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Capítulo 11 - 2 escolhidos?

Localização; Arcádia - Vila das Lamentações indo para o Palácio Escarlate.

Os olhos da princesa abriram-se, confusão e dormência endurecendo os seus membros, enquanto Guia a acordava no templo.

— Maeve?

A cabeça dela doía e ela se esforçou para se sentar. O seu pulso parecia queimar como se estivesse pegando fogo. Quando ela levantou a mão para verificar, havia uma marca sobre a sua pele, um triângulo preto.

— O que é isso? — Ela perguntou esfregando o sinal e não conseguindo apagá-lo, como se estivesse na última camada da sua pele e não fosse desaparecer facilmente.

— Não sei. Guia respondeu mostrando uma marca do infinito também sobre o seu pulso.

Maeve arregalou os olhos. Assustada ela se levantou sentindo mais dor do que antes. A princesa estava meio desorientada, mas ainda assim conseguiu se manter de pé.

— Onde está a mensageira? O que ela fez conosco?

— Eu esperava que você me respondesse, — Ele parecia nervoso. — Quando acordei ela já não estava aqui. Você sabia que ela faria isso?

Guia estava um pouco afastado, com as roupas e o cabelo em desordem. A princesa não parecia melhor e pela expressão que o mago carregava, notou que ele estava aflito.

— Óbvio que não. Ela respondeu na defensiva. Atordoada demais.

A sua cabeça latejava e o seu corpo parecia pesar duas vezes mais. Maeve enchia a sua mente de perguntas de como a velha fez o que queria e deixou eles sem ao menos dizer o que as marcas nos seus pulsos significavam? O que diria a Drazhan ou a sua mãe se eles vissem e a questionassem? A mensageira nem havia tido a decência de avisar que estava marcando eles.

Guia suspirou dizendo. — Ela me disse algumas coisas.

Maeve completou com a ajuda do mago — Assim vocês estarão unidos lutando pelo mesmo propósito quando os seus poderes despertarem. Por enquanto deixem tudo sobre hoje oculto.

Eles encararam-se, o príncipe estava com os olhos arregalados e muito assustado. Maeve não podia negar que se sentia da mesma forma. Ela olhou pelos lados, pensativa tentando compreender o que aconteceu com ela e Guia. Ficando apenas com uma mistura de sentimentos.

— O meu pulso ele fica formigando demais. Ela ouviu ele contar enquanto coçava o sinal.

— Não é só o seu. Maeve confessou também se coçando enquanto se ajoelhava no chão.

— O que está fazendo?

A princesa não sabia ao certo, só queria chamar a velha para consertá-los ou falar o porquê dos sinais.

— A chamarei para nos dizer o que está havendo. Maeve conseguiu responder.

Guia apenas a observava enquanto ela tentava várias vezes chamar a mensageira, falhando miseravelmente. A velha parecia distante mesmo quando disse que ficaria por perto. Maeve não conteve a frustração quando não houve uma resposta e colocou a sua cabeça sobre os seus joelhos.

— E?

— Nada. Ela respondeu chateada.

— Como ela simplesmente some? — Guia caminhou pelo templo com aborrecimento. — O que esses desenhos significam? Porque eles não somem?

Ele perguntava sem esperar respostas da serpente que claramente não sabia de nada igual a ele e tinha os mesmos questionamentos. Maeve olhava para o príncipe com cautela e impaciência.

Depois dele dar várias voltas pelo templo e pelas estátuas, ela levantou-se e o parou com as mãos nos seus ombros. O mago era mais alto por ser mais velho, porém, não impediu Maeve de tentar controlá-lo. — Acalme-se, você está me deixando nervosa, Guia.

— O quê? Ele perguntou irritado e ela apertou mais os seus ombros em advertência.

— Você está muito nervoso, isso está sendo passado para mim.

Era verdade, ela estava se incomodando de alguma forma com a inquietação que o mago estava, não só por vê-lo nervoso, mas sim por sentir o que ele sentia. Ela não sabia como.

— Não entendo o que você está dizendo. Guia olhou ferozmente para ela tirando as suas mãos gentilmente dele.

— Você sente o que sinto? Maeve questionou não se dando conta da sua pergunta.

Guia a olhou boquiaberta.

— O quê? — O mago mudou o olhar feroz para um assustado. — Não é hora para isso. Você é uma criança e eu amo outra!

Maeve tentou não se ofender com ele a chamando de criança. Ele afastou-se dela e ela só pode sentir a vergonha que ele sentia. Estava ali como se fossem os seus sentimentos.

— Guia deixe-me concluir. — Ela pediu medindo suas palavras para ficar claro. — Quis dizer que sinto o que você sente. Como agora, você está envergonhado e eu sei de alguma forma.

Ele pareceu compreendê-la, mas ainda era confuso. As emoções dele baixaram e Maeve não sentia mais com tanta força igual antes, após alguns instantes em silêncio tudo estava mais calmo.

— O que é isso? Também sinto. — Ele finalmente disse olhando para o seu pulso.

— Parece que quando estamos sentindo muito passamos um para o outro. — Ela falou também procurando algo no seu braço que não sabia o que era.

— Isso é por sermos escolhidos? Devido à marca? Ela nos liga? — Guia a encheu de perguntas.

— Suponho que sim. — Maeve suspirou enquanto dava a sua opinião — Acredito que a marca não sumirá com o tempo, ela deve nos dar algum poder e nos unir.

Maeve supôs ser a única utilidade do sinal pelo que a velha disse, fazia sentido pela sensação que teve quando a mensageira segurava a sua mão com a de Guia. Era como se ele estivesse oscilando entre estar perto e longe dela e no final estar muito próximo. Agora mesmo a princesa conseguia sentir uma raiva florescendo do mago.

— Faz sentido, mas ainda assim aquela senhora deve explicações a nós. — Ele disse irritado.

Maeve tentou não se afetar e disse. — Ela falou sobre escondermos os nossos poderes até eles despertarem um dia.

— Sim. Você confia nela? — Guia perguntou com a testa franzida.

— Não sei, mas o meu pai, sim.

Maeve não sabia como se sentia sobre a velha, ela havia a visto apenas duas vezes e foi por breves momentos. Ela a aconselhava, porém, nunca foi realmente efetivo os seus conselhos, assim ela não compreendia em que lugar a mensageira se encaixava na sua vida. Confiar também soava muito forte para a princesa afirmar, mas quando relembrou da última vez que esteve no templo com Drazhan se lembrou do pedido feito por ele de confiar nela como Maeve confiava nele. Duvidar da mulher não era uma opção.

— Bem, se o rei deposita a sua confiança na mensageira ele deve ter os seus motivos. — Guia disse mais calmo. — Vamos esconder a marca igual ela nos disse então.

Ela concordou com a cabeça ligeiramente sem se opor.

— Vamos nos ver só na minha próxima visita. Guia contou-lhe cruzando os braços. Ele aparentava estar insatisfeito com a ideia.

— Isso será quando?

— Não sei, suponho que não virei tanto em Arcádia doravante. Agora que chegamos tão longe com as barreiras, talvez demore meses ou anos para virmos fortificá-las novamente.

— E se tiver algum progresso sobre como o sinal funciona, como relatarei a você?

— Não faremos, pelo menos não pessoalmente. Não tem como eu ler as cartas do meu pai sem ele as ler primeiro.

A notícia não agradou Maeve agora que eles tinham um segredo, não se verem para conversar não seria bom. Ela não poderia ir para Wizard, já que não conseguiria respirar a magia do Reino. Sor Ichirro também já havia deixado claro que ela só resistia a mágica em Arcádia porque estava em pequenas quantidades, mas se fosse à terra dos magos seria perigoso para a princesa, talvez até ficar por pouco tempo seria fatal. O pensamento a assustava e às vezes ela se pegava dizendo ao seu pai que nunca visitaria aquele local.

— Aguardarei então a sua próxima visita. Espero que quando nos vermos novamente tenhamos algum progresso com os poderes. — Ela disse tensa e Guia apenas assentiu calado.

Quando eles saíram do templo, tudo estava como deixado antes e os homens esperavam com rostos ilegíveis. Os gêmeos perguntaram a Guia o porquê da sua demora e revelaram que iriam entrar se precisasse, mas felizmente não fizeram.

O comandante ainda não havia chegado com as serpentes e Maeve havia escondido o seu pulso com um manto que estava sobre ela. Guia também tinha o seu, e tentava agir naturalmente conversando com os outros. Após algumas horas todos os homens retornaram a salvo com expressões alegres nos seus rostos.

Os magos se preparavam para irem. Usando as suas magias de teletransporte perto das carruagens onde foram deixadas. Maeve estava próxima aos magos quando permitiu que eles fossem levá-la embora com os outros, porém, antes ela viu um homem tossindo num beco. Ele vomitou no final e a princesa não teve muito tempo para olhá-lo bem, mas franziu a testa com a visão. Sem poder fazer nada sobre, ela observou a magia a levando novamente para casa e deixou para trás a sensação de ter algum demônio perto de onde eles estavam.

Com os pés no Palácio Escarlate. Maeve se firmou para não cair com o mal-estar que tomou conta do seu corpo quando ela voltou. Sor Ichirro tentou ajudá-la, mas ela o dispensou.

— Estou bem!

— Vejo que sim. Ele disse sarcasticamente a ignorando e a ajudando mesmo com a sua relutância. Ela então desistiu e o deixou segurá-la pelo braço.

A princesa avistou os seus pais à espera deles de longe. A carranca de Drazhan estava evidente, e ele tinha olhos profundos certamente de noites mal dormidas, a sua postura estava rígida. Hadrya ao seu lado segurava um leque sobre as suas mãos e abanava sempre que achava necessário. Maeve não conseguiu observar sentimentos na sua expressão.

Os viajantes se aproximaram do rei e da rainha e ela repetiu a saudação que os soldados e os magos deram-lhes em reverência.

— Majestade. Uma voz desconhecida dos que estavam com Maeve chamou.

— Dispenso qualquer interação. Agora quero saber da minha Maeve. — Ele disse se dirigindo a ela. — Como está querida?

Drazhan perguntou enquanto procurava gentilmente qualquer ferimento no rosto ou no corpo da princesa.

— Estou bem pai.

Ele suspirou e não se conteve quando a abraçou. Ela não lutou contra o afeto estando bem ao lado do rei. Seus olhos arderam de saudade e por tudo que vivenciou, havia sido uma semana muito difícil e mesmo estando em companhia dos soldados e magos ela sentiu-se sozinha a viagem toda. Ela não desejava uma experiência parecida tão cedo.

— Fiquei preocupado. — Drazhan a afastou gentilmente. — Hiro contou-me do ataque surpresa que vocês enfrentaram, se eu soubesse que ainda estava a caminho teria ido com os magos até o Rio e indo até à vila para trazê-la de volta.

Ela sorriu com as palavras do pai. Deveria estar uma bagunça no seu rosto.

— Não seria necessário, voltamos seguros. — ela por fim perguntou. — Hiro, como ele está e os soldados?

Drazhan limpou a lágrima que caia no rosto de Maeve e beijou a sua testa suavemente.

— Os que retornaram estão bem. Quando fui avisado voltei para o Palácio e encontrei Hiro machucado, por fim pedi para um mestre vir curá-lo, ele está bem, entretanto, com mais algumas cicatrizes.

Maeve se tranquilizou e agradeceu. — Obrigada, pai. Senti a sua falta.

— Senti a sua falta também querida. Vamos.

Ela se sentiu mais leve e ainda queria falar muito com o seu pai sobre o porquê dele estar muito ocupado ultimamente e como isso a deixava constantemente chateada, mas eles teriam outro momento para conversarem e ela ser ouvida. Quando a princesa se deu conta, Ichiro já estava falando com o rei, e a rainha havia se aproximado a olhando cautelosamente. A sua mãe não questionou o seu estado e ficou incrivelmente calada ao lado do rei. Maeve se perguntou porque os deuses não deram uma mãe pelo menos parecida com Drazhan para ser atenciosa com ela como o seu pai era.

Mais tarde no salão ela estava cansada demais e conseguiu com sucesso esconder a marca da mensageira. Guia também parecia no mesmo caminho e falava com Drazhan sobre as barreiras. Pelo que parecia os magos diminuíram as suas idas à Arcádia, se apresentando apenas para fortalecer as barreiras ocasionalmente, como Guia havia dito mais cedo.

Algumas serpentes não esconderam os sorrisos fáceis que estavam estampados nos seus rostos com a informação. Ela não deixou de se perguntar como o seu povo conseguia ser tão ingrato com os magos depois deles o ajudarem tanto nos últimos anos com as barreiras. Deveria ter um ego muito alto para negar a utilidade da magia deles. Era perigosa? Sim, porém, impedia os demônios de andarem livremente igual antes e protegia os mais pobres de mortes por ataques. Maeve não podia se sentir mais agradecida do que já estava com eles.

Dirigindo a sua atenção para Guia. Maeve notou que ele não parecia feliz e tentava não aparentar estar com medo de Drazhan para os seus homens. Mesmo sabendo que ele estava completamente de pernas bambas com a conversa, ela riu consigo mesma não se contendo com o que via. Ela sabia que o seu pai não era grosseiro, mas compreendia que ele ainda assim era um rei rígido e sincero quando devia ser, e às vezes ele poderia deixar os outros nervosos apenas com a sua presença, mas ela era suspeita demais para defendê-lo.

O assunto por fim foi sobre às fênix.

A raça odiosa que Maeve não queria saber ou ouvir sobre, porém, ela teve que presenciar o seu pai tentando persuadir Guia a contá-lo sobre a aliança que os magos tinham com eles. De alguma maneira Guia conseguia se desviar dos questionamentos de Drazhan com as suas respostas evasivas e astutas, a conversa durou por um tempo com o rei não obtendo progresso algum com as suas descobertas.

Ela mudou a sua atenção para onde a sua mãe estava, que conversava com os gêmeos Naim e Novak próximo a uma fonte, a princesa curiosa para saber do que se tratava a conversa aproximou-se graciosamente com um sorriso, percebendo por fim que o assunto que eles falavam era sobre o que ela fazia na Vila.

Franzindo o cenho com o que ouvia, ela disse para eles perceberem a sua chegada. — Não é educado falar de alguém que não está presente.

O sorriso estampado na sua face era falso e direcionado a Hadrya que a olhava severamente.

Os rostos dos gêmeos caíram ao vê-la.

— E não é educado se intrometer em conversas alheias. — A rainha foi descarada o suficiente para repreendê-la.

Maeve apenas a encarou brevemente com uma raiva mal contida. — Se for sobre mim, irei participar da discussão.

Hadrya deu um olhar para ela, a desafiando mentalmente.

Um dos gêmeos percebendo a tensão no ar falou. — Estávamos apenas contando a rainha sobre a visita de sua alteza ao templo.

Ela foi deixada ainda mais irritada. A sua mãe não se importava em perguntar como ela passou uma semana fora de casa correndo perigo ao enfrentar demônios, porém, questionava a terceiros o que havia ocorrido no templo. Maeve cerrou os punhos com fúria.

— Isso me faz perguntar o porquê você ainda não nos relatou sobre? Hadrya perguntou.

Maeve pensou numa resposta devida a sua mãe por fim concluiu. — Tudo que se relacionar ao templo ou política o meu pai saberá. — Ela enfatizou as últimas palavras, conseguindo o olhar desdém da sua mãe.

— Sua pirralha insolente. — Hadrya disse, avançando em Maeve, mas foi interrompida pelo rei que decretou do alto do seu trono.

— Por hoje estão todos dispensados.

A rainha calou-se e um grupo de pessoas se preparavam para voltar a Wizard. Os gêmeos se despediram envergonhados quando saíram, porém, foi apenas uma máscara dos magos que cochichava no ouvido um do outro rindo provavelmente da cena que a rainha e a princesa haviam causado.

Ela por algum motivo não gostava deles.

— Quem você pensa que é para me desafiar na frente dos outros? Hadrya perguntou com rispidez na voz chamando a atenção de Maeve para ela.

— Apenas perguntei o porquê da senhora fofocar sobre mim quando estou ausente. — Ela disse calmamente fazendo a sua mãe arregalar os olhos com a sua atitude rude.

— Olhe como você fala comigo, menina. Hadrya a advertiu enfiando o dedo na cara dela.

Maeve ainda tinha medo da sua mãe, porém, as suas atitudes haviam mudado com o tempo, e ela passou a criar mais coragem com o decorrer dos anos. A princesa também se afastava de Hadrya quando podia para não falar o que pensava para ela quando estava a sós no mesmo ambiente. A rainha havia percebido as suas mudanças e às vezes elas discutiam quando se encontravam por pensarem diferentes e a sua mãe desferiu ofensas quando queria. Ela tentava não se aborrecer, mas Hadrya tornava quase impossível.

— Querida você deveria descansar, não? Ela ouviu Drazhan perguntar e teve que se virar para ele.

O Rei ofereceu um olhar hostil para Hadrya, mas sumiu rapidamente quando ele descansou o seu braço nas costas da princesa.

— Vamos?

— Sim, pai. Disse seguindo ele para longe de Hadrya.

Os magos já não estavam mais no salão, as serpentes tinham se retirado rapidamente na correria e Drazhan estava calado demais enquanto a levava para a sua ala privada.

— Já faz um tempo que vim aqui. Maeve refletiu ao entrar na sala e deixou o seu olhar dançar pelo local que tinha alguns papéis sobre a mesa.

— Quero ter uma palavra com você, antes de descansar, querida. Drazhan disse se aproximando da janela atrás da sua mesa, que fornecia uma visão do luar e clareava a sala lindamente junto com algumas velas espalhadas pela sala.

— Sim? Ela perguntou ao se sentar na cadeira.

Da última vez que havia estado na sala, foi no último ataque após Drazhan ficar no local por dias e Maeve vir vê-lo. Desde então não vinha mais na ala, com exceção quando era chamada, o que também não acontecia mais com tanta frequência.

— O comandante me deixou a par de tudo o que ocorreu na viagem, mas com relação ao templo ele não me informou muito. — Drazhan disse olhando o seu reino, por fim perguntou. — Notícias da mensageira?

Maeve agradecia por Drazhan não estar a olhando, porque se fizesse saberia no mesmo momento que era mentira o que falava.

— Não muitas. Ela ofereceu um novo conselho e persistiu no que disse antes, que a guerra andaria conforme o meu crescimento, nada muito prestativo.

O Rei ouviu calado sem nada a acrescentar sobre o assunto, após um silêncio ensurdecedor ele virou-se para ela, e com um suspiro disse algo que ela não esperava ouvir.

— Soube que você não ficou bem após a morte do ancião. Sinto muito querida. Ele era um bom homem e cumpriu com deveres que não eram mais deles. — Drazhan disse com nostalgia na voz e ela se entristeceu rapidamente.

Maeve se lembrou de quando era mais nova e Sor Dragomir contava que havia sido criado ao lado de seu pai, e que quando o avô de Maeve, pai de Drazhan morreu, eles se tornaram ainda mais próximos. Lutando juntos constantemente até os laços se firmarem e ele se tornar o então conselheiro de Drazhan, mas infelizmente a amizade se desfez com o tempo e a desconfiança durou até Drazhan afastá-lo. Parte da princesa ainda ressentia as ações do rei com o ancião, mas ela sabia que não deveria acusá-lo no momento.

— O senhor também perdeu um amigo de séculos pai, não se esqueça disso. — Maeve se ouviu dizer e pensou em como as suas palavras eram sábias e tocaram o seu pai pela expressão que ele tinha agora no seu rosto. Após o silêncio pensativo a princesa perguntou. — O senhor conhece Ren Fidalgo?

Drazhan pensou para responder com uma testa franzida — Conheço-o! Ele é filho do ancião, mas já faz anos que o vi. Por quê?

Ela não gostava de mentir, mas preferiu manter os seus segredos, igual os seus pais tinham os deles e escondiam na cara dura sempre. — Foi apenas um nome que Sor Dragomir disse antes de morrer.

Drazhan assentiu se convencendo facilmente. Por fim ele confessou. — Se eu soubesse que você passaria por toda essa angústia não teria a mandado. Hadrya prometeu-me que tudo terminaria bem, confiei cegamente nela.

Eles não falaram mais depois, e Maeve foi para o seu aposento descansar o deixando só na sua sala.

No caminho ela pensou em como aquela era a semana mais conturbada da sua vida e se pegou imaginando como seria quando os empecilhos realmente aparecessem.