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Game Of Thrones: Jon Snow (Sage)

No vasto e perigoso mundo de Game of Thrones, um ano antes da misteriosa morte de Jon Arryn e dos eventos que desencadeariam a Guerra dos Tronos, Jon Snow enfrenta uma febre rara que quase o leva à morte. Porém, ao se recuperar, Jon desperta habilidades extraordinárias, que alterariam para sempre seu destino. Agora, ele caminha em direção ao seu destino, de se tornar o herói que irá derrotar o grande inimigo e que irá salvar o mundo. Enquanto muda o destino de milhões de pessoas e do mundo inteiro.

TiredCollegeStud · Book&Literature
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11 Chs

"De um lobo para outro."

Capítulo 6

 

POV do narrador

 

A comitiva de Winterfell avançava pelo terreno acidentado do Norte, a neblina matinal começava a se dissipar, revelando as árvores nuas e o céu cinzento acima. A liderança de Eddard Stark era firme, e atrás dele, seus filhos e poucos homens o seguiam em silêncio.

 

Não demorou muito para que alcançassem o local onde os guardas haviam encontrado o desertor da Muralha. O homem estava amarrado e ajoelhado na neve, o medo claramente estampado em seu rosto. Seu corpo tremia, não só pelo frio, mas também pelo terror do destino que o aguardava. Ele sabia que a pena por deserção era a morte, e estava prestes a enfrentar a justiça de Eddard Stark.

 

Ned desceu de seu cavalo com a mesma expressão grave de sempre, caminhando até o homem sem hesitação. Os filhos de Ned também desmontaram, observando a cena com a mistura de respeito e apreensão que sempre acompanhava tais momentos.

 

Jon, ao lado de Robb, Theon e Bran, observava em silêncio. Seus olhos, embora calmos, analisavam cada detalhe. Ele já havia testemunhado execuções antes, mas havia algo diferente nesse momento—talvez fosse o conhecimento de que em breve estaria deixando tudo isso para trás, ou talvez fossem as mudanças em si mesmo que o faziam enxergar o mundo de forma diferente.

 

Ned desembainhou Ice, a enorme espada de aço valiriano, e a levantou com firmeza. Ele se dirigiu ao homem com a solenidade que o ato exigia, mas sem qualquer crueldade. A justiça, para Ned, não era algo a ser feito com ódio.

 

"Você foi condenado por desertar da Patrulha da Noite," Ned declarou, sua voz ressoando na clareira. "Você tem alguma última palavra?"

 

O desertor, com os olhos arregalados e a voz trêmula, olhou ao redor, como se esperasse que alguém o resgatasse daquele destino. "Eles estão vindo... os mortos, eles estão vindo... vi seus olhos, azuis como o gelo... eles não têm piedade..." Ele gaguejou, as palavras saindo em um fluxo desesperado. "Eles não são homens, não mais... os Caminhantes Brancos... todos mortos... todos mortos..."

 

Jon sentiu uma pontada de inquietação. Mesmo que o homem fosse um desertor, algo na sua voz, no ritmo frenético de seus batimentos cardíacos—que Jon conseguia ouvir claramente, apesar da distância—e o terror genuíno em seus olhos, faziam-no questionar. Talvez o homem estivesse falando a verdade, por mais difícil que fosse acreditar.

 

No entanto, a tradição e o dever exigiam que a deserção fosse punida com a morte. Sem mais hesitação, Ned cumpriu seu dever. Com um único golpe, ele separou a cabeça do homem de seu corpo, e o silêncio que se seguiu foi pesado, pontuado apenas pelo som da espada sendo limpa e embainhada novamente.

 

Os filhos Stark observaram em silêncio respeitoso, e Jon, por um momento, desviou o olhar para o horizonte, onde as terras do Norte se estendiam, vastas e inexploradas.

 

Jon observou por um momento a cabeça do desertor rolando no chão, o peso da execução deixando o ar ao redor mais denso. Ele sabia que Bran estava absorvendo tudo, assim como ele mesmo havia feito quando testemunhara sua primeira execução.

 

Com um movimento calmo, Jon se aproximou de Bran e colocou uma mão firme em seu ombro. "Você fez bem em não fechar ou desviar os olhos," disse Jon, com uma voz suave, mas firme. Bran olhou para ele, absorvendo as palavras do irmão mais velho, e acenou, tentando processar tudo o que havia acabado de testemunhar.

 

Eddard Stark voltou para seu cavalo, sinalizando para que todos fizessem o mesmo. A comitiva se reorganizou e começou o caminho de volta a Winterfell. O ar estava frio, típico do Norte, mas a neve ainda não havia começado a cair. O clima pesado após a execução parecia estar presente em cada respiração.

 

No caminho, o silêncio foi interrompido quando alguns dos soldados que iam à frente pararam subitamente, agachando-se para observar algo no solo úmido. Sor Rodrik Cassel, que estava perto, desmontou rapidamente para verificar, sua expressão ficando séria ao identificar o que estava vendo. Ele imediatamente se dirigiu a Eddard.

 

"Milorde," começou Sor Rodrik, com uma seriedade que fez todos prestarem atenção. "Há rastros aqui... parecem de um lobo... e de um lobo muito grande, por sinal."

 

Eddard franziu o cenho, intrigado. Lobos eram raramente vistos tão ao sul, e o fato de haver rastros de um lobo tão grande chamou sua atenção. O tamanho das pegadas indicava que a criatura era enorme, possivelmente perigosa. "Precisamos encontrá-lo," disse Ned, sua preocupação evidente. "Não podemos permitir que cause danos ao povo."

 

Sor Rodrik Cassel, com a expressão grave, continuou a examinar os rastros. "Os rastros seguem para o norte, na direção das colinas," ele informou a Ned. "Se esse lobo for tão grande quanto parece, precisamos encontrá-lo antes que se aproxime de qualquer assentamento."

 

Ned assentiu, ciente da necessidade de agir rapidamente. "Vamos seguir os rastros. Não podemos arriscar que essa criatura cause danos ao povo."

 

A comitiva ajustou seu curso, agora seguindo os rastros do lobo gigantesco. Jon observava tudo com atenção, sentindo um estranho pressentimento. Algo sobre essa situação não parecia comum, mas ele manteve seus pensamentos para si enquanto continuavam avançando.

 

Após algum tempo seguindo os rastros, o grupo começou a notar sinais de um confronto. A neve estava marcada com rastros de sangue, e o silêncio na floresta parecia ainda mais pesado. Finalmente, à medida que avançavam pela trilha, encontraram a origem do rastro: um imenso lobo estava caído, com um chifre de cervo cravado em seu corpo.

 

Todos pararam, surpresos com a visão. O lobo era maior do que qualquer um que já haviam visto, mesmo nas lendas contadas no Norte.

 

"É um lobo gigante," murmurou Ned, reconhecendo o símbolo ancestral da Casa Stark. O olhar de Jon se fixou no animal, sentindo uma estranha conexão com a criatura. "E ali," Ned apontou para mais adiante, "parecem ser filhotes."

 

A comitiva se aproximou com cautela, encontrando cinco pequenos lobos gigantes próximos ao corpo da mãe. Os filhotes estavam vivos, mas claramente perdidos sem sua mãe. A expressão de Ned era séria, sabendo que a sobrevivência desses lobos seria difícil sem cuidados.

 

Jon, com sua mente já funcionando a toda velocidade ,"Cinco filhotes, exatamente como o número de seus filhos, pai" ele disse, a ideia surgindo naturalmente em sua mente.

 

Após encontrar o corpo do lobo gigante e os filhotes ao redor, a comitiva de Winterfell ficou em silêncio, observando os pequenos lobos indefesos. Ned estava claramente dividido entre a responsabilidade de proteger os seus e a estranha coincidência de encontrar exatamente cinco filhotes.

 

Enquanto Jon segurava um dos filhotes, Theon Greyjoy, que havia permanecido calado até então, deu um passo à frente, seu rosto carregando um sorriso cínico. "Esses animais são perigosos," ele disse, sua voz carregada de desprezo. "Deveríamos acabar com eles agora, antes que cresçam e se tornem uma ameaça."

 

Com essa afirmação, Theon puxou sua adaga e avançou na direção dos filhotes. Mas antes que pudesse chegar mais perto, Jon se moveu com uma velocidade impressionante, sacando sua espada e colocando-a contra o pescoço de Theon. O movimento foi tão rápido que Theon mal teve tempo de reagir, congelando no lugar com a lâmina fria pressionando sua pele.

 

"Você ousa tocar no símbolo da Casa Stark?" A voz de Jon estava carregada de uma fúria gelada, seus olhos fixos nos de Theon. "Você, uma Lula, ousa ameaçar algo tão sagrado para esta casa?"

 

Antes que a situação pudesse escalar ainda mais, Eddard Stark interveio, sua voz cortando o ar com autoridade. "Chega!" Ele ordenou, o tom firme fazendo com que ambos parassem. Jon baixou sua espada, mas não sem antes dirigir um olhar frio e afiado para Theon. O jovem Greyjoy estava visivelmente abalado pelo comportamento explosivo de Jon e largou o filhote, não ousando tocá-lo novamente.

 

Jon respirou fundo, tentando acalmar a adrenalina que ainda corria em suas veias. Ele olhou para os filhotes e depois para seu pai. "Existem cinco filhotes, exatamente como o número de seus filhos, pai. Cada um para os filhos do Lorde de Winterfell."

 

Bran, que estava ao lado de Jon, olhou para ele com uma expressão confusa. "Mas Jon, você também é um Stark," disse ele, inocentemente.

 

Jon sorriu para o irmão mais novo, mas havia uma tristeza velada em seus olhos. "Vocês são os verdadeiros herdeiros de Winterfell," respondeu ele, desviando o olhar. Depois de dar os filhotes a Bran e Robb, Jon ficou em silêncio por um momento, sentindo algo diferente.

 

Foi então que ele percebeu—ainda havia algo ali. Um batimento fraco, quase imperceptível, vindo do corpo da loba morta. Sem dizer uma palavra, Jon se aproximou do corpo, deixando os outros em dúvida sobre o que ele estava fazendo. Ele se ajoelhou ao lado do grande animal e colocou a mão sobre sua pele fria, fechando os olhos por um momento.

 

Então, com um movimento firme, Jon retirou um sexto filhote, albino como a neve, respirando fracamente, mas ainda vivo. A surpresa foi geral. Ninguém havia notado o filhote antes, e todos o olharam com espanto.

 

"Como você sabia que havia mais um?" Robb perguntou, impressionado.

 

Jon apenas olhou para o filhote em seus braços, sentindo novamente aquela conexão estranha e profunda. "Eu apenas... senti," respondeu ele, sabendo que suas palavras não explicavam completamente o que ele havia experimentado.

 

Ned observou a cena em silêncio, claramente ponderando sobre o que acabara de acontecer, mas finalmente assentiu. "Levem os lobos," disse ele. "Cada um de vocês será responsável por cuidar do seu. E Jon, cuide bem desse, ele é diferente dos outros, assim como você."

 

Com os filhotes de lobo distribuídos, a comitiva de Winterfell retomou seu caminho de volta à fortaleza. Jon, mantendo o pequeno filhote albino protegido sob seu manto, cavalgava ao lado de seus irmãos em silêncio.

 

Enquanto avançavam pelo terreno familiar, Jon sentia uma estranha conexão se formando entre ele e a pequena criatura. Não havia necessidade de palavras; apenas um entendimento tácito de que o filhote agora fazia parte de sua jornada.

 

Sem mais demora, a comitiva seguiu em frente, com as torres de Winterfell surgindo à distância.