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O PRIMEIRO NEFELIN - 5/4.813

Não houve qualquer pacto, visto que de nada adiantaria. A fogueira que grassou no céu e na terra era apenas um anúncio, desconsiderado por muitos, mas sentido por todos os que se pensavam vivos.

Havia um halo no céu, naquele céu de meio de tarde escura que anunciava a chuva.

A mulher esfregou nervosamente as mãos. Nunca se ouvira falar do que estava acontecendo, e isso a deixaria muito apavorada, se não fosse por ele.

Aguardou, os olhos vasculhando o céu, rezando para que ele chegasse logo, pois temia pela sua vida.

Mas o halo estava lá, silencioso, apenas observando curioso.

E era sobre ela que pesava a curiosidade dos anjos e dos vigilantes que pairavam sobre os montes.

Então ela o viu, longe sobre as montanhas, de encontro à chuva que lá caia. Ela o conhecia muito bem. Ela reconhecia o seu jeito de voar no céu e seu jeito quando caminhava pela terra. Era uma sensação que a atingia e fazia seu coração aumentar e bater mais forte, e não conseguia evitar sorrir e imaginar campos infindos e canções no ar. E era em seu toque que sua alma vibrava hipnotizada, como se fosse acariciada por uma brisa, por um sopro fresco e gentil.

Suspirou profundamente.

Sobre a montanha ficou aguardando sua presença, o vento batendo suas roupas como a vela de um barco desejoso de se lançar à tempestade.

Tudo estava parado, a respiração do mundo mais diminuída e tranquila.

Então ele, com uma tranquilidade que fez seu coração se alegrar, com um sorriso gentil e luminoso passou no meio dos seres alados e de modos de mantos e desceu suavemente à sua frente, os olhos magníficos e gentis.

Com um sorriso baixou os olhos e pousou-os em sua barriga intumescida, o sorriso radiante.

Ao lado viu descer uma demiana, linda como só elas sabiam se fazer, e mais dois imensos anjos, todos cerimoniosos e pensativos.

Como se confabulassem, porque eles se olhavam de um para o outro, sentiu que estavam indecisos sobre alguma coisa.

Foi então que percebeu, quando eles olharam para a aldeia logo abaixo. Em seus olhos havia desejo, e agora eles sabiam o que poderiam trazer para o mundo que foram obrigados a chamar de lar.