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Capítulo 2 - Quase sem querer

A noite de Aurora foi cercada de inquietude, parte por ela ter notado que deixou um estranho dormir na sua casa e outra parte que ela deixou um estranho dormir em sua casa, ela apenas pescava. A cada barulho mas suave a fazia despertar.

O ranger da varanda da cabana à acordou, as cortinas de sua janela de seu quarto balançavam como folhas árvores. Ela olhou pela janela apenas levantando parte do corpo da cama, o homem chamado Ravi estava em pé olhando para o céu que estava em um tom de lilás, o sol ainda nem havia levantado, por algum motivo ela sentia que ele exalava melancolia, em suas mãos ele tinha uma esfera que havia resgatado da terra queimada seus olhos se perdiam encarando ela como se a esfera fosse falar com ele ou responder suas perguntas.

Aquela cena era intrigante, ela observava com curiosidade ele parecia um pássaro de asas quebradas que não podia voar. Aquilo instantemente despertou um afeto nela, como algo feito na hora. Era complicado explicar aquela onda que ela sentiu quando o olhou.

Aurora se levantou e saiu de casa caminhou até onde ele estava, ficou preocupada que ele estivesse ferido, ela tinha tido dificuldade para respirar por tantos dias por causa do estranho incêndio, talvez eles estivessem mal.

— Você está bem? — a moça olhou para seus olhos, ele parecia perdido.

— É uma maldição — Ravi olhava para o horizonte onde o sol ia nascer, seus olhos fascinavam parecia que algo iria cair do céu, uma resposta talvez. No fundo todos esperam que respostas caiam no céus e Ravi não era tão diferente ao olhar de Aurora.

— O que? — a moça perguntou por alguns segundos assustada. Será que ela tinha abrigado o boto em sua casa? Não que a Aurora acreditasse em lendas, mas ele tinha um ar místico.

— Assim que a lua some do céu, eu acordo.

— Tem fotossensibilidade ocular?

— Pode ser — Ravi respondeu rindo — Como eu disse é uma maldição.

— Como você chegou aqui? —Aurora olhou com curiosidade para Ravi.

— Se eu falasse que uma bruxa me mandou pra cá você acreditaria? — Ele olhou pra moça

— Não sei, talvez. Ainda espero minha carta de hogwarts.

— Bruxos não são eleitos, eles eram amaldiçoados por desafiar os deuses. Quer dizer, humanos não foram feitos para ter poderes eles tem que trabalhar, não existe atalhos — Ravi dizia com propriedade o que ouviu sua família falar por tantos anos, seu irmão explicar que o poder dos Deuses os humanos nunca iriam ter.

— É um bom ponto de vista — Quando Aurora disse isso fez Ravi rir não era bem um ponto de vista era a verdade sobre isso. Todos tem teoria sobre a existência de bruxas mas era a primeira vez que ela ouvia alguém dizer que bruxas são humanos amaldiçoado pelos Deuses.

— Qual é seu nome? — Ravi olhava para a moça com os cabelos enrolados rebeldes de quem havia acordado.

— Aurora.

— Uau, você caprichou desta vez — Ravi olhou para o céu e riu, ele enfiou a mão nos bolsos do moletom juntamente com a esfera para guardar, olhar pra ela agora o deixaria irritado.

— Com quem você fala? — a moça olhou pro céu também.

— O espírito de uma bruxa. — Ele olhou pra ela com um sorriso no cantos do lábios, Ravi sabia que a moça não iria acreditar achou estranho ela ainda aceitar ficar perto de um desconhecido e deixar ele dormir em sua casa. Será que ela não entende a maldade do mundo?

— Podia falar com Deus, sabe que a maioria das pessoas falariam isso — O homem sorriu e olhou o sol surgir no horizonte — Por qual motivo ela caprichou?

— Eu sempre gostei muito da aurora boreal, as cores sempre me fascinaram e ela me jogou aqui, perto de uma mulher que se chama Aurora. Criativa não acha?

O jovem Ravi se lembrou de quando ia ver a Aurora Boreal com Maya, ele sentia-se tão poderoso recebendo a energia daquele evento além das cores sempre ter o encantado, o sol era isso, em sua forma mais simples.

A moça ficou em silêncio, simplesmente não sabia o que dizer para rapaz já que não entendeu nada que ele falou, apenas pensava quão forte era a pancada que ele tomou na cabeça. Ambos olhavam o sol nascer ao horizonte em completo silêncio.

Os olhos de Aurora encaram o rapaz que parece perdido em suas lembranças. Ele é bonito como o pôr do sol, uma beleza incomum seus cabelos vermelhos e olhos tom de mel; era uma pena ele ser mentalmente instável e no fundo partiu seu coração suas falas confusas. Talvez ele seja um ativista que virou refém dos garimpeiros e ficou preso muito tempo.

A essa altura Aurora já tinha pensado em todas as tragédias que poderia ter acontecido com o Ravi antes deles se encontrarem.

Aurora voltou para dentro de casa, assim que ela virou de costas, Ravi reverenciou o sol em cortesia ao seu Deus e a seguiu para dentro.

Ela estava dentro da cabana fazendo café, ele se sentou na cadeira em frente a mesa, um barulho dentro da sua cabeça o fez Ravi fechar os olhos, a imagem de Aurora colocando um pássaro no travesseiro invadiu sua mente, ele apertou os olhos e torceu pra essa imagem passar pois era doloroso a forma que as lembranças o afetam como facas em seu crânio por mais que isso acontecesse sempre, ele ainda não havia se acostumado.

— Você está machucado? — A moça olhou pra ele e se preocupou com sua cara de dor.

— Não me machuco, não se preocupe — ele tomou um gole do café. Ravi observava a humana com curiosidade, ela estava na beira da pia olhando para janela, ela estava cantarolando uma música e isso o fez sorrir — você é uma humana um tanto quanto diferente.

— Eu? — a moça parou de cantarolar ao notar que estava fazendo

— Sim, as pessoas não são mais gentis, não neste século. — A moça estava parada olhando pra janela — pode cantar se quiser.

A jovem sentiu seu rosto esquentar, ela estava tão acostumada a estar sozinha e cantar sozinha que apenas havia esquecido que estava cantarolando na frente dele. Ela tocou suas bochechas com as costas da mão no desejo desesperado de esfriar seu rosto.

— Conheceu outros séculos? — ela perguntou tentando mudar de assunto, ele poderia ser o boto cor de rosa? A natureza a afetou suficiente por pelo menos dez segundos ela pensar que isso era real.

— Talvez.

— Se arrume, eu vou molhar minhas plantas e vamos sair em breve. — Ele dizia tudo com tanta sinceridade que preocupava Aurora, preocupada de tudo que ele sentia ser sincero demais e seria um tragédia, um completo desastre.

Aurora saiu de dentro da cabana e deixou Ravi lá terminando seu café, ela pegou um regador que tinha comprado quando se mudou, encheu ele com a torneira improvisada que ela tinha na cabana.

Ela molhou todos suas flores multicoloridas, Aurora tinha espalhado suas flores favoritas por todos os lados ela gostava pois era uma planta simples e ela sempre viu beleza nas flores mais simples.

Uma brisa bateu em seus cabelo e fez a jovem sorrir, ela cantava "quase sem querer" baixinho, Ravi olhava a moça da soleira de entrada, ela dava sozinha e gargalhava todas as vezes que o vento batia em seus cabelos como se fizesse cócegas.

Por alguns instantes Ravi se viu ali, ele se lembrou de onde morava e até mesmo de seus irmãos, como Serafim contava história sobre o como era o mundo antes do véu ser fechado. Serafim era a única lembrança boa que Ravi tinha.

Ela terminou de molhar tudo e voltou para dentro, ela passou direto por Ravi e não disse nada, ela foi até o quarto e pegou sua mochila e seu celular, ela se certificou de trancar tudo, entrou no carro junto do lado do motorista o homem entrou ao seu lado e ficava observando as árvores passar enquanto ela dirigia. Ao chegar no povoado, o rosto do homem caiu no chão.

— Essa é a cidade mais próxima? — Ele observava tudo — fica a duas horas daquele casebre e é isso que tem pra mim?

Ravi parecia incrédulo com o pequeno povoado, as pinturas dos estabelecimentos era de cores gritantes mais estavam apagadas pelo sol quente, as praça tinha alguns bancos e duas árvores, havia pedras faltando em todos os cantos da pequena praça. O único lugar pintando e arrumado era a pequena igreja católica que havia sido pintada pelos fiéis a pouco tempo, seu amarelo brilhante era de doer os olhos e fazia todos os lugares a sua volta parecer mais velhos do que realmente eram. A coleção de bicicletas paradas na praça era o movimento comum da comunidade o que fazia um contraste com a caminhonete grande de Aurora.

Ela revirou os olhos para a atitude do homem e entrou no bar — Olá, dona Lola — ela disse se sentando no banco

Ravi passou pelas grandes portas de ferro que estava dobrado, o lugar humilde era o discrepância grande com a sua realidade atual e sua casa em Lichtenstein nos alpes Suíços.

Aurora parecia de casa, o que era irônico visto o carro que ela dirigia um carro de quase trezentos mil reais, sem contar seu celular de marca que ele reconhecia de longe. Ele observou a senhora com um guardanapo desbotado de água sanitária no ombro encostada no balcão que parecia feliz de ver Aurora.

— Minha filha, foi Deus que te mandou aqui — Dona Lola colocou a mão no peito de forma dramática.

— O que houve? — a moça perguntou assustada.

— Sua mãe te ligou ontem de tardinha

— Ela nunca liga pra cá, o que houve? — a moça olhou desconfiada, por alguns instante Aurora sofreu pensando em todas as tragédias e só poderia ser isso mesmo.

— Pediu pra você ligar pra ela.

Dona Lola pegou o telefone de disco e colocou em cima do balcão, a jovem pegou seu celular, copiou o número da sua mãe e começou a discar. Em menos de dois toques ela atendeu.

— Mamãe, o que houve? — a moça sentiu seu coração apertado.

— Filha, é seu tio. Ele sofreu um acidente de carro — Renata parou de falar, ninguém entendia a forma que Paulo se acidentou e seu carro capotou, parecia inexplicável visto que ele era um homem muito cauteloso na direção. As câmeras que filmaram tudo também não havia uma plausível.

— Como ele está?

— Nada bem — a mulher disse com voz chorosa — falaram pra esperarmos o pior. Venha pra casa, sua mãe precisa de você.

— Mamãe, ele vai ficar bem.

— Aurora, por favor — a mulher disse com voz de choro aquilo partia o coração de Aurora, por ser filha única ela sempre sentiu que era as duas contra o mundo e apesar de ter ido embora foi uma decisão difícil ela precisava se achar.

— Ok, mas eu vou voltar depois.

— Venha hoje. — Renata disse assertiva

— Mãe, como eu vou chegar lá em menos de 24h? — a mulher nada respondeu, chorava copiosamente em desespero — ok, vou dar um jeito.

A moça desligou o telefone, seu coração se apertou, seu tio tinha quase sua idade, ele era um homem incrível e apoiava em tudo, mas que seu pai. Ela não podia deixar de ir.

Ravi olhava pra Aurora curioso pra saber o que se passava na cabeça dela por mais que ele tentasse ler a mente dela ele não conseguia quebrar sua barreiras. A moça estava com os cabelos enrolados presos em um rabo de cavalo, em tom marrom de seus cabelos eram bonitos mesmo assim ela tinha apenas uma beleza comum. O fato dela não ter se jogado nos braços dele o deixava intrigado, afinal ele é uma divindade e quem não deseja um pouco desta glória?

— O que houve? — Dona Lola perguntou curiosa.

— Problemas familiares, Dona Lola. Vou ter que voltar para São Paulo.

— Não se preocupe, podemos ficar de olho na sua casinha.

— Ah Dona Lola — A moça entrou atrás do balcão e abraçou a mulher de cabelos brancos rebeldes — o que eu faria sem você?

— Licença — Ravi bateu em cima do balcão fazendo "toc toc" — lembra que eu estou aqui.

— Quem é você? — Dona Lola perguntou encarando as roupas de Ravi e seu jeito arrogante.

— Dona Lola, ele vai usar o telefone. Pode colocar a ligação dele na minha conta.

Ela colocou o telefone na frente de Ravi e o encarou desconfiada ainda. Ele encarou o telefone velho escuro com números em forma de disco, em sua mente ele só pensava que era um fim de mundo.

Não demorou muito para sua ligação ser atendida, Aria sabia que a essa altura se ele não tivesse se tornado humano se tornaria em breve e aguardava a ligação de Ravi ansiosamente.

— Gostou da casa nova? — A moça disse assim que atendeu o telefone rindo

— Sua bruxa maluca, qual é o seu problema, me joga no interior do Brasil?

— Sabe que Maya nunca faz nada sem motivo. Ela escolhe o lugar, não eu.

— Onde estão minhas coisas? Onde eu vou ficar? Esqueceu que não posso ficar usando magia.

— Compre coisas novas, não é como se você fosse pobre.

— Estou sem meu celular, Aria.

— Seu sobrinho está indo te encontrar em São Paulo, compre um celular novo na cidade.

— que cidade? Estou em um povoado — Ravi olha tudo em volta com desgosto no olhar.

— Não precisa gritar, sei que tem um motivo pra você estar aí.

— Queime no inferno.

— Eu sou uma bruxa do fogo, eu morro queimada, esqueceu?

— Passar bem

Ravi bateu o telefone. Ele tinha se esquecido que as bruxas do fogo queimam como ele só que elas não renascem da cinzas. Ravi sentiu olhos em sua direção Dona Lola e Aurora o encaravam confusas, demorou um tempo para Ravi se lembrar que havia falado em latim com a Aria, provavelmente elas não teriam entendido nada

— Minha filha, ele não é normal — Lola sussurrou pra Aurora.

— Só aparece maluco na minha vida — ela suspirou — Está falando qual língua?

— Latim — ele respondeu indiferente aos olhares curiosos. — Você vai pra São Paulo?

— Infelizmente.

— Vamos juntos, não conheço nada deste inferno de mosquitos — Ravi saiu de dentro do bar da dona Lola e olhou para a pintura queimada — não adianta tentar mais, eu não quero mais isso — Ravi olhou para esfera em sua mão, ela brilhou cintilante.

— Você vai comigo? — Aurora olhou para o moço que falava sozinho.

— Pode me ajudar? Eu prometo que vou pagar.

— Você deve estar maluco, não é? — A moça olhou pra ele como se seu pedido fosse a coisa mais anormal do mundo — nem te conheço.

— Você disse que iria cuidar de mim — Ravi encarou Aurora, os olhos dele brilharam laranja a moça sentiu um arrepio percorrer seu corpo — Não vamos mais nos ajudar?

Aurora observava os olhos de Ravi, havia uma sinceridade e uma calma incomum, a moça sempre foi boa em julgar as pessoas e ele parecia alguém bom, até tinha a impressão que eles se conheciam — Eu sempre fiz trabalho de caridade mesmo, o que custa mais um. — As palavras saltam da boca de Aurora, como se isso fosse a coisa mais comum para ajudar um desconhecido. Será que ela tinha perdido o juízo?

A moça entrou em seu carro, ela voltou a sua casa, ela demorou menos tempo para chegar desta vez, estava com pressa. Ela entrou na casa e fez suas malas, o homem estava sentado esperando na varanda a sua espera, como isso a incomodava. Ela fechou sua casa de madeira simples, olhou para o céu e pensou que ela voltaria

— Está preocupada com algo? — Ravi perguntou e olhou pro céu junto com ele.

— Com o filhote de pássaro.

— Já disse que ele está bem, vamos — Ele pegou a chave da mão da moça — eu dirijo agora, você é lenta.

— Sabe onde fica o aeroporto mais próximo.

— Não, mas eu descubro.

Ele pegou a mala que estava na sua mão e colocou no banco de trás do carro. Foram mais de sete horas por estrada de terra sem direito a parar até o Aeroporto mais próximo, mesmo assim aquele lugar não parecia civilizado para Ravi.

— Precisamos parar pra comprar um iPhone pra mim.

— iPhone? — a moça o olhou pra soberba em sua voz.

— Sim, tem shopping aqui?

— Duvido que aqui tenha uma licenciada da Apple, majestade — a moça disse em deboche.

— procure em seu celular.

Por algum motivo a moça fez o que Ravi ordenou, isso a preocupava, como ele poderia mandar nela tão facilmente, ela encontrou nas pesquisas uma loja que vendia iPhones, não era uma licenciada. Eles desceram assim que o moço entrou na loja com petulância anormal, ele pediu apenas um iPhone, a última geração que tinha.

O moço mostrou, ele nem analisou nada, apenas foi ao caixa, ligou o celular e fez uma conexão pela sua conta. Todas suas informações foram restauradas, a conta na loja ficou um pouco mais de quinze mil reais, ele fez uma transferência bancária quitando o débito.

Eles saíram da loja, o homem mexia freneticamente no celular.

— Você é um golpista? — A moça olhou pra ele, como ele poderia pagar quinze mil como se fosse centavos sem nem se preocupar.

— Não, pode dizer que eu tenho dinheiro, pois guardo há muitas vidas.

— Assassino de aluguel? — Ela perguntou desconfiada

— Acha que um assassino de aluguel fala latim? — Ravi estava incrédulo com a forma que Aurora parecia não entender nada que estava acontecendo.

— Não sei.

— Achei que você era inteligente. Parece um pouco medíocre agora.

Ravi suspira, ela não era uma iniciada do fogo já que se fosse o reconheceria. Não se tratava de uma descente da maldição dos Deuses também pois Ravi rastreava todos, Maya apenas o jogou do lado de uma mulher comum, uma mulher comum. Era apenas isso.

Ele abre o carro da moça e eles vão em direção ao aeroporto, a jovem deixa seu belo carro parado no estacionamento do aeroporto. Eles chegam até o balcão de uma concessionária aérea para pedir duas passagens para São Paulo.

— Primeira Classe.

— Você acha que aqui tem primeira classe no aeroporto perdido no meio do Para?

— Nós temos um voo com 5 conexões — A moça de roupa azul alinhada disse — 36 horas daqui a São Paulo.

— Não tem nada direito? — Aurora perguntou

— Não. Temos outro que só sai na madrugada de amanhã, ele tem apenas uma conexão.

— Temos escolhas? — A moça apenas sorriu sem dizer nada — duas passagem

— Podemos alugar um jatinho? — Ravi olhou pra ela.

— Você está maluco. Vem, vamos pra um hotel.

Aurora pegou sua mala e saiu do pequeno aeroporto que não tinha grandes aviões nem fazia viagens internacionais, Ravi seguia ela, ele parecia mais alguém que observava um zoológico. O pequeno hotel de dois andares tinha apenas um quarto disponível, o que nem deixou Aurora surpresa.

Não havia elevador e o que fez Ravi reclamar novamente o que só parou quando ele viu o quarto. O quarto tinha as paredes amarelas, duas camas de madeira e um lençol floral verde e vermelho. Uma pequena televisão ainda de tubo e um banheiro.

— Eu juro, quando pegar a Aria — Ravi resmungou se jogando na cama de solteiro perto da janela.

— Você fala sozinho, me assusta.

— Estou irritado com o lugar onde eu vi parar e ainda com você me seguindo — Ele suspirou, sabia que havia um motivo pra Maya o colocar perto da moça e isso deixava irritado já que ela parecia alguém comum e inocente.

— Eu não estou te seguindo, você invadiu minha casa e por algum motivo insano eu aceitei te ajudar.

Antes que eles pudessem seguir batendo boca o celular da moça tocou, ela atendeu era sua mãe — Filha, onde você está?

— Mãe, eu só consigo ir pra São Paulo amanhã de madrugada.

— Por Deus, você precisa se despedir do seu tio.

— Estou chegando, não faça drama. São seis horas de viagem, ou trinta e seis de conexões.

— Quanto tempo vai demorar?

— Eu saio às 2h da manhã, provavelmente vou estar lá antes das 9h da manhã, eu aviso.

— Vou pedir pro seu tio segurar as pontas e não morrer então — A mãe de Aurora debocha em sua fala.

— Mãe — a jovem suspirou.

Ravi ouvia a discussão entre Aurora e sua mãe ao telefone, ele trocava mensagens com Aria enquanto isso.

Aria encheu seu celular de mensagens, pois sua curiosidade para saber como era o lugar que Maya e quem seria a futura rejeitada de Ravi. Ele de forma discreta tirou uma foto enquanto ela estava distraída, mas pegou apenas a parte de trás da cabeça da moça. Após enviar a mensagem o texto voltou rápido "tinha como enviar uma foto pior?" Ravi bufou para mensagem e desligou o celular.