webnovel

Não Há Amor na Zona da Morte (BL)

Zein era um Guia renegado vivendo na terra abandonada pela divindade da zona vermelha, guiando por dinheiro e sobrevivência. Até que a guilda para a qual ele trabalhava provocou uma tragédia. Movido por pesar e culpa, Zein tornou-se um guia mercenário na terra que faz fronteira com a proibida Zona da Morte, trabalhando como um monge suicida. Um dia, um Esper arrogante apareceu de repente e lhe disse, "Se você está tão determinado a morrer, por que não vem comigo para a Zona da Morte?" Uma estranha proposta, um sorriso nostálgico. Zein realmente já havia se encontrado com ele antes? Seguindo o homem para dentro da zona mortal, Zein encontrará o descanso que procura, ou será engolido por uma tempestade? Mas não existe algo como amor na Zona da Morte... existe? * * * A história é ambientada em um universo de Sentinelas, então haverá: - Sentinela (Esper) e Guia - Masmorra! - Romance - Ação - …sacanagem? ;) É uma história de amor (meio que) embrulhada em maluquices do sistema de masmorra, com habilidades e ação e coisas do tipo

Aerlev · LGBT+
分數不夠
307 Chs

Capítulo 29. Onde o Crepúsculo se Encontrou

Dois segundos se passaram enquanto eles se olhavam em silêncio. Zein com os olhos arregalados, e Bassena piscando, tentando entender o significado daquelas palavras.

Ele não demorou muito, porém, sorriu depois de dois segundos e avançou segurando Zein, carregando o guia pelo túnel subterrâneo.

"Demorou bastante," sua risada suave reverberando no espaço fechado. "Pensei que nunca se lembraria,"

"Eu—você não precisa me carregar," Zein segurou no ombro largo, olhando para o caminho bloqueado.

A água estava voltando para o túnel, e o nível tinha subido constantemente, mas não a ponto de ele não poder passar por si mesmo.

"E eu te disse que quero,"

Novamente, o esper respondeu alegremente, como se não tivesse acabado de passar por uma batalha com um gigante Espectro. A velocidade com que atravessavam parecia estar aumentando, e Zein pôde ver que eles realmente estavam correndo sobre a água.

Bem, sim, ele não podia fazer isso.

"Mas você me sujou de gosma..."

Bassena piscou, percebendo apenas agora o estado sujo que deixou seu rosto e roupas cobertos por uma essência viscosa e negra do Espectro. Da maneira como ele carregava Zein agora — sobre seu ombro — o abdômen do guia estava sendo manchado pela mesma substância.

"Ah, desculpe por isso..." Bassena respondeu, mas ouvindo um resmungo baixo do guia, ele abriu um sorriso. "Mas você realmente não me reconheceu só porque estava coberto de sujeira e sangue?"

Vendo que era realmente impossível ele seguir o esper com seus próprios pés, Zein aceitou seu destino de ser carregado e relaxou o corpo. Ele apenas segurou o ombro do esper para apoio antes de responder. "Você sabe... se eu tirar esses óculos agora, tudo que posso ver será um par de olhos brilhando no meio da escuridão."

Então, como Zein, um guia, sem nenhum dispositivo de visão noturna, poderia ver claramente dentro de uma caverna escura cuja atmosfera também ficava distorcida pelo fechamento de uma masmorra de alta classe? Ele mal percebeu que o par de olhos âmbar pertencia a um ser humano em vez de uma fera. Ele teve que se sentir às cegas para colocar Bassena na frente dele, e com a urgência da situação, não teve espaço para memorizar cuidadosamente o rosto obscurecido do esper.

"...compreensível," Bassena disse após um tempo, um riso leve acompanhando sua fala.

Zein pausou por um instante, olhando para a leve maré sobre a água negra atrás deles. "Além disso, tenho apagado qualquer memória daquela época," acrescentou em um murmúrio baixo.

"Por causa dos seus irmãos?"

A mão que segurava o ombro do esper estava apertando, e o corpo relaxado estava se tensionando novamente, embora levemente. "Como você—"

"Ah—chegamos,"

Zein engoliu sua pergunta e virou a cabeça, para a abertura do túnel. Bassena o colocou no chão gentilmente, mas a mão firme ainda segurava a cintura de Zein.

Não importava, uma vez que a atenção deles estava fixada em outras coisas.

Era como se tivessem saído para outro mundo. Assim que saíram do túnel, havia uma fortaleza. Uma fortaleza feita de árvores altas, robustas e gigantes com galhos formando uma cúpula de dossel tão alta que Zein mal conseguia ver o topo. Essa fortaleza envolvia um pedaço de terra que parecia saído de um livro.

Vegetação vibrante, em verde e outras cores; solo marrom rico, úmido e coberto de grama e musgo saudáveis. Enquanto eles caminhavam entre os arbustos e árvores menores, um lago cintilante, com água fresca que refletia a vegetação ao redor, os saudava. Na outra extremidade do lago havia uma cachoeira, rugindo suavemente e os borrifando com gotículas perdidas.

Bassena olhou para sua mão suja, para os dedos de Zein que o agarravam com força. O guia tinha tirado seus óculos, e os olhos azuis encaravam sem piscar a paisagem. Na vibração do arbusto verde e nas flores vermelhas e laranjas. Na água cintilante, e na espuma branca da cachoeira. Bassena podia ouvi-lo claramente, o coração batendo forte e os pulmões tremendo.

Cílios escuros e grossos tremularam, e Zein respirou fundo.

Pela primeira vez em sua vida, ele colocava seus olhos em um grande corpo de água e via algo tão... vivo.

Havia muitas coisas que Bassena queria dizer, e nada que conseguisse pronunciar. O lugar, um oásis no meio da morte, era lindo. Mas não era mais bonito que os olhos azuis tremendo, vidrados com lágrimas não derramadas, estreitados numa intrincada teia de tristeza e êxtase que o fez esquecer como respirar momentaneamente. Ele queria envolver seus braços ao redor do ombro tremendo e olhar profundamente para aquela tristeza.

Ele não fez isso. "Você pode ver mais. Mais disso; coisas mais bonitas; coisas que você deveria ver," ele disse, suavemente, sinceramente.

Não porque ele queria fazer Zein ir com ele, mas porque ele realmente, verdadeiramente queria que o guia desfrutasse mais das coisas que a vida poderia dar. Coisas que haviam sido roubadas dele desde que nasceu.

Porque esse homem, que lhe deu sua vida quatro anos atrás, merecia tudo de bom que ele estava desfrutando. E Bassena faria isso acontecer, mesmo que tivesse que ser mais enérgico a respeito.

Mas ele deixou os olhos azuis absorverem a cena milagrosa por ora, assistindo em silêncio à maravilha cintilante dentro dessas órbitas. Sua mão ainda estava dentro do aperto firme do guia, e havia uma parte dele que desejava que o momento durasse para sempre.

Mas claro, desejo foi feito para ser quebrado.

"Ei! Está realmente aqui! A lasca está aqui!"

Seu momento de felicidade foi interrompido pelo grito empolgado vindo de cima. No terreno mais alto de onde vinha a cachoeira, o rosto animado de Han Shin apareceu por detrás de pedras e arbustos. O curandeiro estava pulando para cima e para baixo, acenando com a mão para eles.

Bassena suspirou interiormente e puxou a mão de Zein, cuidadosamente. Ele não precisava, porém, já que a ternura dentro dos olhos azuis havia desaparecido com o grito, e o guia havia voltado ao seu habitual eu frio e indiferente.

"Vamos?" o esper perguntou, como um cavalheiro, embora sua mão já estivesse segurando a cintura de Zein e puxando o guia ainda mais para perto.

"Claro..."

Assim que a palavra saiu de sua boca, eles se dispersaram e reapareceram na pedra que podia ser vista de baixo, não muito longe de onde os outros membros estavam reunidos, olhando fixamente para um ponto.

Lá, sob o dossel verde e exuberante das árvores gigantes, havia outra árvore no meio de outro lago que os lembrava do Espectro da Madeira. Mas onde o Espectro era sinistro e podre, esta árvore era bela e etérea.

Principalmente, graças ao cristal flutuante que emitia um brilho divino. Pontos de luz giravam ao redor da árvore como pó de fada místico. Água borbulhante e revigorante fluía entre as raízes da árvore, fornecendo água pura e interminável que dava vida a toda a fortaleza das árvores.

"Leve-me até lá," Zein disse em voz baixa, segurando firme nas roupas de Bassena.

Sem questionar, sem demora, o esper o levou através do corpo de água, bem na frente do cristal flutuante.

Ele estava flutuando sem nenhum pedestal, como se pudesse ser agarrado por qualquer um. Mas quando Bassena se aproximou, sentiu como se estivesse sendo repelido por uma força invisível. Assim que soltou Zein, ele foi empurrado para trás. Suas botas deslizaram pela raiz da árvore, e ele provavelmente teria caído no lago calmo se não fosse por seu equilíbrio incrível.

Bassena ouviu gritos da beira do lago onde os outros estavam reunidos, mas seu foco estava totalmente em Zein. Ao contrário dele, o guia estava parado na frente da lasca sem dificuldade. De onde estava, Bassena podia ver ainda mais claramente; a marca brilhante de cinco círculos entrelaçados na nuca do guia.

O mesmo número de círculos que estava presente no artefato rastreador.

E o mesmo símbolo que estava gravado na lasca flutuante do tamanho da palma da mão.

"Haa... que tipo de..." Bassena quase quis rir, enquanto assistia Zein estender as mãos para a lasca.

Eles escolheram Zein no início, exclusivamente pelo próprio egoísmo de Bassena. Embora, claro, ele já sabia o quão capaz o guia era. Mas o que era isso...

Ele sabia que os outros membros da expedição também observavam perplexos enquanto a lasca se movia e pousava delicadamente sobre o plano de Zein.

A misteriosa lasca de Setnath, da qual nem mesmo tinham certeza se realmente existia, vinha rejeitando suas investidas desde que chegaram lá. Nem mesmo a grande Bassena Vaski conseguia contrariar a força invisível que rejeitava a sua presença.

E ainda assim, este guia obscuro, que se mantivera isolado na borda do mundo e nunca sequer havia posto os olhos em Torres ou Templos, acolhia a lasca como se ela pertencesse aos seus braços.

Como se lhe pertencesse.

* * *

Zein caminhava pelas escadas naturais feitas de pedras e madeira que conectavam o terreno onde estava a lasca com o terreno de onde vieram. Um monte de toalhas e uma bolsa com mudas de roupas estavam em sua mão.

Agora que estavam dentro deste oásis, ele não precisava ser cauteloso com o miasma, então Zein despiu seu uniforme, que coincidentemente estava manchado com a substância negra das roupas da Bassena, e passou a usar apenas sua camisa e calças pretas casuais.

Parecia estranho, mas ele nunca se sentiu tão seguro e protegido antes. Deve ter sido causado pela lasca, que por algum motivo o acolheu. Sua marca pulsante imediatamente se acalmou após ele tocar a lasca, e ele teve que receber olhares inquisitivos e perguntas incessantes dos outros membros, especialmente dos pesquisadores.

Infelizmente, Zein estava tão perplexo quanto eles. A única coisa que ele pôde fazer foi mostrar a marca em sua nuca, mas isso trouxe mais perguntas do que respostas.

Como não havia mais nada que pudessem fazer, a equipe decidiu apenas descansar primeiro e pensar depois. Sem precisar economizar espaço, uma vez que toda a área era uma zona segura, eles ergueram tendas e Balduz até organizou uma cozinha adequada.

Zein, enquanto isso, assumiu a tarefa de cuidar da arma principal.

Encharcado de sujeira e outras coisas, Bassena estava se limpando no lago inferior enquanto os outros montavam o acampamento. E Zein desceu para entregar as toalhas e as roupas de troca que ele segurava no momento.

Quando ele chegou à margem do lago, foi recebido por um som de respingos agressivos e resmungos irritados. Obviamente, vinham da figura firme e compacta lutando contra a sujeira que cobria seu rosto e cabelo.

"Por que isso é tão difícil de sair—ugh—maldito sangue de árvore!" a voz rouca e baixa ecoava pelas pedras ao redor do lago.

Sob o dossel da fortaleza das árvores, a lasca no terreno superior agia como uma fonte de luz, então Zein podia claramente ver o ondular dos músculos das costas e o movimento dos ossos das asas até os braços superiores firmes. A água cristalina brilhava sobre a pele bronzeada, refletindo a luz da lasca.

Seria uma imagem tão perfeita se não fosse pelos constantes resmungos. "Por que uma árvore tem sangue, afinal?"

Largando as toalhas e a bolsa na grama, Zein sentou-se à beira do lago enquanto respondia. "Elas não têm," ele abaixou um de seus pés na superfície da água, causando um pequeno respingo. "Elas têm seiva, por isso é pegajosa."

Com um barulho de respingos, Bassena virou seu corpo, lançando seu sorriso casual habitual para o guia. Ele mergulhou e desapareceu na profundidade do lago, enquanto Zein levantava os olhos para observar o dossel da árvore e a abundância de vegetação ao redor deles.

Que irônico. A primeira natureza vibrante e adequada que ele experimentou estava dentro de uma Zona da Morte. Assim como o primeiro grande corpo d'água—algo que ele sempre quis testemunhar com seus próprios olhos.

Havia flores não muito longe de onde ele estava sentado, pequenas pétalas de vermelho claro e laranja brilhante espiando dos arbustos verdes. Ele nunca tinha visto uma flor de verdade antes. Apenas aquelas secas usadas para ervas medicinais. Nem mesmo a grama na zona vermelha brotava flores.

Honestamente, Zein não se importaria de apenas passar seu tempo aqui, dentro da fortaleza das árvores. Ele inalava o ar fresco—mais doce do que qualquer coisa que já havia provado—e fechava os olhos em êxtase, afundando no sabor da segurança.

Zein apenas abriu os olhos quando ouviu um som suave de respingo à sua frente, e Bassena emergiu da água, completamente limpo agora.

E completamente molhado.

Ele passou a mão pelos cabelos e caminhou em direção a Zein, dando ao guia uma visão frontal completa dos ombros largos e peito firme, dos músculos abdominais perfeitamente esculpidos. Quanto mais próximo estava, mais Zein podia ver tudo claramente. Os músculos definidos, a água pingando, e abaixo.

Claramente, a água não foi suficiente para obscurecer mesmo seus olhos civis normais e embaçados.

"Eu pensei que você fosse um mago," Zein deu seu pensamento sincero, os olhos ainda demorando-se lá embaixo mesmo enquanto Bassena chegava à margem do lago, parando na frente dele.

"Eu sou," o esper respondeu com um sorriso malicioso.

Zein inclinou a cabeça, os olhos estreitados em profunda contemplação. "É porque você é da Classe Santo?"

"Há alguma lei que diga que um mago precisa ser fraco e frágil?" o esper fez uma pausa por um momento e então acrescentou com uma provocação palpável. "Ou mal dotado?"

Este claramente não era nenhum desses. Se Zein tivesse que dar uma avaliação honesta, diria que o esper era muito bem dotado, até mesmo. Ele teve que questionar se o poder de alguém era proporcional ao seu tamanho.

Zein finalmente levantou o olhar, encarando a expressão obviamente satisfeita no rosto do esper. "Mas para que você usa todo esse músculo?"

Bassena riu e se inclinou para a frente, a coxa roçando o pé de Zein dentro da água. "Para te seduzir?"

Os braços firmes e robustos que já haviam segurado Zein algumas vezes esticaram-se para agarrar a beira do lago, encurralando o guia. O assalto frontal completo da bela figura nua adornada com água cintilante era honestamente mais do que suficiente para fazer qualquer um corar. Sem mencionar o sorriso charmoso em um rosto bonito, e olhos âmbar ardentes e apaixonados que olhavam diretamente para o outro.

Mas Zein havia sido flertado desde criança e, neste ponto, havia se tornado imune a qualquer tipo de sedução. Mesmo sob o calor ardente das órbitas âmbar e a glória do adônis de pele bronzeada perfeitamente modelada, Zein apenas usava seus braços para se apoiar e se inclinava para trás, com os olhos azuis parecendo mais um avaliador do que um admirador.

"Que objeção inútil," ele comentou com desdém.

Bassena deu de ombros, os olhos estreitos e afiados. "Mas você olhou," sua voz baixa e sensual, quase como um sussurro."

"Não vejo razão para não olhar, quando está à mostra," Zein respondeu impiedosamente.

Bassena observava atentamente o guia, procurando qualquer semelhança de fissura, qualquer indício de rubor. Mas não havia nenhum—os olhos azuis olhavam para ele abertamente, frios e firmes. O rosto bonito estava tão impassível quanto sempre, e Bassena sentia que seria ele quem sucumbiria ao desconforto se continuasse a olhar para aquela beleza por muito tempo.

Ao desviar o olhar para baixo, ele não conseguia ver nenhum sinal de excitação e explodiu em risadas. "Droga, nem mesmo um tremor..."

"Tente mais," Zein mexia seus pés dentro da água, criando um respingo que colidia no corpo nu do esper."

Bassena ergueu a sobrancelha e sorriu maliciosamente. "Então eu posso tentar?" quando Zein não lhe deu resposta, o esper acrescentou. "Eu me lembro que você disse não haver amor—"

"Eu disse," Zein respondeu com tal convicção que Bassena sabia que o guia não havia mudado de ideia sobre isso."

Mas também não pareceu proibir quaisquer avanços, então...

Bassena encarava o guia, a água pingando de sua pele bronzeada no colo do outro. "E o desejo, então?"

Um calor, um ardor, irradiava do âmbar ardente ao azul frio, colidindo em um crepúsculo encantador. Em uma distância que poderia facilmente ser transposta estava uma linha delicada e tentadora tão astuta quanto pecados."

Em uma voz tão suave quanto um sopro, Bassena perguntou firmemente. "E quanto a um beijo?"