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Prólogo: 1° Capítulo | "Criação e Caos"

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Em um certo laboratório subterrâneo, o silêncio era interrompido apenas pelos passos apressados e as ordens dos supervisores, enquanto todos se dedicavam ao trabalho com seriedade.

De repente, uma risada alta ecoou pelo ambiente, quebrando a concentração de todos.

Os presentes se levantaram para saudar o recém-chegado, um homem de cerca de 40 ou 50 anos, vestido com uniforme militar formal.

Apesar da interrupção, os cientistas logo voltaram às suas atividades, acostumados com a presença do homem.

"Onde está o doutor Thompson?" O homem perguntou a um dos pesquisadores por perto.

"Ele está na área central, cuidando dos preparativos finais para o evento de hoje, senhor. Quer que eu o notifique?" Um pesquisador se prontificou a responder.

"Não é necessário, eu mesmo vou até lá. Preciso ver isso por mim mesmo." Disse o militar com olhos brilhantes quando o pesquisador falou do projeto.

"Certo, senhor. Nesse caso peço sua licença." Respondeu e de imediato se virou para sua própria mesa sem perder tempo.

O militar não se importou mais com os pesquisadores e foi direto para um corredor central, em direção ao cientista-chefe do laboratório, passando irrestrito pelos pontos de controle no caminho.

Depois de algum tempo passando pelos corredores cinzentos do laboratório, ele finalmente chegou ao laboratório central. Um salão circular, as paredes de um branco brilhante, toda a sala sugeria um ambiente de altíssima tecnologia.

Na parte externa haviam grandes recipientes luminosos, em cada um tinha o que parecia serem cobaias experimentais de diversas formas e tamanhos, envoltas em fluidos de diferentes cores a maioria estava imóvel em um estado de sono profundo.

Alguns até congelaram em hibernação e pareciam mortos, mas alguns poucos se mantinham acordados com os olhos entreabertos, como se estivessem monitorando o ambiente, mesmo com o frio extremo e as substâncias dos tubos injetados neles.

Se forçando a ignorá-los, o militar continuou andando e logo passou por uma divisória, chegando a uma grande sala de controle. Olhando em volta era possível ver diversos gráficos, muitos sobre os espécimes experimentais presentes do lado de fora.

Dezenas de cientistas estavam trabalhando incansavelmente, verificando dados ou equipamentos com afinco.

No epicentro das atividades, estava uma pequena ala de formato circular, com não mais que um metro de raio. Dentro da ala jazia o que parecia ser um ovo, estranhamente a casca desse ovo era de um cinza opaco com padrões como escamas.

Ao lado da ala, havia um homem, que parecia ter pelo menos 60 anos. Seus cabelos grisalhos estavam um tanto bagunçados e rosto cansado, mas seus olhos, energéticos e brilhantes, observavam cuidadosamente para o objeto dentro do círculo interno.

"Olá, doutor Thompson. Como está o desenvolvimento do projeto?" - perguntou o militar, interrompendo o olhar concentrado do cientista para a vitrine.

"Coronel Hill, boa noite. Achei que chegaria mais tarde. Ainda falta algum tempo até finalizar." - respondeu o ancião, doutor Thompson, com um sorriso, virando-se para o militar.

"Eu queria estar presente quando ele ficasse pronto." - comentou o coronel Hill.

"Bom, então espere um pouco. A transferência de energia está a todo vapor. O único problema é que a taxa de absorção de energia continua aumentando."

Explicou o doutor Thompson, com entusiasmo e certo receio.

"Quanto mais energia o embrião absorver, melhor. Correto? Por que a preocupação?" Perguntou o coronel Hill.

O cientista chefe organizou sua fala por um momento antes de responder. - "Não tenho ideia de como vai se desenvolver. Nunca chegamos nesse ponto, todos os experimentos nesse projeto falharam antes de sequer um embrião formado.. Se algo der errado e falharmos agora, não teremos outra chance."

O cientista falou lentamente, com preocupação evidente no seu tom de voz.

"Não pense muito sobre isso. Suas pesquisas se mostraram de extrema importância. Agora deve apenas focar em fazer com que dê certo." - O coronel Hill não pareceu ter reação às preocupações do doutor. Ainda exa

lava a sensação de tranquilidade e empolgação, não parecia alguém de mente afiada.

O doutor Thompson apenas suspirou em resposta, sabendo bem da personalidade do militar.

Depois de conversarem mais algumas palavras, o Hill deixou que o doutor continuasse as preparações e ficou de lado observando em silêncio.

Quase meia noite, a escuridão do lado de fora não impedia os cientistas. Com animação e tensão, todos fizeram seu papel de maneira ordenada, como se por um passo fora do ritmo fosse um insulto para seu trabalho.

"Quero todos atentos! Começem!"

Em meio a espera, o momento tão esperado chegou, com o comando do cientista chefe, os procedimentos para o andamento do projeto foram iniciados. Cada informação que passava e cada dado dos equipamentos era registrado.

Equipamentos de alta tecnologia funcionando em plena capacidade e todos com se mantiveram com a máxima atancao… Mas mesmo com toda a estrutura do laboratório, a situação rapidamente ficou fora de controle.

"Senhor, a velocidade de absorção de energia aumentou muito sem aviso e não para de aumentar!"

"A quantidade de energia é muito grande, o campo magnético está distorcido. Se continuar dessa maneira vai influenciar a leitura dos equipamentos."

"Vários medidores já falharam! Senhor, temos variações no campo gravitacional, a energia está sendo atraída pelo embrião, mas não absorvida. Vai atingir o ponto crítico em breve!"

Diante dos vários problemas e imprevistos o ancião fez o possível para se manter calmo e pensar em uma solução.

"Todos quietos! Rápido! Parem de restringir a passagem de energia e direcionem todo o fluxo para o embrião!" – Falou com autoridade enquanto fazia ele mesmo alguns dos ajustes necessários.

"Lembrem todos, lembram dos erros anteriores e de como chegaram aqui?! Não joguem fora a chance de dar certo por conta do nervosismo! Essa é a pesquisa da vida de todos, ninguém pode falhar aqui, agora!" - O coronel perdeu os ares de tranquilidade de antes, seus olhos aguçados e firmes colocam mais pressão do que a situação que os pesquisadores estavam. Como se um balde de água fria tivesse derramado neles, o foco voltou para a resolução do problema.

Como se encontrassem uma base segura, os cientistas logo se mantiveram calmos com as palavras dos superiores e cada um fez o necessário para cumprir as ordens que lhes foram dadas.

Em volta do ovo, arcos elétricos brilhavam com cada vez mais frequência. A casca cinza parecia de um brilhante quase metálico. Fora da vista de todos, pequenas linhas pretas surgiram da base do ovo, se espalhando por todos sua superfície.

De repente, o ovo no centro pulsou por um instante com uma luz intensa e, em seguida, tudo ficou silencioso. Os aparelhos simplesmente pararam, e a maioria desligou, deixando apenas as medidas de segurança mais básicas ativas.

Os pesquisadores se perguntavam o que aconteceu, perdidos com a situação repentina.

"..Falhamos? O que deu errado?" O doutor Thompson caiu debilmente em sua cadeira, deprimido enquanto murmurava com uma expressão de perda.

A cor do ovo ficou semelhante a preto fosco, com um aspecto semelhante a cinzas. Todos se desanimaram e pensaram que haviam falhado.

Um dos pesquisadores jogou uma caneca de metal no recipiente onde o ovo estava em um acesso de raiva e frustração. Mas antes que pudessem reclamar de seu comportamento, a caneca ficou mais lenta no ar enquanto era cercada por arcos elétricos.

Como se estivesse entrando em um atoleiro, ficou cada vez mais lenta até parar e então foi lançada violentamente de volta pelo campo eletromagnético.

Antes que a surpresa pelo acontecido se espalhasse, outro imprevisto aconteceu.

Como se sentissem perigo, as espécies experimentais do laboratório externo agiram com cada vez mais agitação e violência, tentando quebrar as algemas de seus recipientes e escapar.

"Ativem as medidas de segurança!"

Alguém gritou com pressa e logo, do teto ao chão surgiram placas de metal isolando os seres dentro dos recintos enquanto grandes quantidades de sonífero eram despejadas.

Quando eles finalmente se acalmaram, um dos pesquisadores que monitorava a situação do ovo chamou com certo entusiasmo e esperança na voz.

O doutor voltou para dentro da sala e recuperou o ânimo ao ver o ovo vibrar um pouco.

"Vai nascer!" Exclamou baixinho com entusiasmo e alivio.

Todos se aproximaram para testemunhar o evento, embora a maioria dos dispositivos já estivesse desregulada, tornando difícil continuar observando. Entretanto, outro evento inesperado aconteceu: sem nenhum impacto ou contato, o vidro espesso do recipiente onde o ovo estava rachou subitamente.

As pupilas do Dr. Thompson se contraíram, e ele gritou com urgência:

"Parem o fornecimento de energia!"

"Já paramos! O fornecimento foi interrompido na primeira onda de choque." - respondeu o responsável, embora confuso. Mas em vez de se acalmar, o doutor ficou ainda mais aterrorizado. As rachaduras continuavam a se expandir em todas as direções.

"Ativem os bloqueios depressa! Ativem todas as medidas de segurança! Evacuem a área, todos para fora!" - ordenou o doutor.

Ouvindo as ordens, todos na sala se apressaram, cada um ficando ocupado e ainda mais nervoso que antes devido ao desconhecido.

"O que está acontecendo aqui?" - gritou o coronel, quase aos berros.

"O campo gravitacional dentro da sala está entrando em colapso! A sala vai implodir!" - respondeu o doutor enquanto corria.

"Como assim!? O que houve!?" - perguntou o coronel novamente, sem obter resposta desta vez.

Quando todos saíram da sala central, paredes metalicas emergiram do teto e do chão, cercando todo o recinto interno.

Antes que pudessem se sentir seguros, houve um estrondo e as paredes de várias toneladas recuaram como se estivessem sob pressão. Compactadas lentamente em direção ao centro. A estrutura extremamente resistente, capaz de aguentar explosões mísseis, mostrava sinais de queda, e todos sentiram seus corpos sendo atraídos para o centro pela gravidade.

"Vão para longe!" - ordenou o coronel Hill.

Todos correram em terreno plano, mas sentindo como se estivessem escalando uma ladeira ingrime devido a atração gravitacional.

Quando estavam prestes a chegar com dificuldade na extremidade mais distante, uma onda de choque irrompeu do centro, enviando todos em direção à parede externa.

Aqueles mais próximos às parede externas não sofreram tanto quanto os outros, tendo apenas desmaiado.

Depois disso, tudo ficou em silêncio. Como se todo o caos de poucos segundos atrás nunca houvesse existido…

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No silencioso laboratório, agora destruido em grande parte, o ovo permanecia imóvel. Despretensiosamente no meio de todo o caos a sua volta.

Todo o ovo, agora preto puro, lentamente foi coberto por finas linhas douradas por toda a superfície. As linhas se juntaram lentamente, produzindo um padrão semelhante a escamas.

As linhas brilhavam como ouro, era como se fluísse pela casca. Emitindo uma luz suave, que pulsava como um coração batendo.

As "escamas" foram lentamente quebrando e se desfazendo, sendo atraídas para o interior do ovo.

Depois de algum tempo a criatura foi revelada, algo parecido com um pequeno dragão com escamas dourado escuras. Tinha pequenas lâminas ósseas negras na lateral das patas dianteiras e os pequenos chifres faziam um padrão semelhante a uma coroa.

O pequeno dragão respirou pela primeira vez e, junto com uma grande quantidade de ar, puxou a energia latente que ainda restava a volta para si.

Depois de alguns instantes o ser despertou com um bocejo, esfregou os olhos e se encolheu novamente. Enrolado em torno de si mesmo e adormeceu tranquilamente.

Eram tempos de paz e silêncio dentro da sala, contrastando como a pressa e ansiedade do mundo externo.

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