webnovel

CAPÍTULO VII: O DETETIVE

Sinceramente, até aquele dado momento, não tinha certeza absoluta do que César havia me roubado, apenas tinha certeza que ele levou algo do meu coração. Talvez um órgão.. não sei...esse vazio que penetrava meu corpo me incomodava muito.

Quando enfim chegamos na cidade deixei o velho e esperei ele me pagar. Esses senhores são muito lerdos inclusive... complicado demais. Depois que ele me pagou fui ao restaurante mais próximo, queria ver se era apenas a minha comida que não me dava alegria. Pedi um hambúrguer, comi mas não deu em nada.. estava gostoso porém não me deu sensação nenhuma.

Naquele momento passava o jogo de futebol, o time da cidade jogava contra os Presa de Tigre, um time de uma cidade mais longínqua. Nosso time marcou um gol. Não senti alegria, não me animei. Nada. Apenas fiquei parado.

Nesse momento percebi que algo estava muito errado, pois sempre fui fã de futebol e gosto de comemorar. Claro, não sou como esses brutamontes que gritam e pulam para todo lado derrubando cerveja na cabeça dos frequentadores de bar, mas gosto da animação, comemoro do meu jeito e particularmente acho o time de Rômula muito forte e merecedor de suas conquistas.

Após esse evento resolvi ir atrás de um psicólogo e contar a ele sobre o ocorrido. Quando estava prestes a entrar no consultório do doutor Jaguar, um homem de terno azul e chapéu me parou.

- Bom dia senhor! - Me comprimentou.

- Bom dia! - Respondi.

- Sou o detetive Severino, trabalho para a polícia e estou atrás de um sujeito - disse ele com um ar sério mas ao mesmo tempo nervoso - Fiquei sabendo que ele pagou uma corrida ao senhor as 15 horas do dia de ontem.

Beleza, não fiquei surpreso com um membro da polícia caçando ele, até porque uma pessoa com um poder daquele só podia ser bandido...

- Sim seu Severino, levei o camarada ao seu destino e acabei pagando o pato. - disse

- Como assim ? - Perguntou ele, e depois continuou - Ele lhe roubou algo do seu peito deixando um vazio dentro?

Minha surpresa retornou.

- Sim senhor, esse desgraçado fez isso mesmo! - Respondi com uma face séria. Claro ela estava séria desde o começo da conversa.

- E por que não consultou a polícia, o senhor seria uma testemunha extremamente útil! - Ele me respondeu.

- Desculpa, apenas não me alarmei com isso - de fato.. ainda não entendi porque não fui atrás da polícia, enfim.

- O senhor poderia me levar ao local do crime?

- Claro senhor Severino!

Então liguei meu carro e parti com Severino a minha residência.. esqueci totalmente do psicólogo, até porque naquele momento queria entender melhor o caso de César.

O lado bom é que economizei minha renda.