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A Usurpadora e a Perversa

Sete em ponto, era esse o horário que o ponteiro do relógio de parede todo decorado com flores douradas mostrava, que ficava no canto do salão do trono.

Sete e um, foi a hora que as portas do grande salão foram abertas e as pessoas foram entrando, algumas com receio do que o Rei tinha a dizer, outros com seus olhos brilhando de êxtase só pelo fato de estarem dentro daquele salão tão disputado.

Sete e dois, foi essa a hora em que a Rainha Xing, com seu vestido dourado, seus cabelos brancos e seu perfume de luxuria entrara no salão acompanhada de Derya, com seu vestido azul claro e seu sorriso de sereia pronta para seduzir alguma pobre alma.

Sete e três, foi quando a Imperatriz Cixi entrara acompanhada de Mira, no seu vestido vermelho com bordados dourados colado ao corpo, deixando em evidência sua já barriga de grávida preste a dar à luz.

Sete e quatro, foi quando Volkan, acompanhado de Kadar e Yin Chang entrara no salão.

Sete e cinco, foi quando o mais Novo Rei do Reino de Kon acompanhado de sua Rainha entrara.

E foi nessa mesma hora em que todos fizeram reverencia aos soberanos do Reino do Kon enquanto as Rainhas Imortais trocavam olhares, que ocultavam segredos até no momento ocultos e misteriosos para todos os outros, a Rainha Xing então, ao ver que sua eterna rival estava usando o mesmo vestido que no dia em que ela tentara assiná-la sorrira para a mesma, com um sorriso que lhe dizia que o segredo entre as duas estaria oculto até um certo momento... E depois cada uma lidaria com as consequências daquele segredo

Abhay se pôs em frente a todos enquanto Yasmine fora para o lado de Mira, que estava sentada devido ao peso da barriga, que lhe fazia cansar mais rápido do que o normal, a mesma estava com uma cara de alguém que sentia dor e para reprimir a dor ela começara a fazer respiração controlada, enquanto Yasmine se abaixa e fica perto dela.

— Mira está tudo bem? — Yasmine pergunta, enquanto Mira faz uma careta de dor e depois sorri para a mesma.

— Sim, estou bem... Mas cansada um pouco, sabe, a barriga está mais pesada que o normal!

Yasmine, mesmo não acreditando nas palavras de Mira apenas suspira e se ergue para que pudesse observar o ambiente.

Ela observa a todos que estão dentro do salão. Seus olhos passam por pessoas que ela nunca pensou que fossem existir. Fadas, Duendes, Raposas de Nove Caudas, Serpentes Brancas, entre outros reinos ocultos estavam ali para aquele momento histórico...

Duas Mulheres, uma delas Imperatriz e a outra Rainha, que viviam em guerra a milhares de anos em fim dariam fim a mesma, depois de tanta morte, tristeza, guerras, mentiras... Teriam a paz que muitos lutaram escondidos para que acontecesse... Foi assim que Volkan e Kadar encontraram para ocultar aquela guerra... Travando outra guerra entre eles, dois Reis tendo que ver seus filhos, seu povo morrendo para que ocultassem uma guerra maior.

Mas ali, naquele grande salão enfim Volkan e Kadar poderiam tirar aquela armadura que carregavam nas costas, e ter enfim os seus devidos descansos depois de tantas lágrimas e feridas ocultas para poderem ser aqueles que ocultariam uma guerra que ocorria nas sombras.

— Estamos aqui hoje para um momento Histórico entre duas mulheres poderosas, A Rainha Xing e a Imperatriz Cixi! — Abhay fala enquanto Xing e Cixi dão um passo à frente.

Em suas cabeças se encontravam as tiaras de Rainhas, em seus dedos os anéis de casamento e nas suas mãos os cajados de Reis, que lhes foram dados em momentos de que um Rei não estava presente.

— Vamos enfim ter a Paz que muitos lutaram para que acontecesse. — Abhay diz enquanto Volkan e Kadar, ocultos pelos inúmeros corpos e protegidos por uma mesa entrelaçam as mãos como um sinal de que enfim eles vão poder ficar juntos, mas num momento em que eles sorriam um para o outro, Kadar ver olhos de Sereia lhes observando. — Sei que muitos de vocês não estão entendendo nada, mas aqui estão as Imperatriz Cixi e a Rainha Xing, soberanas,do Mundo Imortal. — Abhay fala apontando para Cixi e Xing, que se dirigem até ele e se curvam na sua frente, e logo depois se viram para o público e se curvam também.

Cixi apenas queria que a paz que tanto estava sendo anunciada fosse real, mas não era... Era apenas uma encenação entre duas Mulhress inimigas declaradas, uma Imperatriz e a outra Rainha, que desejavam acabar uma com a outra, era apenas uma maneira que encontraram de ficarem de olho uma na outra, enquanto a tal Paz existisse, Cixi e Xing ficariam no castelo de Gelo para que fossem observadas de perto pelos Reis dos Reinos e assim seus planos de acabar uma com a outra seria deixado de lado... Ou executado nas sombras projetadas dos grandes blocos de gelos e refletidas apenas quando o sangue já estivesse seco.

Cixi e Xing se olharam e sorriram... Aqueles que não conheciam bem as duas mulheres caíram como patos na armadilha que ambas fizeram, os sorrisos de ambas era um sorriso de alguém que cumprimenta um amigo a tempo, sem ver e que sente saudades, mas escondido de todos estavam as ameaças veladas, as armadilhas e o veneno que escorria de ambas.

Abhay então ergue o braço e na sua mão se encontra uma esfera azul celeste onde se encontra o tratado de paz que ambas as Mulheres assinariam, Cixi apenas tenta se manter calma sem que as lembranças de um passado lhe assombrassem, mas seus olhos piscam lentamente como se piscar lhe fosse doloroso ou se estivesse com medo de entrar num mundo de lembranças amargas e encontrar a antiga Cixi...

A doce e gentil princesa Cixi, antes apenas uma jovem sonhadora e que somente queria viver a vida em paz, hoje uma Imperatriz Usurpadora que usurpou o trono do marido, sorrindo ela se lembrou da época do casamento, das semanas que se seguiram, a humilhação pública que a mesma sofrera, da dor de ter que escolher entre ela ou o marido… Todas as lembranças que faziam dela mulher lhe vieram à mente como se fossem cavalos a correr num pasto amplo, Cixi sabia que as escolhas que a mesma fizera no passado lhe estariam cobrando um preço alto no momento.

Abhay, como Rei e mensageiro dos reinos ergue a mão num sinal claro de que estava chamando alguém, e entre as pessoas surge um cavaleiro que trazia em mãos um pequeno pergaminho, que brilhava mais que ouro ou prata, o pergaminho estava enrolado e suas bordas se encontravam desgastadas pelo tempo... Assim como aquelas duas mulheres paradas na frente dele, elas lutaram guerras por mais tempo do que todos eles juntos.

Cixi, ao ver o pergaminho se lembra das velhas palavras de seu marido... O Imperador Fun Xu. As escolhas que fazemos no passado tem um alto preço no futuro, foram essas as palavras que seu marido lhe disse ao ter seus braços e pernas amarradas por enormes correntes e esticado como um prisioneiro de guerra... Os olhos do Imperador não eram os olhos que Cixi esperava, era um olhar de amor.

Piscando os olhos como se estivesse tentando acreditar em algo, Cixi saiu do mundo das lembranças para a realidade quando Abhay pegou o pergaminho e o desenrolou e começou a ler as palavras que ali estavam escritas.

— Hoje, depois de tantos milênios de guerras sem fim declaro acabada a Guerra da Imperatriz e da Rainha, mais conhecida como a Guerra Da Muralha! — Abhay diz com uma voz firme, enquanto que Xing se sente como se estivesse sendo puxada por fios invisíveis de lembranças amargas...

— A Paz que estamos esperando é uma paz de mil anos para que nossos filhos e netos possam conhecer o mundo sem medo de que uma guerra sangrenta lhe batam na porta! — Abhay fala enquanto caminha até a Imperatriz Cixi e lhe entrega o pergaminho.

Cixi então puxa do interior da vestimenta uma adaga de ouro e desliza na palma da mão, enquanto uma das Damas de Companhia se coloca ao lado da mesma com uma pequena taça de vidro, onde Cixi coloca a mão em cima, deixando com que o sangue escorra e caia na taça de vidro, depois de ter a quantidade suficiente, Cixi pega a pena de Fênix que lhe é oferecida e mergulha a ponta no sangue, e depois desliza no pergaminho, deixando para trás o rasto do seu sangue com o nome da mesma, depois de ter feito isso foi a vez de Xing fazer o mesmo.

Ao ter o pergaminho assinado por ambas as mulheres, o Rei Abhay pega de volta o pergaminho e o joga para o ar, fazendo com que ele se desfaça em pequenas partículas de ouro que rodopiam pelo ar até que se dirigem para as portas duplas e se deixam ser levados pelo ar em direção ao tempo perdido.

Cixi e Xing olham as pequenas partículas de ouro dançarem pelo ar enquanto todos ao redor delas batem palmas.

As duas se olham e sorriem uma para a outra enquanto apertam as mãos e depois se abraçam como forma de selar a paz...

— Não se preocupe, Cixi, ainda nos veremos em algum campo de guerra em algum momento no futuro! — Xing sussurra no ouvido de Cixi, que sorri para quem estava a olhando enquanto crava as unhas nas costas de Xing.

— Não se preocupe com isso, Xing... Eu nunca quis a paz! — Cixi fala enquanto Xing, por dentro se encontra a sorrir.

— Nenhuma de nós duas quererem a Paz... Apenas a morte da outra e em algum momento eu vou conseguir a sua morte! — Xing fala enquanto afasta Cixi de si, que sorri como se nada tivesse acontecido.

A troca de sorrisos falsos e olhares assassinos não passam despercebidos por Mira, que ao ver que sua Avó e Xing se encontravam tão falsas e venenosas por debaixo daquelas capas de Imperatriz e Rainha, tenta segurar o riso, mas ela não consegue porque sua mãe lhe vem à mente...

Yuri sempre soube que a Guerra da Muralha não teria fim sem antes que uma das duas caíssem... Mas parece que a Muralha que se encontrava caída não era apenas uma desculpa para aquelas duas lutarem, elas tinham um passado juntas.

Enquanto observava as estrelas e a Aurora Boreal, Cixi suspira porque sabe que atrás da mesma se encontrava Xing, que também observa o céu.

— O Céu da Montanha é mais bonito que esse, não acha, Imperatriz Cixi? — Xing pergunta enquanto Cixi fecha as mãos e crava as unhas na palma da mão.

— Sim, é verdade!

— Naquele tempo não tinha tanta rivalidade entre nós duas! — Xing fala enquanto se encontra no parapeito da sacada e olha sorrindo para Cixi, com seus olhos da cor da Lua.

— Será que era porque você era apenas uma simples Dama de Companhia, ou será que era porque eu a tinha como amiga? — Cixi pergunta enquanto olha para Xing com seus olhos violetas.

— Eu acho que não é nem pelo fato de eu ter sido uma simples Dama de Companhia ou sua amiga, mas sim pelo fato de sermos mulheres... E por sermos mulheres entendemos uma a outra melhor que ninguém!

— Eu não tinha pensando por esse lado!

— É porque você foi a mais fraca entre nós duas... — Xing fala sorrindo.

Cixi a olha com um olhar raivoso, sim ela sabia que ela foi a mais fraca... Ela foi fraca porque ela apenas queria um amor e não o poder que ela poderia ter tido desde o início, enquanto Xing, com os olhos vendados pelo poder usara sua mais poderosa arma contra um Rei... O fato dela ser mulher.

— Pelo menos eu não matei meu marido! — Cixi fala enquanto veneno escorre entre seus lábios e deslizam ao redor de Xing, que morde o lábio inferior.

Sim, Xing matara o marido o convencendo a ir para a guerra lutar contra Cixi, apenas porque queria o poder apenas para si, assassinara seus próprios filhos porque não queria que alguém lhe tomasse o poder... Xing era a personificação da Perversão, ela adorava o fato de ser desejada e usava isso a seu favor.

— Pelo menos eu não planejei contra o meu marido apenas para usurpar o trono... Eu apenas o matei e fiz disso a minha imagem! — Xing fala enquanto Cixi, sem pensar lhe dá um tapa no rosto, fazendo com que seus dedos finos deixassem marcas na pele pálida da Rainha Xing.

— Eu não disse nenhuma mentira, enquanto você se fazia de Imperatriz Apaixonada, eu era a Rainha Manipuladora que usava o marido para conseguir o que queria... Então quem é a verdadeira aqui? — Xing fala no ouvido de Cixi.

— Nenhuma de nós duas... Nós duas fomos falsas e gananciosas para querer o poder... Só que usamos armas diferentes, enquanto as minhas mãos estão apenas sujas de poeira as suas estão manchadas de sangue!

Xing olha para Cixi enquanto pensa no que ela disse, mas algo lhe parece engraçado, algo que nem ela tinha se dado conta.

— Não me faça rir, Cixi! — Xing fala enquanto com a mão esquerda esconde o sorriso que quer deixar escapar. — Ambas somos mulheres, e por sermos mulheres queremos o poder, não é assim que a História nos descreve?

— A História nunca teve uma Rainha Perversa abertamente e nem uma Imperatriz Usurpadora que não deixa rastro.

— Não, mas a Historia fez de nós mulheres apenas meros objetos de desejos e decoração. — Xing fala enquanto faz uma cara de nojo. — Fomos usadas e abusadas por aqueles que deveriam nos proteger, mas quanto mais eles usavam, mais víamos que o poder era a arma que eles usavam contra nós... O que simples mulheres sem poder poderiam fazer contra homens tão poderosos que poderiam mover Impérios contra uma simples mulher? Então, porque não quer o poder também? Porque não querer ser temida pelos homens que tanto nos maltrataram apenas por sermos mulheres?

— Somos mulheres e guerreiras, mas porque querer tanto o poder que a qualquer momento pode se voltar contra você, Xing? — Cixi fala.

— Porque eu era apenas uma simples mulher, enquanto você... Ah, você poderia ter tido o poder na hora que queria, era apenas se deitar com o Imperador Fun Xu que ele lhe entregaria o poder de mão beijadas, e em cima de uma bandeja de ouro, mas não, você na sua mais doce inocência o repeliu e o fez mais apaixonado por você enquanto eu... Eu tive que usar as armas que tinha, o corpo, o sorriso... E olha o que sou hoje? Uma Rainha! — Xinga fala enquanto ri.

Cixi a olha com um olhar que deixa claro que ela tinha pena daquela mulher.

— Não me olhe com esse olhar de pena, eu não preciso da sua pena! — Xing fala enquanto olha com raiva para Cixi.

Xing queria que Cixi a odiasse, que a desprezasse... Mas como ela tinha dito, Cixi era fraca e na sua mais doce inocência perdoava aquela que tanto queria lhe matar, apenas para ter mais poder, Xing sabia que Cixi, mesmo querendo ser má não conseguia, podia usar as palavras venenosas que ela tiveram que aprender para saber se defender na Corte como escudo, podia usar seus olhos violetas raivosos como armaduras, mas lá no fundo Cixi ainda era uma doce menina, enquanto Xing era uma mulher que não se importava em ter que matar.

— Não estou te olhando com pena, apenas quero saber como você pode ter mudado tanto...

— Eu não mudei, sempre fui assim. Só você que não via!

— Talvez você esteja certa, mas eu vi... Eu vi uma mulher gananciosa quando você matou seus filhos com medo deles lhe roubarem o trono.

— Eu vi uma mulher mentirosa quando deixou que a filha se tornasse Rainha, mesmo sabendo do destino dela... Você sabia desde o início que Volkan e Yuri não poderiam ficar juntos, mas mesmo assim fez de tudo para que eles ficassem juntos.

— Era esse o destino da Yuri!

— Morrer? Esse era o destino da sua filha?

— Sim... A Yuri tinha que morrer!

— Você sabia que a Yuri era o destino do Xuè e mesmo assim fez de tudo para que eles não ficassem juntos, até mesmo mandou matá-lo apenas para que sua filha morresse nas mãos de um Rei?

— Não, dela ser Rainha! — Cixi fala enquanto observa a Aurora Boreal.

— Eu não deveria tê-la ajudado, deveria ter deixando que você, grávida preste a dar à luz fosse morta... Mas não eu a ajudei.

— Sim, você me ajudou e por isso eu te agradeço.

— Não me agradeça, apenas espere por minha espada atravessar seu ventre. — Xing fala enquanto se vira e vai em direção ao salão onde a festa ainda ocorrida, deixando para trás uma Imperatriz perdidas entre as lembranças.

Cixi, enquanto olha a Aurora Boreal começa a se lembrar do passado, um passado tão distante que lhe foi trazido à tona apenas no momento em que Xing tocou no nome da filha...

Cixi antes de ser Imperatriz foi uma princesa de um dos reinos quase entrando em decadência devido aos atos sem moral do pai, que deixava a Rainha Qi sentada no Trono fazendo o papel de esposa e Rainha enquanto ele se deitava com todos os tipos de rabos de saia que encontrava pela frente, ela vira sua mãe se deixar levar pela tristeza de ter o marido com as outras mulheres em vez dela... E foi naquele momento em que Cixi decidiu que teria um casamento com amor.

Ela era tão inocente naquela época, enquanto que Xing, por ser sua dama de Companhia já tinha se deitado com seu pai na idade de uma mulher ainda desabrochando enquanto que a Cixi nem tinha ainda se deixando levar pelos desejos que a atormentavam enquanto todos dormiam.

Sem pensar em como a filha seria recebida na corte do Imperador Fun Xu, seu pai ganancioso e querendo que o reino das fadas fosse considerada parte da Realeza dos Deuses, enviara sua filha com apenas Xing para lhe fazer companhia numa corte onde mulheres lutavam por poder enquanto o Imperador Fun Xu escolhia a mulher com quem dormiria naquele dia.

Com medo e assustada Cixi fora para a corte acompanhada de Xing, que tentara fazer com que ela se distraísse, mas as histórias que ela ouvia sobre o Imperador Fu Xu lhe davam ânsia, assim como uma súbita vontade de gritar e chorar enquanto planeja maneiras de escapar da corte, mas assim que chegou no castelo se deu conta de que aquele castelo não era apenas um castelo, mas sim uma fortaleza em que os guardas mantinham as enormes e pesadas portas fechadas.

Ao entrar no castelo acompanhada de Xing, que lhe pegara a mão ela deu de cara com um homem de cabelos brancos como a neve parado no meio do grande salão de entrada... E ele a observava enquanto em pensamentos Cixi apenas chorava, mas ali em frente ao homem a quem seu pai lhe vendera ela ajeitou a coluna e olhou com os olhos raivosos, os quais o Imperador Fu Xu não conseguira resistir e simplesmente se entregou a um amor, ou em outras palavras uma obsessão pela doce Cixi, que passou a ser um desafio para ele.

Enquanto Cixi tentava escapar das garras do Imperador Fun Xu, Xing estava à procura de algum homem que lhe fosse dar poder e o encontrou... O Rei do reino sem nome se apaixonou pela simples Dama de Companhia que ocupava sua cama dia e noite, apenas com o objetivo de ter o poder... E ser Rainha.

E ela conseguiu. Assim que ele a fez Rainha ela abandonou Cixi sozinha na corte em meio a tantas mulheres traiçoeiras que esperavam que ela se descuidasse um momento, apenas para lhe matarem seja pela frente, seja por trás... Elas apenas queriam matar a nova Imperatriz.

Cixi sabia que Xing apenas queria poder. Ela sabia que assim que ela conseguisse o poder Xing a abandonaria em meio ao ninho de cobras que estavam lhe esperando. E por saber que a qualquer momento ela poderia ser morta, Cixi decidira treinar, treinou dia e noite, apanhou do marido na briga de corpo a corpo, teve seu braço quase arrancado por uma espada... Até que num momento ela já estava conseguindo revidar alguns ataques, a espada já não encostava mais na sua pele... Ela parecia fazer parte de Cixi, que dançava com ela como se fosse seu parceiro de dança, o que fazia com que Fun Xu se apaixonasse mais e mais por ela.

Mas como todo homem, Fun Xu tinha suas necessidades que sua atual esposa não queria satisfazer e não era por nojo ou medo do marido, mas sim porque ela tinha medo... Medo da dor que estava por vir assim como tinha medo das visões que a atormentavam sempre.

Num momento de fúria e ódio o Imperador Fun Xu dormiu com o primeiro rabo de saia que encontrara nos corredores do seu castelo... E bem, a moça com que ele dormira era uma jovem menina.

Cixi naquele momento em que se relembrara daquele momento, apenas ofegara e tentara fugir das lembranças perversas que lhe assombravam todos os dias desde que ela mandara seu marido exilado para a Montanha da Redenção.

— Remorso? — Cixi ouviu alguém falar e se vira dando de cara com Xing, que a olhava.

— Você não tinha voltado para o salão onde está ocorrendo a festa?

— Sim, mas lá está tão chato com o fato da sua neta está recebendo todas as atenções só porque ela está grávida!

— Está com medo de que uma simples grávida roube as atenções?

— Não, eu apenas me lembrei da Yuri...

— Já disse para você parar de falar da minha filha?

— Porque... A única coisa que nos liga é essa guerra e sua filha, porque não posso falar dela então?

— Xing... -Cixi fala se virando para ver a Xing.

— Nós duas temos um segredo e talvez uma vida que nos liga... E seu marido. — Xing fala enquanto sorri e se vira deixando para trás outra vez uma Imperatriz lutando contra os próprios fantasmas.

Cixi sabia que naquele momento em que Xing lhe disse aquilo, uma nova guerra fora declarada, enquanto todos naquele salão comemoravam uma paz tão frágil como quebradiça, Cixi e Xing estavam planejando uma próxima guerra que seria a última...

Bem, a última para uma das duas, já que o Destino estava lhes preparando uma peça, Cixi então olha para o céu e pensa se dali a 13 anos sua bisneta estará preparada para participar da guerra travada entre as duas.

Enquanto uma Rainha matara os próprios filhos e estava disposta a matar outra vez, uma Imperatriz estava se preparando para interferir no destino de sua bisneta e mudar para todo sempre o livro da vida... Já que dali 13 anos Xo Bou terá que fazer escolhas que decidiram qual será o futuro de todos.