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Hinderman (POR)

Zumbis, vampiros e lobisomens. Criaturas mórbidas de todos os tipos estão se concentrando na cidade de Sproustown e fazendo-se passar por cidadãos comuns. Henry Dotson é um tenente da divisão de casos especiais da polícia, encarregado de investigar ocorrências relacionadas a estas criaturas. No entanto, quando se descobre que estes seres paranormais estão sendo empregados como mercenários violentos pelos líderes do tráfico de drogas para seu próprio benefício, lidar com eles torna-se um problema de natureza política e territorial, envolvendo não só a divisão de Dotson como o departamento de drogas e a prefeitura da cidade vizinha. Tudo vira ainda mais de cabeça para baixo quando as circunstâncias começam a afetar a vida pessoal dos envolvidos do departamento: como quando sua secretária é hospitalizada, recebe ameaças de morte e há suspeitas de envolvimento de dentro da central com os representantes do comércio ilícito. Com a ajuda de seus subordinados Joey Meyers e da detetive interina Ewalyn Lowe, Dotson agora tem que encontrar o balanço entre resolver seus casos, disputar a jurisdição dos mesmos e ainda aguentar as demandas de sua atual esposa, Jane Dotson em um relacionamento esfriado.

karlabos2011 · Urban
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6 Chs

Capítulo 4

O Verde era mais novo que eu.

Ele podia se vestir mais profissionalmente. Por exemplo, ali ele usava uma peça escura, quase preta, mas dava para ver que era verde se chegasse perto. Acho que era tipo um black-tie só que menos formal. Ele podia também ser o chefe do negócio. Ele podia ser mais sofisticado com suas palavras e atitudes, mas chegando perto dava para ver que era bem mais verde do que o maduro que queria passar a impressão que era.

O Verde certamente era mais novo do que eu.

Nós estávamos no esconderijo.

Tá... Não era bem um esconderijo. Era apenas um local combinado. Um dos clientes do chefe era o dono do local. Um desses barzinhos que servem comida boa a preço de banana para fazer lavagem de dinheiro. O ambiente era escuro e um pouco claustrofóbico. Naquele horário estava cheio... De mesas vazias.

Só estávamos nós quatro ali.

Eu, o Gary e o Boe tínhamos sido todos convidados, mas aquele momento em específico fui só eu que acabei presenciando. Os outros dois estavam de pé ao balcão, uns dez metros mais para trás, discutindo qualquer outra coisa. Era o momento após a conversa inicial, quando todos já tinham terminado de trocar as informações sobre os casos. O chefe estava sem nada para fazer então me convidou para um jogo de xadrez. Os dois não jogavam, de forma que ficamos só eu e ele na mesa.

- Mas por essa eu não esperava, senhor... Um alien saltando por entre as casas de Little Quarry e deixando vítimas à vista?

- É o que aconteceu, Spikey. E você sabe... Vocês três sabem... Não só é trabalho da polícia, mas também nosso acobertar a existência de criatu... De pessoas talentosas como vocês. Afinal se todos souberem de vosso talento nosso trabalho fica muito mais difícil, não é mesmo? – O chefe fez um lance no tabuleiro. Estávamos apenas no início do jogo.

- E o senhor tem certeza que não quer que encontremos o... O Alien?

- Não será preciso, Spikey... Tenho razões para acreditar que ele não queria chamar atenção embora tenha chamado bastante. Na verdade... – Ele olhou de relance para os outros dois perto do balcão – Na verdade... Acredito que ele deve estar trabalhando para a "terceira parte".

O chefe se referia à terceira parte qualquer um que pertencesse ou que fosse empregado pelo Dragão ou por Wilkinson. Isso porque as gangues principais que restaram no que diz respeito ao negócio dos Deluxes são três: nós, o Dragão e o Wilkinson. Três partes. E quando não somos nós responsáveis por alguma coisa, então é a terceira parte, ou seja, a concorrência.

- E o senhor... Baseia isso no fato de aquele envelope ter sido roubado?

- Exatamente. – O chefe fez mais um lance estranho, atacando meu lado do rei sem se preocupar em defender o bispo previamente atacado.

Os lances dele eram do tipo difícil de lidar. Ele esquece a defesa e parte para o ataque. É preciso jogar com muita precisão para sair bem sucedido neste tipo de jogo.

O chefe prosseguiu:

- Exatamente... E justamente por isso preciso que vocês três se concentrem no envelope e não no dono. Se ele trabalha para a terceira parte e perdeu o envelope ele já perdeu a missão. Agora quem pegar é dele.

Ainda estava pensando no meu lance. Deixei escapar um pensamento:

- Mas não entendo como um envelope pode ser tão importante assim... Quer dizer...

O chefe inclinou a cabeça e me fitou mais sisudamente que o normal.

Eu ia dizer que quase parecia que ele sabia de antemão o que tinha no envelope, e por isso sabia que era importante. Mas percebi que era algo muito direto de se dizer para o chefe.

- Quer dizer...?

- Er... Nada senhor. Estava pensando... O senhor tem uma ideia do que tenha dentro do envelope? Digo... Por fazer tamanho caso do acontecimento...?

- O que há, Spikey? Perdeu a iniciativa? Está demorando demais nesse lance. – Ele se inclinou para trás, apoiando-se no encosto da cadeira. Parecia ter deliberadamente mudado de assunto. Não insisti na pergunta.

- É... Eu não estou acostumado a jogar assim.

- "Assim"... Meu estilo é o que chamam de jogador romântico, não é mesmo? Não romântico no sentido que inspire emoções amorosas, mas no sentido de que é o estilo jogado em 1840, na época do romanticismo.

Confirmei com a cabeça e fiz meu lance.

- E o seu estilo... Tem uma palavra para seu estilo de jogo também, não é mesmo? Como é que dizem? Um estilo "patzer"?

Já que ele era o chefe podia falar esse tipo de coisa.

Ele sacrificou mais um peão e retomou o assunto novamente:

- Existe algo lhe incomodando, Spikey? Percebo que há uma falta de... "Comunicação"... Entre nós. Primeiro foi no telefone... O que foi aquilo sobre o Jeffrey? Aquela conversa sobre o emprego? Não é muito de você... De vocês três... Ficarem sobressaltados com a hipótese de uma troca de pessoal... Vocês sabem que tecnicamente vocês não fazem parte do pessoal, não?

- Sim, senhor. Mas eu estava apenas... Apenas... -

- Não me entenda mal, Spikey – Ele me interrompeu enquanto fazia seu lance – Eu gosto de vocês, na verdade gostaria de vocês no meu pessoal... Mas se há um motivo pelo qual vocês não fazem parte... Esse motivo veio de vocês mesmos, não?

O Spikey-Gary-Boe se recusa a fazer parte de qualquer grupo após a saída do Canadá. Somos, com orgulho, mercenários independentes.

- E agora mesmo fora de meu grupo, como contratados, estão me dizendo se eu devo escolher entre o mercador ou a mercadoria? O alien ou o papel? Parece um tanto incoerente, não?

- De modo algum, senhor. Estava apenas perguntando...

Sem me dar muita atenção, ele virou a cabeça para trás donde avistou o dono do bar, atrás do balcão conversando com o Gary e o Boe enquanto estes tomavam algum destilado. O dono do bar era amigo pessoal do cliente do chefe. O chefe chamou-o com um gesto.

O amigo do cliente do chefe se aproximou. O chefe perguntou:

- E então? Estão bebendo a essa hora já? Sobre o que estão conversando?

O dono do bar respondeu apenas com um sorriso. Olhei na direção deles e eles estavam olhando para cá. Assim que o chefe e o dono do bar olharam eles desviaram o olhar.

- Escute... Me traga um Martini seco, por favor?

- Pode deixar. – Ele acenou e saiu.

O chefe fez uma expressão despeitada com as sobrancelhas e enquanto pensava em seu lance volveu-se a mim novamente:

- Do que eu estava falando, mesmo?

O jogo já estava perdido. Meu rei estava encurralado no canto e quatro das peças dele estavam muito perto. Eu tinha duas peças menores e um peão a mais, mas todas estavam no canto do tabuleiro. Mesmo assim, ele ainda estava pensando muito naquela jogada.

- Escute aqui, Spikey... Vou dizer uma coisa a você... As três partes... As três terceiras partes. Você sabe por que apesar do esforço da polícia elas ainda estão por aí? É porque não podemos fazer abuso do nosso... Do vosso talento. – Ele me olhou de soslaio – Você viu o que deu o abuso com o Jeffrey. Ele mal "nasceu" e teve uma vida curta.

- Falando nisso... Será que ele não vai revelar nada sobre... "Os verdes"? Seria bom garantir que não?

- Tenho razões para acreditar que ele não vai ter chance de soltar nenhuma informação... Mas deixando isso de lado, o que eu queria lhes dizer... Já que insistem em saber meus motivos... O motivo por que eu não quero fazer nada a respeito de Alexander Sprohic... O motivo pelo qual eu não quero nada com o Jeffrey agora que ele está preso... O motivo por que não quero capturar um alien à força... Se começamos a abusar muito do nosso... Do vosso talento... A polícia começa a ficar muito desconfiada e quando menos esperamos, puf! – Ele fez um gesto com a mão - A cor verde se esvai de Sproustown.

Eu estava fazendo meus lances de maneira mecânica, já esperando a derrota irrefutável.

- Existe um ritmo com o qual podemos fazer as coisas. E eu quero usar este ritmo agora, na captura do envelope. Seria bom capturar mesmo que um capanga de menor escala da "terceira parte"? Sim. Mas ainda mais importante é obtermos informações sobre as ações de Wilkinson ou do Dragão, não? Por isso quero me concentrar no envelope. Seria bom que pudéssemos nos vingar de Alexander Sprohic por ter nos deixado na mão? Sim. Mas ainda mais importante é presar pelo pessoal que temos agora, então é preciso economizar talento. Apenas usar o talento quando extremamente necessário.

Ele não mencionou que foi ele próprio quem forçou Alex a perder o dinheiro, por isso não havia muito interesse por parte dele de receber o dinheiro de volta, mas claro que me refreei a mencionar esta parte.

O chefe alcançou seu Martini da mão do dono do bar assim que este chegou, enquanto bebericava seu primeiro gole, concluiu:

- Entende? É assim que trabalhamos, Spikey. A relação com a polícia é importante. Sem respeito à polícia não há respeito da parte da polícia.

Aquela explicação, embora fizesse todo o sentido, não me revelava por que o chefe não largaria um alien para capturar um mero envelope se não tivesse certeza da importância do conteúdo. Mesmo assim, ainda com falta de umas informações, me dei por satisfeito. Afinal ele tinha razão: nada daquilo me dizia respeito.

Eu teria desistido antes, mas deixei o chefe me dar o xeque-mate.

- O xadrez parece até uma finesse sua, senhor. É realmente bom nisso.

- Finesse?

- Er... Nada não, senhor.

Erro meu. Finesse é um termo usado entre nós, os seres "paranormais". Eu não sei até onde os humanos conhecem os termos, logo é melhor falar disso o mínimo possível. O Verde, apesar de chefe de uma das "três partes", cabeça de uma organização distribuidora de Deluxes em Sproustown, é um ser humano comum que coloca suas esperanças em aberrações contratadas como o Spikey-Gary-Boe. As outras duas partes não devem ser diferentes, afinal quem mais indicado que um ser paranormal para cuidar da sujeira desta linha de trabalho?

Se um ser paranormal quisesse monopolizar o comércio ilegal de Deluxes em uma cidade pequena como Sproustown, provavelmente já teria conseguido, por causa das inúmeras vantagens que têm. Como ninguém monopolizava o comércio, ficava claro que os líderes eram humanos, e dependiam do esforço de criaturas como nós para alcançarem os objetivos que não conseguem por conta própria.

Mas mesmo sabendo disso, olhando para aquele jovem imponente, usando aquela peça black-tie tão elegantemente e portando-se de maneira sutil embora hedionda... Há algo nele que o faz parecer muito mais impetuoso do que a fragilidade humana permite. Há algo que não me faz parar de pensar que daria um dos melhores seres paranormais se tivesse nascido como tal. Por isso, volta e meia, me pego cometendo gafes como essa, simplesmente supondo que ele conhece as verdades sobre o mundo paranormal.

O chefe suspirou, reclinou-se no assento, com sua bebida em mãos, e passou a divagar sobre o seu negócio:

- Alexander Sprohic hein...? Não posso negar que ele acabou roubando uma enorme quantidade de dinheiro... Pode acabar fazendo falta...

E mesmo assim, ele nunca chegou a dizer que ele mesmo quem planejou o roubo.

- Godfrey vai atrasar o pagamento, pois ele está com dificuldades na transação por causa do vereador...

Ele estava com os olhos na lâmpada no teto. Deixava as frases no ar sem se dar o trabalho de terminá-las. De súbito voltou-se para mim e com entonação visivelmente mais resoluta emendou:

- Mas isso não diz respeito a você, não é mesmo, Spikey..?

- Er... Senhor...?

- Haha! – O chefe bateu amigavelmente na mesa – Brincadeira, Spikey. Brincadeira. Eu vou deixar vocês três fazerem o seu trabalho. Não posso atrapalhar o trabalho dos peritos no assunto, não é mesmo? – Proferiu as últimas palavras demasiado pausadamente – Estou contando com vocês.

Permaneceu me encarando, não sei se estava esperando eu me despedir ou dar uma resposta.

Ainda havia algo me incomodando. Embora eu admita que o modo como o chefe se portava sempre me deixava desconcertado, eu não me deixava intimidar por ele ser um humano. Por isso, audaciosamente arrisquei uma última pergunta:

- Senhor...

- Pois não?

- Agora à tarde o senhor nos chamou para conversar sobre esse envelope que havia caído do bolso de um fugitivo, que foi capturado pela polícia especial do DCAE.

- Sim. E daí?

- Não pude deixar de ouvir do Boe... Que o senhor havia também comentado com o... Com aquele gor.. Aquele senhor que estava aqui na semana passada...

- Norman.

- Isso. O senhor tinha comentado com o Norman... Que o Jeffrey havia sido derrotado com apenas um soco.

O chefe apenas esperou-me completar meu pensamento.

- Que mal lhe pergunte... Como fica sabendo tão certo o que se passa no interior do DCAE? Como recebeu informação tão detalhada como pistas encontradas na perícia ou quantidades de golpes trocadas em apreensões?

Era uma pergunta audaz, mas eu não era do tipo de ficar inibido por um humano. Se eu estava curioso, perguntava. Podia ser o chefe da máfia, mas o máximo que ele ia fazer era não me responder.

Poderia jurar que suas sobrancelhas se juntaram em uma expressão ligeiramente acirrada. Mas logo ele as transformou com seu afável sorriso:

- Spikey... Esses são os contatos, meu caro. – Ele levantou-se da mesa após dar o último gole em sua bebida – Afinal, tudo é questão de boa política, sabe? Tudo é questão de boa política...

Ele me ofereceu um aperto de mão e foi na direção do balcão, onde pôs-se a conversar com o dono do bar, que agora não estava mais tratando nada com o Gary e o Boe.

Depois disso eu fui tomar uma brisa na área de fora do bar, embaixo do toldo, e lá estava também o Boe, fumando seus favoritos cigarros importados, Lights qualquer coisa.

- E aí?

Ele meneou com a cabeça. Puxei um assunto trivial:

- E a patroa e a criança?

- Estão em casa. Steve está na escola agora.

- Ele está com quantos? Quinze você disse?

- Dezesseis esse ano.

Ficamos um momento olhando para a rua movimentada, de cima da varanda. O Boe perguntou:

- E o chefe, Spikey? O que disse o chefe?

- Como assim?

O chefe não disse nada em especial, eu imaginei que foi uma pergunta retórica. Mas a entonação estava de uma maneira diferente, como se o Boe estivesse esperando que eu dissesse alguma coisa importante. Eu disse o que veio na minha mente, isto é, o que lembrei da conversa:

- Ele apenas reforçou que devemos nos concentrar no tal envelope, e não no alien.

- E também esquecer o irmão do Jeffrey...

- E também esquecer o irmão do Jeffrey. – Concordei.

Ele jogou o resto de seu cigarro sacada abaixo e me olhou diretamente pela primeira vez:

- Ele estava olhando para gente. Ele disse alguma coisa?

- Como assim?

- Àquela hora que ele chamou o Alfred... Estava nos olhando com uma cara estranha.

- É mesmo? Não percebi...

- Olhe, Spikey... Se você fica muito amiguinho do chefe e nos passa para trás...

Virei-me para ele com uma expressão insólita.

- Por que eu faria isso, Boe? Você bem sabe que não quero nada com humanos. Só negócios.

Houve um silêncio pequeno, por isso resolvi contar a parte em que o chefe me explicou o porquê da prioridade com que escolheu os casos. Resumi para o Boe como ele falou da relação com a polícia, de como ele esperava que o DCAE seria enfático com os verdes caso chamássemos muita atenção, como o chefe definiu que precisávamos usar nosso "talento" com responsabilidade, como o Jeffrey estava errado por ter agido como agiu na terça feira.

O Boe ouviu tudo calmamente. Então concluiu:

- Você viu? Isso indica que ele sabe o que tem dentro do envelope, não é?

- É... Eu também acho isso. Não que o Spikey-Gary-Boe tenha algo a ver com isso, entretanto. Se ele não quiser falar nada sobre isso, então que não fale.

- Mas Spikey... – O Boe me cutucou com o braço, mudando o tom da voz para um sussurro – Isso confirma o que eu te disse o outro dia, não? Ele sabe tudo o que acontece no DCAE.

Não tinha como refutar. Eu estava achando que era exagero dele, mas parece que era isso mesmo.

- O que significa... – Ele terminou a frase com entonação indagativa e reticente, como que esperando que eu a completasse, apontava o indicador na minha direção.

- Significa o que?

- Que tem um funcionário verde no DCAE. Não?

Ele queria dizer: um espião. Um funcionário que trabalhava para os verdes.

- Pode ser que seja... E daí?

- E daí? – Ele deu um risinho – O que é isso, Spikey? Seu desinteresse por humanos é tão grande assim? Não gostaria de saber quem é?

- Como assim..? Você sabe quem é?

- Eu não. Mas eu gostaria de saber...

- Por que?

- Ora. Curiosidade... Esse fuxico de agentes infiltrados não te deixa curioso? Os fuxicos são o luxo da vida marginal alternativa.

- E por que não pergunta para o chefe?

O Boe me olhou com descrédito.

- Nem tudo pode ser conseguido com uma conversa honesta, Spikey. Ainda mais quando se trata do Verde. Vejo que ultimamente Verde parece esconder bastante coisa de nós...

Naquele momento Gary apareceu na porta e interrompeu-nos com um chamado, encerrando aquele assunto:

- Amigos!

Nós saímos do encosto da varanda e fomos na direção dele.

- Vamos lá? Temos trabalho a fazer.