, bem vestidos que pareciam bem íntimos.

_ Não posso. Meu marido volta hoje. E creio que vou precisar de um longo banho na banheira depois da noite de ontem... – Ela disse e ambos riram confortáveis.

_ Está bem. Mas não deixe de vir amanhã. Tenho coisas a resolver, mas podem ser feitas daqui do meu escritório... – Sabe se Micão fez o que mandei?

_ Não vi ele hoje. Vi só o Chapado levando uns entregadores até lá no segundo andar. Quando voltou disse para mim que Micão foi resolver outros problemas e que ele mesmo ia fazer o que você mandou, mas só estaria aqui no final da tarde.

_ A folha de pagamento é grande, mas parece que só eles trabalham para mim. – Andrey disse zangado e se levantou no mesmo momento em que Carla veio avisar que o almoço seria servido. O humor dele mudou de forma visível.

_ Obrigado Carla. Pode mandar nos servir. Vou só ligar para o Chapado para saber o que está acontecendo e já volto. – Ele disse e deu um sorriso agradecido.

Andressa também se levantou de repente.

_ Também preciso ir ao meu quarto. – Ela disse e saiu correndo antes que alguém começasse a dar palpites para que ela não saísse e passou como vento por Andrey, que respirou o perfume de sabonete quando ela passou, pensando que nunca o cheiro de sabonete combinara tanto com alguém. Não via a hora de sentir um perfume caro nela.

Andressa, na verdade, queria descer só depois que a mãe dela estivesse na mesa. Desejava surpreende-la. Mas sentiu um tremor ao passar tão perto de Andrey. Ele era um belo homem. Não teria dificuldades em conquista-la, mais ao invés disso, preferia estuprá-la. E um sentimento de revolta contra ele começou a nascer em seu peito. Ela foi até o quarto, lavou o rosto, que lhe pareceu um pouco avermelhado, talvez pela bebida e só quando saiu do banheiro que começou a reparar nas pequenas mudanças em seu quarto. Uma televisão enorme, agora ocupava o lugar do espelho que ficava em cima da cômoda. Um telefone fora deixado sob um criado mudo. Curiosa ela foi até o criado mudo e o abriu. Ali havia um porta retrato virado para baixo. Ela pegou sem muito interesse e viu uma garotinha que não passava de um ano de idade, sentada com um belo homem, com as mesmas características suas e até o sorriso era parecido com o seu. Cor de cabelo e olhos. Lágrimas pingaram de seus olhos. Tinha certeza que se tratava de seu pai verdadeiro com ela nos braços. Ela tirou a foto da moldura e leu uma pequena mensagem; " Esconda-a". Ela soube imediatamente que fora Carla. Ela então, pegou a foto e a devolveu ao porta retrato e procurou sua mala para esconde-la, mas não viu suas coisas. Abriu o guarda roupas e lá dentro estava suas roupas penduradas em cabides. Eram poucas, mas infelizmente ela não tinha mesmo nada melhor para usar diferente do que já estava. Ela procurou e encontrou a mala. Dentro dela, guardou a foto do pai. Acreditando que já devia ter se demorado o suficiente, ela desceu para a sala de jantar.

O rosto de dona Glória quando a viu fora impagável. Tirando ter conhecido seu pai, mesmo que por uma foto, aquela foi a vez que mais se sentira bem naquele dia. Pensou que talvez alguém fosse alertá-la para sua presença naquele dia, junto com eles a mesa, mas pela reação dela, isso não tinha acontecido.

Ela estava sentada ao lado de Andrey, junto a cabeceira, e do outro lado estava Francine. Curiosamente, Chapado, Micão, Leco e Carla também estavam a mesa. Dona Glória vestia um de seus velhos vestidos, mas que sempre lhe caíram bem. Não era uma roupa nova, mas era mais apropriada que as roupas de Andressa, e a menina não deixou de reparar nisso.

Assim que Francine viu Andressa, se levantou com sua bebida afim de lhe dar o lugar, mas Andrey segurou-lhe pelo pulso a impedindo e ela se sentou novamente o encarando de forma irada. Mas ele surpreendeu a todos e até Francine suavizou o rosto com suas palavras.

_ Seja bem vinda para comer conosco Andressa. Isso vai se repetir todos os dias e espero que se acostume. Os rapazes as vezes, são outros, mas são de minha confiança. Seu lugar a mesa será aqui. – Disse ele apontando para dona Glória. – Ao meu lado. E quando for o caso de eu não estar presente, se sentará no meu lugar. – Ele disse e olhou significativamente para dona Glória.

Ela se levantou com seu drink e quando cruzou por Andressa ainda teve tempo de cochichar em seu ouvido;

_ Depois quero que me conte o que fez para que ele lhe concedesse tanta honra. - Ela disse e se sentou ao lado de Carla.

Andressa foi para o lugar apontado por Andrey e sentou-se. Enquanto as empregadas começaram a servir o almoço, Andrey ficara pensando o que aconteceu para que ele agisse daquela forma. Não queria que a moça se apaixonasse, pois ele não se apaixonava nunca. Mas também nunca tinha sentido o desejo que sentia só de olha-la. E mais uma vez ela recendia ao cheiro de sabonete e aquilo brincava com seus sentidos. Ela não parava de olha-lo com aqueles grandes olhos cinzas como se o condenasse antecipadamente pelo que iria acontecer. Ele tinha certeza que ela gostaria. Devia ter pegado apenas rapazes amadores, mas agora se deitaria com um homem que lhe daria prazer. A voz de dona Glória, foi bem vinda naquele momento em que seus pensamentos lhe levavam para um caminho, que se continuasse, ele arrancaria a moça da mesa, e lhe mostraria do que era capaz.

_ Querido Andrey... Pensei que tínhamos combinado que seria melhor para minha filha, passar uns dias a mais no quarto, para que ficasse a sós com seu luto... - Ela disse encarando Andressa com um sorriso.

_ Ela poderia ficar lá, se quisesse. Mas não posso obriga-la a passar por um luto da maneira que você ou qualquer outra pessoa, acredite ser a melhor forma. Isso é uma decisão dela.

_ Realmente mamãe. – Ela disse irônica. – Eu preferia passar meu luto na beira da piscina, sendo servida por drinks, sem me preocupar se a minha próxima refeição seria pão duro com agua.

Dona Glória ficou visivelmente corada enquanto todos começavam a se servir.

_ Não pensei que estivesse sendo maltratada aqui. – Dona Glória disse indignada com a resposta de Andressa, pois com certeza havia visto ela na piscina.

_ Você mandou que me servissem alimentos um pouco... intragáveis, que você sabe, já que é minha mãe, que eu não gosto.

_ Só queria que você mantivesse o corpo bonito. Sua dor do luto poderia lhe fazer comer além do que está acostumada e isso lhe traria dissabores mais tarde.

_ Não teve essa mesma preocupação com seu próprio corpo, mamãe! Me sinto lisonjeada pela sua atenção. – Andressa disse inequivocamente chamando a atenção da mãe, para que não era tão ingênua, enquanto experimentava a batata assada, com a expressão de muito prazer. A conversa girava na mesa, mas ela sabia que as atenções estavam girando entre o diálogo dela e a mãe dela.

_ Eu... Sei me controlar. Você ainda é jovem e não havia passado ainda por uma tragédia dessa.

Andressa se serviu do copo de suco de laranja a sua frente, sentindo agora, a falta do sabor do gim e voltou para sua mãe.

_ Não perca seu tempo se preocupando tanto comigo, mamãe. Hoje mesmo vou sair para fazer umas compras... – Ela disse para a provocar, mas não estava empolgada para aquele passeio.

Dona Glória a olhou surpresa e voltou seus olhos para Andrey com um brilho de satisfação nos olhos.

_ Andrey... Me deixe ir com ela! Eu também preciso de fazer umas compras. Vai me fazer bem, depois de tudo pelo que tenho passado... E eu posso ajuda-la nas escolhas...

Chapado começou a rir e todos na mesa o acompanharam menos dona Glória e Andressa. Elas ficaram confusas pelo motivo da graça.

_ Obrigada pelo "apoio", mas pelo que pude ver dos trajes de Andressa... Bem, melhor que Francine cuide disso. – Andrey a fitou ainda com o brilho de divertimento no olhar.

_ Mas... Eu sei me vestir bem! Só nunca tive condições de dar a minha filha, roupas boas... – Ela disse indignada com a direta de Andrey.

_ Fique quieta! – Chapado falou, sem mais sinal de humor em seu semblante. – O chefe disse que é Francine, então não discuta.

_ Vai deixar que ele me trate assim? – Dona Glória perguntou fitando Andrey com indignação e humilhação no olhar.

_ Ele manda aqui, tanto quanto eu. – Andrey disse sem dar muita atenção e se voltou para uma conversa com Leco, que estava do lado da mesa em que Francine estava senntada.

Dona Glória os fitou pensativa. Precisava encontrar um meio para fazer que sua voz fosse ouvida ali dentro daquela casa, como se ela fosse a dona. Pensou em tentar seduzir Andrey, mas ele iria rejeita-la. Mas já que ele declarara que Chapado, tinha a mesma autoridade que ele, tentaria conquista-lo. Tinha consciência que não era mais jovem, mas seu corpo estava bonito ainda e ela era bem conservada. Precisava descobrir se o antagonismo de sua filha contra ela, era porque ela estava tomando banho de piscina enquanto ela ficava presa ao quarto. De qualquer forma, alguém havia falado alguma coisa para ela, pois sabia até que fora ela que decidira sobre sua alimentação. E se não fizesse algo para recuperar a confiança e amizade de sua filha, logo estaria na rua. Longe de todo aquele luxo. Era esperta e sabia que a química que envolvia Andressa e Andrey, era grande. Ele poderia vir a se casar com ela um dia e dona Glória precisava estar por perto para garantir que seria recompensada por ter juntado os dois. Ela comeu pouco, pois ficou muito tempo pensando e as empregadas vieram tirar os pratos e trouxeram pudim para a sobremesa. Dona Glória sorriu satisfeita. Fora exatamente o que ela pediu para. Todos se serviram e foram levantando um a um, até sobrarem apenas, Francine, dona Glória e Andressa.

_ Querida, é melhor que saiamos dentro de uma hora para sua depilação. – Francine disse com carinho para Andressa.

_ Então não vão sair para compras? Vão apenas para depilação? – Dona Glória disse satisfeita sem dar tempo de Andressa responder.

_ Sim. Não há tempo para compras demoradas... Hoje.

_ Quando forem para compras, eu irei junto. Convencerei Andrey. – Dona Glória disse desafiadora.

Andressa se levantou e olhou para a mãe pensativa e depois se voltou para Francine.

_ Vou descansar um pouco então... Gostaria que fosse ao meu quarto antes da gente sair...

_ Irei, assim que faltar quinze minutos para sairmos.

Andressa então se retirou para seu quarto. Seus pensamentos e ideias se atropelando, a deixando confusa. Havia tomado uma decisão, e não temia pelas consequências que sabia que viriam. Gostara de Francine, mas não sabia até onde poderia confiar nela. Carla, ela tinha total confiança, mas temia coloca-la em apuros. Teria que agir sozinha. Ainda não sabia como faria, mas enquanto mais pensava, mais a ideia tomava forma em sua mente. E inúmeras maneiras de se alcançar o que pretendia. Uma mais improvável que a outra. Depois de muito pensar, acabou cochilando. Acordou com Francine mexendo em suas pernas para desperta-la.

_ Pediu que eu viesse quinze minutos antes de sairmos...

Andressa se levantou apressada.

_ Eu... Volto logo. – Andressa disse e saiu sem dar tempo para Francine perguntar onde ia. – Entrou no banheiro de seu quarto e depois saiu pela porta de saída.

Ela voltou logo e encontrou Francine sentada na mesma posição que ela deixara. Com um sorriso, se aproximou e sentou-se ao seu lado.

_ Francine, não tem como alguém se deitar com ele, se fazendo passar por mim? Ele não conhece meu corpo. Seria fácil encontrar alguém que o quisesse...

_ Você não o quer? – Francine pareceu realmente surpresa, como se aquilo fosse impossível.

_ Não. Realmente não o quero.

_ Se conforme com sua sorte, querida. A maioria das meninas perdem a virgindade nas mãos de alguém que não as compensa e ainda as enche de filhos. Andrey, além de lindo, é ótimo amante. Você só tem a ganhar.

_ Não me importo como ele seja. Eu gostaria de ter a liberdade de ir para a cama com o homem que eu amo. E não para pagar uma dívida que nem foi eu quem fez. Isso não é justo.

_ Andressa... Acho que se fosse só pela dívida, ele poderia pensar em outra coisa. Mas assim que ele a viu, acendeu uma brasa dentro dele. Ele te deseja muito. Aproveite-se disso. Se quer amar o homem que vai te fazer mulher, se apaixone por ele. Isso não é uma tarefa difícil. Ele é o tipo de homem por quem as mulheres se apaixonam.

_ Ele não vai me corresponder.

_ Pode ser que não. Conheço ele já faz um tempo e nunca o vi apaixonado. Mas quem garante que aquele homem dos seus sonhos que você se deitava por amor, realmente te amava? Homem mente com muita facilidade. E Andrey não usa desses artifícios. A verdade é sempre melhor que a mentira.

_ Não quero que ele fique me pagando coisas. – Andressa disse apontando para a televisão. – Ai sim vou me sentir devendo algo a ele. Até agora, só devo a hospitalidade. Essa dívida que ele atribui a mim, na verdade quem deve pagar deve ser minha mãe. E creio que ela pagaria de bom gosto.

Francine sorriu compreensiva.

_ Não adianta pensar nisso agora. Devemos ir para o salão e não se esqueça da bebida. Vai ajudá-la. Depois converse com ele. Andrey é muito racional. Talvez o encanto se acabe depois de tê-la por uma noite e ele a deixe livre. – Francine disse e se levantou.

Ambas desceram as escadas e foram para a garagem, mas Chapado as avisou que o carro já aguardava na rua. Enquanto caminhavam para o portão principal, Francine segurou a mão de Andressa, com ar preocupado.

_ Não tente fugir, Andressa. Me deixaria em maus lençóis. – Ela disse depois de ver uma determinação no semblante de Andressa.

Andressa porém, abriu um sorriso e com os olhos brilhantes fitou Francine, quase feliz;

_ Não se preocupe. – Ela disse e assim que abriram o portão, entraram no carro e foram para o salão.