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— Primeiros Passos —

O céu carmesim, sobre nuvens, marcava o fim de um dia tranquilo, em um entardecer de um distante vilarejo. A chegada da noite, era calma e pacífica com os ventos calmos que sopravam as folhas das árvores. Em um jardim, deitado sobre o colo de sua mãe, um pequeno garoto de cabelos negros e olhos verdes como esmeralda, repousava. O semblante de felicidade no belo rosto daquela mãe, mostrava o seu profundo amor pelo seu amado filho. Ela o acariciava em seus cabelos negros, com toques gentis, e aos poucos aquele garoto caia no mais tranquilo sono.

A mãe, havia deixado escorrer pelo rosto, a lágrima que veio de seus olhos verdes, assim como os de seu pequeno filho. E enquanto sorria, seus sentimentos ficaram estremecidos. Naquele momento, ela tomará uma decisão que mudaria tudo, na vida de seu amado filho.

– Koshiro... Saiba que para sempre, estarei com você, mesmo que nas sombras do seu desprezo a mim. Eu sou a sua mãe, e mesmo que me odeie... eu te—

Os olhos do garoto se abriram, enquanto ele recobrava os sentidos de seus pensamentos distantes, ele estava parado em uma sala, com dois homens adultos sentados a uma mesa, enquanto o garoto segurava um pergaminho com a mão direita.

– Ei garoto! Ande logo com isso, não temos o dia todo para te esperar. Nos entregue o pergaminho da sua avaliação.

O que estava assentado a direita, que parecia ser o mais sério, o avisou enquanto o encarava impaciente.

– ... Certo, me desculpem!

Ele o entregou o pergaminho — Quando receberam, o abriram e leram as informações que foram escritas através da absorção da mana do garoto.

– Koshiro, da família Kazaneru... você tem 17 anos e sua classe despertada é necromante. Parabéns por se tornar um aventureiro garoto!

– Oh, Necromante é uma classe interessante! Parabéns pelo seu despertar, Koshiro!

O outro homem da esquerda, com uma barba por fazer e seus cabelos castanhos o parabenizou, e com um recitar — Seal — o pergaminho que agora estava em sua mão, após ter pego do homem ao seu lado, pegou fogo com chamas azuis e se desintegrou.

—Minha classe será necromante, acho que será interessante mesmo, apesar de eu ter feito muitas aulas de batalhas com espadas, esperando uma classe em –arte com armas–, mas, ter de usar uma classe mágica não será um problema para mim.

Koshiro ficou pensativo por um momento.—

—A partir de agora... Koshiro, você faz parte da Companhia de Aventureiros. Você tem o dever de proteger a nossa aldeia, entregando o seu coração, honrando aqueles que vivem em Yagiza, e prestar seus serviços a organização e ao reino.

As palavras foram ditas em tons sérios de determinação, fazendo Koshiro deixar de estar pensativo, a ficar sério, sobre as palavras de Kai. Os preparativos estavam terminados, e aquele garoto se tornará um protetor do reino. Suas obrigações eram se tornar cada dia mais forte, em prol de sua aldeia e pelo Reino. Essa era as obrigações daqueles que despertavam a ser heróis.

Nesse mundo, heróis surgem após acumularem mana desde que nasceram, e aos dez anos, os seus corpos despertam, revelando que está apto para futuras batalhas. Não se sabe quem determina a quantidade de mana necessária de alguém para o despertar, mas, desde os princípios do mundo, pessoas tiveram esse fenômeno mágico. Após despertarem, uma densidade do ar fica em sua volta, causada pela mana expelida para fora do corpo, uma vez tendo o despertar aos 10 anos a criança é enviada para a academia de preparação em seu território, onde passará 8 anos em treinamento até a avaliação de sua classe, que surge após 7 anos depois do despertar.

Koshiro, pegou um dos folhetos que estavam a mesa. Eram papeis onde ele deveria anotar, as suas informações que seriam enviadas a capital real — Drasil — Onde ficam guardadas todas as informações de todos os candidatos despertados ao longo dos anos. Ficam arquivados em uma câmara secreta, vigiada pelos sábios do reino.

– Koshiro, sei que você foi um aluno promissor na academia de preparação, mas você quase não fez companheiros nesse período. Como pretende seguir agora?!

Preocupado, o homem assentado a esquerda o perguntou.

–Capitão Kai, eu posso me virar sozinho sem um esquadrão. Eu não tenho tempo, para distrações em grupo.

–Mas Koshiro, você sabe que fora do território da aldeia, não a leis claras ou regras morais. Dito isto, o mundo é perigoso demais para se está sozinho, companheiros são necessários na vida!

O garoto apenas virou-se, e caminhou até a saída daquela sala.

–Me lembrarei disso, Capitão. Obrigado.

...

Saindo da sala, ele caminhou pelo corredor, o seu rosto sério enquanto usava seu sobretudo preto, fazia dele uma pessoa de aura fria. Quando vindo pelo lado oposto do corredor, uma garota de cabelo longo e azul, com os seus olhos bonitos na cor de âmbar, usando uma roupa formal branca e azul, mostrava uma certa imponência. Ela parecia está indo para a mesma sala, que ele acabará de sair da avaliação.

Ambos passaram um pelo outro, sem qualquer troca de olhares entre eles. Apenas seguiram os seus caminhos. Koshiro seguiu, caminhando lentamente até a saída do corredor.

◆◆◆

Caminhando por uma avenida movimentada da aldeia, ele seguia o caminho a passos lentos, observando o entardecer. As pessoas da aldeia pareciam tranquilas, aguardando a chegada da noite que se aparentava ser tranquila novamente, sobre um céu de estrelas. Enquanto a avenida era tomada pelo cheiro de restaurantes e tavernas que já preparavam os seus maravilhosos pratos aos afortunados clientes. Podia ouvir-se a multidão conversando entre si, sobre o dia-a-dia na aldeia e as crianças que cumprimentavam os aventureiros que passavam por ali com suas incríveis armas e armaduras de batalhas.

Seria a última noite tranquila para Koshiro, que partira no dia seguinte, em sua primeira missão.

Ele caminhou até chegar em uma taverna, que ficava em um casarão no distrito comercial principal da aldeia. O lugar conhecido como Taverna Da Noite.

Ao entrar, foi surpreendido pelo incrível cheiro do famoso prato da Taverna da Noite, — Feijoada Especial — um guisado de feijões pretos, com carne de javali e acompanhado por uma grande porção de arroz branco. Esse era o prato estrela dessa Taverna, tornando-a popular aos habitantes de Yagiza, e aos visitantes que passavam pela aldeia.

...Koshiro pegou uma mesa, quando uma das meninas que trabalhavam lá, foi atendê-lo.

–Olá! Boa Noite, o que o jovem garoto gostaria de pedir?

Ela o perguntou com sua bela e calma voz, enquanto sorria para agradá-lo.

–Ah, bem... acho que vou pedir o especial da noite. Qual seria?!

–Certo. Nosso especial é a feijoada, que só nós temos o legado para prepará-la. Irei trazer, espere um momento!

–...

Koshiro ficou em silêncio, aguardando a volta da garota.

Ele observava o lugar, o casarão da taverna, feito com tábuas de cedros escurecidos, e tijolos de pedra polida, era bastante rústico. O ar de um ambiente adulto fazia parte do clima, homens e mulheres —bêbados — bebiam e falavam alto sobre o seu árduo dia de trabalho na aldeia.

A aldeia de Yagiza, ficava localizada ao sul do reino Drasil, perto das florestas Nortena e Cedros. Muitas das pessoas que vivem nela, são consideradas camponeses pelo reino, por viverem e trabalharem tão longe de Drasil, a capital. Muitos nunca se quer, visitaram a Capital do Reino. Nasceram, cresceram e morreram em Yagiza, os únicos que já foram, são os nobres da aldeia, membros da família Yagiza e aqueles em missões pela companhia das organizações de aventureiros.

Existe um completo descaso pela população de aldeias, por estarem longe da capital.

Passado alguns minutos, a garota de antes voltou com o famoso prato – feijoada especial – Após colocar sobre a mesa de Koshiro, ela se retirou.

Koshiro não demonstrava, mas, estava com muita fome. Passou o dia todo resolvendo essas questões da companhia e seu despertar.

Como ele ainda era um garoto de 17 anos, ele precisava se assegurar de que problemas não o atrapalharia na inscrição para a companhia. Depois de seu despertar aos 10 anos, como o esperado, e a sua passagem de sucesso pela academia de preparação. Ele aguardaria uma recomendação, para se inscrever antes da idade permitida — 18 anos — pela segurança do conselho.

–Finalmente consegui minha inscrição, agora posso seguir com meus objetivos... me tornar o herói mais forte e proteger o meu lar e meus companheiros. Realizar o sonho do meu pai, de viajar pelo vasto mundo e seus segredos. A minha jornada!

Os pensamentos de Koshiro, eram os seus desejos mais profundo. Eram o seu sonho almejado a muito tempo atrás, desde que foi abandonado por sua mãe, na porta de um orfanato quando ainda era uma criança de cinco anos. E quando seu pai adotivo morreu de uma enfermidade o deixando sozinho novamente.

Mas longe de seus pensamentos, ele começou a comer aquele maravilhoso prato especial, sua alma e corpo sentiram-se completamente revigorados, feijoada é mesmo uma comida deliciosa. Quando terminou, ele pagou um quarto da taverna. E subindo as escadas se dirigiu aos quartos do segundo andar. O seu quarto era o último, no fim do corredor. Nessa noite, ele dormiria em uma boa cama, antes de começar a dormir em camas improvisadas nos acampamentos, durante as missões que faria pela frente.

O amanhecer chegou, iluminando o quarto alugado por Koshiro, com a luz grandiosa do Sol sobre o céu azul daquela manhã. Mas, a cama do garoto estava vazia e totalmente arrumada, ele não estava no quarto. Como esperado, ele levantou-se mais cedo, para se dirigir a reunião da companhia, e fazer suas preparações antes de partir em missão.

◆◆◆

O prédio da Companhia de Aventureiros, fica no distrito militar da aldeia, perto do forte dos guardas da aldeia. É onde os despertados, pegam os pedidos da companhia, para completarem as missões e receberem seus pagamentos. Assim como em toda aldeia ou cidade de Yggdrasil, os despertados, quando chegam a idade adulta, tem que fazer uma escolha, ser um herói em jornada como um aventureiro, ou um herói que protege sua aldeia, se alistando a guarnição militar, sendo um soldado do exército do reino—

Koshiro, adentrando pelo salão principal, caminhou até a bancada de recepção. Uma atendente o recebeu com um sorriso simpático.

–Como posso ajudá-lo?!

Ela o questionou, um pouco desconfiada, era muito cedo para algum atendimento.

–Olá, eu sou Koshiro. Tenho uma reunião de aconselhamento com o capitão Kai.

–Ah me desculpe. Mas o Sr. Kai ainda não chegou! Mas você poderia esperá-lo aqui certo?!

–...

Koshiro ficou em silêncio, deixando a garota sem graça.

Ele apenas saiu da recepção, e caminhou até onde ficava os acentos de espera. A atendente o olha de longe, ainda sem entender porque ele estava lá tão cedo da manhã. — jovens acordam tão cedo assim?! — eram seus questionamentos verdadeiros.

Passado alguns momentos, as portas dupla do salão da recepção se abrem, o capitão Kai adentrava, segurando uma caixa. Ele passou caminhando pelo corredor e foi até a bancada da recepção.

–Bom dia, Nina! Trouxe uns Pães de Queijo, daquela sua loja favorita!

Ele disse muito empolgado, enquanto entregava a atendente.

–O-obrigada senhor Kai!

Percebendo a chegada de Kai, Koshiro caminhou até ele. O pegando de surpresa enquanto se engraçava pra cima da atendente.

–Capitão Kai, estou pronto para nossa reunião!

–K-Koshiro! O que faz aqui?! E tão cedo assim garoto!

–Reunião de aconselhamento. Eu prefiro evitar ter uma reunião com todos, que foram admitidos ontem para a corporação.

Koshiro respondeu sério aos questionamentos do Capitão Kai, enquanto ele escondia o fato de acabar de dar em cima da atendente.

–Ei Koshiro, você só está tentando fugir de seus companheiros, em algum momento você terá de fazer pelo menos uma dupla, com alguém. Não é melhor 'dar o braço a torcer' de uma vez!

–Capitão. Apenas vamos acabar com isso logo!

A impaciência de Koshiro, já estava estampada em seu rosto.

–Você nunca muda em garoto, tem que ser mais animado. Garotos apáticos como você, não são populares sabia?!

–Eu não ligo para essas bobagens, vamos logo ter essa reunião.

Ele começou a caminhar em direção a sala do capitão.

–Ah! Você acha que pode me dá ordens garoto, eu sou o seu capitão! Agora vamos a minha sala.

Eles caminharam até uma porta de madeira escura, que ficava ao lado da bancada da recepção. Adentrando havia uma sala com uma mesa de madeira e uma cadeira chique. Na parede ao fundo da sala, havia uma grande estante de livros. No meio daquela sala, dois sofás que ficavam de frente um para o outro, com uma pequena mesa simples no centro, servia para reuniões.

Ao entrarem, Koshiro assentou-se no sofá, enquanto que o capitão Kai, foi até a sua mesa de trabalho.

–Ok Koshiro... primeiramente gostaria de dizer, que seu pai estaria orgulhoso de você agora. Você se tornou um dos melhores alunos da nossa academia, assim como ele queria, até mesmo conseguiu uma indicação. Mas, ainda sim, quero que se proteja e faça amigos, as coisas não serão fáceis, depois que passar por aqueles portões da aldeia. Mas, eu estarei acreditando em você e na sua capacidade, por isso, dê o seu melhor, e aproveite a jornada que você fará, e quando chegar a hora, se torne o maior herói de Yggdrasil e orgulhe nossa aldeia!

O capitão já estava com o rosto emotivo, embora ele parecia orgulhoso de seu aluno a sua frente.

–Mas antes de liberar você para uma missão, preciso te entregar algo...

O capitão pegou de sua mesa, uma bolsa de couro com o símbolo da aldeia, representando pelo emblema da família Yagiza. Ele caminhou até Koshiro e o entregou em suas mãos.

–Essa é uma bolsa mágica de armazenamento infinito, você poderá guardar qualquer coisa nela, e basta lembrar o que você for querer retirar, que você vai conseguir. Só tem que canalizar a mana, entendeu?!

–... Claro, eu estudei sobre ferramentas mágicas, na academia.

–Ah certo! Bem, como é só você aqui, eu já acabei, não preciso explicar muitas coisas pra você!

–Na verdade Capitão Kai, eu preciso saber informações táticas do período atual da nossa aldeia!

Koshiro disse com uma certa seriedade.

–Oh! Se é assim, bem. Atualmente, não estamos tendo problemas na Floresta Cedros ou nas Planícies Korvick, mas há algumas movimentações suspeitas na Grande Floresta Nortena, dizem que um bando de Salamandras Vermelhas, estão emboscando viajantes nas trilhas da floresta.

Explicou ele à Koshiro.

–Hm, entendo. Não estamos tendo conflitos com outras aldeias, né?!

–Pensamos que não, desde que as guildas fizeram uma aliança a alguns anos, houve uma certa estabilidade nos conflitos.

–Estabilidade. Certo, obrigado capitão!

Koshiro agradeceu, e se levantou do sofá, ajeitando o seu sobretudo negro.

–Antes de você partir, pegue isso!...

O capitão entregou um livro de capa negra com um símbolo de uma mão esquelética, escrito — Necromante — para ele.

–O que seria isso?!

–É um grimório. Vai te ajudar a canalizar e controlar melhor sua mana, você só não pode abri-lo, é proibido. Entendeu Koshiro?!

–... Certo! Agora, preciso ir. Tenho que passar em outro lugar antes de sair em missão.

–Ah! Vai visitá-lo né... Faz um tempo que não vou lá, dê um 'oi' por mim ao seu velho!

Koshiro assentiu com a cabeça, e caminhou até a saída da sala, ele precisava agora finalizar os primeiros passos, para o começo da sua jornada.

Saindo pela porta da sala do capitão. Koshiro foi até a bancada da recepção, no salão de entrada. A atendente ainda estava lá, porém um pouco diferente de antes, ela estava devorando aqueles pães de queijo que ganhou, como se não houvesse um amanhã. Seus olhos chegavam a brilhar de satisfação.

–Como posso ajudá-lo hoje?!

Ela perguntou um pouco envergonhada, quando Koshiro se aproximou.

–Eu vim buscar uma missão. Meu nome é Koshiro Kazaneru...

Ele entregou a garota, o papel onde anotou suas informações, no dia da avaliação.

–... Eu sou um necromante de primeiro estágio.

Ela avaliou o papel, com as informações e o guardou em seguida.

–Certo Koshiro! Verei uma missão para você agora mesmo.

Ela disse com um sorriso em seu rosto. Em quanto Koshiro, se matem em silêncio, como se estivesse impaciente.

◆◆◆

Após ter pego a sua missão, Koshiro estava caminhando em direção ao orfanato onde cresceu. O cemitério onde seu pai está enterrado, fica nos fundos do orfanato, em um grande campo onde a população pobre da aldeia, poderia sepultar os seus entes queridos.

Chegando, ele adentrou pelo jardim na entrada do orfanato, seguindo por um caminho lateral ao prédio do orfanato, e indo para os fundos, onde ficava o cemitério.

– O Sol ainda está alto, terei tempo de ter uma conversa breve, antes de partir.

Ele chegou aos fundos, onde um portão de grades de ferro negro, guardavam a entrada. Ele abriu lentamente, enquanto o portão rangia, ao ser aberto.

–...Koshiro a quanto tempo. Não o vejo a meses, veio visitar o seu pai?!

Um homem vestido com um terno preto, e um chapéu Panamá preto com uma faixa branca, se aproximou por trás. Seus olhos, estavam cobertos por uma faixa branca.

–Professor Inaru Utoko!

Koshiro falou, olhando para trás, enquanto que aquele homem se aproximava mais dele.

–Não precisa me chamar assim, Koshiro... Apenas Professor Inaru, está bom para mim!

–O que você está fazendo aqui?!

Koshiro franzia a testa, parecia incomodado com a presença de Inaru.

–...Ora, eu sou o coordenador do orfanato. Logo também vigio o cemitério.

Ele respondeu com um sorriso frio, enquanto caminhava para dentro do cemitério.

–Por qual motivo, ele estaria aqui no cemitério?! Isso me parece algo suspeito demais.

Os questionamentos de Koshiro, o fazia ficar em alertar com aquela pessoa.

Eles caminharam para dentro do cemitério, as lápides de pedras e mármores baratos, estavam em todo o campo, com certeza não era um cemitério luxuoso, mas era bem cuidadoso o trabalho que tenham feito por aquele cemitério. Koshiro caminhou até chegar em uma lápide ao fundo do cemitério, a lápide estava coberta por folhas secas das árvores. O garoto se abaixou e começou a limpá-la.

–Então é aqui, onde ele foi sepultado... parece que não o visita com frequência, certo!

–Professor, não me venha com conversas desnecessárias. O que faz aqui ainda?! Não deveria ir cuidar das crianças no prédio do orfanato?!

O tom de Koshiro estava rude, chegando a cerra os punhos.

–As crianças estão bem. Mas eu preciso vigiar quem visita as propriedades do orfanato, não concorda, Koshiro?!

O soar do tom irônico do professor Inaru, chegaram até os ouvidos de Koshiro, que bruscamente levantou-se irado.

–Cala essa boca! O que pensa está fazendo professor Inaru?! Quer me deixar irritado, quer me ver magoado?! Saiba, que nada, vai mexer comigo... eu não voltarei para esse orfanato. Eu me tornei um candidato a herói, e estou de partida agora.

As palavras saíram como um escape de suas frustrações inconscientes.

–Koshiro! Ainda jovem, você já cresceu muito, acho que não posso protegê-lo mais... Acredito que minha promessa de guardião, chegou ao fim.

–C-como assim?! Não estou entendendo.

–Bem! Eu fiz uma promessa a muito tempo atrás, de protegê-lo, até que chegasse o momento de você poder se cuidar sozinho, mas, quem diria que fosse tão cedo, né?

O homem de terno preto, apenas ajeitou seu chapéu e virou-se, caminhando lentamente em direção a saída. Deixando Koshiro confuso e sem respostas.

–...Parabéns, por se torna um candidato. Não estarei mais, seguindo com minhas promessas do passado, então sugiro que se torne o mais forte que puder, Koshiro... Certas pessoas podem está te vigiando a distância, assistindo os seus bravos feitos.

Enquanto Inaru dizia essas palavras caminhando para a saída, um corvo solitário, que estava sobe um galho em uma árvore próxima, voou alto e uma sensação calorosa, atingiu o coração de Koshiro, com um sentimento de nostalgia, vinda do seu subconsciente quando viu aquela cena do corvo abrir voou.

–...

Ele ficou sem palavras, e sem entender o que acabará de acontecer.

Koshiro continuou ali, conversando com seu pai, que ele tinha fé está ouvindo do outro lado da vida. Era o seu último passo, antes de iniciar a jornada.

Essa é minha principal obra, ela já está um pouco a frente, comparada a minha outra obra! espero que curtem!

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