Quando tinha dez anos seu pai morrera e sua mãe partiu logo depois. vítima da mesma doença. Gwayne teria se entregado a tristeza se não fosse por sua prima Cerella e seu amigo Daeron. que era filho do ferreiro. Eles o ajudaram a preencher o vazio. principalmente Cerella que compartilhava a mesma dor. o pai dela morreu uma semana antes do pai de Gwayne. eles visitaram diariamente o pequeno septo de pedra do vilarejo por duas semanas. pediam misericórdia para os doentes do vilarejo. Depois de uma mês a maioria se recuperou, e com o tempo, todos foram se esquecendo que ela sequer existira. Os três eram inseparáveis durante esse tempo, por vezes Gwayne colocara uma corda na janela para Daeron subir a noite. Aconteceu tantas vezes que Sor Lymond já havia aceitado, certo dia, ele descera as escadas e encontrou o avô tomando seu desjejum. Ele o olhou imediatamente e disse.
— Daeron não descera?
Ele se limitou a abaixar a cabeça com vergonha. Então, a gargalhada de seu avô o trouxe de volta.
— não tem problema, rapazinho. Disse Sor Lymond. — eu sei como o meu ferreiro é, ele é um homem difícil.
Gwayne ergueu a cabeça aliviado. — mas você deveria ter me contado, por isso ficará de castigo e rezará pelas manhãs no septo. O rapazinho bufou. — eu gosto do septo... ele logo percebeu que a boca o traíra e a fechou com as mãos.
— então, sem Daeron e nada de Cerella, fará suas refeições no quarto. estamos entendido?
— sim, senhor. Disse Gwayne abaixando os braços em sinal de derrota.
— volte para o quarto, mandarei os serviçais levarem o desjejum para você, e Daeron. — Sor Lymond se virou e fisgou um pedaço de bacon com o garfo.
Gwayne correra de volta ao quarto. seu castigo durou uma semana inteira. Durante o restante do ano, ele, Cerella e Daeron eram inseparáveis. Adoravam brincar no bosque perto do vilarejo. Gwayne e Daeron disputavam a sorte de quem iria ser o cavaleiro defensor da princesa e quem iria ser o rufião. Depois pegavam galhos longos e usavam como espadas. Outras vezes apostavam corrida no lago, Daeron sempre vencia nesse. Era pequeno e rápido, difícil de achar outro rapaz como ele no vilarejo. Cerella sempre a primeira a ser encontrada observando Daeron. era uma garotinha voluntariosa, sempre com sorriso no rosto. O avô deles, Sor Lymond sempre tinha que mandar um de seus cavaleiros atrás deles. depois voltavam e iam direto para o arsenal, encontrar com Sor Desmond Linger, o mestre de armas de ForteOrgulho. Gwayne era o melhor espadachim entre os garotos do vilarejo. era alto e forte para a idade, tinha um olhar astuto e um braço bom para lança. Sor Lymond o queria treinado como cavaleiro. Daeron já era outra história, ele era pequeno e frágil, tinha muita desvantagem contra os outros garotos, mas com o tempo ele melhorou após me pedir alguns conselhos. Eu disse o óbvio, era melhor ele se aperfeiçoar como lanceiro ou arqueiro. E foi o que ele fez, com o tempo ele melhorou muito. inclusive se tornou o melhor arqueiro do grupo de treino. Fazendo Lady Cerella ficar alegre com os feitos dele. Os outros garotos que não gostaram muito, partiram para cima dele com palavras. o roliço filhote de um dos cavaleiros do meu avô disse. "o filho do ferreiro não deveria treinar aqui" as lágrimas correram nos olhos de Daeron.
— deixem o em paz. — Gritou Cerella —
foi então que minha lança alcançou a boca dele. Ele parecia que iria chorar devido ao pequeno corte na bochecha, então saiu correndo e Cerella desatou a rir. Os outros garotos foram correndo atrás dele.
— eles morrem de medo de ti, Gwayne.
Gwayne dera um meio sorriso a ela.
— isso demonstra um pouco de inteligência da parte deles.
Então, Daeron limpou os olhos com as mangas.
— está bem? Indagou Cerella.
— estou, não é nada, Senhora. — Respondeu ele. Lembrando de sua baixa nascença.
Cerella colocou a mão no queixo, e mordeu o lábio estudando o porque ele a chamou de senhora do nada.
— já está na hora de ir, vamos Cerella. Disse Gwayne colocando a lança sobre os ombros. — nos vemos amanhã, Daeron. Então, caminhou até o depósito de armas e colocou a lança e o escudo no lugar.
Depois chamou por Cerella novamente, que caminharam de volta ao castelo conversando.
Após alguns dias, aconteceu algo diferente. Foi um dia comum, ele se levantou, cumpriu seus deveres com a Septa Lorren, treinou com Sor Desmond, brincou com Cerella e foi com Daeron até o bosque para nadar, Cerella não pode ir porque tinha aula de dança. Eles nadaram e quando começou o crepúsculo vespertino regressaram ao vilarejo, o dia finalmente chegou ao fim. ele se banhou e foi para a cama. ele adormeceu rapidamente, estava em um sonho profundo e bom, até ser arrancado dele, acordou com uma besta o sufocando, parecia homem, ou parecia um... Tinha asas, Gwayne pensou. mas não via nada. Apenas escuridão, a não ser pelos olhos... Olhos de um amarelo doentio. Ele tentou gritar mas a besta o sufocava muito forte, ele estava perto de perder a consciência, morrendo percebeu ele. mas lutou até o fim pois sabia que se ele desistisse, tudo estaria acabado. sem mais risos ou alegria, Nada!
Até que a porta do quarto se abriu, entrando uma breve luz de um archote. então a coisa se virou e o soltou. Gwayne arfava sobre a cama, paralisado. Então ouviu um berro. Só podia ser Cerella ele pensou rapidamente, então saiu da paralisia. ele pulou sobre a criatura para dar a chance de sua prima fugir. Lá fora os guardas se agitavam e entravam pela porta do castelo, abriram a porta principal aos berros e Sor Lymond saiu pela porta do quarto com a espada na mão gritando por seus netos. Sor Lymond, pensou ser Tywin Lannister vindo terminar o que ele começou no passado. Desceu as escadas rapidamente.
— o que aconteceu? Indagou ele furioso a um dos guardas que passou a porta.
— não sabemos, Senhor. — nesse instante um som aterrador veio do segundo andar — a besta se movimentou violentamente jogando Gwayne na parede, e em seguida correndo loucamente contra a janela de carvalho e ferro, a destruindo completamente.
então, os guardas e Sor Lymond correram para a segunda escada, para o quarto dos netos.
Gwayne estava gritando de dor no chão quando os guardas entraram, a última coisa que ele viu foi Sor Lymond abrindo espaço entre eles. "Quem era aquela garota?" Pensou ele antes de apagar.