webnovel

CAPÍTULO CINCO

MILES MORALES

Talvez seja a hora de uma mudança? Pensou Miles, olhando para seu reflexo no espelho.

Seus cabelos crespos pareciam um enxame de marimbondos.

"Pode cortar!" Falou Miles, sentado em uma cadeira de barbearia.

"Pode deixar, vou transformar você no maior pegador do Brooklyn." O barbeiro sorria confiante.

Embora fosse meio afeminado, Miles não se importou com isso. Afinal, a fama dele era muito boa quando se tratava de seu trabalho.

Era final de semana, então os estudantes tinham permissão para sair.

Ele queria convidar Gwen pra comer em sua casa, mas pra sua surpresa ele não a encontrou em seu alojamento, e sua colega de quarto falou que ela saiu cedo e não disse pra onde iria.

"Sem querer entregar minha colega, mas…" a garota olhou para os dois lados do corredor e sussurrou. "Ela parecia um pouco nervosa quando saiu, talvez estivesse com saudades de casa."

Miles soube de cara oque ela planejava.

"Valeu."

[Ela provavelmente foi na sede da Alchemax.]

Eu havia dito que era a única forma dela ir pra casa, mas não achei que ela fosse ir tão rápido.

Ele correu até o telhado onde invocou seu traje e saltou pelo portal. Normalmente ele só serviria para viajar entre dimensões, mas ele descobriu que poderia criar portais para qualquer lugar que estivesse no Aranha-verso.

Só espero que eles não sejam capturados até eu chegar.

PETER B. PARKER

Após ser sugado para outra dimensão onde sua pessoa era loiro e bem sucedido, Peter não achou que as coisas poderiam piorar.

Pra começo de conversa, aquela nova dimensão foi uma surpresa pra ele que nunca imaginou que existissem outros como ele, mas surpresa mesmo foi encontrar a sua melhor versão morta.

Em todos os 22 anos como homem Aranha, ele passou por diversas situações de quase morte onde escapou por um milagre.

Ele sempre pensou nas pessoas que ele deixaria, mas, a maioria delas ele não conseguiu nem ao menos proteger.

Mary Jane, tia May…

Mas voltando ao momento atual que o levou a correr um filme de sua vida.

Um impacto o jogou contra a parede de concreto forte o suficiente para faze-lo sentir suas costelas doerem.

"Pra que tanta ignorância." Falou, com falta de ar.

O som de outra parede desmoronando o fez virar o rosto.

Sob os escombros, a figura de uma mulher em um traje branco e rosa de mulher aranha sai meio ilesa.

Uma mancha vermelha podia ser vista em seus ombros e rosto.

"Esse homem aranha parece mais fraco que o anterior." Falou o homem em um traje roxo diante deles.

Esse era o Gatuno, um dos comparsas do Rei do crime.

"Eu adoraria uma amostra dessa mocinha." Sorria a Dra. Olívia, ou comumente conhecida por seus inimigos, Doutora Octopus.

"Vamos lá, eu sei que você não é esse tipo de doutora." Diz a mulher aranha, limpando a poeira do traje.

"Duas aranhas perdidas… outro Peter Parker para eu matar." Uma voz sombria soou pelos auto falantes nas paredes. "Vocês estão muito longe de casa, crianças."

"E como." Brinca Peter.

"Você não faz ideia." comenta a mulher aranha.

"Oliva!"

"Sim?"

"Você tem 24 horas para colocar o Super Colizor em funcionamento, você terá todo o apoio necessário para isso!"

"Farei o possível."

Vinte e quatro horas é muito tempo. Pensou Peter.

Quanto mais ele observava a situação, mais percebia que ela não estava nada boa. Os dois super vilões não iriam dar trégua e o Rei do Crime com certeza mandaria mata-los ali mesmo. Sua situação não era boa também, sua costela estava doendo e ele tinha quase certeza que havia quebrado uma ou duas.

A garota ao seu lado também parecia bastante pressionada. No seu parecer, ela estava sobrecarregada com outra coisa e não conseguia se concentrar na luta.

Ela é jovem, tem muito que aprender.

"Quanto a vocês dois." A voz grave do rei do crime chamou sua atenção.

"Vai nos deixar ir embora?" Sugeriu Peter.

"Só na sua dimensão." Ele riu.

Acho que nem lá essa cara me deixaria ir embora assim.

"Vocês vão encerrar a carreira de homem e mulher aranha aqui e agora."

Ele estava pronto para criar uma brecha para que a garota pudesse fugir, como veterano era a melhor escolha a se tomar.

Mas, de repente, ele ouve outra voz que não pertencia a nenhuma dos membros daquela sala, muito menos do rei do crime.

"E quanto a mim?" Perguntou a voz. "Acabei de recomeçar minha carreira e não estou a fim de ter que encerra-la novamente."

"E quem é você, pequeno convidado? Poderia se revelar? É falta de respeito não mostrar a cara numa conversa."

"Falou o cara que tá falando pelo auto falante."

"Peço desculpas por isso, mas não estou com tempo pra brincar com algumas Aranhas, afinal de contas, tenho um super colizor para por em funcionamento."

"Tudo bem, eu te perdoo. Mas em compensação, pode liberar meu pessoal? Temos um super colizor pra destruir."

Uma risada ecoou pelo local.

Peter olhou para a direção onde vinha a voz desconhecida, não havia ninguém, mas se você concentrasse a visão em um único ponto, poderia ver uma pequena curvatura no ambiente, como se estivesse olhando através de um caco de vidro.

Ele ia perguntar para a mulher Aranha, mas notou que sua guarda abaixou significativamente como se ela confiasse naquele rapaz. Que diferença a presença dele faria em uma luta onde dois de seus aliados estavam feridos.

De repente ele sente algo penetrando em seu uniforme, e entrando em seu corpo. Peter achou aquilo estranho, ele achou que fosse alguma forma de droga. Lentamente ele sentia a dor em sua costela diminuindo e se movimentando sozinhas até pararem de doer.

O que foi isso?

"Talvez se você sair daqui com vida isso possa acontecer, mas infelizmente, aqui será o seu túmulo, homem aranha."

"Deixe-me fazer uma pequena correção."

"E qual seria, pequenino?"

Uma figura em um traje negro com detalhes vermelhos, brancos e dourados se materializou diante de todos. Em sua mão, um arco e flecha estava apontado para a Dra Octopus.

A mulher mal teve tempo de reagir quando uma flecha abriu um buraco em seu abdômen.

Ninguém acreditou até que o corpo ensanguentado da mulher caiu imóvel no chão.

E então o homem dentro do traje de homem aranha negro falou:

"Eu não sou como o último Homem Aranha." Disse, avançando contra o Gatuno numa velocidade que os heróis presentes mal conseguiam acompanhar.

Em um piscar de olhos ele estava diante do vilão e o socou no peito, enviando-o voando contra o auto falante.

De onde saiu esse cara?! Se perguntava Peter, ainda pasmo pela forma fria com que ele matou uma vilã.

De volta a luta com o gatuno, Peter o viu desviando das garras do vilão como uma folha guiada pelo vento, a cada erro do vilão uma peça do seu equipamento voava.

E foi então que uma estaca negra surgiu do nada acertou a perna direita do vilão, o incapacitando.

Peter o viu se aproximar com outra estaca em mãos.

Ele vai mata-lo também?

"Já chega, garoto—"

Ele tentou para-lo, mas seus instintos o fizeram inclinar a cabeça para o lado, bem a tempo. Uma teia dourada cortou sua bochecha de raspão.

Peter não conseguia esconder a surpresa. Ele quase foi morto e nem conseguiria reagir se não fosse seus instintos que também reagiram no último segundo.

"Isso não é da sua conta, Peter." Falou o rapaz.

Ele voltou sua atenção para o vilão caído sem a estaca e sussurrou algo em seus ouvidos, e logo depois ele foi eletrocutado e caiu imóvel no chão.

"V-Você o matou?" Pergunta a mulher aranha.

"Matar? Não, apenas dei um alerta a ele. Além disso…" ele desviou o olhar para uma câmera na parede antes de pegar uma pedra e destruí-la facilmente. "Já terminamos o que viemos fazer aqui. Consegue andar?"

"Sim, consegui recuperar minhas forças graça a você." Diz a mulher aranha.

"Por nada."

"Precisava mata-la?" Perguntou Peter, visivelmente irritado. "Era só prende-la e entregar para os policiais!"

"Eu adoraria discutir isso com você, mas precisamos sair daqui. Mandaram reforços." Dito isso ele puxou a mão de da mulher aranha e saíram correndo.

"Ei, espera! Merda."

SPIDER-GWEN

Após saírem da sede da Alchemax, e tomarem uma distância segura, Miles se aproxima dela.

"Você está bem? Parece que você foi atropelada por um caminhão." Brincou.

"Eu acho que fui mesmo. Eu não me lembrava que esses vilões eram tão fortes…" ela para no meio da frase e franze o cenho. "Gostei do corte."

"Valeu, achei que precisava de uma mudança no visual."

"Como soube que eu estava aqui?"

"Sua colega de quarto te entregou."

Gwen ri.

"Acho que deixei muito na cara."

Eles riram.

"Se os dois pombinhos já terminaram, será que podemos colocar as coisas no lugar?" Peter interrompe eles.

"Estraga prazeres." Murmurou Miles, dando uma piscadela pra Gwen.

"Quem é você? De qual dimensão você é?"

"Okay. Pode me chamar de Miles, sou dessa dimensão, e podemos dizer que sou outro homem Aranha." Explicou.

"Não, você não é um de nós. Nós não matamos!"

"Você ainda está nessa. Esquece cara."

"Como você pôde fazer isso? Nós super heróis não tiramos vidas, mas às salvamos!"

"Assim como você salvou a da Gwen e da May?" Perguntou irritado.

"Não ouse, garoto. Isso está muito além do que um moleque como você possa entender!"

"Peter, não faz isso." Gwen tenta interromper antes que algo pior aconteça.

Do pouco que ela conhecia de Miles, uma coisa era certeza, ele não gostava de ser chamado de garoto, e muito menos subestimado.

"Pode tentar fugir dos seus erros, mas não pode esconde-los. Quer saber por que eu matei aquela vilã? É pra poupar as vidas que a mesma tiraria no futuro, acha mesmo que uma mera cela de prisão vai segura-la por muito tempo?"

"Não é assim que as coisas funcionam."

"É assim que as coisas vão ser, qualquer vilãozinho que ousar machucar outras pessoas vai ter uma passagem só de ida pra conhecer Peter Parker."

Peter encarou Miles com pena. Miles sabia o que Peter estava pensando, mas sabia também que ele estava errado.

Haviam motivos maiores para o próprio Miles querer salvar o maior número de pessoas possíveis, um motivo que futuramente poderá salvar todo o Aranha verso.

"Que seja. Faça o que quiser, eu tô fora." Ele deu as costas.

"Vai perder a única chance de voltar pra casa? Pra sua MJ?" Perguntou Miles. Peter parou. "Eu posso conseguir seu retorno, porém, você precisa ouvir o que tenho a dizer."

"O que tão importante que valha minha passagem?"

"Além do seu futuro e de todo o Aranha Verso? Acho que esses dois itens já são o suficiente."

Peter encarava Miles com suspeita.

"Vamos, Peter, não vai doer nadinha. Você não tem nada a perder."

Gwen se aproxima de Peter.

"Escuta, Peter, eu sei que o que ele fez vai contra o código Aranha, mas tenho certeza que você vai entender, por isso, venha conosco, por favor."

Peter suspirou.

"Tudo bem. Me convença."

"Okay, vamos andando, temos que pegar um ônibus ainda."

MILES MORALES

"Acho que não estou pronto pra isso." Diz Peter, olhando tristemente para a porta vermelha da casa da tia May.

"Vamos terminar logo com isso." Miles lançou teia na campainha.

Peter olhava ansiosamente para a porta. Segundo depois uma voz cansada soou abafada atrás da porta.

"Eu agradeço pela força de vocês, mas já estou ficando cansada de visitas."

Uma senhora de cabelos brancos não naturais saiu com um taco de baseball na mão.

"Desculpe o incomodo." Sorri Gwen.

May olha para cada um até parar em Peter. Miles a viu derrubar o taco e se aproximar dele.

"Peter?"

"Sou eu, tia May. Estou de volta…"

"Você tá diferente, um tanto cheinho… isso é uma calça de moletom?" Perguntou, vendo uma calça cinzenta por cima do traje de homem aranha.

"Pfff." Miles teve que segurar a risada.

"É sim." Confirma Gwen, escondendo o riso.

"As coisas estão meio complicadas, eu não sou o seu Peter, eu sou de…"

"Outra dimensão!? Eu sei." Ela acariciou seu rosto.

"Eu sinto muito pelo Peter, eu… estava lá quando tudo aconteceu… não pude fazer nada." Tia May sorriu e acentiu.

"Ele se arriscava muito, sabia dos riscos que corria, mas ele os corria assim mesmo."

"Ele tinha algum lugar onde fazia coisas assim?" Miles mostrou um pen drive com um emblema de aranha.

Peter e Gwen olhavam para aquele pen drive e depois pra Miles.

"Desde quando você está com isso?"

"Peter me deu antes de morrer."

"E não achou que deveia compartilha isso conosco?" Insiste Peter.

"Eu preferia compartilhar com ela do que com alguém ranzinza como você."

Tia May riu.

"Vocês dois parecem irmãos."

"Jamais!!" Falaram ao mesmo tempo.

"Viu? Venham, eu sei onde ele criava seus trequinhos."

May os guiou até a parte de trás da casa em um pequeno galpão de ferramentas, mas assim que uma chave foi inserida a insígnia de uma aranha vermelha brilhou e ela se abriu, revelando um pequeno espaço vazio.

Um elevador.

"Que homem aranha não tem uma Spider-Caverna, não é mesmo?!" Miles sorriu pra Peter, que cerrou os olhos.

"Parem vocês dois." Gwen deu um empurrão nos dois, jogando-os pra dentro.

A porta se fechou e Miles sentiu a coisa toda começando a descer.

Tudo estava do jeito que ele se lembrava desde que entrou ali à o que? Menos de uma semana?

Quando entrou naquele local pela primeira vez ele se sentiu no paraíso das aranhas com todos aqueles equipamentos e trajes, agora, tudo parecia tão sem sentido. Mas sem dúvidas esse lugar o ajudou muito no passado.

"Você tem um desses, Peter?" Provocou Miles.

"Claro, todo bom Aranha tem a sua…"

"Eu não tenho." Interrompe Gwen erguendo a sobrancelha.

"~pigarro~ nem todo bom aranha tem uma base. Alguns apenas tem um pequeno galpão, certo?" Ele sorri. Gwen nega novamente.

"Eu também não tenho meu próprio galpão." acrescenta Miles.

"Tá legal, não é todo bom aranha que tem sua própria base aranha."

"Peter demorou algum tempo pra construir tudo isso." Interrompe May quando o elevador parou.

Miles olhou ao redor e se sentiu como se aquele não fosse mais seu lugar. A culpa por não salvar Peter e quebrar o código Aranha ainda pesavam sobre ele.

"Você está bem?" Gwen para atrás dele. "Você parece um pouco perturbado no caminho todo."

"Eu tô legal." Disse, a envolvendo num abraço repentino.

Gwen já estava se acostumando com os momentos de fraqueza de Miles. Por mais que ele pareça ser mais poderoso que todos os aranhas, ele ainda era humano, e um adolescente. Ou um adulto no corpo de um adolescente.

Ela sabia que ele não estava 'legal', provavelmente aquela foi a primeira vez em que ele tirou uma vida. Seus motivos não eram pessoais, mas mesmo assim pesariam pelo resto de sua vida.

"Eu sei que tá." Ela esfrega suas costas. "Lembre-se de seu objetivo apenas."

Ele acentiu.

Eles se afastaram e se aproximaram de Peter e May que estavam conversando não muito longe.

"... Ele estava tendo dificuldades em entender todo esse lance de buracos negros e multiverso, se ele visse vocês e os outros ele ficaria louquinho." Ela riu.

"Outros?" Perguntou Peter.

"Hm? O que? Não achou que eram os únicos a virem aqui, não é?!"

Nesse momento o Sentido Aranha soou. Todos ergueram o olhar para as teias no teto onde quatro figuras saltaram.

Um homem vestido de preto e branco saiu das sombras, definitivamente um homem aranha.

Uma garota de cabelos negros da idade de Miles talvez? Saltando e aterrissando suavemente no chão. Atrás dela um estranho robo.

E um… porco?

Eu havia me esquecido o quão esquisito é esse bicho.

[A história de como ele foi transformado é ainda mais. Quer que eu conte?]

Não, obrigado. Não gosto nem de imaginar o que tem debaixo daquele traje.

Ele ouve Sansi rindo.

"Eu sou Peter Parker!" Declara o homem de preto.

"Meu nome é Peni Parker." Diz a garota com o robô. "E esse é o…"

"Robô Aranha?" Sugere Miles.

"Também, mas seu nome é SP//dr."

"E eu sou Peter Porker." Bufou o porco. "Também conhecido como Presunto-Aranha."

Miles teve que segurar a risada. Ele não se lembrava de que essa versão do Peter era tão 'diferente'. Gwen o cutucou com o cotovelo.

"De onde venho é o ano 1938!" Acrescenta Perter Black.

"Eu venho de 3145!"

"Okay, espera aí todo mundo." Gwen interromper tentando colocar ordem na situação. "Todos vocês foram misteriosamente sugados por um buraco negro até essa dimensão?"

Todos acentem.

Miles vê Peter Black e o Porco ficando instáveis, mas ainda assim conseguiam manter a pose.

De repente ele sente alguém cutucando suas costas. Por cima dos ombros ele vê Peni.

Peni foi uma de suas melhores amigas, ela sempre foi muito companheira e uma pessoa muito gentil e confiável. Sem contar que era uma das mais inteligentes. É uma pena que teve que morrer de uma forma tão cruel.

"Oi." Ela sorriu.

"Oi, no que posso ajudá-la, senhorita?!"

"Você… é um de nós?" Perguntou.

Miles sorriu e apontou para sua cabeça. Seu sentido Aranha resoou com o de Peni. Era como um cara crachá aranha onde o verdadeiro aranha saberia se o outro é ou não um igual.

"Como pode ver… acho que somos iguais."

"Uau… de qual dimensão você é?"

"Pertenço a essa por enquanto." Brincou.

E então alguém entra na conversa.

"Se me permite a pergunta, quem é você?" Pergunta Peter Black.

Assim que ele pergunta, os outros se aproximam, curiosos.

Isso era normal, afinal ele era o único que não estava seguindo o padrão, ou seja, ele era o estranho entre os heróis.

Assim que se aproximaram suficiente todos bateram um cara crachá e viram que ele também era um deles.

"Me chamo Miles Morales, para uns eu sou o homem aranha substitudo do Peter dessa dimensão, mas pra outros…" ele encara Peter. "Sou apenas um assassino."

"Você matou alguém?" Pergunta Peter Black.

"Só uma vilãzinha que ia dar trabalho depois. Não me arrependo nem um pouco."

"Entendo…"

"Onde está seu traje?" O porco entra na conversa.

"Nem pergunte." Miles deu de ombros. "A questão é: só eu posso ajuda-los a retornar pra casa."

Todos Franzen o cenho duvidosos.

"E como uma criança que acabou de conseguir seus poderes pode fazer isso?" Zomba Peter Black.

Um sorriso desafiador brotou nos lábios de Miles. Gwen soltou um suspiro cansado como se já soubesse o que viria a seguir. Ela e Peter vão para o lado para observar o show.

Miles de um passo pra trás.

"Por que não tentam me derrubar? Se eu sou uma criança que acabou de conseguir meus poderes vocês não vão se importar de me ensinar uma lição, não é mesmo?!" Um sorriso provocador estava estampado em seu rosto.

"Hm, se você quer tanto assim, quem sou eu pra ignorar uma boa luta." Sorriu Peter Black.

"Eu sou o próximo." Disse o porco.

"Eu tô bem assim." Sorri Peni. "Não gosto de lutar entre amigos, então vocês três podem se divertir sozinhos."

"Está certa menina Peni. Não deveríamos brigar entre nós…"

Foi então que Miles surgiu a centímetros de Perter Black e o lançou para longe com apenas um soco.

"Foi mal, minha mão escorregou." Ele balançou as mãos. "Tava dizendo alguma coisa, Peni?"

Ela ergue a sobrancelha como se dissesse: 'Sério isso?'

Miles riu.

De repente ele da um passo para o lado, ao mesmo tempo em que uma mareta de madeira gigante esmagava o chão onde ele estava.

"Você está bem?" Pergunta o porco, segurando o cabo da ferramenta.

"Sempre sorrateiro ein." Miles lança sua teia que se enrola rapidamente ao redor do porto deixando apenas sua cabeça de fora.

"Acho que meras teias irão me segurar?" Ele riu, tentando estourar o casulo, mas foi em vão. "Do que essas coisas são feitas? de ouro?"

"Nem te conto rapaz."

"Sua força é assustadora, garoto. Devo dizer que estou surpreso comigo mesmo de baixar a guarda pra você." Declarou Peter Black, saindo das sombras novamente. "Finalmente um oponente digno—"

Ele foi enrolado pelas teias de Miles de ponta cabeça antes mesmo que pudesse terminar sua frase.

"Você fala demais. Já que todos concordam que meus poderes são o suficiente para ajuda-los a voltar pra casa, será que podemos conversar como pessoas civilizadas?"

"Falou o cara que tava resolvendo tudo na base da pancada." Murmura Peter.

"Falou o homem aranha que tá vestindo um moletom como traje." Zombou.

"Oras seu…"

"Já chega vocês dois, parecem duas criança birrentas." Gwen interrompe os dois novamente. "Pode solta-los?"

"Você manda, chefia." Brincou.

"Não precisa, estou quase conseguindo estourar essas teias." Diz Peter Black, se remexendo em seu casulo.

Miles lança um chicote de teia e parte um veículo aranha ao meio com facilidade, todos olham surpresos para aquilo.

"Acho que vou aceitar a sugestão da senhorita, por favor."

"Eu também."

Ambos são jogados no chão enquanto as teias desapareciam no ar.

"Bom, agora que terminamos, podemos conversar? Vejo que a maioria as senhoritas e senhores estão confusos a meu respeito, então vamos começar novamente."

Ele gesticulou para a mesa no canto.

Após todos se sentarem ele se sentou.

"Quem é você, Miles Morales?" Pergunta Peter.

"Sou o que vocês conhecem como sendo um viajante temporal."

"Está dizendo que veio do futuro?" Pergunta Peni.

"Ou do passado?" Sugere Peter Black.

"Do futuro!" Afirma Gwen.

Todos a encaram confusos.

"E como você sabe disso?"

"Ela foi a primeira quem eu contei a verdade." Esclarece Miles. "Não sintam ciúmes por isso. Enfim, eu venho de aproximadamente 10 anos no futuro da terra 616, nesse futuro, você, você, você, você e você estão mortos, juntamente com todos os homens e mulheres aranhas espalhados pelo aranhaverso."

O silêncio caiu sobre a mesa como um raio.

Todos estavam perdidos em seus próprios pensamentos.

Será que fui muito direto?

[Acho que ninguém acreditou em você. Quer uma ajudinha?]

Por favor.

[Se conecte a todos através de sua teia!]

Miles lançou uma teia dourada que se pregou suavemente na testa de cada um na mesa.

E então, as lembranças começaram a correr involuntariamente uma atrás a outra. A guerra, a caçada iniciada pelos herdeiros, os rastros de destruição que se arrastou pelo aranhaverso com a morte dos totens Aranhas.

As lembranças tristes, pesos e culpas que Miles carregava pelas mortes que ele não conseguiu evitar. E então o Gran Finale, a aparição da deusa aranha enviando Miles para o passado.

As lembranças pararam e as teias desapareceram no ar, deixando cada aranha com seus próprios pensamentos.

O que vocês fez?

[Eu mostrei a verdade. Agradeça depois.]

Ele olhou para cada herói na mesa.

Pini estava com os olhos lacrimejantes e segurando o choro.

Peter Black estava paralisado olhando para o nada.

O porco estava mais instável do que nunca.

Gwen estava olhando para Miles com olhos lacrimejantes.

Peter saiu da mesa e pegou o elevador.

"É isso que vai acontecer?" Pergunta Peni soluçando.

"Infelizmente sim."

"Podemos evitar isso, não podemos? Deve haver um jeito. Tem que haver…"

Miles se arrastou até ela e a abraçou. A forma como ela morreu a traumatizou.

Peni não se segurou e começou a chorar como criança, usado o peito de Miles como apoio. Miles não se importou muito, como mais velho, ele deveria cuidar dos mais novos.

"O futuro não é uma linha reta." Ele diz. "Nada é definitivo, tudo pode mudar… eu estou aqui pra mudar isso. Pra salvar todos vocês."

Seu olhar cruzou com o de Gwen.