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Capítulo 1 – O Alfa dos Alfas

No silêncio da noite, Deucalion observava a floresta à sua frente. Os sons noturnos pareciam mais intensos para ele, cada movimento das folhas, cada farfalhar distante. Ele sabia que os predadores noturnos estavam fora, mas para ele, nada disso era uma ameaça real. Pois ali estava Deucalion, o Alfa dos Alfas, conhecido por muitos como o "Demônio Lobo," um título que ele havia conquistado não apenas por seu poder, mas pelo medo que inspirava em aliados e inimigos.

Ao seu redor, o mundo parecia pequeno e vulnerável. Mas nem sempre fora assim. Anos antes, Deucalion era apenas mais um lobo entre tantos, um líder ambicioso mas, talvez, ingênuo demais. Ele acreditava que podia mudar o mundo ao seu redor apenas com boas intenções e diplomacia. Havia pensado que a força não seria necessária se pudesse estabelecer alianças e a paz. Mas o destino, como ele aprendera, tinha outros planos.

Enquanto ele vagava pelas sombras, flashbacks invadiam sua mente, trazendo à tona lembranças amargas. Ele lembrou-se da primeira alcateia que liderara, composta por lobos fortes e leais. Mas aquela lealdade foi testada por traições e pelo medo, até que, em uma noite sombria, tudo o que ele havia construído foi destruído. Caçadores humanos haviam emboscado sua alcateia, e em um ataque brutal, seus lobos foram dizimados. Deucalion lutou, mas mesmo com toda sua força, não foi suficiente. Naquela batalha, ele foi deixado cego, um preço que o mudaria para sempre.

Com o tempo, Deucalion se recuperou, mas ele renasceu como um lobo diferente, não mais ingênuo. A dor e o sofrimento haviam o moldado, transformando-o em algo muito maior. Ele percebeu que, se queria liderar, teria que deixar de lado qualquer fraqueza. E foi assim que o "Demônio Lobo" nasceu – uma nova faceta, implacável com seus inimigos, alguém que não hesitaria em esmagar qualquer ameaça.

Mas havia algo que poucos compreendiam: por trás dessa implacabilidade, Deucalion era um líder de princípios. Ele não se tornara cruel e insensível, e, apesar de ser temido por muitos, ele era justo com aqueles que lhe juravam lealdade. Com seus subordinados, era paciente e sábio, acreditando que cada um tinha um papel importante e que o respeito e a confiança eram a base de uma alcateia poderosa. Quando olhava para seus aliados, ele os enxergava não como instrumentos de poder, mas como parceiros.

Naquela noite, enquanto as sombras da floresta o envolviam, Deucalion decidiu que estava pronto para reconstruir sua alcateia, uma que seria indestrutível, formada pelos mais leais e ferozes lobos. Ele procuraria por aqueles que compreendessem o valor da lealdade e que aceitassem o poder sem questionar, mas também que aprendessem com ele a verdadeira força de uma alcateia.

Em seu coração, uma certeza pulsava: ele nunca mais seria vulnerável.