"...?!" Haruki engoliu em seco.
Com vergonha de voltar atrás em sua palavra e sem conseguir pensar em um bom argumento para contradizer Saito, ele assentiu e se aproximou mais do alpinista. Fechando os olhos e abrindo a boca, nos últimos centímetros de distância dos lábios de Saito.
Suas bocas se tocaram, suas línguas se encontraram. A partir desse ponto Saito tomou a boca de Haruki com ânimo, sugando sua língua, enterrou os dedos nos cabelos do cantor, o envolvendo num abraço forte e quente. Seus corpos se colaram, e Haruki sentiu o volume crescer nas calças de Saito.
O beijo foi úmido, quente, sensual. Muito melhor do que o cantor estava esperando. Experiente, Saito permitia que Haruki controlasse um pouco, não muito, o ritmo em que seria sugado.
O beijo terminou com pequenos beijinhos e lambidas, nos lábios de Haruki,
"Abra os olhos Haruki," Saito pediu com a voz muito rouca. "Se você quiser experimentar mais eu te mostro, o que é ser sugado aqui," e o alpinista massageou as bolas de Haruki, o fazendo morder os lábios para não gemer alto. Saito tinha razão, Haruki gostou mesmo querendo ser indiferente às carícias. Seu membro latejando dentro da caça, prestes a explodir. Estava sendo doloroso para Haruki se conter.
"Eu não brinco com os sentimentos das pessoas Haruki. Eu vivi uma relação tóxica quando era inocente como você é hoje. E precisei de muito tempo para me recuperar. Algumas pessoas só irão se aproximar para te machucar. Aprenda a ver as ações e reflita Haruki." Saito aconselhou o cantor. "Vamos subir na torre e tomar um café, você está tremendo." Tirando seu terno, Saito o colocou sobre os ombros de Haruki. E eles entraram no Café Parisien que funcionava dentro da torre de ferro.
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No Café Parisien o alpinista passou a contar sua experiência real em um rally. Ele competiu com alguns amigos que também eram alpinistas, e ficaram em 3 lugar depois de muitos problemas que quase custou a vida de um dos membros.
Saito explicou detalhadamente quais eram os itens indispensáveis que o cantor teria que comprar além do carro, como por exemplo kit de primeiros socorros, muitas ferramentas, peças extras para o carro e alguns rolos de fita adesiva.
Haruki ouvia incrédulo o aventureiro à sua frente. Saito estava sendo tão generoso com ele, o orientando com detalhes de tudo o que eles poderiam passar durante a competição.
"Saito você não deveria ter ido para a loja para escolher logo o seu carro?" o cantor perguntou, mostrando sua preocupação com seu mentor.
"Dos dois competidores que têm dinheiro para comprar carros hoje, um já possui um carro bom e o outro não vai saber escolher." Saito demonstrou sua segurança e seu conhecimento sobre os jogadores.
Agora relaxado ao lado de Saito, o cantor o acompanhou até a loja de carros. Enfim, o alpinista iria fazer suas compras.
Haruki entrou com ele no Monde Car.
O lugar era gigante, separado por estilos de design. Cada sessão tinha várias atividades, inclusive havia simuladores para teste drive. Bebidas, hologramas de mulheres sensuais e até telões com cenas quentes envolvendo lindas beldades e carros turbinados. A música variava de estilo de acordo com o estande, tocando de folk music a heavy metal.
"Haruki-kun, vamos ver os modelos clássicos primeiro," Saito o chamou para irem ao mostruário com os modelos vintages.
Nesse estande a música era um jazz de Charles Mingus - 'Goodbye Pork Pie Hat', quando chegaram e o Haruki ficou olhando o holograma executando a melodia.
"Haruki, venha ver essa menina linda." Saito o chamou parado ao lado de um carro.
O cantor foi até ele e ficou olhando incrédulo para um modelo conversível, muito antigo e de aparência frágil demais para suportar um rally. Os pneus tinham aros finos demais para serem resistentes.
"Haruki esta garota linda é um Vauxhall 30 98 de 1924, o melhor esportivo que os britânicos criaram. Ele é veloz e leve, mesmo assim aguenta muito impacto, " explicou Saito.
"Então esta vai ser a sua escolha, Saito?"
Jun perguntou se aproximando deles.
Haruki tinha tentado vê-lo desde que entrou, sem sucesso. E ali estava ele como se tivesse ouvido toda a explicação do alpinista.
"Eu também já fiz minha escolha." E olhando para o cantor continuou, "Eu estive te procurando Haruki. Eu já encontrei o carro que você vai comprar e todo o equipamento que eu comprarei para usar juntos na corrida." Jun foi ficar ao lado do cantor.
O garoto estava com o coração acelerado, se sentia culpado.
"Seu carro não é tão caro como este aqui. Primeiro benefício. É bem mais seguro por ser fechado, segundo benefício. Tem o interior grande para nós dois ficarmos confortáveis juntos, terceiro benefício. Mas nem tudo é perfeito Bolinho."
"....!" Haruki quis morrer, se sentindo miserável por ter traído Jun.
"Você vai precisar ganhar muitos diamantes para comprar a Toyota Hilux, ela é indestrutível e vai nos levar até a final," Jun terminou de explicar seu plano de casal para Haruki na frente de Saito que o observava com sua usual poker face.
"Jun, todos tem que comprar o seu carro para poder participar." Haruki falou vermelho de vergonha, por ter sido chamado pelo apelido de cama na frente de Saito e pela traição. Descobrir que Jun esteve pensando nele enquanto ele estava com Saito foi um choque que o cantor ainda não tinha absorvido.
"Eu sei, por isso vou comprar um Tata Nano, eu sei que ele não vai aguentar nem um dia inteiro de corrida, mas daí eu vou de carona com você."
"Jun, …"
"Room Room" o som da voz de Haruki foi abafada pelo ronco de um motor. E eles viram um monster trucks, uma picapes com rodas enormes que esmagam carros e qualquer coisa à frente, passeando pelo salão e esmagando algumas decorações pelo caminho.
Hinata estava ao volante, com um sorriso de psicopata pregado na cara, vindo em direção a eles.