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Coroa de Brandon - [PT-BR]

Esperando ansiosamente, Brandon pensava em seu amado que havia partido para a guerra. Três longos anos foi o período que não o via. Eles se comunicavam às vezes por cartas, mas não era o mesmo que tê-lo ao lado em seu dia a dia. No entanto, o momento esperado havia chegado. O fim da guerra foi anunciado e era naquele dia que ele chegaria. Toda a mansão estava se arrumando para a chegada dos jovens mestres, e o casal Miller e o jovem James estava em frente a porta, pois foram informados que seu grupo havia chego às terras. Brandon não demonstrava o que realmente estava sentido em seu rosto, porém seu interior estava em um estado de euforia. E como se seus pensamentos felizes e animados fossem poeira ao vento, o que ele teve que ouvir foi chocante e perturbador para ele. O homem que ele amava estava noivo. * Desacreditado no que tinha ouvido da própria boca daquele que um dia amou lindamente, ele não conseguiu pensar além daquelas palavras. Como ele pensava que aceitaria aquilo? Era isso a extensão de sua consideração por ele? No fim, Brandon decidiu-se. Não havia como pensar, esquecer e até superar estando em tal lugar. Ele tinha que mudar. Um lamento cresceu em seu peito ao pensar nas pessoas com quem viveu por longos anos, mas era necessário para si e seu coração. O rapaz só não pensaria que ao se mudar, um lobo de olhos vermelhos eventualmente tomaria seu coração para si. {Boys Love | Fantasia Romântica}

MundosdeL · LGBT+
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39 Chs

2.4

Com sua fala direcionada a elas, algumas senhoritas ficaram com um rosto ligeiramente avermelhado quando seus olhos negros cruzaram com os delas. Diferente das senhoras que o analisavam e concordavam interiormente que ele seria um bom pretendente para a filha delas. As únicas que não foram afetadas por sua aura séria e de cavalheiro foram as que somente tinham filhos homens ou que simplesmente não se importavam muito com sua beleza, mas não discordam que ele era bonito.

"O-olá, Lorde Ferion. Faz um tempo desde que nos vimos."

Vanessa Astriel disse o olhando com um brilho em seus olhos. Sua face era composta e ela não estava expressando muito, mas caso alguém olhasse com atenção, perceberia que ela estava um pouco nervosa por estar falando com ele.

Isso, de alguma forma, foi passado despercebido por aquelas mulheres nobres que tinham que viver no meio social aristocrático, onde estudar o outro é uma lição básica. No entanto, muitas ignorariam, pois estariam da mesma maneira ao falar com um cavalheiro de renome na guerra que ainda é herdeiro de uma casa.

Ferion virou-se, franzindo o cenho enquanto estava fitando ela. A mulher que lhe dirigiu a palavra não estava em sua mente, ainda que, supostamente, eles tenham se visto antes.

"Sinto muito, mas não acho que me recordo da senhorita. Poderia me dizer seu nome?"

Ele indagou e a mulher corou um pouco de vergonha por não ter sido lembrada. Era constrangedor dizer que se encontraram e conheceram antes a pessoa sequer se lembrar dela. As outras mulheres também sentiram um pouco por ela. Bem, não era de forma alguma mal intencionado. Fazia sentido, afinal. Ele ficou na guerra durante três anos, sem ir a bailes ou qualquer evento da nobreza. É normal que o homem tenha se lembrado somente daqueles que viviam consigo.

"Meu nome é Vanessa Astriel."

Ela disse, com uma voz um pouco baixa, mas ele ainda escutou. Sua mente procurou em meio aos nomes das famílias que conhecia ou que tinham algum tipo de relacionamento, porém não encontrou. Talvez ela fosse uma das nobres que ele conversou durante um banquete e baile.

"Perdão, eu realmente não me lembro."

"Está bem."

A jovem de cabelos castanhos encaracolados abaixou a cabeça, como se lamentasse um pouco. Seu rosto corado, enquanto mordia os lábios para conter sua frustração, decepção e vergonha que sentia dentro de si. O herdeiro do condado assentiu para ela e seus olhos negros direcionaram para as senhoras e logo para sua mãe.

"Mãe, ainda tenho muito trabalho a fazer. Então, receio não poder ficar mais. Te vejo no jantar, mais tarde."

Claire o olhou também, vendo os mesmos olhos que via em seu marido. A condessa retribuiu, entendo o que ele queria dizer. Uma saída sutil dali, usando como desculpa seu trabalho. Seu menino ainda não gostava de eventos sociais tanto quanto antes. Essa parte dele parecia que nunca ia mudar, mesmo com o passar dos anos.

"Tudo bem, você pode ir."

Ferion balançou a cabeça e se curvou para as nobres convidadas. Brandon fez o mesmo cumprimento, porém um pouco mais inclinado, e seguiu Ferion para seu escritório. Como determinado pelo conde, ele teria que ajudá-lo a se acostumar com o trabalho. No entanto, um pouco antes de sair, o ruivo deu uma discreta olhada para a cadeira onde a noiva de Phillip, Johannes, estava sentada, antes de seguir em frente como se nada o incomodasse.

"Seu filho é ótimo, Condessa Miller."

"Obrigada, ele me traz muito orgulho."

Johannes bebeu um gole de seu chá ao ouvir Claire responder uma convidada, pensando na cena que acabou de acontecer. Ferion, seu futuro cunhado, é o mesmo que viu durante o jantar, não alterando em nada seu comportamento. Sua análise de que ele é sério e as palavras de Phillip não diferem em nada do que viu. Mas o que lhe intrigou fora Brandon. Ela percebeu como ele olhou para a mulher sentada ao seu lado e depois de olhá-la parou um pouco antes de voltar a conversar normalmente.

'Ele definitivamente me olhou…'

Seu rosto escondia o que pensava e ela não conseguia perceber o que ele sentia ou o que pensava. Era incrível como ele conseguia fazer isso. Mas o tempo que ele congelou ainda foi captado por si.

Deixando isso de lado, ele parecia alguém bom para conversar, dado como ele se referiu às senhoras da mesa e sua postura humilde perante a elas. Gentil e com um tom calmo, mesmo quando sorri, ele permanece um mistério. Além de ter uma bela aparência acima da média. Talvez pudessem ter uma boa relação de amizade ou, no mínimo, uma sem hostilidade, uma vez que seu comportamento não parecia tão amigável consigo ao olhá-la.

*

Brandon olhava para o papel que estava à sua frente. A tinta recém posta era preta e estava em uma caligrafia bonita e se destacava na tez branca do papel. Contudo, seus pensamentos estavam em outro lugar. Mais precisamente, quando ele viu Johannes na festa do chá.

Ele não achou que a veria ali, pois ela só ficava em dois lugares da mansão desde que havia chegado. Foi surpreendente vê-la ali e não teve como reagir a isso. Nem poderia sair dali, pois estava a frente das convidadas e sua senhora e Ferion estavam ao seu lado também. Uma parte de si ficou com raiva por ter ficado parado ao vê-la e congelado. Essa mesma parte queria que ele agisse como se tivesse visto algo trivial e que dizia que ele deveria se acostumar a isso, pois a veria com mais frequência com a vivência dela na mansão.

E ele sabia. Sabia que deveria se acostumar, mas… Não conseguia.

Talvez fosse somente um drama para si e outros poderiam dizer que ele só estava querendo atenção. Porém, sofrer por amor, seu primeiro amor, não era algo que ele queria. E ter tido um término, se é que pode chamar assim, sem nem terminar ou discutir os detalhes direito foi um efeito de sua situação.

Passaram somente alguns dias, mas ele estava cansado do que sentia. E embora sentisse tal exaustão, não queria conversar com ele. Cada um tinha que viver sua vida agora, com o mínimo de contato e profissionalismo. Era um fato óbvio para qualquer pessoa que soubesse que a pessoa que amava estava noivo de outra pessoa.

Uma medida para não se ferir mais ao ouvi-lo dizer que a amava. Para não se machucar ao ver que sua fala doce e suave era para outra pessoa. Para que seu coração partido possa se proteger da tristeza que o rodeava. Brandon esperava que o que estava fazendo estivesse certo. Que era para o seu melhor.

"Brandon, você está bem?"

O ruivo piscou, desperto de seu transe, percebendo que sua mão estava parada em cima do documento com a caneta em mãos. Ferion o olhava com as sobrancelhas franzidas, como se não entendesse o porquê dele ter parado.

Com um balançar de cabeça, ele suspirou. Ele olhou para Ferion e sorriu, demonstrando que estava tudo bem. Um sorriso no rosto para fingir. Um sorriso falso, mas com o desejo de ser verdadeiro. É só isso que ele tinha que fazer.

O mais velho o observou atentamente com os olhos sérios e o cenho ainda mais franzido. Ele estava assistindo Brandon sorrir para ele, como se não tivesse nenhum problema e não acontecendo nada. O rosto torcido com um bom de desagrado por ver aquilo. Era óbvio que Brandon estava pensando em algo para fazê-lo parar e ficar algum tempo daquele jeito. E isso o frustra, pois ele não consegue descobrir o que é que acontece. Também tinha certeza que ele não contaria para ele.

Ferion imaginou que James devia se sentir assim toda vez que olhava para Brandon. O garoto era quem passava parte de seu dia com o ruivo e com certeza tinha noção de como ele estava. Mas também não tinha a mínima ideia do porquê dele estar daquele jeito. Ambos voltaram para os papéis à sua frente. Um colocando sua frustração no papel e o outro focando sua mente para não pensar naquilo novamente.

*

O céu do lado de fora estava escuro e o sol havia desaparecido há algumas horas. Johannes estava sentada na cama, recostada na cabeceira, lendo um livro que encontrou e que chamou sua atenção. Ela tinha curiosidade sobre a cultura do império Yulard, visto que nunca havia saído da cidade em que vivia e trabalhava, e seus livros eram uma ótima fonte de informação, ainda mais para se acostumar a sua nova vida.

Alguns fatos lidos e as diferenças nas ações das personagens eram incomuns e estranhas para ela, mas nada que ela não pudesse se acostumar. Ela também achava engraçado alguns feitos que ocorriam, tão diferentes do que ocorria em Torzik. Contudo, não havia nada que criasse um conflito de cultura. Ambos os países eram semelhantes na estrutura social, só haviam alguns detalhes diferentes.

Isso destacava que ela não era originária dali.

Ela era uma estrangeira de um país derrotado e tinha que viver no país que guerreou com o seu. No entanto, ela não culpava Yulard por lutar com Torzik. Era um fato conhecido pelo povo que foi o rei do país perdedor que declarou guerra, mesmo com os protestos do povo em frente ao palácio, na capital real.

De acordo com o que havia ouvido no local em que trabalhava, muitos estavam insatisfeitos com a decisão insana do rei, principalmente os nobres que não queriam uma guerra, mas tiveram que obedecer seu monarca. Todos eles temiam que os soldados especiais do rei viessem atrás deles, caso não obedecessem.

No fim, resultou na queda do reino Torzik; a extinção da família real e a perda de milhares de vidas.

Johannes ficou grata por ter encontrado Phillip naquele caos e que ele a ajudou. Não havia gentileza sem preço no mundo. No entanto, não era algo que ela não se beneficiava também, então era bom para ela de qualquer forma.

'Se eu não tivesse não tivesse encontrado ele naquele tempo, talvez tivesse morrido ou sequestrada e vendida como escrava.'

A porta do quarto em que ela estava se abriu e uma figura masculina com roupas vermelhas apareceu. Os cabelos negros e os olhos de mesma cor a olhou um pouco antes de entrar e fechar por onde entrou. Ele olhou o ambiente para ver se havia mais alguém, mas confirmou que não havia ninguém.

Seus olhos verdes observaram ele começar a se despir e retirar as vestimentas que usava. O torso branco surgiu depois que a camisa havia caído, mas a parte inferior ainda permaneceu no corpo. Ele, agora, estava procurando outras roupas para se vestir após o banho.

Ela olhava para ele com um olhar apático, já acostumada com ele fazendo isso em sua frente, sem o mínimo de pudor. Ele também não ligava se ela via, diferente de quando se conheceram.

A mulher fechou o livro em suas mãos, apoiando o queixo em seus joelhos, com o cabelo caindo para ambos os lados. Ela estudava suas ações, pensando no que ele faria se ela contasse sobre o que aconteceu mais cedo naquele dia. É certo que ele a questionaria, mas qual seria sua reação? Surpresa?

Phillip, percebendo que o olhar que estava sobre si, virou-se para Johannes, sua noiva. Os olhos dos dois se encontraram e se encararam. O homem ficou um pouco confuso com o olhar dela, enquanto ela simplesmente estava o encarando.

"Algum problema?" Ele a questionou e ela deu um sorriso.

"Nenhum. Somente que meu noivo não me cumprimentou ao entrar no quarto."

"Nós nos encontramos no jantar. Não achei que haveria necessidade."

"Hm."

Um murmúrio foi feito em resposta por ela. Seu olhar desviou-se dele para algum lugar e logo voltou para ele. Um sorriso de canto dançou em seus lábios e um leve brilho travesso apareceu.

"Eu…" Ela começou, chamando a atenção do homem que a olhava questionador.

"O quê?"

"Encontrei aquele que se chama Brandon. Ele é mais bonito do que esperava. E parece ser uma boa pessoa também."

Phillip franziu a sobrancelha, não acreditando no que estava ouvindo. Quando ela o conheceu? E por que só estava ouvindo isso agora? Eles se encontram algumas vezes mais cedo, mas ela não lhe contou isso antes?

Mais importante, ela encontrou Brandon, quando o ruivo sequer aparece em sua frente, como um fantasma que desaparece e reaparece quando quiser. Ele se sentiu amargo com isso.

"Onde?"

"Na festa de chá de sua mãe. Ele apareceu durante a conversa."

Phillip balançou a cabeça, entendendo o ponto. Quando ainda não havia partido da mansão, ele se lembrava que Brandon participava de algumas festas que sua mãe organizava, parecia que ainda acontecia até os dias atuais.

"O que aconteceu?"

"As senhoras estavam conversando sobre você e seu irmão, Ferion, e o assunto de onde estavam surgiu. Ferion logo chegou com Brandon e os dois participaram da conversa."

"Isso não parece com o Ferion."

"Tem razão, ele saiu logo depois. Mas Brandon foi gentil com as senhoras e seguiu ele. Só não falou muito, mas percebi um pouco do porquê dos empregados e das senhoras terem elogiado ele."

Johannes se lembrou do jovem ruivo. Ele era diferente de Ferion que estava ao seu lado, mas parecia que era sério também. Seu sorriso ao direcionar para as senhoras era gentil, mas ela percebeu que aquele não era o seu verdadeiro, apenas um sorriso profissional, igual ao que ela aprendeu a dar ao longo dos anos.

Porém, ela ainda não descobriu o que ele estava pensando. Sua expressão indiferente era visível quando ele terminou de falar e ficou em segundo plano, quando Ferion tomou a frente.

'Como se fosse parte do cenário ou não se importasse com o ambiente. Mas ele me olhou, disso tenho certeza.'

O que levaria ele a parar quando a olhasse? O que ele pensou? Eram perguntas que ela se perguntava um pouco, mas não teria respostas tão cedo.

"Mesmo assim… Ele deve ser alguém responsável, porque está trabalhando com Ferion."

Ela deu sua opinião. O homem que seria seu cunhado era alguém que, de primeira, parecia que trabalhava muito e era diligente, e confirmaria tal fato ao falar com ele. Para que Brandon estivesse trabalhando com tal homem, ele teria que ser capaz para isso.

"Eles estão trabalhando juntos?"

Phillip perguntou surpreso com a informação. Ele não imaginou que Brandon estaria trabalhando com seu irmão. Eles mal tinham contato no passado, pois o ruivo tinha seu serviço e passava o tempo restante consigo ou com James. Ferion cuidava dos assuntos do condado, não tendo muitas oportunidades para eles se encontrarem, então isso era uma novidade.

'Brandon e Ferion… Os dois juntos...'

Uma pontada de ciúmes foi sentida em seu peito, porque seu irmão pode passar o tempo ao lado de Brandon. Um suspiro escapuliu da boca de Phillip. Ele não pôde fazer nada além disso. E nem poderia fazer, mesmo que quisesse.

Ele soube assim que chegou que Brandon estava trabalhando com seu pai nos assuntos do condado como ajudante ou assessor. E os eventos do dia seguinte à sua chegada, quando queria que ele fosse consigo para a rua, confirmaram que ele estava ao cuidado de seus pais. Então, era compreensível que ele estivesse ajudando Ferion, o herdeiro e futuro chefe da casa.

No entanto, ninguém sabia como ele se sentia ao ouvi-lo chamar de jovem mestre, como se fosse um estranho; um empregado comum que não tem, ou teve, alguma relação consigo. O choque foi grande o bastante para que ele não pudesse nem se concentrar no que sua mãe estava falando direito.

Brandon nunca o havia chamado daquele jeito. Ele nunca chamou nenhum de seus irmãos de tal maneira também. Mesmo assim, aquilo foi dirigido para ele. Para ele. O outro nunca imaginaria o quão foi doloroso ter ouvido aquilo para si.

E agora, tratado como um estranho, enquanto seu irmão estava trabalhando com ele. As chances de algo acontecer eram ínfimas e era quase ridículo que ele pensasse nisso, já que Brandon nunca veria Ferion de tal maneira e nem seu irmão. Mas ainda sentia ciúmes e um pouco de insegurança sobre isso.

"Sim. Sua mãe disse que eles haviam saído para resolverem assuntos. Não sei os detalhes."

"Entendo…"

Ela o observou se deprimir um pouco, mas ela não poderia mudar nada disso. "Espero que se lembre que a ideia foi sua, em primeiro lugar."

"Claro. Não vou esquecer."

Ele assentiu. Ela estava certa; a ideia foi sua. Agora, só restava lidar com as consequências. Só torcia que Brandon o entendesse quando o momento chegasse.

Ei você

Mais um cap para aproveitar e ler (⁠◠⁠‿⁠◕⁠)

Primeiro encontro de Johannes com Brandon, dois lindos

Senti dó da Vanessa

Conversinha da Johannes e do Phillip... Sei de nada

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