webnovel

Capítulo 4

capítulo 4

Duas semanas se passaram desde a festa, a conversa com Darian e o pesadelo. A luz da lua filtra-se através das cortinas, lançando um brilho prateado sobre o antigo livro de feitiços aberto diante de mim. Com um suspiro de determinação, eu me levanto, sentindo o poder ancestral fluir através das minhas veias. Hoje à noite, eu conjurarei magia, uma magia que há muito é esquecida pelos mortais.

Passo 1: Preparação do Espaço Sagrado Eu começo traçando um círculo no chão com sal grosso, cada grão ressoando com energia pura. O círculo é meu santuário, meu escudo contra as forças que buscam perturbar o equilíbrio do mundo.

Passo 2: Invocação dos Elementos "Espíritos do Norte, guardiões da Terra, emprestem-me sua força," eu murmuro, sentindo o chão sob meus pés vibrar em resposta. "Espíritos do Leste, guardiões do Ar, emprestem-me sua sabedoria." Uma brisa suave enche a sala, carregando consigo o perfume de flores silvestres.

Passo 3: Acender as Velas Com movimentos reverentes, eu acendo quatro velas, cada uma representando um elemento – terra, ar, fogo e água. As chamas dançam ao meu comando, suas cores refletindo as forças da natureza que eu busco harmonizar.

Passo 4: O Feitiço Eu recito as palavras antigas, minha voz crescendo em poder a cada sílaba. "Pela luz da lua e pelo brilho das estrelas, pelo sussurro das árvores e pelo murmúrio das águas, eu invoco o poder escondido dentro de mim."

Passo 5: A Manifestação Com um gesto final, eu libero a energia acumulada, enviando-a para o universo. Um clarão de luz irrompe do centro do círculo, e eu sinto a magia se manifestar, tecendo a realidade ao meu redor.

Passo 6: Agradecimento e Fechamento "Gratidão aos espíritos e elementos," eu digo, sentindo uma onda de gratidão e paz. "Que o equilíbrio seja mantido." Eu apago as velas uma a uma, selando o feitiço e restaurando a ordem.

Ultimamente, tenho aprendido os feitiços de Eleah e me dedicado mais a isso. Me jogo sobre minha cama e olho para o teto. Darian age como se nada tivesse acontecido, como se... Argh, grunho de raiva. Homem bastardo, idiota e estúpido!

A porta do meu quarto se abre e três figuras conhecidas adentram, eu me levanto e me sento na cama.

"Você não vai acreditar!" Seraphina dá pulinhos de alegria e eu franzo o cenho. Ela se senta na minha cama. — "Parece que a escola vai fazer meio que um acampamento, iremos passar umas duas semanas lá." Seus olhos brilham iguais aos de uma criança ganhando doce.

Hinata, sempre a voz da razão, interveio com sua calma habitual. "Esqueceu de mencionar que nem todos irão. Serão escolhidos a dedo," ela explicou, e eu pude sentir o peso de suas palavras, ponderando o significado por trás delas.

"E é óbvio que vamos ser escolhidas!" Seraphina proclamou, e seu otimismo era tão palpável que quase poderia ser tocado. Ela tinha uma confiança que parecia inabalável, e eu me perguntava se algum dia conseguiria ter a mesma certeza que ela.

"O que exatamente é esse acampamento?" Questiono. Hannah, Hinata e eu olhamos para Seraphina, esperando ela responder a pergunta. Ela nos olha sem entender nada. — "Você sempre sabe de tudo." Dou de ombros.

Ela franze os lábios, pensativa.

Seraphina estava praticamente vibrando de excitação enquanto delineava os contornos daquilo que seria o acampamento. "Vai ser intenso," ela começou, e eu podia sentir a seriedade em sua voz. "Todos nós, todas as espécies sobrenaturais da escola, estaremos lá. E não pense que será fácil."

"No primeiro dia, será tranquilo," ela continuou, gesticulando com as mãos como se estivesse desenhando o mapa do acampamento no ar. "Vamos relaxar, conhecer o lugar, entrar no clima do acampamento. Mas também será o dia em que irão escolher nossas duplas. Cada um de nós terá um parceiro."

Eu engoli em seco, a ansiedade e a antecipação se misturando dentro de mim. "E no segundo dia," ela disse, "começa a verdadeira prova. Serão dois dias de missões na floresta. E não serão missões quaisquer, serão desafios que vão exigir tudo de nós - força, resistência, habilidade. Será super pesado, complicado e… muito difícil."

Ela fez uma pausa.. "Depois, teremos um baile. Mas não um baile qualquer, será um baile de gala. Imagine só, todos nós, vestidos a rigor, dançando sob as estrelas."

"Mas não acaba por aí," ela acrescentou, e eu podia ver o brilho de desafio em seus olhos. "Depois do baile, teremos outra missão. Essa não será em duplas, mas em grupo. E se você pensa que a primeira missão foi difícil, prepare-se, porque essa vai testar ainda mais nossos limites."

Enquanto Seraphina falava, eu podia visualizar cada cena que ela descrevia, e uma parte de mim mal podia esperar pelo acampamento. Seria uma oportunidade para provar a mim mesma do que sou capaz, para enfrentar desafios que nunca imaginei. E, de alguma forma, eu sabia que seria uma experiência que mudaria a todos nós para sempre.

"Isso vai ser bom, estamos precisando nos divertir" Hinata diz, e eu fico surpresa, ela é sempre centrada e prefere o silêncio — algo que não irá ter no acampamento.

Eu mal posso acreditar no que estou ouvindo. Hinata, com seu jeito sempre tão calmo e sua voz suave que raramente se eleva acima de um sussurro, está animada com a ideia de ir ao acampamento. Eu a observo, tentando encontrar algum sinal do seu habitual recato, mas tudo o que vejo é um brilho genuíno de entusiasmo em seus olhos. "Você tem razão," eu respondo, permitindo que um sorriso se forme em meus lábios. "Um pouco de aventura não faz mal a ninguém. E quem sabe? Talvez o barulho da natureza seja exatamente o tipo de silêncio que precisamos." Eu me permito rir, pensando em todas as histórias que vamos criar juntas, longe do mundo que conhecemos, imersas na simplicidade selvagem do acampamento.

Então, Hannah levanta a questão das duplas, e meu coração gela. "Se eu cair com Darian eu me mato!" Eu penso, a ideia me enchendo de pavor. Seraphina parece compartilhar do mesmo temor, sua voz carregada de aversão.

— "Se eu cair com Killian eu me enforco!"

A tensão no ar é cortada pela sugestão inesperada de Hinata, e eu não posso deixar de olhá-la com uma mistura de surpresa e admiração. — "Calma gente, se vocês caírem é só ameaçarem eles." Sua voz, normalmente tão medida e tranquila, carrega agora um tom de travessura que é estranhamente reconfortante

Eu levanto uma sobrancelha, incapaz de conter um sorriso. — "Quem é você e o que fez com nossa pobre Hinata?" Brinco, apontando um dedo acusador em sua direção. Ela cora, um rubor suave que colore suas bochechas e a faz parecer ainda mais jovem do que é.

— "Desculpa, acho que me deixei levar pela empolgação de vocês," ela diz, um sorriso tímido e envergonhado se formando em seus lábios.

É um momento leve, um respiro bem-vindo em meio à ansiedade que nos cerca. E, de alguma forma, a sugestão de Hinata parece menos uma piada e mais uma promessa silenciosa.

"Ou podemos matá- los!" Hannah sugere em um tom maléfico.

— "Vamos encarar isso como um desafio," digo, tentando infundir minha voz com a mesma confiança que Seraphina sempre exibe. — . "Seja lá com quem cairmos, vamos mostrar que somos mais fortes do que qualquer rivalidade ou desavença. E se tudo der errado…" Eu pauso, um brilho travesso nos olhos. "…bom, aí a gente ameaça eles, como a Hinata sugeriu." — Sorrio travessa novamente — "Ou como Hannah sugeriu."

Rimos juntas, e por um instante, o peso da incerteza se dissipa.

— "Eu não tenho nem roupa pra vestir!" Seraphina lamenta, trazendo à tona uma preocupação mundana que, de alguma forma, serve para nos unir ainda mais

— "Mas seu guarda-roupa é enorme." Hinata diz.

Eu não posso deixar de sorrir.— "Você quis dizer o closet dela, né?" Eu corrijo, enfatizando a extravagância de Seraphina com um toque de sarcasmo amigável.

Seraphina responde com uma exagerada indignação. — "Onde? Meu closet é super pequeno," ela esbraveja, e eu sei que ela está brincando. Afinal, todos nós conhecemos a vastidão de seu 'pequeno' closet.

Hannah, sempre pronta para um bom debate, discorda sem hesitar. — "Só se for nos seus sonhos que aquilo é pequeno," ela rebate, e sua voz carrega uma certeza divertida que nos faz rir.

Nós continuamos a conversa, cada uma adicionando seu próprio tempero à mistura de zombaria e afeto. A risada é contagiante, e Hinata, com sua habitual compostura, não consegue resistir. Ela ri, uma risada genuína e cheia que parece vir do fundo da alma. É uma daquelas risadas que você não ouve todos os dias, aquela que é tão intensa que faz seu corpo inteiro vibrar.

— "Eu não acredito que vocês estão falando sério!" ela diz entre risos, mas suas palavras são cortadas por mais uma onda de riso.

De repente, com um movimento brusco e inesperado, Hinata balança perigosamente na beirada da cama. Por um momento, parece que ela vai se recuperar, mas então, com um grito abafado, ela cai no chão. O som do impacto é seguido por um silêncio momentâneo, todos nós prendendo a respiração, esperando.

Mas então Hinata começa a rir novamente, ainda mais alto do que antes, e o som é como música para nossos ouvidos. Ela está bem, e o absurdo da situação só faz com que a risada se torne mais forte.

— "Hinata, você está bem?" eu pergunto, tentando conter minha própria risada, mas é inútil.

— "Eu estou ótima!" ela responde, ainda no chão, a risada tornando difícil até mesmo falar.

Nós nos juntamos a ela, rindo até que nossos estômagos doam e lágrimas de alegria corram por nossas faces. É um daqueles momentos perfeitos de alegria descomplicada, onde nada mais importa além da amizade e da felicidade compartilhada. E enquanto Hinata finalmente se levanta, ainda rindo, nós sabemos que essa é uma memória que vamos guardar para sempre.