webnovel

— Planícies Korvick —

Koshiro estava de frente para a entrada norte da aldeia. Como era uma modesta aldeia, não era murada com uma muralha, como nas cidades ou a capital. A entrada norte é o principal ponto de entrada de Yagiza, por está em direção a estrada para a capital, passando pelas Planícies de Korvick.

O vento que soprava, fazia o sobretudo negro de Koshiro, se balançar ao ritmo. Logo começaria o entardecer, então Koshiro seguiu o caminho, saindo da aldeia. Ele estava preparado.

–Finalmente, poderei viver sem me sentir sufocado por algo me prendendo. Essa missão, é a chave para minha jornada.

Ele pegou algo parecido com um papel, na bolsa presa em sua cintura, que recebeu do capitão Kai. Era um mapa simples, com algumas informações da área ao redor da aldeia de Yagiza. Os pontos da Floresta Cedros e da Floresta Nortena os campos gramados da Planícies Korvick, e as terras do perímetro de Yagiza. Havia também as trajetórias das rotas das estradas e das trilhas ocultas das florestas.

–Minha missão é averiguar o perímetro das estradas em Korvick. Parece que houve relatos de ataques incomuns de Lagartos Verdes, tenho que checar o local e fazer um relatório da situação em que o perímetro se encontra.

Era uma missão de averiguação, mas, com tendências de algo suspeito. O que fazia ser uma boa primeira missão.

–Certo! Não parece ser algo tão complicado, para uma primeira missão. Melhor seguir em frente, falta pouco para escurecer.

Ele caminhava a passos firmes, mas, ainda não havia saído do território de Yagiza.—

Caminhando por volta de três horas, Koshiro deu uma pausa, o anoitecer já estava sobre o céu com sua escuridão nebulosa e brilhar de estrelas sobe uma linda lua minguante. Koshiro já estava fora dos perímetros do território Yagiza, a sua frente, estava às planícies Korvick, com seu vasto campo aberto, com gramíneas verdes e riachos de água cristalina. Havia algumas árvores solitárias pela planície, onde se podia fazer um acampamento durante as pausas entre as viagens.

–Finalmente cheguei às planícies gramíneas de Korvick. Foi um viagem e tanto, deveria encontrar um lugar para da uma pausa.

—Afinal... tive que usar um pouco de mana sobre os pés, para manter uma velocidade adequada.

Koshiro, caminhou até uma árvore próxima, que estava fora da estrada. Ele sentou-se em uma pedra próxima, e respirou fundo.

–É melhor ficar fora da estrada durante a noite. Vou evitar problemas caso alguém esteja viajando por elas.

Ele colocou a mão na bolsa mágica em sua cintura, e quando a retirou, uma barra de proteína alimentar, veio junto a ela. As barras de proteína são alimentos rápidos para quem está em missão, uma única barra já satisfaz um homem adulto.

–No momento, só poderei comer isso. Apesar de o gosto não ser lá essas coisas, pelo menos não passarei fome por uns dias, durante essa missão.

Após comer, ele sentou-se ao chão e encostou suas costas a árvore, se entregando ao sono que veio, após comer aquela barra de proteína.

Momentos depois de cochilar, um som vindo da grama farfalhando, acordou Koshiro que ficou em alerta. Ele olhava em seu redor, verificando se algo estava acontecendo. O tempo não estava ventando muito sobre as planícies, o que significa algo anormal.

–Algo não está certo, não está ventando tanto... mas, eu escutei passos na grama, será um inimigo?!

Enquanto pensava, Koshiro continuará observando, atento sobre a grama verde, naquele escuro da noite, enquanto a lua era encobrida pela densas nuvens.

–Que droga, estou com pouca luminosidade. Eu mal consigo enxergar a longa distância.

Um som de grunhidos vindo da grama, o deixo em alerta. Provavelmente um animal selvagem, estava por perto.

–Parece ser dois inimigos, e estão tentando me cerca pelos lados... Talvez seja melhor volta para a estrada, assim terei uma visão melhor da área—

Enquanto falava, um lagarto verde fez um ataque emboscado, saltando da grama em direção a Koshiro.

Ele desviou, mas, distraído com o ataque, ele não percebeu a armadilha, ocasionado um ferimento em seu braço, quando o segundo lagarto verde o atacou, quando deu as costas ao desviar, do primeiro ataque.

–Merda! Meu braço. Preciso ficar mais atento, e prevenir ataques surpresas como esse.

Os lagartos verdes, são pequenos monstros com apenas um metro de altura, sua coloração verde, facilita sua camuflagem em planícies com grama alta. Eles são criaturas bípedes, e usam os seus braços com garras grandes, como principal meio de ataque.

O ataque sofrido por Koshiro, não era muito grave, apenas um corte superficial no braço esquerdo. Os lagartos, estavam em posição, preparando a próxima investida. O garoto colocou a mão na bolsa, e retirou o grimório negro.

–Se é assim que as coisas vão seguir. Então estou preparado para minha primeira batalha!

Por um momento, os olhos verdes de Koshiro, emitiu um brilho de emoção.

Um dos lagartos, partiu pra cima, correndo em direção a ele. Enquanto o outro se afugentou para dentro da grama, se escondendo completamente.

O lagarto tentava a todo custo morder Koshiro mas ele era mais esquivo que os ataques, escapando de cada mordida feroz.

–Não posso me distrair com esses ataques fúteis. Aquele outro com certeza fará um ataque surpresa.

Enquanto estava desviando, ele deixou as costas livres para o campo aberto. Distraído, o lagarto verde, com um salto o emboscou com um ataque pelas costas novamente...

–Eu já esperava por isso... um ataque pelas costas. Agora que antecipei os movimentos inimigos, é minha vez de contra-atacar! — Bone Grip —

Uma mão esquelética emergiu do chão, agarrando o lagarto verde, que tentava seu ataque ainda em seu salto pelas costas de Koshiro.

–Então essa é minha mão esquelética! Uma boa contra medida.

A mão esquelética, prendia o lagarto sobre os seus dedos ósseos. Não o permitindo escapar, enquanto ele se debatia grunhido para sair.

–Parece que falta mais um... antes disso preciso acabar com esse! — Death Effect–

O lagarto aprisionado a mão esquelética, começou a grunir desesperadamente, enquanto seu corpo emanava uma aura negra, com feições de rostos fantasmagóricos. Os olhos começaram a sangrar, seguindo posteriormente a sangrar muito pela boca, até que não se debatesse mais, e sua vida cessou.

–...Agora, o último—

O lagarto acabou escapando, fugindo pela grama. Lagartos Verdes são conhecidos por agirem em grupo, sozinhos eles são bem previsíveis em batalha.

–Droga! Eu precisava treinar minhas habilidades. Essa foi a primeira vez, que usei essas técnicas!

—Meu corpo chega a tremer de adrenalina. E essa sensação de mana correr pelo corpo, deixando meus braços formigando é sensacional... nunca me senti tão vivo assim.

Os sentimentos de Koshiro estavam fervorosos, a primeira sensação de uma batalha de verdade, sempre marca a vida de uma pessoa.

–Isso nem se compara as aulas de batalha com espada, ou as lutas corporal durante a academia de preparação, isso é real—

Koshiro desfrutava de sua vitória, quando foi interrompido por um grunhido ainda mais alto e ameaçador, do que antes com os lagartos verdes.

Um enorme Lagarto Verde-escuro, se aproximava com aquele pequeno Lagarto que escapou em suas costas. O Lagarto maior, era bem semelhante aos pequenos lagartos, tirando o fato de ser maior que um metro e oitenta de altura. Suas garras eram negras e grandes, assim como ele também tinha ferozes dentes em sua boca.

O Lagarto era muito aterrorizante, mal iluminado por falta de claridade, por ainda ser alto da noite, ele parecia está raivoso quando percebeu a presença de Koshiro.

–A merda! Um Lagarto chefe.

O Lagarto logo foi pra cima de Koshiro, tentando o abocanhar com seus dentes aterrorizantes. Mas Koshiro desviou com um salto para longe dele.

—Eu ainda tenho mana suficiente, para alguns ataques... mas, não poderei usá-la para reforçar meu corpo. Espera... Talvez, tenha alguma poção de mana na minha bolsa, quando tiver a chance, vou pegá-la.

Koshiro analisava as condições da batalha.

–Preciso derrotar o pequeno primeiro... as emboscadas dele são o risco maior, no momento.

Ele estendeu o braço direito em direção ao pequeno Lagarto, que estava a espreita, esperando uma distração de Koshiro.

—Death Effect—

Sem perceber, o lagarto pequeno começou a se debater no chão, quando começou a emanar um a aura negra, como no Lagarto anterior.

–Meu efeito de morte é um ataque mágico muito improvável. Nunca sei quando ele pode falhar, mas, sorte minha que tenha funcionando.

—Agora, falta apenas o chefe lagarto. Talvez ele seja mais complicado e difícil de derrotar, que esses pequenos Lagarto.

Ele olhou na direção do Lagarto Chefe, e não o encontrou. Nem mesmo na área ao redor.

—Pra onde ele escapou?!

–Em cima!

Quando percebeu Koshiro olhou rapidamente para cima, onde o Lagarto Chefe tinha dado um salto bem alto fugindo do campo de visão do garoto.

—Vamos acabar com isso!

— Bone Grip —

As mãos esqueléticas saíram do chão, seguindo em direção ao Lagarto chefe, que estava no alto tentando a sua emboscada. Mas o ataque de Koshiro ainda não era tão eficiente como planejou, as mãos esqueléticas só foram até certa altura, e não conseguiram prender o monstro.

–Merda!

O monstro com sua queda ao chão, destruiu as mãos esqueléticas, e deu um forte rugido, fazendo o garoto ficar com uma cara de espanto. — Ele destruiu a minha mão esquelética! — era o que se passava pela mente de Koshiro.

— A minha estratégia principal falhou... preciso de um novo plano, para uma contramedida.

Enquanto analisava a batalha, o chefe lagarto deu uma leve brilhada verde, por todo o corpo. E como um flash, memórias veio a Koshiro.

–...Todos vocês, precisam lembrar, que quando um monstro ou criatura brilham o seu corpo, certamente ele efetuará um ataque mágico. Por isso, em uma batalha, se deve ficar atento, antes da batalha, durante a batalha, e mesmo depois que acabe, é necessário ainda está em alerta total. Não se descuidem, quando saírem da academia pessoal!...–

Lembranças de uma aula sobre Bestiário, com um professor na academia de preparação, passava pela mente de Koshiro, que percebendo a situação, afastou-se como podia do monstro à sua frente, ao perceber que ele estava se preparando para usar uma habilidade.

Porém, com uma pisada sobre o chão, o lagarto chefe já tinha iniciado a sua habilidade — Seismic Tremor — fazendo o chão tremer e abrir rachaduras ao redor. Koshiro tentava escapar mas o tremor o fez cair no chão—

–Droga, droga!

O tornozelo havia torcido, inchando imediatamente após a queda. Impossibilitando de se levantar.

O ataque havia cessado, mas, Koshiro estava incapacitado de se mover, o lagarto chefe, aproveitou a oportunidade para atacar, foi em direção ao garoto caído, que inutilmente tentava se arrastar para longe tentando escapar.

—Lightning Strike —

Um raio brutal, veio do céu noturno. O som que ele emitiu, chegou a vibrar o ar ao redor.

Ele acertou em cheio o chefe lagarto, que caiu desmaiado no chão. Uma silhueta na escuridão se aproximou, revelando uma garota que usava um grande chapéu azul de bruxa, com uma túnica azulada com alguns enfeites branco.

—Isso foi incrível!

Koshiro estava sem reação, tanto pelo ataque efetuado, quanto pela beleza da garota, que se aproximava. Com os cabelos negros que balançava ao vento, enquanto os seus lindos olhos azuis, tomava toda a atenção de Koshiro.

–Q-quem é você?!

O lagarto chefe que estava desmaiado, começou a recuperar a consciência, fazendo leves movimentos para se levantar novamente.

—High Flames—

Chamas começaram a surgir por todo o corpo do monstro, as chamas eram altas, clareando toda a área onde estavam. O Lagarto se debatia e gruninha a medida que seu corpo era carbonizado pelas chamas.

–Eu sou Azani! Azani Fugoki, de Mizugameza.

–Eeh, Azani, a bruxa azul da guilda 7 Heróis... a prodígio do clã Fugoki.

Koshiro, falou com um tom seco, enquanto que a garota se aproximava mais para perto onde ele estava.

–Então, você sabe quem eu sou. Quer uma ajuda para se levantar?!

Ela estendeu a mão para que ele se apoiasse ao levantar do chão. Seu tornozelo ainda estava inchado.

–Não preciso de ajuda. E claro que eu saberia sobre quem você é ... a garota que despertou sua classe aos sete anos, e aos dezesseis já estava no segundo estágio de sua classe.

–Não se ache demais garoto... segure minha mão, eu te ajudo.

Ela insistiu, Koshiro acabou segurando a mão da garota que o ajudou a levantar.

◆◆◆

Eles estavam assentados em pequenos troncos, que encontram por perto. Uma fogueira estava acesa, já era tarde da madrugada nas planícies Korvick. Enquanto eles aqueciam com as brasas da fogueira, até que, Azani começou a falar.

–...Bem, acho que não perguntei o seu nome, né?!

Ela falou de uma forma descontraída, esperando que Koshiro entendesse de forma amigável.

–M-meu nome é Koshiro Kazaneru, sou de Yagiza!

–Hm, não conheço o clã Kazaneru. Na verdade, eu quase nunca vi aventureiros de Yagiza!

–Sim. Muitos querem apenas fazer parte da guarnição de proteção na aldeia, e esperar uma promoção para o exército do reino, não a muitos que se juntaram para a divisão de aventureiros.

Koshiro respondeu desconfortável, como se estivesse irritado.

–...E você, porque decidiu se tornar um aventureiro?!

–Hm! Talvez por causa, que meu pai queria que eu viajasse pelo mundo, conhecendo novos lugares e pessoas. Foi então que decide seguir isso em meu coração!

–Hm! Um sonho do seu pai... que se tornou o seu sonho, então ele faleceu certo?!

Koshiro a olhou sem entender, como ela descobriu.

–C-como você—

Com um sorriso, ela respondeu.

–Quando tomamos para nós algo de alguém, é porque queremos que algo nos faça lembrá-los, e que não nos permita esquecê-los com o tempo... por isso presume que ele faleceu, você está carregando a vontade dele em seu coração!

As palavras de Azani soaram como de um sábio, que passado por muitas coisas ao longo dos anos, entendesse a dor da perda.

–E você Azani, o que faz por aqui, em Korvick?! Acredito que sua guilda precise de você em suas missões, certo!

–Ah veja bem... Eu me alto dei folga sabe, agora no momento estou em uma missão que me estabeleci cumprir!

Ela falava despreocupadamente, como se ninguém a pudesse impedir de fazer algo.

—Ela é completamente despreocupada, e age no impulso... pessoas fortes são realmente egocêntricas!

Observando-a o garoto chegou a esses pensamentos, rapidamente.

–E qual é essa sua missão— ...Me desculpe, não precisa me responder!

Percebendo sua rude pergunta, Koshiro se desculpou.

–Não se preocupe. Não é uma missão oficial da minha guilda.

–Aa entendo. Então qual é essa missão?!

–Hum, Hum! Eu estou caçando Raposas da Sorte, criaturas mágicas , que tem o poder de aumentar a sorte de uma pessoa, e com essa sorte eu pretendo encontrar a Raposa Branca de Olhos Vermelhos, e quando eu a enfrentar terei a Joia Branca do Espírito Do Riacho, e finalmente terei um cajado mágico, que dará a personificação de poder ao mundo!

Ela falava toda convencida e muito empolgada, sobre a sua alto missão. Deixando Koshiro com muita vergonha da situação.

–Você realmente ama, viver sendo uma aventureira né!

–SIM! Amo muito, viajar pelo mundo afora, enfrentar inimigos fortes, achar tesouros e compartilhar entre os companheiros... Er, acho que estou me empolgando muito!

Ela se assento novamente, depois que se levantou de empolgação enquanto falava.

–Hm, vendo você falar assim, faz parecer que a vida de aventureiro, é o exemplo perfeito de diversão. Mas a verdade, é que nem todo mundo é forte como você, Azani... Muitos morrem antes mesmo de completar 20 anos.

Koshiro respondeu meio pensativo, em relação a conversa que tinham.

–Bem... você pode ter razão, mas, ainda sim as pessoas que morrem como aventureiros são aqueles que viveram até o fim os seus sonhos. Eles provavelmente viveram intensamente suas viagens pelo mundo, conhecendo novos lugares e pessoas incríveis! Somos humanos Koshiro, não viveremos tanto tempo depois dos vinte, por isso temos que viver os nossos sonhos e não fugir deles por medo da morte.

Os olhos de Azani pareciam brilhar, diante da fogueira.

–Você verdadeiramente, vive o mundo em!

As palavras saíram da boca de Koshiro, como se escapasse de seus pensamentos.

–Ah, o que você está dizendo Koshiro, seus pensamentos escaparam que engraçado!

Azani começou a rir, como se Koshiro tivesse contado uma piada muito engraçada.

—Mas ela tem razão. Não a porque esconder dos nossos sonhos, devemos almejar a cada dia mais, até conquistarmos o que sonhamos!

–...Hum! Vou ir dormir, amanhã preciso continuar minha missão, se você for continuar acordada Azani... bem, poderia apagar a fogueira, não queremos um incêndio na planícies!

Ele se levantou, e foi para o um canto, pra perto da árvore que estava próxima, onde ele iria dormir.

–Certo! Eu fico de guarda, você pode ir dormir.

–Obrigado! Me acorde caso algo aconteça!

–Hum, sabe que não preciso de ajuda, né?!

Koshiro apenas apoio suas costas no tronco da árvore, enquanto assentou-se para dormir, deixando Azani falando sozinha, enquanto a noite seguia sobre as planícies gramíneas de Korvick.