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Capítulo 13

Capítulo 13

Corpo, mente e coração

Alex:

Assim que destranco a porta, ele me empurra para dentro e volta a me beijar, fechando a porta com o pé. Eu adorava o modo como ele parecia sentir vontade de me beijar. E isso, fazia apenas com que eu jogasse ao vento toda racionalidade.

O prendo entre a parede e meu corpo, fazendo ele se virar e ficando de costas para mim. Beijo de modo furioso seu pescoço, sua orelha, arrancando suspiros dele que me deixavam mais afoito ainda.

O viro de volta tomando sua boca mais uma vez. Céus, como eu adorava isso... Não importa quantas vezes eu o provasse, eu sempre me surpreenderia com seu gosto inebriante.

Eu estava me metendo cada vez mais em problemas. Eu sabia disso. Logo, Gabriel veria que não poderíamos manter nossa amizade na base do sexo, sei que ele iria se cansar de mim em algum momento, do mesmo modo que ele se cansava dos outros. E nem a sua amizade eu teria.

Mas como pensar nisso com clareza, quando minha mente estava totalmente imersa no prazer que seus beijos me proporcionava?

Aqui estava eu, desesperado por mais, arrancando nossas roupas, enquanto o beijava sofregamente, sussurros desconexos vindo de nós dois. Estamos em meu quarto e nem percebi quando isso aconteceu, mas logo o deito na cama, pego o que preciso na mesinha de cabeceira e volto a atacá-lo. Eu estava embriagado com o cheiro e gosto dele.

Meus sentidos todos guiados pela minha necessidade crescente de estar dentro dele.

O preparo gentilmente, mesmo com a volúpia de possuí-lo me consumindo. E ele me olhava o tempo todo. Estudando meu rosto. Minhas expressões.

Quando começo a me inserir dentro dele, ele chama meu nome. Um sussurro quase inaudível, mas que escuto por que estou bem próximo de seus lábios. A respiração quente dele batendo de frente com a minha, me enlouquecendo, me tirando dessa realidade. Estou profundamente dentro dele agora e o mundo todo foi reduzido a pressão que ele fazia em meu pau, tão apertado, macio e quente.

Eu não pensava em mais nada que não fosse aquela sensação maravilhosa de estar dentro dele, nas estocadas fortes e rápidas que eu investia sobre ele.

Quando ele morde meu pescoço, ao mesmo tempo arranhando minhas costas eu sinto meu corpo entrar em colapso.

Levanto minha cabeça e o encaro enquanto ele se derrete em súplicas agonizantes para que eu fosse mais rápido e mais forte. Seus lábios levemente abertos, sua pele bronzeada, suada, brilhando para mim, seus cabelos úmidos grudados em sua testa, tudo nele era perfeito nesse momento.

- Você é lindo. - digo, sem me controlar. - Tão fodidamente lindo, enquanto eu meto assim dentro de você. Porra, Gabriel, eu não vou conseguir mais aguentar...

Eu estava duro, pulsando e escorregadio dentro dele. Eu iria gozar a qualquer momento, mas queria que ele viesse antes de mim.

- Eu sonhei com você, ontem. - ele diz, enquanto aperta meu pau dentro dele.

- O quê? - a surpresa desencadeia em mim uma quentura mais incandescente ainda.

- Eu sonhei com você me fodendo, Alex ... Ahhh... - e assim ele geme, fechando os olhos e se derramando.

Puta que pariu. Gozo e sinto que vou desmaiar com a intensidade de tudo isso. E suas palavras fodendo de vez com a minha mente.

Gabriel:

Ele desaba sobre mim e ficamos assim por um tempo. Respiração ofegante, olhos fechados e nossos corpos suados e pegajosos em certos lugares. Mas eu não queria me mexer, eu não queria que o calor do corpo dele se afastasse do meu, eu...

Eu não sabia o que eu queria.

Ou melhor, eu sabia. Eu sabia que o queria agora e depois... Mas eu tinha um medo enorme de "querer" esse tipo de coisa e dar tudo errado outra vez.

Como minha mãe dizia incansavelmente, amor e confiança não eram para pessoas como nós. E bom, ela fez um ótimo trabalho ao me provar que estava certa há alguns anos atrás.

Mas não quero me lembrar daquilo. Não agora, com o Alex envolvendo seus braços em mim. Não depois de todos os sentimentos que me consumiam durante o sexo louco com ele. Agora, eu só queria manter meus olhos fechados e aproveitar. Aproveitar o cheiro dele, a segurança que ele me passa... A confiança, que construímos em dois anos. Sei que ele não faria nada que pudesse me magoar.

- Você acha estranho eu ter sonhado com você? - pergunto, curioso. Ele sai de cima de mim, mas mantém seus braços ao meu redor.

- É estranho eu ter gostado de saber disso? - ele devolve a pergunta e um sorriso se espalha em meu rosto. - Ainda mais por que você me disse uma vez que nunca tem sonhos bons. Apenas pesadelos.

Sinto meu corpo tensionar com suas últimas palavras. Sim. Ele estava certo.

Eram apenas pesadelos, dos quais eu acordava chorando, com medo de estar sozinho em um quarto escuro. Sem ninguém pra me ouvir gritar... E toda vez que eu despertava desses pesadelos, era pra ele que eu corria. Era para o Alex que eu vinha buscar consolo.

- Sonhar que estou transando com você, foi o melhor sonho que tive em anos. - digo, tentando não fazer o clima gostoso que pairava entre nós se perder por conta do meu humor instável.

Mas ele sabia. Ele me conhece e sabe como me sinto. Prova disso é sua mão pousar delicadamente em meu coração disparado, batendo retumbante, não escondendo nada dele.

- Eu nunca te magoaria assim, Gabriel. Nunca.

- Eu sei. - e a certeza disso me acalma de uma forma que não consigo explicar. Meu coração começa a adquirir um ritmo mais estável e logo já estou com a minha pulsação controlada também.

- Vem. - ele me puxa.- Vamos tomar um banho. Preciso dormir pra trabalhar amanhã.

E eu o sigo. De início me sinto um pouco constrangido. Não pela nudez em si. Não era isso. Eu me sentia bem com meu corpo e minha nudez não era um problema para mim.

Mas o cuidado dele para comigo... O modo como ele continuava carinhoso mesmo depois do sexo. Suas mãos ensaboando minha pele, com todo cuidado. Parecendo mais uma devoção.

Com isso eu não estava acostumado.

Comigo sempre foi sexo e cada um pro seu lado. Não tinha banho juntos, não tinha carícias, muito menos uma conversa. No mínimo algo banal que me fizesse levantar da cama e dar o fora. Eu nunca me deixava envolver mais do que desejo físico em nenhum dos meus encontros.

Mas aqui estava nós dois. Era só um banho e ao mesmo tempo NÃO era só um banho. Era cuidado. Carinho. Adoração.

Sempre que nossos olhares se encontravam eu sentia aquele pulsar em meu coração. Aquela sensação de que tudo estava onde deveria estar. E por isso eu o retribuo. Pegando o sabonete de suas mãos e o adorando também.

Se antes eu já era totalmente cativo dele, da personalidade dele, do que a presença dele proporcionava pra mim... Agora, eu estava irremediavelmente entregue. Meu corpo não seria de mais ninguém. Eu sentia isso. Ele já era meu porto seguro. Agora, ele não tinha apenas minha mente e meu coração... Agora ele tinha tudo de mim. Me dou conta nesse momento, que Alex sempre foi tudo pra mim. Sempre foi ele e mais ninguém. Por isso meu medo absurdo em perdê-lo.

E quando dou por mim, lágrimas estão escorrendo pelo meu rosto. O medo de me entregar se esvaindo. E as lágrimas não eram de tristeza. Eram de aceitação. Eu estava realmente me entregando a ele agora.

- Gabriel... - ele toca meu rosto preocupado. - Não...

- Eu acho que gosto de você Alex ... - digo, num rompante. - Não, não é apenas gostar. Eu acho que te amo mesmo. Eu te amo de verdade, Alex!

E então ele também está chorando. E depois estamos nos beijando. Lágrimas, beijos e água do chuveiro. Tudo mais do que perfeito. Meu coração inflado de alegria. Meu pau, pulsando de tesão...

Nossos corpos perfeitos um com o outro. Ele me levanta, me apoiando na parede de azulejos frios, mas eu não me importo. A lava de desejo que me tomava era mais forte que tudo. Uma de minhas pernas é levantada e logo ele está dentro de mim novamente. E eu perco o fôlego. Céus, isso era bom demais. Ele volta a me beijar, sinto seu sorriso em seus lábios. Seu pau, entrando e saindo de mim lentamente.

Tão devagar que quase estou implorando novamente. Mas antes que eu peça por mais, nos encaramos por alguns milésimos de segundo, fazendo minha mente explodir em uma emoção profunda. E só então ele realmente começa a se mexer de verdade.

Rápido e urgente. Gemendo deliciosamente o meu nome. Jogo minha cabeça pra trás, sentindo o desejo fluir, sentindo e sentindo e sentindo...

Sentindo meu pau pulsante, extremamente sensível, enquanto ele acertava um lugar dentro de mim que me fazia perder a visão. E eu grito... Sim. Eu precisava extravasar toda aquela tensão de algum modo. E gritar foi o modo que mais me pareceu viável.

E eu nem precisava olhar seu rosto para saber que ele me observava gozar sem parar.

- Puta que pariu, Gabriel! - então ele solta um gemido grave. Enterrando seu pau tão mais profundamente em mim e eu sinto quando ele goza.

Então ele encosta seus lábios em meu pescoço, fazendo aquele tipo de carinho que eu já estava me viciando. Tão perfeito... Minhas pernas estão moles, e eu estou cansado pra caralho.

Felicidade era isso?

Ser fodido tão maravilhosamente bem, que você não consegue nem ficar em pé?

Se a resposta for sim, bem ... Eu quero muito mais disso.

Alex :

Como sempre, eu acordo às sete da manhã sem precisar de nenhuma interferência externa para me despertar. Sinto Gabriel se remexer ao meu lado, mas ele não acorda. Seu sono estava pesado, creio eu por conta da maratona de sexo de ontem a noite.

Sinto meu corpo dolorido, como se tivesse passado a noite fazendo exercícios físicos intensos. Ou seja, provavelmente, o simples fato de eu sorrir faria algo em mim doer.

E porra. Eu iria passar o dia sorrindo. Não apenas este dia, mas o restante dos meus dias.

Gabriel Bianchi, disse em alto e bom som que me amava. ELE ME AMAVA.

E isso era mais do que meu coração poderia aguentar. Será que esse órgão tão importante aguentaria mais alguma emoção? Provavelmente não. Minha cota de felicidade havia atingido o nível máximo para a segurança de qualquer humano. Se existe alguém mais feliz do que eu nesse momento, essa pessoa só poderia ter chegado ao céu. Porque era impossível, estar mais feliz do que eu nessa terra.

Enfio meu rosto entre o pescoço e o ombro dele, rindo de mim mesmo, dos meus pensamentos exagerados. Certo. Sei que estou exagerando, mas não consigo me conter. Eu o amei por dois anos, em segredo. E sempre que pensava em nós dois juntos, sempre era algum tipo de imagem inalcançável, apenas um sonho. Uma esperança mínima que fazia eu conviver com ele dia após dia, em silêncio.

Nada havia me preparado para isso. Para esses sentimentos malucos de êxtase misturado com euforia e sei lá mais o quê.

Eu sempre guardaria a imagem de nós dois naquele banheiro. Nossas lágrimas, nossos sorrisos... Caralho! Não importa o que aconteça daqui pra frente. Eu tenho um estoque de felicidade que vai durar por anos, apenas com essas lembranças.

Ele me ama. ELE ME AMA. Gabriel Bianchi REALMENTE ME AMA!