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26. Expelled.

O plano de Audrey era "desmascarar" sua mãe e foi isso que ela fez no final. Tudo que ela falou ou deixou de falar foi passado e repassado com Isa.

Jenkins pode ser considerada traíra? Pode. Porém ela achou que estava fazendo o certo. Não concordava com a senadora enganando a população para obter benefício próprio.

Se tem a dúvida de porque ela ainda não deixou de trabalhar para Alice Hamilton, a resposta é bem fácil. Isa não achou alguém que pagasse mais pelo seu serviço e como amava ter seu dinheiro sempre a dispor...

Ela não cobrou nada de Audrey até porque tinha consciência de que algo não ia ficar legal para o lado da filha da senadora.

Audrey estava dormindo quando sua mãe bateu furiosamente em sua porta.

— Audrey! — a Hamilton mais nova abriu os olhos assustada. — Vamos conversar! Agora!

— Oh, merda. — Soltou em murmúrio. Jogou seus cobertores para o lado e foi abrir a porta do quarto esfregando os olhos sonolentos, encostada na porta. — Bom dia!

— Não seja cínica, garota. — Alice empurrou levemente Audrey para fosse se sentar na cama e escutar o que tinha a dizer. — Você tinha merda na cabeça ao admitir sobre o contrato.

A senadora confiava tanto em Isa que não fazia ideia se de fato tinha um contrato, o que na verdade nunca existiu.

— Não tinha como eu negar!

— Ah não? — a mãe questionou brava. — Claro que tinha.

— Se eu negasse ia ser estranho ter um relacionamento com a Ema depois.

— Já é estranho! — fez uma careta de desgosto.

Audrey levantou irritada, seu pijama curto não passava muito crédito para uma discussão, mas que se importa?

— Só o que me falta ser preconceituosa nessa altura do campeonato!

— Quanto a sua orientação sexual eu não sou! — a senadora logo expôs sua opinião. — Porém quanto a quem namora sim... Você devia namorar alguém...

— Não termine essa frase. — Audrey grunhiu se irritando mais que já estava. — Você teve essa ideia e quando era uma mentira tudo bem! Agora que eu passei a ter algo sério, não vale a pena! Eu amo a Ema! Se quiser aceitar uma suburbana aqui bem, se não quiser me retiro da sua frente também!

— Ama?

— Foi apenas isso que escutou? De tudo que falei? — a Hamilton mais nova bufou indignada. — E sim eu amo.

— Audrey, pensa direito! Você mal a conhece para falar que a ama!

— Não questione o amor dos outros se a senhora nunca amou nem a própria filha! — despejou sem se conter. — Eu fui criada e educada na maior parte do tempo por pessoas de fora!

— Que mentira! Você é uma má agradecida, garota! — a senadora apontou o dedo quase no rosto da filha. — Quer saber sai da minha frente! Não quero te ver essa semana! Vai ficar com sua namorada!

— Não quer me ver?! Não vai ver então! Vou sair de casa e não vai me ver mais!

Audrey não sabia onde iria, mas ia dar seu jeito.

— Vai morar debaixo da ponte, é?

— Não sabe mesmo da minha vida, não é? — soltou um riso meio amargo. — Eu me formo no final do ano e além disso tenho meu dinheiro dos ensaios fotográficos.

Audrey foi falando enquanto a senadora saía do quarto.

— Vai então, quando precisar pode voltar com o rabo entre as pernas! Má agradecida!

A porta foi fechada com força. Audrey sentou na cama e se permitiu chorar, não deu o gosto para mãe. Ela não merecia seu choro afinal.

Ela ficou por horas deitada quando decidiu juntar suas coisas pelo menos as que dessem para levar no seu carro. O veículo pode ter sido comprado com dinheiro da mãe, porém estava em seu nome então era seu.

Depois de jogar algumas malas no carro, Audrey parou na saída do condomínio para pensar.

Pensou em ir para casa de Ema. Seria bem acolhida lá, sabia disso, mas acabou lembrando que já moravam pessoas demais lá e não precisavam de mais uma. Também pensou que seria tratada de modo diferente, tinha que ir para um lugar que lhe tratassem como igual (ou no caso lhe desprezasse um pouco).

Estacionou o carro em frente a casa e desceu, tocou a campainha e esperou.

— O que faz aqui, cria? — Isa abriu a porta de roupão, apertando os olhos por conta do sol. — Está cedo!

— Oi, Bolinho-de-arroz-com-pimenta.

— Pimenta malagueta porque sou perigosa e quente!

— Isso aí, Bolinho!

— Sua mãe brigou com você? — Jenkins perguntou mesmo desconfiada pelos olhos um pouco fundos da negra.

— Pois é. — Audrey respondeu dando de ombros com um sorriso meio triste. — E não é cedo, Bolinho.

— Vamos preparar um café da manhã enquanto conversamos. — Jenkins chamou com uma animação fingida fazendo a negra rir.

*****

Audrey contou para Isa sobre a conversa com a mãe enquanto ajuda a dona da casa arrumar a mesa com café da manhã, mesmo que fosse por volta de 1 da tarde.

Isa mandou mensagem para Ema que ela viesse em sua casa. Explicou brevemente o que tinha acontecido e não demorou para a polinésia aparecer.

Audrey estava jogada no sofá, enquanto a Jenkins estava sentada no chão e pegando pães da mesinha de centro.

Isa se levantou e foi receber Ema quando a mensagem da polinésia chegou em seu celular.

Quando Griffin chegou na sala, a negra sorriu e quase pulou no colo da mesma. Beijaram-se rapidamente e Isa pegou uns pães saindo da sala com a desculpa de que ia trocar de roupa.

Hamilton então foi contar novamente tudo que falou para Isa.

— ... ela falou que não deveria namorar com você porque você mora em um bairro de classe mais baixa que o nosso! Aí eu falei que te amava e se ela quisesse teria que aceitar nos duas, ou eu não ficaria lá...

— Espera... Você disse que me ama? — Ema pensou algumas vezes antes de falar, estava surpresa.

— Eu disse. Por quê?

— Você falou sério? — a polinésia estava um pouco desnorteada.

— Falei. — Audrey confirmou com vergonha, Ema pegou as mãos da namorada e beijou rapidamente arrancando um sorriso da negra. — Eu realmente te amo.

— Eu também te amo. — Griffin sussurrou e abraçou a namorada. — E vou te apoiar e te ajudar no que estiver ao meu alcance.