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Um Tiro no Escuro

Andressa chegou na mansão de Andrey e parou na cozinha com Carla para que os homens fossem deixar suas compras em seu quarto e acabou se vendo rodeada pelas empregadas que elogiavam suas vestes e sua maquiagem. Uma delas pegava em cachos do seu cabelo com olhar impressionado. Elas não paravam de falar e Andressa olhou para Carla em busca de apoio, mas ela estava com Leco a um canto, perto do fogão aos cochichos. O que fez com que ela se lembrasse das palavras do pai. E pensou que se ele tivesse razão, talvez o inimigo estivesse naquela cozinha...

De repente, uma das cozinheiras começou a falar com ela e só então ela percebeu que ela não era brasileira. Falava português, mas como os portugueses e não como um brasileiro. Então abandonou seus pensamentos e se concentrou na mulher, para tentar entender o que ela dizia. Mas sua mente estava dispersa e logo seus pensamentos se voltaram novamente para seu pai. Assim ficou, e a mulher desistiu de lhe falar por falta de respostas. Andressa só despertou de seus pensamentos longínquos, quando Carla tocou em seu braço e a fitou com olhar preocupado.

_ O que houve Carla? – Andressa perguntou se lembrando que não lhe contou sobre a conversa com o pai.

_ Andrey cedeu a vontade de Francine e vão sair para jantar após terminarem o vinho. É a sua oportunidade de impedir que isso aconteça.

_ Não sei se devo. Ele pode achar que estou muito possessiva em relação a ele. Não quero que ele pense que sou assim. Que vou tentar amarra-lo a mim. E por outro lado, se ele aceitou sair com ela, no dia, após termos nos deitado é porque não significo tanto assim para ele. Acho que ele só me vê como um brinquedo caro e quebrado que ele pode consertar com roupas e maquiagem...

_ Pare de dizer bobagens! – Carla a repreendeu com olhar severo. – Realmente não vai conquista-lo assim, se sentindo inferior o tempo todo! Vá lá na sala e mostre para ele que apesar de sua idade, pode agir como uma mulher madura. E se comporte como uma opção melhor que Francine, pois afinal você é, mesmo que não acredite nisso. – Carla disse e abriu a porta da copa, onde Francine tomava vinho com Andrey e Carla quase teve que empurrar Andressa para dentro.

O que Carla não presenciou, foi a mudança que ocorreu em Andressa, assim que entrou naquela copa. Com certeza não a reconheceria. Andressa não sabia o que fazer, então interpretou um personagem e quando viu o resultado de sua atuação, pensou seriamente em estudar teatro.

Andressa, assim que fora introduzida na copa foi andando muito confiante, até o lado de Andrey que se levantou assim que a viu, com olhar impressionado e cobiçoso, com um sorriso safado nos lábios. Francine ficou sentada com sua taça, apenas observando.

_ Está linda como sempre... Mesmo maquiada e com belas roupas, você conseguiu manter o charme que sempre admirei em você... – Andrey disse verdadeiro. – Temi que ficasse parecida com essas meninas que não tem nada na cabeça, mas toda vez que olho em seus olhos, consigo ver uma menina com extrema inteligência e sem excesso de futilidade.

_ Obrigada! – Andressa disse surpresa e feliz ao mesmo tempo. Talvez aquele tivesse sido o único momento em que ela agira sem a interferência da sua atriz interior. Ela olhou para Francine e depois voltou seu olhar para Andrey. – Estou interrompendo algo importante?

_ Não! – Andrey se apressou a dizer. – Estamos apenas jogando conversa fora enquanto tomamos um vinho.

_ Então gostaria de lhes fazer companhia...

Andrey convidou-a a se sentar e entregou-lhe uma taça de vinho.

_ Você vai ficar bem? Pergunto porque não está acostumada com bebidas... – Ele disse com ar preocupado.

_ Oras, Andrey querido! Deixe a criança brincar de adulta. Vai nos divertir. – Francine disse maldosamente.

_ Não irei divertir você, Francine. Mas espero fazer mais que isso com tudo que planejei para esta noite entre mim e Andrey... Talvez ele lhe conte amanhã... Lembra do que me prometeu, não Andrey? – Andressa perguntou e dobrou as pernas bem torneadas sensualmente e propositalmente, se amando, quando viu que Andrey tomou de uma golada só o vinho, depois de suas palavras e se sentou. Andressa tomou o cuidado de apenas fingir que tomava o vinho.

Francine sorriu satisfeita e vitoriosa.

_ Acho que vai ter que "divertir" Andrey outra noite, querida. Nós vamos sair daqui a pouco e posso te garantir que o que tenho em mente para nós dois, você jamais poderá proporcionar a ele. Nem nos seus maiores sonhos e com certeza não nessa noite. Talvez ele nem a queira mais...

Andressa olhou para Andrey fingindo surpresa, mas realmente sentindo uma grande tristeza, que no fundo ela sentia mesmo, pois não pensou que um dia teria que gladiar com outra mulher por um homem. E o nível da luta de Francine era bem superior ao que ela esperava. Contudo, não deixou transparecer sua fraqueza.

_ Vai mesmo me deixar Andrey? – Andressa perguntou com um leve tom de ameaça na voz. Ela sabia que agora, se ela o traísse, ele não teria como saber e que ela poderia seduzir qualquer um de seus homens mais fiéis e depois de ousar droga-lo, ele sabia que ela não temia a morte.

_ Você pode vir conosco... – Andrey disse constrangido. Aquela situação começava a incomoda-lo.

_ Claro quer não! – Francine gritou fora de si. – Você não seria bem-vinda!

Andressa sorriu para Francine em agradecimento e só então ela percebeu que havia caído na armadilha da pirralha.

_ Então ficaremos todos! – Andrey disse se levantando. – Francine... Preciso que entenda que eu... Preciso ficar um tempo com Andressa. Eu a esperei por tempo demais e não posso deixa-la de lado agora que está aqui... E não é só por ela... Há uma coisa aqui dentro – Ele disse batendo no peito. – Que me leva até ela, como se ela fosse um imã da minha alma. Preciso descobrir a fonte disso, ou estarei amarrado a ela por toda vida. Eu não quero isso. E não quero que se ofenda Andressa, mas há algo nela que me deixa feliz quando estamos juntos, entende Francine? Enquanto eu sentir isso, não podemos continuar com nosso relacionamento. Assim que tudo isso acabar, se quiser, poderemos reatar, mas até lá... – Será bem-vinda em minha casa sempre, mas somente como uma amiga.

Francine teve ímpeto de se retirar com sua dignidade dali. Mas pensou melhor. Não podia deixar o caminho livre, tão fácil para aquela pirralha. E lá seria uma sombra ameaçadora atrás de Andressa. Sabia que surgiria o momento de virar o jogo se ficasse por perto e ainda tinha dona Glória para usar contra Andressa. Por isso, deu um sorriso forçado para Andrey e disfarçou seus reais pensamentos.

_ Se deseja assim... Sou convidada para o jantar? – Perguntou já se levantando no caso de ser mandada embora. Era óbvio para ela, que Andrey estava ainda mais apegado aquela menina do que ele dizia, ou mesmo soubesse.

_ Claro. A única coisa que vai mudar... Serão suas visitas ao meu quarto. – Andrey respondeu enquanto dava a mão para ajudar Andressa a se levantar.

Eles tomaram mais vinho e depois que alguns homens se uniram a eles, a comida foi servida. Francine contou coisas da infância dela com Andrey e ambos riram muito. Andressa ficou em silencio. Tudo que ela dizia sobre Andrey lhe caiam como pérolas de ternura no coração. Era bom saber esse lado de Andrey. Ainda que Francine não o conhecera realmente, apenas falava do que ela fazia, enquanto Andrey era rebeldemente criado para se tornar o homem que ela agora via diante dela. Algumas coisas a enojaram, mas outras mostraram como Andrey na verdade, fora um menino carente de pais, apesar de ter sido criado por eles, era totalmente ignorado, e era normal que agisse como um órfão.

Andressa se levantou e se retirou para seu quarto sem dizer uma palavra a nenhum dos presentes à mesa. Estava ansiosa e com medo. Não sabia o que fazer, pois Andrey devia estar esperando uma grande criatividade depois do que ela disse. O único problema era que ela não fazia ideia do que poderia fazer de diferente. Sentiu que sua inexperiência iria trabalhar contra ela aquela noite. Não podia perguntar algo tão pessoal para Carla e era tarde demais para assistir a um pornô.

Na mesa, após a saída de Andressa, todos foram se retirando, com exceção de Andrey e Francine. Ele estava se segurando para não correr até ao quarto atrás de Andressa, mas apenas daquela vez, agiria como um cavalheiro com Francine. Ele havia sido cruel com ela e sabia que falar do que sentia por aquela menina era humilhante para ela que vinha o seduzindo para que sentisse um décimo daquilo por ela, há anos.

_ Você quer que algum dos rapazes lhe acompanhe até em casa? – Andrey perguntou delicado, mas ansioso para que ela fosse embora.

_ Não. Meu carro está aí fora... Contudo não vou me demorar por muito tempo. Apenas quero lhe alertar sobre alguns detalhes...

_ Fique o tempo que quiser... Posso mandar arrumar o quarto de hospedes para você... – Andrey disse sem vontade de ouvir as tolices que as mulheres diziam sobre as outras quando estavam enciumadas.

_ Andrey... – Francine disse e respirou fundo. – Não pode esquecer de quem essa menina é filha. Se o pai dela descobre esse relacionamento, vai começar uma guerra. Use-a por uns meses, até se cansar, porque sei que vai se cansar logo, e mande-a para outro chefão do tráfico. Você ainda não tem condições de lidar com os aliados do pai dela. Não é forte o bastante e posso lhe garantir que ela não vale essa guerra. E você a passando para alguém mais forte enquanto ela ainda exala juventude, pode ganhar um aliado muito forte. Eu mesma já sei de um que se interessou muito por ela quando lhe mostrei a foto...

_ Francine... – Andrey a interrompeu meneando a cabeça negativamente e com semblante decepcionado e irritado. – Andressa só sairá daqui livre. E quando já for uma mulher... Não a entregaria jamais por poder ou qualquer outra coisa. Acho que você ainda não entendeu o que ela significa para mim... E a proíbo de sair mostrando fotos dela como se fosse uma mercadoria!

Francine se levantou abruptamente.

_ Você que sabe... Estou apenas o alertando. – Ela disse e fez menção de se retirar.

_ Francine! – O chamado urgente de Andrey a fez parar e se voltar. Assim que ele teve sua atenção disse com irritação assassina na voz que ela já conhecia muito bem. – Não volte a fazer barganha usando Andressa! Você foi longe demais. Fique longe dela e a esqueça ou posso rever a parte em que disse que continuaria sendo bem vinda aqui.

_ Você não me preocupa com suas palavras ameaçadoras. – Francine disse rindo docemente. – Você sabe que meu valor excede em muito ao dela. E que o que eu posso te dar é em troca é muito mais importante que um capricho. E sei que é algo que deseja mais do que transar com Andressa. Mas nós vamos achar um jeito de contornar essa situação, para que você volte a ter juízo. – Ela disse e lhe mandou um beijo, saindo em seguida.

Andrey seguiu rapidamente para o quarto e encontrou Andressa sentada na cama, com olhar perdido, apenas de lingerie. Ela fitava a parede como se ouvisse conselhos dela. Ele se aproximou e sentou-se ao seu lado. Ela não se moveu e nem mudou a postura.

_ O que houve minha menina? – Andrey perguntou retirando os sapatos.

Andressa se voltou para ele e o fitou com os olhos arregalados.

_ Andrey... Eu menti para você...

_ Quando? – Ele perguntou franzindo a testa e quase fechando os olhos de tanto aperta-los.

_ Eu... Não queria que saísse com Francine. Queria que ficasse comigo.

_ Eu percebi isso.

_ Andrey, eu disse que tinha uma surpresa para você, mas... Mas a verdade é que não sei nada sobre sexo. Não sei o que fazer para agradar um homem... – Andressa disse e ficou vermelha.

Andrey sorriu como se lembrasse de algo muito agradável e depois a fitou com certa ternura misturada com desejo.

_ Andressa eu prefiro assim. Quero que aprenda tudo comigo. Vou molda-la do meu jeito. Vai se tornar a mulher mais desejável e saciadora na cama. As sacanagens que vou lhe ensinar, vão te mostrar que até seu dedinho mindinho pode dar prazer.

Andrey arrancou as poucas peças de Andressa e a induziu a deixa-lo nu também. Ele beijou cada parte de seu corpo e Andressa sentia-se no céu se entregando completamente aos toques do homem que já amava. Antes que ele fizesse qualquer outra coisa, desejou que ele sentisse o mesmo prazer que ela e fez o mesmo com ele. Ele a fez tomar nos lábios o seu membro e explicou como devia ser feito. Ela aprendeu rápido e gostando dos gemidos que só cresciam, começou a massageá-lo com a língua e fazer dele seu picolé de carne. Os gemidos dele aguçavam seu desejo. Ele havia a lambido em seu sexo e a sensação lhe fora muito prazerosa, tanto que chegou a gozar. Foi ótimo, mas ela ainda gostava mais quando aquela sensação vinha da penetração e esperava ansiosa por esse momento. Foi quando sentiu um jato quente em sua boca e bebeu distraída. Só depois entendeu que era a ejaculação de Andrey. Ela passou a palma na mão nos lábios e olhou para ele, que sorria como uma criança que acabara de fazer uma arte. Depois a pegou e a colocou de quatro, penetrando-a imediatamente. Ela sentiu um certo desconforto no princípio, mas depois só sentiu prazer. Sabia que dizia algo para ele, e esperava que não passasse de palavras incoerentes. E a noite pareceu não ter fim. Se amaram de tantas maneiras que Andressa, por fim, não estava mais aguentando o ritmo dele. Eles se amaram por muitas horas e por fim caíram exaustos e logo dormiram. Andressa ouviu quando alguém chamou Andrey e ele se levantou as pressas, mas não conseguiu despregar os olhos de tão cansada que estava e acabou dormindo novamente.

Andressa acordou e mesmo com a cortina fechada, percebeu que o sol ia alto no céu. Devia ser bastante tarde. Ela não estava ouvindo ruido nenhum e isso não era muito comum. Sem pressa e sem pensar duas vezes no estranho silencio, se levantou e foi para o banheiro. Preparou um banho de banheira e se demorou um bom tempo por lá, lembrando da noite que passara com Andrey, mas com o pensamento se voltando o tempo todo para as palavras que ele disse a Francine ao seu respeito. Isso a enchia de esperança de que tudo que estava vivendo com ele não seria apenas uma casualidade, e sim um relacionamento sério para a vida toda. Tentava não pensar que ele a amava, pois não queria se iludir, mas seu coração traiçoeiro batia mais forte toda vez que lembrava dele, o que era constantemente. Após a espuma toda sumir, ela decidiu que era hora de ir comer alguma coisa. Se enrolou na toalha e quase desmaiou de susto quando viu Carla de pé ao lado da cama, com semblante sério e preocupado. Andressa andou até ela com vontade de contar-lhe de toda sua felicidade, mas algo nos olhos vermelhos que indicaram que esteve chorando, a fez se conter. Carla apontou para a cama onde havia um jeans e uma camiseta e lingerie que comprara no dia anterior. Ela se vestiu em silencio, sabendo que Carla estava tomando impulso para contar-lhe algo de grave. Andressa só conseguia pensar que Andrey não mais a queria e mandou expulsa-la. Mas a verdade era um milhão de vezes pior. Assim que terminou de se vestir, se voltou para Carla com olhar e postura firme, para que ela sentisse segurança que nada do que lhe falasse iria lhe abalar. Mesmo que no fundo, o medo fez morada.

_ Pode dizer Carla. – Andressa disse fingindo tranquilidade. – Sei que algo aconteceu e pela sua cara não é uma boa coisa... – Ela emendou quando viu o olhar surpreso de Carla.

_ Andressa... É melhor se sentar. Judite já vem trazendo um copo de água para você.

_ Está me assustando. Andrey me mandou embora? Isso não vai me abater. Eu sei me virar...

_ Não é nada disso! – Carla disse com um pouco de ira na voz. – O mundo não gira ao seu redor. Nem tudo tem a ver com você Andressa, mas sei que o que está acontecendo vai impactar você... – Ela terminou com voz chorosa.

_ Então o que foi? – Andressa disse se sentando enquanto seus pensamentos criavam imagens de inúmeras coisas que podiam ter ocorrido.

_ É Andrey...

_ O que ele fez?

_ Essa noite, houve uma denúncia sobre quem ele é e a polícia veio atrás dele. Houve tiroteio. Há vários homens dele feridos e ele... Também se feriu. Ele e todos que se feriram foram socorridos por uma gangue aliada que veio em seu socorro e levaram eles para algum lugar seguro...

_ Mas... Como Andrey está? Ele corre perigo de morte? – Andressa disse se levantando e calçando um tênis. – Eu irei até ele.

_ Não pode Andressa. Além de estarmos sob vigilância da polícia, ninguém sabe para onde foram levados. E por outro lado, quem socorreu ele recebe ordens de Francine. Sabe que ela vai manter você afastada.

Andressa abriu a boca de pavor. Será que ninguém via que a denúncia só podia ter partido daquela riquinha mimada? E ela não podia dizer isso pois achariam que era o ciúme falando por ela.

_ Se descobriram onde vive, ele não poderá voltar para cá. – Andressa disse meneando a cabeça inconformada. – Nunca mais verei ele!

Carla a fitou longamente e depois se sentou como se estivesse exausta. A empregada Judite chegou com a água, mas quem tomou, distraidamente, foi Carla. Andressa sentou-se ao seu lado na cama.

_ Como as coisas e sentimentos mudam tão velozes... – Carla disse como se falasse para ela mesma. – Andressa queria fugir a todo custo do homem e agora age como se não pudesse viver sem ele... Tudo isso em dois ou três dias...

_ Ele se mostrou ser melhor do que eu pensava... – Andressa disse para se justificar. Mad a forma que ele fazia amor com ela, era especial demais para que ela não começasse a amá-lo. Não sabia com o era com outros homens, mas segundo as histórias que ouvia das mães de seus alunos, Andrey era uma raridade.

_ Não tem que se justificar para mim, minha querida. Entendo. Você está vivendo um conto de fadas. É normal que se apaixone por quem está lhe proporcionando isso... Quanto a vê-lo, bem... Hoje ele ligou. Levou um tiro no braço e outro no ombro, mas passa bem. Ele me disse que foi proposital o deixarem com vida. Disse também para cuidar de você e lhe levar para fazer sua matricula que ele logo estará de volta. Ele tem a polícia nas mãos e logo irão ser retirados daqui e ele voltará.

_ Eu sei com quem ele está. Sei também quem o denunciou. – Andressa disse entre dentes com ódio de Francine, por sua covardia.

_ Todos sabemos... – Carla disse dando um tapinha nas pernas de Andressa e se levantando. – Vamos descer. Você precisa comer algo e temos muito o que conversar.

_ Ele sabe também que foi Francine que fez isso por despeito ao que ele lhe disse ontem?

_ Não. Se ele souber disso a mata bem devagar... Não foram só traficantes que foram feridos. Uma criança morreu com bala perdida. Não podemos lhe contar a responsável... O que ele disse a Francine para que ela quisesse se vingar dessa forma?

_ E o que faremos então? Ela não pode continuar tendo acesso a informações que podem prejudicar Andrey, mas ele vai lhe dar todos detalhes de sua vida inocentemente... Ele disse coisas sobre mim...

Carla sorriu sonhadora.

_ Você ainda vai conhecer Andrey mais profundamente. Acha mesmo que ele chegaria nessa posição se fosse ingênuo? – Carla perguntou despreocupada enquanto levava Andressa para que se alimentasse.

_ Então, ele desconfia dela?

_ Não só dela.

_ E ele vai fingir que foi uma denúncia anônima?

_ Sim. Como se fosse um tiro no escuro.