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Capítulo 16 - Brigas

Localização; Arcádia - Palácio Escarlate.

A princesa estava deitada em sua cama, exausta e fraca do dia que teve e se entristeceu quando ouviu um baque soar da porta. Ela sabia quem era e preferiria ignorar.

Ela disse cansada. — Não quero visitas.

— Não sou uma visita. A rainha entrou no seu aposento sem cerimônia, ela olhava-a cautelosamente.

— O que quer? Veio saber como estou? Me ameaçar? Ou explicar-me o porque o meu tio tem um poder que consegue me controlar e você ainda assim defende ele? — Maeve se atreveu a perguntar sarcasticamente ainda deitada. Então ela considerou por um momento estreitando os olhos. — Ou ele te controla?

A sua mãe não respondeu o que fez Maeve pensar mais. — Não, você não pareceu nem um pouco surpresa quando eu disse mais cedo o que o meu tio fez, parecia que você não queria que eu soubesse.

Maeve era certamente uma confusão de sentimentos. Ela sentiu uma mistura de ódio e tristeza por sua mãe agora. Tristeza por ela não a proteger ou se preocupar quando ela se machucou e raiva por ela só ter a ameaçado depois de tudo.

Hadrya também parecia cansada então suspirou. — Vim esclarecer algumas coisas que eu disse. Você deveria se levantar para isso. — Ela falou calmamente.

E isso irritou ainda mais Maeve. — Como faço isso depois que aqueles magos me atacaram? Sabe o quão doloroso é um golpe mágico em suas costelas ou o quão difícil foi para eu conseguir me rastejar até o meu quarto? — Maeve suspirou ao terminar. — A senhora deve estar sendo realmente controlada para agir assim. Tem que ser isso.

Maeve se afastou esfregando suas mãos no seu rosto. Não acreditando em nada do que ouvia. Ela e a sua mãe não era próximas, porém, Hadrya ainda deveria se importar pelo menos um pouco.

— Não fale bobagens e tome cuidado como fala comigo ainda sou a sua mãe. — O tom da voz de Hadrya mudou rapidamente e ela aproximou-se da cama de Maeve furiosa.

A princesa não entendeu e esperou a sua mãe começar. Algo dizia que qualquer coisa que ela ouvisse a deixaria mais chateada.

— Vamos deixar algumas coisas claras, Andreas não me controla. O que ele fez, se quer saber, era descobrir o que escondia. — Ela respondeu sem passar nenhuma expressão em seu rosto além de uma fúria mau contida. — No caso, os seus poderes. Simples.

Maeve só pôde aumentar a sua voz enquanto se levantava. — Simples? Ele tentou me controlar e a senhora concordou? — ela se interrompeu esfregando as mãos no rosto. — Espera, como ele tem esses poderes? Ele disse-me muitas coisas. Ele deixou bem claro que eu faria tudo o que ele pedisse e que eu iria esquecer.

Maeve estava com a testa franzida imaginando e se isso fosse possível? Medo passou por seus olhos. O poder que o seu tio tinha era superior comparado ao dela. O de Maeve causava danos no corpo, mas ele poderia mexer com a cabeça de qualquer um e fazer o que quisesse, se já não fosse assim.

— Seja o que for que Andreas disse, acabou. Ele não se aproximará de você. Não permitirei! — Hadrya assegurou a sua voz mais calma.

Maeve não acreditou e insistiu. — Quem me garante isso? Que ele não controla você também? Andreas pode controlar qualquer um, o meu pai, o Conselho, o reino!

Hadrya dizia já sem paciência, e a tranquilidade saindo de si. — Ele não faz e não fará.

— Como a senhora tem certeza? — Maeve então perguntou, mas Hadrya não respondeu.

A princesa abriu a boca e fechou sem nem saber o que dizer mais e após um momento ela considerou. — Entendi, você permitiu que não só ele me atacasse, mas os magos também. Você não fez nada e é a minha mãe. O único motivo de você permitir isso seria se ele lhe controlasse, mas como não acontece, talvez você simplesmente não se importe com o que eles fazem comigo.

Maeve não olhou nos seus olhos quando disse e doeu para ela perceber que a sua mãe queria que ela fosse apenas um objeto controlável e mesmo se não, ela não se importava. Maeve não era relevante.

— Ele não faz o que você diz, ele não controla todos, e é claro que fiz algo! Pedi para você parar. Você não ouviu e Naim e Novak intervieram.

— Ainda assim, você pouco se importou comigo! — Foi a resposta de Maeve para ela. Ela já estava com os olhos vermelhos de fúria e olhava para Hadrya com decepção.

A rainha cansada dessa conversa, mudou de assunto rapidamente.

— Você não tem controle sobre a sua raiva nem sobre os seus poderes, — Ela disse se virando para a janela. — Andreas falou-me que você não consegue usá-los bem ainda.

Maeve bufou com desdém e sentou-se na cama limpando disfarçadamente uma lágrima que caía.

— Isso é um grande problema para Arcádia! Bom, não vim para discutir muito sobre esse assunto ainda, ele será discutido amanhã, Maeve, quando você estiver mais tranquila. — Hadrya já estava perto da porta quando disse. — E Andreas tem sim um poder mental e é bom que ninguém saiba disso.

Maeve ouviu calada, escolhendo as perguntas que deveria fazer.

A sua mãe caminhava para fora do quarto, mas a princesa conseguiu para-lá quando questionou. — Porque o protegeria? Ele tentou me atacar, não importa os motivos que ele tem por trás. — A rainha virou-se para ela com o semblante furioso. — O meu tio tem poderes de controlar os pensamentos da princesa. Nem vou falar o quanto ele é perigoso.

Hadrya a estudou brevemente. — Andreas não é perigoso. Ele não repetirá os erros cometidos hoje e nem os magos, e você não falará nada a Drazhan ou a ninguém.

Hadrya ordenou num tom ameaçador, estava claro de qual lado ela estava. A princesa não queria disputar, porém, era bom saber quem era quem naquele momento.

Após deixar as palavras a consumirem, perguntou. — Não? Sofri dois ataques no mesmo dia, de pessoas que a família real julga serem confiáveis, eles são um perigo. Andreas tem que ser…

— Morto? — Hadrya a cortou. — Por que é isso que Drazhan fará com ele se descobrir o que ele fez. Eles não são um perigo se você não abrir a sua boca e estragar tudo.

Maeve lutou para respondê-la, mas a rainha não permitiu. — Temos uma guerra contra demônios para enfrentar e uma doença que está dizimando o nosso povo. Agora você também é um perigo, porque não consegue controlar o seu poder, e nem vou citar que com ele, você consegue machucar severamente o nosso povo também, quer que eu diga que você também deve morrer.

— Eu não disse que ele deve e não sou perigosa!

— E ainda assim Drazhan precisa focar em outras adversidades, ele não deve lidar com cortes de laços familiares, não no momento. Se o seu pai soubesse os puniria ferozmente e não posso permitir. Por isso você passará por cima dos ataques que sofreu e focará no que é necessário, no seu poder e em lutar.

Ela já estava cansada de ouvir então rebateu. — E só isso que dizem para eu fazer, estou cansada! Afinal, porque está tendo essa conversa comigo agora? Antes nem dirigia mais de duas palavras para mim além de insultos e grosserias, eu me machuquei e você não se importou e ainda me ameaçou se eu contasse. Andreas é tão importante assim?

A sua mãe virou a cara parecendo completamente frustrada. — Estou conversando porque se não tivermos um acordo teremos perdas. Conte a seu pai e a todos e verá os nossos planos todos acabados. Andreas e os magos são cruciais para o nosso reino. Andreas controlará os bruxos para fazer o que queremos e os magos nos ajudarão com as barreiras. Agora fale com Drazhan e acabe com isso. Mate o seu tio e os magos ou deixe que o rei os prenda. Mas saiba que também acabarei com o seu humano. Apenas escolha o que considera mais vantajoso. Ajuda e uma não vingança ou uma vingança e várias perdas?

Hadrya virou-se então para sair, deixando a pergunta pairando no ar.

Maeve nervosa disse em um sussurro. — Te odeio.

Quando ela pensou que estava sozinha, ela ouviu sua mãe avisar já fora do quarto, olhando para ela. — E não estou fazendo por ninguém além do nosso povo Maeve. Apenas por eles, faça o mesmo! E não espere muito de mim sempre irei decepcioná-la. — Ela fechou a porta.

A princesa chorou quando caiu na cama, as lágrimas caindo em seus ouvidos, no entanto ela estava com tanta raiva que só pôde ignorar e se perguntar incontáveis vezes se ela merecia realmente tudo o que estava passando.

***

Maeve caminhava pela estrada de pedra ao encontro de Drazhan que a esperava do outro lado da floresta. Ele havia pedido que a princesa o encontrasse mais cedo para conversarem, sobre ela não sabia, mas ousava adivinhar.

Todas as serpentes estavam cientes dos poderes despertados de Maeve e do que havia feito ao seu tio. Não demorou para serem criadas mentiras em seu nome. Alegando que a princesa estava descontrolada e que queimava qualquer um que ousasse entrar no seu caminho ou que estava se divertindo ao queimar as florestas do Reino.

Eram mentiras soltadas aos quatro ventos, que Maeve só soube por terceiros, ela não foi defendida das acusações, pois, a sua mãe não se preocupou o bastante em ajudá-la e Drazhan deveria estar preparando algum evento para mostrar as serpentes o seu autocontrole, mas para isso a princesa teria que tê-lo o que ela não sabia se era possível no momento.

O Rei não havia falado com ela desde o dia em que todos do Conselho estavam presentes no escritório dele, então ela foi chamada por ele para se encontrarem na floresta.

Ele a esperava coberto por um manto castanho escuro e sustentava um sorriso gentil nos lábios. Os seus cabelos ruivos ja estavam sendo substituídos por fios brancos bem espalhados na sua cabeça. Não havia passado tantos anos para o rei, mas ainda assim ele havia envelhecido com o tempo.

Deixando os cumprimentos de lado, saudou-o. — Pai!

Eles abraçaram-se lentamente quando ela chegou. Maeve suspirando com o conforto que o seu pai trazia. Ela já estava mais velha agora e momentos como esses eram mais distantes.

Se separando ele olhou-a nos olhos.

— Querida, caminhe comigo, vamos conversar um pouco.

Maeve assentiu ao seu pedido. Drazhan então colocou a mão dela na curva do seu braço a incentivando a seguir. Eles andaram um pouco em silêncio até ela quebrá-lo com uma pergunta. — Porque não estamos no seu escritório em vez de caminharmos? Julgo que lá é mais adequado para uma conversa.

Drazhan ainda olhava para frente. Ele não respondeu e mudou de assunto sem se importar. — Arcádia está em constante tormento.

Maeve concordava com o seu pai. Era a dura realidade que eles viviam e tinham que lidar. — Já tem uns anos que vivemos assim, pai. — A princesa acrescentou o lembrando.

Não era uma mentira, dias difíceis já estavam se tornando normais para as serpentes pelo menos era dessa forma que ela encarava os acontecimentos.

— E ainda não me acostumei. — O seu pai declarou a deixando triste, ele nunca poderia conviver bem com o que ocorria no seu reino a princesa percebeu que ela também não. Ela refletiu brevemente, quando o seu pai disse atraindo a sua atenção. — Querida, a sua mãe falou-me que os seus poderes foram revelados e você sem querer machucou o seu tio.

— Pai. Ela parou-o para tentar se defender, mas ele continuou.

— Estou decepcionado. — Ele disse agora a encarando, a sua decepção era inegável. — Você negou quando perguntei, mas acredito que teve os seus motivos.

O Rei fez ela se sentir mais culpada, ela não tinha motivos concretos para esconder, apenas decidiu ocultar porque combinou com Guia de não dizer nada já que a mensageira havia pedido, mas sabia que deveria contar a Drazhan. Talvez se tivesse, teria sido evitado o que fez com seu tio e os boatos sobre ela ou até mesmo não conseguir usar os seus poderes. O Rei a ajudaria, porém, ela preferiu esconder e agora o seu pai parecia triste e Maeve nem sabia como ficar com raiva sem queimar algum objeto, local ou uma pessoa.

Drazhan apertou o seu ombro quando disse. — Olhe as coisas não estão bem e não irão melhorar tão cedo.

— Isso é uma tentativa de me motivar? Perguntou confusa.

Drazhan então continuou a caminhar e fez sinal para que ela o seguisse a princesa fez sem protestar. Depois de um momento em silêncio ele explicou. — Maeve, as bruxas e os mestres não conseguem ver uma solução para a doença, mas não irei desistir. As barreiras infelizmente vão se desfazer em pouco tempo e os magos não irão nos ajudar com elas.

A princesa piscou com a informação então disse. — Mas a rainha falou que faria eles nos ajudarem. — Maeve ignorou que não havia a chamado de mãe, e Drazhan pareceu fazer o mesmo também. Já fazia um tempo que ela não a considerava como tal.

— Sim e ela tentou, porém, Wizard tem os seus próprios contratempos agora também, o rei Zion está numa condição debilitada.

Maeve não estava a par disso. A surpresa estava estampada no seu rosto. Guia nunca havia comentado sobre e ela não queria misturar assuntos dos reinos com o que eles faziam. Se ele não perguntava ela também não, era o combinado. — Ela está doente? — Ela então perguntou.

— Ele está morrendo. Quando o rei Zion falecer, o príncipe Guia será coroado e assumirá. O rei corrigiu a deixando triste pelo mago.

— Está explicado o casamento repentino. Ela compreendeu facilmente ainda chateada por não poder ajudá-lo, era por isso que uma tristeza o acompanhava sempre que eles se viam.

— Sim! Conversei com Novak e Naim, eles nos ajudarão de outra forma.

— Qual forma? Questionou supondo que não se sentiria feliz com a resposta.

— Com os seus poderes.

— O quê? Não pai. Ela protestou não querendo eles perto novamente.

Um deles havia a atacado e ela nem podia contar ao rei para puni-lo senão Hiro iria pagar e Maeve não suportaria vê-lo sofrendo por sua causa. A sua mãe era tão injusta com ela, que com o passar dos anos ficou ainda mais claro.

Percebendo a sua aversão que ele nem sabia o motivo, Drazhan tentou convencê-lá. — Eles são os únicos que podem ajuda-lá. Temo que não temos muito tempo. Daqui uns meses quando as barreiras se forem as serpentes irão para o sul matar os demônios.

— Pai, — Maeve o segurou procurando as palavras certas para tentar mostrar que ele estava errado. — Nós devemos adiar, ainda não estou preparada.

Assumir era vergonhoso, porém, não era mentira. Ela não estava segura se podia usar os seus poderes, lutar e matar demônios. O que a mensageira disse-lhe antes, passou pela sua mente fazendo ela tentar se encorajar, mas ainda não era o suficiente.

— E não precisa, ainda. Eu irei!

— Pai. Maeve protestou novamente percebendo que o seu pai estava muito determinado.

— Ficará tudo bem. Luto há muito tempo e você precisa aprender a controlar o seu poder. Eu lutarei enquanto você não puder.

A princesa o olhou triste temendo pela vida do rei ela viu com os seus próprios olhos o que os demônios faziam então não conseguia se conter. Apesar das serpentes serem fortes se o que Andreas disse era verdade eles os demônios eram as maldições de Arcádia isso explicava o porquê eles derrubam tão facilmente qualquer serpente.

— Mais tem as doenças na Vila é perigoso tanto para você quanto para o nosso povo. Ela contestou conseguindo a atenção de Drazhan que sorria com a sua tentativa, ele já parecia estar decidido.

— Maeve vai ser difícil de todo o jeito, um dia será você que irá e também será perigoso da mesma forma, porém, não precisa ter medo. É o seu destino.

— Obrigada, pai. Foi a única resposta que Maeve tinha para suas palavras.

O Rei sorriu para ela, não era um sorriso feliz.

— Vamos, temos que encontrá-los. Ele fez o que fazia sempre quando ela era criança. Estendeu a sua mão para ela pegá-la, e a princesa fez de bom grado.

— Quem o senhor está mesmo procurando?

— Os gêmeos.

Ela engoliu em seco já sabendo que não seria uma boa ideia.

— Ótimo. — Mentiu não estando nada contente.

Após um passeio em silêncio eles encontraram os gêmeos. Um deles, que Maeve não sabia identificar qual era seu nome, praticava a sua magia descuidadamente ao ar livre. Drazhan não parecia querer repreendê-lo.

Eles não estavam mais na floresta e sim num campo aberto. Maeve agradeceu a escolha do seu pai, se ela ficasse perto das árvores poderia incendiá-las sem querer.

— Majestade.

O outro que os observava chamou enquanto se curvava fingindo respeito e Maeve só podia revirar os olhos com o cumprimento.

Drazhan acenou para eles com um sorriso.

— Seria mais rápido se viessem a cavalo meu rei.

Eles pareciam calmos e nada culpados, Maeve não compreendeu que tentativa era essa da sua mãe de fazê-la ficar quieta só porque eles a iriam ajudá-la, mas certamente não funcionaria. Ela não estava disposta a cooperar a longo prazo.

— Desculpem pela demora, queria ter uma conversa longa com a minha filha antes. — O Rei se explicou mesmo sabendo que não precisava e Maeve cruzou os dedos das mãos enquanto encarava a figura dos magos.

Ela ficou sem ouvir a conversa se questionando porque eles estavam ajudando? O que eles iriam ganhar em troca? Passou-se pela sua mente se o seu tio havia controlado eles para atacá-la e os controlou para ajudá-la. Fazia sentido se ele fizesse o último para se redimir, mas sua intuição dizia que os gêmeos só estavam em Arcádia porque queriam algo que Hadrya os daria e não porque eram controlados. Eles pareciam se divertir quando a atacaram. Ela deveria descobrir o que os magos queriam, para tirar antes deles terem.

Drazhan então a segurou pelos ombros chamando a sua atenção. Ele então falou. — Bom, Maeve estará nas mãos dos cavalheiros agora. Peço que a ajudem.

— Faremos o possível e o impossível para ajudá-la, majestade.

— Está bem, Hiro. Drazhan repentinamente chamou Hiro e ele apareceu nas profundezas da floresta, devidamente trajado. Ela deu um olhar questionador para ele, mas o rapaz apenas a observou, enquanto cumprimentava o rei.

— Majestade.

— O que faz aqui? A princesa perguntou curiosa.

— Conversei com Hiro antes de você, ele a acompanhará quando vier se encontrar com os magos, afinal ele é o seu guarda-costas que jurou lealdade a mim e a você. Drazhan não escondeu o seu sorriso quando falou. Ele nunca disse, porém criou um grande afeto pelo humano.

— Certo. Ela simplesmente assentiu.

O Rei ainda conversou um pouco com os magos, depois seguiu o seu caminho de volta para o Palácio.

Quando estava a sós com os gêmeos e Hiro ela falou, — Que fique uma coisa clara, não confio em nenhum de vocês dois.

— Não precisa, apenas faremos o que o rei e a rainha pediram. Podemos deixar as nossas diferenças de lado.

Maeve ouviu um deles argumentar, porém, não acreditava que conseguiria passar por cima do que fizeram. Então se aproximou deles.

— Penso que não vai ser possível enquanto não houver um pedido de desculpas.

Ela não esqueceria que foi machucada e deixada ferida no chão como se não fosse a princesa, porém, perdoaria se houvesse algum arrependimento da parte do seu agressor.

Maeve era orgulhosa demais para tolerar desrespeitos e não estava acostumada com tais ofensas de outros seres. Nem o seu pai que poderia puni-la quando errava fez uma vez sequer para educá-la para simples magos agirem como se tivessem tal poder.

— Do que a princesa está falando? Hiro questionou, com confusão na sua voz.

Maeve não se preocupou em respondê-lo os magos também não.

Um deles respondeu. — Não haverá! O que está feito, está feito.

— Não funcionará assim! — Ela insistiu.

— Digo e repito, deixaremos as coisas de lado ou você já se esqueceu do que a rainha alertou. — O outro a lembrou.

Ele deveria ser o Novak, ele queria que a discussão acabasse pelas suas falas, mas o verdadeiro culpado estava obstinado a acreditar estar certo. Se recusando a pedir um simples desculpas.

Maeve encarou Naim com uma carranca, tendo muito autocontrole para não atacá-lo.

— Não estou entendendo. Pode me explicar alteza. — Hiro se intrometeu a puxando com cuidado para perto dele.

— Ficará tudo bem humano, basta a princesa dizer que está. — Novak disse então.

Ela pensou um pouco.

— Alteza?

— Está bem! Vamos, me ensinem a usar os meus poderes. — A princesa então pediu já mais calma. Não fazia sentido se ela começasse uma briga no momento. Ela e Hiro deveriam estar a sós com eles, então era arriscado tanto para a princesa quanto para Hiro se ela atacasse Naim. Eles iriam machucá-la, não só ela.

Os gêmeos se entreolharam sorridentes, claramente pensando que ficaria tudo bem.