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Noah burnlie's pov

Ainda invisível, acompanhei Jake para o trabalho. Não faço ideia de como vou fazer pra nós conhecermos mas... Descobri algumas coisas sobre a vida profissional dele: ele trabalha como diretor do estúdio de dança e teatro Roxane, e às vezes ajuda os professores com algumas coreografias. Apesar de ser um pouco temperamental, ele consegue lidar bem com as crianças e adolescentes que frequentam o estúdio.

Não encontrei muitas pessoas com quem eu pudesse fazer com que ele formasse um par; a maioria das pessoas ou eram casados ou eram menor de idade, o que vai contra as regras angelicais.

A fim de bolar um plano, decidi ir ao high park, - uma praça famosa de Toronto - e, como sempre, havia várias pessoas, mas nada que me deixasse incomodado. Coincidentemente encontrei o filho de Summerdale - Peter acho que é o nome dele - jogando futebol com os amigos.

Sentei-me em um banco para apreciar a vista das crianças alegres brincando e algumas pessoas passeando com cachorros.

Agora, voltando ao que interessa, como eu posso me aproximar de Jake?

Pensei em conhecê-lo em um evento com várias pessoas,alguma festa talvez, mas ultimamente Jake não tem saído muito de casa.

Mas se ele não sai de casa fica difícil conhecê-lo

Quem sabe eu possa conhecer alguém que ele é super próximo e então fica mais fácil de me aproximar dele também.

Droga, isso levaria um tempão!

Passo a tarde no parque tentando pensar em algo genial que me aproxime de Summerdale, mas não tive sucesso. Perdido em pensamentos, quando volto à realidade, já está escurecendo e não tem muita gente no parque.

Levei um susto quando olhei pro lado e encontrei Peter do outro lado do banco. Ele estava com o celular na mão, parecia meio confuso e... chorando?

_ Aconteceu alguma coisa garoto? _ perguntei.

Ele olha para mim espantado e seca as lágrimas com as mãos, ainda encarando o celular.

_ Eu... Eu não consigo voltar pra casa _ posso sentir o pavor em sua voz trêmula. O menino se encolhe no banco e esconde o rosto com as mãos.

_ Eu calma,_ preciso fingir que ele é só uma criança qualquer pra não ficar tão estranho _ cadê os seus pais, eles não vão vir te buscar?

_ Não. Meu pai está trabalhando, eu disse pra ele que eu conseguia ir pra casa sozinho. _ diz o garoto entre soluços _ mas agora eu não sei o que eu faço. _ e ele desaba em lágrimas.

_ Entendi. E você mora longe daqui?

_ Eu moro na Keele St mas eu não sei onde fica. _ ele olha para o celular _ e esse GPS não ajudou em nada!

_ Ah é pertinho, é só seguir aquela rua ali. _ aponto para a direção que ele deve seguir _ está anoitecendo, se quiser posso te acompanhar para uma parte do caminho.

_Pode ser _ a criança se acalmou e nós dois seguimos o caminho para a rua indicada.

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Jake Summerdale's POV

_Cheguei crianças. _ Aviso assim que abro a porta de casa e encontro Luna e mike montando algo indecifrável com pecinha de lego na sala.

O trabalho foi mais cansativo que o normal hoje. Teve uma treta entre dois alunos de jazz, faz um tempão que isso não acontece. Então tive que chamar os pais das crianças e piorou tudo; os pais começaram a discutir também.

_ Cadê o Peter?_ guardo a chave do carro e minha mochila com documentos.

_Não chegou ainda.

_ Ainda não? Tem certeza?_ Franzi o cenho um pouco preocupado _ A gente combinou que era pra voltar às 16:00. E já são quase 16:30.

Percebi que os dois não deram o mínimo de atenção para o que disse porque estavam entretidos com a brincadeira. Estou com um mal pressentimento. Suspirei já um pouco alterado; geralmente ele faz o que eu peço, será que aconteceu alguma coisa?

Pego a chave do carro de volta e vou para o high park onde ele ia jogar com os amigos.

Observo pelos lados para ver se eu o encontro até que vejo...

Não. Não pode ser ele. Porque ele estaria indo para casa com um cara desconhecido?

Paro o carro alguns metros à frente da criança e do desconhecido para poder reconhecê-los até ouvir alguém buzinando atrás de mim. Buzino de volta irritado, depois estaciono o carro e...

É ele.

É o Peter mas... Esse homem... O que ele está fazendo com o meu filho. É um sequestro?!?!

Saio do corro e, como um tufão, vou até o suposto sequestrador com um empurrão.

_ Vai para o carro Peter_ Puxo meu filho para trás de mim e encaro o homem a minha frente.

_ Mas pai ele só queria...

_ Eu mandei você ir para o carro Peter Summerdale!! _ sinto meu sangue ferver, nunca tinha ficado tão furioso com alguém antes quanto como estou agora. Como ousa tocar no meu filho?

_ Calma senhor Summer... _ com os olhos em chamas, não consegui suportar ouvi sequer uma palavras do que o homem ia dizer, e o ataquei de punhos cerrados.

Mas ele conseguiu bloquear com o braço direito. Como? Como ele previu o meu soco?

Tentei acerta-lo de novo sem saber direito o que eu estava fazendo, apenas deixando aquele sentimento intenso e incontrolável tomar conta de mim.

Novamente ele bloqueou o ataque e segurou meus braços para me imobilizar.

_ Escuta senhor Summer, eu não quero te machucar. Nem você nem o seu filho. Eu só estava tentando ajudar ele a encontrar o caminho de volta para casa porque ele se perdeu.

_Hah, e porque eu acreditaria em você, seu filho da puta? _ com um sorriso sarcástico, típico de quando estou irritado, continuo encarando o homem. Ele não parece assustado nem com raiva, talvez no máximo impaciente.

_ Bom... Se não acredita em mim, converse com seu filho.

Puxo os meus braços para me livrar dele, imaginei que seria mais difícil, mas ele nem resistiu.

_ Eu nem te conheço. _ falo entre dentes.

_ Er... Meu nome é Noah. Noah Burnlie.

Cruzo os braços e arqueio uma sobrancelha.

Esse é o pior momento para ele se apresentar? Sério, que cara mais idiota!

_ Estupido_ murmuro com um revirar de olhos _ de qualquer forma pense melhor quando for tentar 'ajudar' alguém ou seja lá que merda você ia fazer.

E me viro para o meu carro, receoso de que esse tal "Noah" pudesse me seguir.