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Capítulo 12

Marie não perdeu tempo e foi até a casa da sua mãe, sondá-la.

Eva ficou surpresa com a visita da própria filha.

— Que bom que veio me visitar Marie, querida.

Marie por sua vez não queria bancar a filha saudosa. De maneira que, expressou logo o que queria.

— O que sabe sobre a prisão do Bryce, mamãe?

— O quê? O Bryce está preso?

— Não vai me dizer que está alheia ao assunto.

— É exatamente como você falou, minha filha. Eu não estou sabendo de nada.

— Ora essa! E por que diabos, o Bryce falou que você sabia algo?

— Isso eu não sei te dizer, filha.

— Mamãe, mamãe! É melhor me contar o que sabe.

— Juro que não sei nada a respeito desse caso, filha.

— Ok! Vou te dar um voto de confiança, mamãe.

Encerrado o interrogatório, Marie saudou Eva e tratou de ir embora.

— Fica mais um pouco, querida —, Eva declarou apelando para ter mais um pouco da atenção da 

filha. Entretanto, não teve jeito.

— Preciso ir mamãe. Há coisas para eu fazer… Não posso deixá-las para depois.

— Está bem, Marie. Porém, não demora tanto tempo assim, sem visitar-me —, declarou a mãe para a filha, esperando que ela respondesse algo.

Com o intuito de ver logo livre da presença da genitora, Marie aproximou-se e abraçou-a lateralmente.

— Até logo, mamãe!

— Até logo, minha filha!

Na sequência, a esposa de Bryce dirigiu-se até ao pátio da casa, entrou no carro e foi embora.

Marie encontrava-se ansiosa e por isso, assim que ultrapassou os portões da casa, sentiu um imenso desejo de fumar.

Ela então parou o carro e acendeu um cigarro. Ainda sem sentir-se satisfeita, acendeu outros dois cigarros, um seguido do outro.

Ao terminar de fumar, Marie começou a retocar a maquiagem no espelho retrovisor.

Nesse momento, um carro se aproximou lentamente do local onde ela se encontrava parada. E em seguida, após os portões automaticamente se abrirem, entrou tranquilamente na residência.

O automóvel em questão, estava com os vidros da parte de trás abertos. Sendo que uma mulher ocupava o banco traseiro.

— Espera aí, mas quem será aquela? —, indagou Marie a si mesma.

Achando a situação suspeita, Marie, não perdendo tempo, saltou do carro e aproveitou para entrar outra vez na casa, antes que a entrada fosse fechada.

— Aisha, minha querida. Que bom que veio me ver antes de ir embora —, disse Eva abrindo os braços para abraçar a enteada.

— Como prometido, Eva. Aqui estou, novamente.

Enquanto as duas mulheres se cumprimentavam através de um abraço demorado. Marie entrou de repente e presenciou parte da cena.

— Mamãe! —, gritou Marie confusa.

A primeira reação das duas mulheres foi se virar na direção de onde saiu o grito. Sendo que, imediatamente, Marie reconheceu a "meia-irmã".

— Você!

Tanto Aisha quanto Eva se mantiveram calmas. E Eva, para amenizar um possível ataque de raiva da filha, falou tranquilamente.

— Depois de tanto tempo, a Aisha veio especialmente me visitar, Marie. Mas ela parte ainda hoje.

— Eu sei muito bem o que essa pilantra veio fazer aqui, mamãe. É ela que está por trás da prisão do Bryce… Sua desgraçada, piranha. Volte para o lugar de onde veio. E nunca mais ouse pisar outra vez nessa cidade.

Aisha olhou para Eva e voltou a olhar para Marie, sem entender nada.

— A Marie casou com o Bryce, Aisha. Infelizmente.

Tal revelação, foi uma surpresa bastante desagradável para Aisha, que se sentiu também traída pela madrasta.

Daí, a executiva pegou a sua bolsa e virou-se para ir embora. Contudo, Marie, já completamente possuída pelo ciúme, tentou impedi-la.

— Para onde pensa que vai, sua piranha. Nem pense que vai sair daqui, sem escutar umas poucas e boas.

— Por favor, tire as suas mãos de mim, Marie, e me deixe sair.

— Antes de sair, terá o que merece. Sua vagabunda. Aposto que foi você que passou a noite de sem-vergonhice com o meu marido… Não há como negar, eu reconheço esse cheiro de perfume barato, de longe.

— Agora já chega. Saia da minha frente, Marie, e me deixe ir embora.

Como Marie não se moveu do local onde havia fincado os pés e ainda se posicionou lateralmente, quando Aisha tentou passar, a visitante não viu alternativa a não ser empurrar a meia-irmã, para que assim ela se afastasse e enfim pudesse passar.

— Como ousa me empurrar sua… Ah, se é guerra que você quer, então é guerra que você terá.

E terminando de falar, Marie levantou o braço e deu uma bofetada em Aisha.

Aisha revidou da mesma forma.

As mulheres estavam prestes a agarrar o cabelo uma da outra e rolar pelo chão, como dois galos de briga, contudo foram interrompidas por Eva, que jogou um balde de água nas duas.

— Está louca, mamãe? Por que diabos fez isso? — disse Marie enxugando o rosto.

— Sinto muito Aisha, querida, mas foi a única coisa que pensei, para pôr fim à briga —, declarou Eva, se direcionando a enteada.

Aisha não respondeu nada, entretanto, o seu olhar de decepção deixou a mulher angustiada.

Enfim, Aisha foi embora, deixando para trás mãe e filha.

— Você sempre do lado daquela idiota. É por isso que eu odeio você, mamãe.

Eva ficou pasma com a confissão da filha. Ela sabia que Marie, há muito tempo, não sentia amor por ela, entretanto, era duro escutar da boca da própria filha tal confissão de ódio.

Assim como a Aisha, Marie deu as costas à mulher e foi embora.

Sozinha, Eva sentiu-se a pessoa mais infeliz do mundo. Tendo em vista que, ao mesmo tempo, perdeu o amor das "duas filhas".

Assim que voltou ao carro, Marie começou a mentalizar coisas pavorosas contra a sua, mais do que nunca, arqui-inimiga.

— Aquela mulherzinha, me paga. Se acha que vou entregar o meu marido de mão beijada, está muito enganada. Prepare-se, irmãzinha querida… Pois não sabe o que lhe espera.

Aproveitando que o marido estaria ausente do trabalho, durante todo aquele dia, Marie ligou o seu carro e seguiu para a empresa.

Ela pretendia sondar as secretária s e assim descobrir o que se passou com Bryce.

Marie foi muito cuidadosa no trato com as secretarias, sendo que, agindo de tal forma, ela acabou conseguindo as informações valiosas que tanto precisava.

A sondagem empregada pela mulher foi mais do que bem sucedida. Pois Marie não apenas ficou sabendo tudo sobre a prisão do Bryce, como também descobriu que a executiva estrangeira na verdade era a sua "irmã", Aisha.