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capítulo 4

É um momento clássico de irmãos, você acorda e de repente vê sua irmã te encarando. De repente, um susto! Eu acabo caindo da cama.

"Que susto, Ana! Por que estava me encarando enquanto eu dormia?" reclamei.

Ela, com seu jeito curioso, perguntou sobre como foram meus primeiros dias no ensino médio. Talvez eu não tenha mencionado antes, mas minha irmã tem 15 anos, um ano mais nova do que eu e já está quase concluindo o fundamental. Comecei a contar a ela tudo o que aconteceu, cada detalhe dos meus primeiros dias na nova escola.

A interação entre irmãos sempre traz uma mistura de brincadeira e provocação. Ana, curiosa como sempre, percebeu minha animação ao falar sobre o Miguel.

"Ah, então a minha irmãzinha está apaixonada por um garoto chamado Miguel", ela comentou, meio provocativa.

"Tenta manter isso em segredo, Ana. E, aliás, eu sou mais velha que você", respondi, tentando esclarecer o fato.

"Uau, você está evoluindo rapidamente! Já tem um crush, amigos e até uma rival. Quem é você de verdade, Paula?" ela provocou novamente.

"Essa é a pergunta, né? Mas espere aí, estou atrasada. Preciso tomar banho, me arrumar, fazer meu almoço e levar para a escola, senão não vou conseguir chegar a tempo", comentei enquanto corria para organizar tudo.

Comecei a me arrumar às pressas. Não tive tempo para que minha irmã me maquiasse, estava tudo muito corrido. Saí de casa apressada, sem nem olhar para trás, diferente da última vez. A correria era o tom do momento, e não podia perder tempo se quisesse chegar à escola a tempo.

Na escola, deparei-me com todas as portas fechadas, incluindo a da nossa sala, onde encontrei Miguel. Indaguei sobre o que estava acontecendo.

"O que aconteceu?" perguntei.

O Miguel explicou que o professor havia dito que quem chegasse atrasado teria que ficar do lado de fora até o término da aula, o que significava três períodos inteiros.

"Isso é um problema... Vamos matar aula então", sugeriu ele.

Fiquei um pouco surpresa com a proposta repentina.

"Agora?" questionei.

"Sim, afinal, já estamos atrasados mesmo. Vamos", respondeu ele, estendendo a mão para mim.

Aceitei sua mão firmemente, pronta para seguir seu plano. Ele sorriu para mim, e começamos a correr juntos, quase como um príncipe que salva a princesa de um ogro malvado – sem ofensas, Shrek, eu adoro você!

Chegamos do lado de fora da escola, e Miguel sugeriu brincarmos no parquinho. No balanço, começamos a nos divertir, e em um momento espontâneo, comecei a cantar uma das minhas músicas favoritas da cantora Olivia Rodrigo.

"And I thought my heart was detached

From all the sunlight of our past

But she's so sweet, she's so pretty

Does she mean you forgot about me?"comecei a cantar

"Você canta muito bem, essa é uma das minhas músicas favoritas", comentou Miguel.

"Sério? Também é uma das minhas favoritas", respondi empolgada.

Nos olhamos e sorrimos um para o outro. Naquele momento, tudo parecia como um sonho, daqueles que são tão lindos e maravilhosos que parecem únicos. Era como se fosse um desses sonhos que você deseja ver de novo. Naquele momento, eu queria ver o que o futuro reservava para nós dois.

A conversa entre mim e o Miguel seguiu um caminho interessante.

"Aliás, Paula, você está bem? Ontem, quando a Raíssa te empurrou, desculpa por não ter conseguido te ajudar", comentou ele.

"Tudo bem, não foi sua culpa", respondi, tentando minimizar a situação.

Na verdade, a culpa era toda daquela Raíssa chata que parecia não deixar ninguém em paz.

"Eu sei que a Raíssa pode passar dos limites às vezes, mas ela é legal. Só precisa saber como se comportar", comentou Miguel.

"Acho que você tem razão. Mas olha pelo lado bom, pelo menos ela não está aqui para atrapalhar um momento apenas entre amigos", respondi, tentando mudar o foco da conversa.

Começamos a nos olhar, e naquele momento, tudo parecia mágico. Seus olhos brilhavam intensamente, algo que eu nunca tinha visto antes, talvez porque eu só o tenha visto duas vezes. Era um momento único.

O instante que precedeu o possível beijo foi interrompido abruptamente quando Miguel se afastou, expressando confusão e incerteza.

"O que estamos fazendo, Paula? Isso não está certo, desculpe", ele disse, sua voz carregada de incerteza e um dilema interno evidente.

"Está tudo bem", respondi, tentando ocultar a decepção que se espalhava dentro de mim.

A expressão nos olhos de Miguel mudou rapidamente. Seu semblante, anteriormente cheio de entusiasmo e alegria, transformou-se em seriedade e preocupação. Era evidente que algo o incomodava, algo que ele desejava expressar, e eu também sentia o peso de uma pergunta que precisava ser feita, algo similar ao que tinha perguntado à Liandra. Era como se ambos estivéssemos imersos em um momento de dúvidas e questionamentos.

**Paula:** Por que não quer me beijar?!

*O questionamento escapou de mim sem ponderar o contexto ou as implicações.*

Miguel me encarou com uma expressão de desconcerto.

**Miguel:** Como assim, Paula? Conhecemos um ao outro há apenas dois dias. Não é tão simples assim.

**Paula:** Mas você quis, estava prestes a acontecer, podemos dar uma chance...

*Minhas palavras soavam carregadas de frustração e esperança, uma mistura confusa de sentimentos.*

**Miguel:** Desculpe, mas não posso fazer isso.

*Seu tom era gentil, mas firme. Senti um nó se formando em minha garganta.*

**Paula:** Não importa. Eu investi tanto para estar com você e agora...

*Lágrimas escapavam dos meus olhos, incontroláveis e expressivas.*

**Miguel:** Paula, o que você quis dizer com "tanto"?

**Paula:** Não importa mais. Eu não quero mais. Antes eu faria de tudo por você, mas agora...

*Minha voz falhou, e o desapontamento se transformou em uma decisão impulsiva.*

Com lágrimas turvando minha visão, corri dali, tentando escapar do peso das palavras não ditas e da sensação sufocante de um coração partido.

**Paula:** Alô, Isaac... aconteceu algo terrível.

**Isaac:** Deixa eu adivinhar, você se atrasou?

**Paula:** Não, foi... sim, eu me atrasei. Vi o Miguel, e acabamos decidindo matar aula. Fomos para o parque, começamos a conversar e... quase nos beijamos, mas ele não quis. Então começamos a discutir, e eu... eu disse que gostava dele.

*Minhas palavras eram pesadas, carregadas de desapontamento e uma pontada de dor.*

**Isaac:** Uau, isso soa exatamente como aquelas séries adolescentes em streaming.

*Havia um misto de ironia e tentativa de amenizar o clima na voz de Isaac.*

*Comecei a rir, um riso nervoso e forçado.*

**Paula:** Você e Liandra podem vir para cá?

**Isaac:** Claro, estamos a caminho. O professor não vai brigar Ele passou mal e nos liberaram mais cedo. Já estamos a caminho.

*Não consegui evitar a tristeza em minha voz, mesmo tentando esconder minhas emoções.*

*Desliguei o celular e, enquanto esperava, os pensamentos sobre Miguel continuavam martelando em minha mente. Mesmo com o coração partido, sabia que algo dentro de mim ainda sentia por ele. Era uma confusão de sentimentos que eu simplesmente não conseguia explicar.*

**Narração:**

Alguns minutos e horas se passaram até que ouvi a porta se abrir. Ao olhar, vi Isaac e Liandra entrando. Não pude conter as lágrimas, abracei-os com uma força intensa. Sentamos à mesa, e a conversa começou.

**Liandra:** O que aconteceu?

**Isaac:** A Paula está triste por causa do Miguel. Eles quase se beijaram, mas o Miguel não quis.

**Paula:** Isaac, por que não contou para Liandra?

**Isaac:** Porque a Raíssa não sai do nosso pé. Ela nos seguia por todo lugar.

*Raíssa sempre fora insuportável. Eu a conhecia há apenas três dias, mas desde aquele encontro, algo mudou. Lembrei do que Miguel disse, que nos conhecíamos há três dias. Era estranho, mas desde aquele momento, algo novo surgiu. Algo chamado amor. Já gostei de outros garotos, mas aquilo parecia diferente, como uma cena de dorama.*

*Então, a porta se abriu novamente, e lá estava Raíssa entrando. Seu olhar sério causou um arrepio, e naquele momento, o medo se instalou em mim.*

**Narração:**

Raíssa veio em minha direção com fúria, batendo forte na mesa.

**Raíssa:** Você, numa competição de dança amanhã. Vai perder, garota!

**Liandra:** Raíssa, para com isso!

**Raíssa:** Cala a boca! Você está do lado dela. Não confio mais em você, Liandra. Quer saber, dane-se!

*Raíssa saiu, visivelmente irritada, como se não estivesse brincando. Liandra correu atrás dela.*

**Liandra:** Pessoal, eu tenho que ir atrás dela. Depois a gente se fala.

*Liandra partiu correndo atrás de Raíssa.*

**Isaac:** Bom, isso foi estranho. Acho que também é hora da gente ir embora. Vamos?

**Paula:** Vamos.

*Saímos da sorveteria ainda tensos. A situação era estranha. Por que Raíssa me desafiaria para uma competição de dança? Não conseguia entender essas pessoas estranhas da escola. A Paula de antes talvez não se envolvesse, mas a de agora estava disposta a enfrentar tudo.*

**Paula:** Isaac, eu preciso ir.

**Isaac:** Tudo bem, até amanhã.

**Paula:** Até amanhã.

*Sai correndo de lá, com pensamentos confusos. A escola estava se revelando um lugar cheio de surpresas, e eu estava pronta para enfrentar o que viesse.*

**Narração:**

Corria em direção à minha casa, como se estivesse fugindo de uma tempestade iminente. Era como se minha vida dependesse dessa corrida, e, de certa forma, isso era verdade. Ao chegar em casa, abri a porta apressadamente, encontrando Ana com um olhar assustado.

**Ana:** O que foi, Paula?

**Paula:** Ana, eu preciso da sua ajuda.

Continua...

Capítulo 5 dia 18/03