O que é um líder?
"o mágico que torna palavras em atos"
Lisia olhou para mim, o que foi quase assustador, ela parecia querer olhar no fundo da minha alma para descobrir se eu estava ou não falando a verdade, até que um sorriso assustadoramente gentil se formou no seu rosto, o que eu respondi com um sorriso desafiador, então ela disse:
— Quer andar um pouco, você tinha sugerido que conversássemos andando, lembra?
— Claro. — respondi.
— Mais uma coisa, Sa-chan, desculpa por ter agido assim antes, você não precisa ter um grande objetivo para sua vida, não existe problema em viver fazendo o seu melhor, sem nunca tomar para si nenhuma grande responsabilidade, até porque você vai sempre poder se esconder atrás de mim. — Lisia disse gentilmente para sua amiga, no fim elas pareciam ter uma ligação profunda, apesar de que Lisia parecia ter interesses um pouco mais profundos que amizade.
— Vamos? — perguntei.
— Ok, Sa-chan, pode arrumar minhas xícaras e essas coisas, por favor.
— Ok. — Saika logo começou a fazer o que foi mandado.
— Você quer falar comigo sozinha agora?
— Sim, afinal ninguém acreditaria em você, por isso se for só você ouvindo, posso falar como eu quiser. — Lisia mudou de aura mais uma vez, nem sua assustadora face de negócios, nem a gentil de sempre, ela parecia mais solta eu diria, e mais uma vez eu não conseguia entender ela direito.
Andamos por algum tempo, nos afastando do jardim e da Saika que ficava para trás passivamente, apesar de parecer um pouco curiosa.
— Eu realmente gosto de ajudar os outros, assim como eu gosto de negociar, mas ser sempre gentil e honesta, sempre escolher as melhores palavras para dizer, ser sempre racional, tudo isso pode ser um pouco cansativo. — Lisia começou a falar, de certa forma respondendo um pouco das minhas dúvidas.
— …
— Espero que não entenda errado, não sou uma atriz de primeira, aquelas são apenas partes de mim, são as partes mais convenientes, mais políticas eu diria, mas ainda tem alguns lados meus que eu venho suprimindo, e eu queria poder te usar para mostrar elas, o que acha?
— Maravilha! Agora eu virei uma máquina de desestresse.
— Haha! Não, não, você não serviria para isso, só estava me justificando, em resumo, apenas queria que confiasse em mim, por isso vou ser direta, poderia me deixar te usar como escudo?
— Como a vida é cruel, nem nos conhecemos, mas já querem me usar? Sinf! Cruel… — disse brincando. — Agora, falando sério, faça o que quiser, também pretendo usar sua força, então acho uma troca justa, apenas o que quer que eu faça.
— Nosso mundo está errado, distorcido e quebrado, sua cultura é violeta, as guerras não acabam, apenas usamos conflitos para resolver tudo, nossa falsa meritocracia de fachada, injustiças, tudo isso me irrita… — Suspiro! Eu não esperava que ela fosse falar tanto, mas preferi não reclamar, mesmo assim vou estar cortando, por isso pulemos para o importante, por fim ela disse: — Como alguém no topo da hierarquia, meu trabalho é fazer esse mundo distorcido parecer maravilhoso, mas não aguento mais fazer isso, por isso queria mudar as coisas um pouco.
— Hum! Sim, tenho que admitir, sua família é muito boa em alienar a população.
— Não fale assim, se alguém da realeza ouvir sua cabeça rola, e onde mesmo que tinha uma princesa heroína… Ah! Verdade, do seu lado, maldito suicida!
— Sinf! Não seja má comigo, haha!
— Pensando bem, você é uma pessoa problemática demais, melhor procurar outro escudo.
— Humm! De repente bateu uma vontade de ser mais responsável, estranho né? — disse brincando.
— Sim, sim, como se eu acreditasse. — Lisia respondeu com tom de brincadeira, mas acho que ela tinha bons motivos para desconfiar.
— Enfim, voltando, como pretende mudar isso, vai criar um país?
— Talvez… não! Acho que preferiria só dar um chacoalhão no mundo, ou algo assim.
— Eu esperava algo mais específico e impressionante vindo de você.
— Decepcionado, hehe! Na verdade eu não tenho certeza, apenas queria esmagar as crenças idiotas, reformular o senso comum, então ver se algo novo e interessante surge.
— Ou seja, você está entediada e quer algo divertido
— Vai tomar no cú! — E não é que eu irritei ela mesmo, mas em seguida ela murmurou de forma quase inaudível: — Só queria um mundo onde eu não acabasse em uma guerra com a Saika.
Na hora não consegui entender, afinal humanos e demônios tinham historicamente uma boa relação, principalmente o império humano e o império demoníaco, afinal os dois foram fundados por amigos, inclusive, amigos com uma criatividade para nome ímpar.
— Foi mal, foi mal, ok, fingindo que você é uma pessoa boa e só quer o bem do mundo, no que quer que eu ajude?
— Fingindo?
— Não fique se apegando aos detalhes.
— Tanto faz! — Seu tom de voz mostrava que ela ainda estava meio puta. — Falando do importante, mas explicando de forma simples, por enquanto apenas quero que atinja seus objetivos, quero que o campeão no final do ano, seja pela primeira vez alguém de fora dos três grandes times.
— Ok, já pretendia fazer isso.
— Sim, mas mais uma vez insisto, quero liberdade total, pode ser idealismo, mas acho que quebrando os padrões táticos atuais, posso criar algo que, no mínimo para minha posição, quebre os paradigmas atuais. — Entendi, então além de entediada, ela também era carente e autoconfiante, o que sempre resulta em gente querendo deixar seu nome na história, mas para mim...
— Tá, por mim tanto faz.
— Sua forma de falar me irrita, sabe? Tenha um pouco mais de fé em mim!
Em defesa da Lisia, diferente de Saika que estava no bolo das pessoas que poderiam ser as mais fortes da geração, a heler egocêntrica com quem conversava, já era reconhecida como no mínimo a melhor aluna da escola nessa posição.
— Ok, ok, eu acredito em você, sei que vai conseguir os holofotes.
— Bom mesmo é isso que estou esperando mesmo… — E não é que ela adimitius. — Por isso não se preocupe, eu te deixo irritar todo mundo, na verdade, acho até melhor, brigue com o máximo de pessoas possíveis e se torne um imã de olhares, humm! Nesse sentido acho que eu poderia te chamar de meu palco pessoal, hehe! — Lisia disse com um sorriso encantador, puro e inocente.
— Glup! Você definitivamente não bate bem para falar isso na minha cara.
— Você é a última pessoa de quem eu quero ouvir isso e em minha defesa, para mudar o mundo, eu preciso que o mundo inteiro esteja olhando para mim, por isso pretendo te usar para ficar ainda mais famosa,afinal não tem nada que chamaria mais intensa que um maluco, tretas e uma missão impossível. mais atenção do que um bando de malucos, fazendo algo que deveria ser impossível?
— Humm! Um bando de malucos odiados fazendo o impossível, né? Isso soa divertido, e a melhor parte, se eu der sorte ainda consigo acabar morrendo nessa história, ok farei isso.
Lisia olhou um pouco inconformada para minha palavras, não sei porquê, ela pareceu achar estranho o melhor caso apontado por mim, mas de qualquer forma ela só ignorou e, no fim, disse algo completamente aleatório:
— Mais uma coisa, permita-me ser enganada por você.
— ?
— Entre estar enganado ou ser enganado, qual o melhor?
— Sei lá!
— Suspiro! Nesse caso explicar, aquele enganado pode jogar toda a culpa naquele que engana, no fim o enganado é uma vítima, as pessoas serão muito mais gentis com ele, do que com o que está enganado, com aquele que mostrou para o mundo suas ideias, mas estava errado, ou falhou.
— Ata, por isso disse que ia me usar como escudo.
— Resposta certa mister óbvio
— Muito bem, já tenho uma boa ideia do que fazer em seguida, não se preocupe vou te dar tudo o que pediu e logo, mas antes pode fazer uma coisinha para mim.
— Ok, contanto que seja algo ao meu alcance.
— Ahh! Pensando bem, uma não, duas… Melhor, três.
— Você já não está abusando? Enfim, diga.
— Nada de mais, apenas quero…
— Ei! Essa lista não é um pouco longa demais!
— Haha! Conto com você.