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O Começo

Em uma densa floresta, árvores erguiam-se para o alto, a luz do dia passando por entre as folhas, criava um ambiente lindo, uma mistura de sombra e luz. Ali, acordou um ser alto e enegrecido, que estava deitado naquele chão de folhas secas.

— HUFF!

— Onde... Onde estou?

[Ding!]

[Usuário está acordado.]

Duas telas pretas, uma embaixo da outra, surgiram repentinamente na visão desse ser exótico.

Ele olhou para baixo vendo seu corpo — o que o surpreendeu — suas mãos eram grandes e com dedos como garras, ao seu redor pequenas partículas surgiam e desapareciam. Porém de alguma forma aquilo foi parecendo cada vez mais normal, como se ele realmente fosse aquilo.

— O que é você? E onde estou? — esquecendo isso ele indagou, confuso sobre a situação atual.

[Eu sou o Sistema responsável por auxiliar a sua existência nessa nova realidade.]

[Localização: Uma Floresta.]

— Sistema? — expressou o ser, suas memórias iam e vinham, dezenas de informações constantemente enchendo sua cabeça, ele tinha aquela leve sensação de que estava na ponta da língua o que tanto precisava.

— O que você pode fazer?

[Atualmente minhas funções são: Status, Habilidades, Missões.]

[Status: Revela e atualiza suas informações base.]

[Habilidades: Um conjunto de capacidades proeminentes do usuário. Cada habilidade tem sua própria fonte de energia que evolui em conjunto com a habilidade.]

[Missões: Um módulo 'patafísico para contornar limitações do usuário ou do Sistema.]

Suas memórias, que estavam pouco a pouco vindo à tona, finalmente lhe recordaram o que precisava saber.

Então com uma nova compreensão, ele disse: — Status.

✦✦✦

Nome: (nenhum)

Idade: 1 hora e 37 minutos (17 anos)

Raça: enderman (único)

Força: 16

Velocidade: 19

Vitalidade: 12

Resistência: 13

Inteligência: 11

✦✦✦

— Habilidades. — Rapidamente apareceu outra tela, dessa vez ao lado de status.

✦✦✦

Corpo do fim: Seu corpo é absolutamente exótico(anômalo). O corpo de uma raça esquecida no End, modificado pela energia do fim, devido a isso seu corpo é absolutamente resistente além de uma alta capacidade regenerativa.

Teletransporte: Pode mover-se espacialmente em um raio de 10 metros usando energia do fim provida de seu corpo.

Sentido Espacial: Uma habilidade semi-involuntária que permite sentir tudo em um raio de 10 metros continuamente.

✦✦✦

— Sistema, minha raça está como enderman, isso não é daquele jogo Minecraft? — Sua boca arqueando levemente para cima, como se tivesse visto algo engraçado.

[Sim. Você atualmente é um enderman.]

— Hmm.

Aliás! — Levantou-se daquele chão e disse: — Meu nome será End, ja que eu sou um enderman e o único, pelo visto.

[Ding!]

[Nome Atualizado para "End"!]

— A partir de agora eu sou End! Um novo mundo, uma nova pessoa!

— Não sei onde estou, nem sei o que me espera, talvez um mundo fictício?

Talvez... Afinal, eu sou um enderman.

— Sistema, você não sabe de nada sobre essa realidade?

[Não.]

Ele suspirou, desgostoso com a resposta simplista. Era uma quebra de expectativa. Esse Sistema não se assemelhava aos outros que ele lembrava de ter lido.

— Então como eu uso o teletransporte?

[O usuário precisa ver o local do espaço que quer se teletransportar, então apenas pensar em aparecer lá já ativará a habilidade.]

Entendendo aproximadamente o que deveria fazer, ele fechou os olhos tentando 'sentir' ou 'ver' o ambiente ao seu redor. Em segundos, um 'sentido' único se expandiu de seu corpo, e pouco a pouco atingiu a marca de 10 metros.

É como ver e sentir ao mesmo tempo.

Focando num local a dois metros de distância, ele imaginou aparecer bem ali. Não demorou muito para a leveza percorrer seu corpo, como se a gravidade não lhe afetasse mais, e com um passe de mágica, apareceu no local pretendido.

Seu rosto inexpressível, não demonstrava a alegria que sentia internamente, no fundo, a sua criança interna parecia ter realizado um sonho. 

Mas isso não é um sonho.

[Uso de teletransporte: 9/10]

— AHh! Sério? — gritou End. — Óbvio que também teria uma limitação de quantidade! e tão pouco?!

[Usuário, com o devido treinamento a habilidade "Teletransporte" pode evoluir, tanto por parte do seu corpo, quanto por parte do Sistema.]

— E como isso funciona?

[Cada habilidade contém uma fonte de energia própria, usando toda essa energia de uma vez criará um efeito rebote, assim 'gerando' mais energia ao longo do tempo, enquanto que a limitação de 'usos' diminuirá quanto mais energia estiver disponível.]

— Entendo, nesse caso... — Não terminando de falar.

[Ding!]

[Nova Missão Está Disponível.]

Missão: Encontre Civilização e a Destrua.

Descrição: Encontre traços de civilização humana nessa nova realidade e mate o máximo de pessoas possíveis.

Recompensas: Habilidade "Lobo em Pele de Cordeiro" e Fragmento de Conhecimento sobre o mundo atual.

— Isso... — estranhou End por essa súbita tela que apareceu. — Interessante, você não tem conhecimento desse mundo, mas se eu completar essa missão você terá?

[Essa é a capacidade da função Missões.]

Tendo entendido essa questão, End começou a andar para qualquer lado, estranhamente não cansando apesar das várias horas que se passaram.

Acho que faz sentido, afinal não sou humano.

O tempo se passou. A luz do dia sumindo cada vez mais, dando lugar à escuridão.

Quanto tempo mais eu vou ter que andar?! — Não estava cansado, pelo contrário, apenas entediado...

Será que isso na verdade é as Backrooms?

Interrompendo seu caminhar, ele atentou-se, percebendo ao longe o crepitar e os estalos de chamas, mesclando-se com risadas e conversas.

— Pessoas... — sussurrou, sorrindo com a descoberta. 

Andando lentamente entre as árvores, ele seguiu os sons. Aproximando-se do local.

— 7... não, 12, agora 13 ao redor da lareira.

Pelo visto é um acampamento com muitas pessoas... O que devo fazer? Mata-los? — Pensou ansiosamente. — Mas será que consigo lidar com todos?

[Não se preocupe usuário. Você é fisicamente mais formidável do que qualquer um deles.]

Fuu... Bom saber disso. Mas é melhor esperar que adormeçam e então atacar.

Acalmando-se um pouco, ele percebeu o quanto suas emoções atrapalhavam naquele momento.

— Já me decidi, esperarei até que adormeçam por completo e então os matarei um a um com minhas próprias mãos! — sussurrou convicto de que era um bom plano.

Tedioso — Era o que ele pensava, após esperar por quase duas horas que essas pessoas dormissem. Apensar disso, esse tempo foi gasto para aprender mais como o sistema funcionava. Óbvio, isso culminou em esquecer sua visão espacial, deixando de lado aquelas pessoas.

À distância, um homem com aparência jovem declarou: — Vou mijar, pessoal. Já volto. — Seu tom denunciava o estado de embriaguez, assim como o dos outros amigos.

Andando irregularmente para fora do acampamento, ele foi na direção de End, sem saber do monstro que estava ali.

— Ahn? — Parando por alguns segundos, o jovem estranhou, sem entender se seus olhos o enganavam.

Aparentava ser uma alta silhueta humanoide, com uma pele tão enegrecida que facilmente seria confundida com a escuridão da noite, isso se não fosse pelas pequenas partículas luminosas que flutuavam ao redor da criatura. — Quem... Quem é você?! — amedrontado ele indagou, visivelmente tremendo com o medo que lhe atingira.

O homem viu um vulto, quando sua cabeça foi esmagada por enormes mãos, mãos essas que pertenciam a End. — Ah, fui descuidado — sussurrou ele.

End correu para o centro do acampamento, onde estavam a maioria das pessoas, não querendo deixar que pudessem pensar ou fugir, ele assassinou com suas próprias mãos. Após ter matado mais 4 pessoas, o resto do grupo que ainda estavam alcoolizados, começaram a ter lucidez do que acabara de acontecer.

O pânico instalou-se em suas mentes, com o medo de serem mortos por tal aberração. Desesperados, eles gritaram e correram, alguns se juntando para fugir, o que só facilitaria o trabalho de End, enquanto outros saiam sozinhos para a floresta.

Teletransportando-se para um grupo de 3 belas moças que choravam desesperadamente, End moveu suas mãos ruidosamente em direção a elas, que então profundamente perfurou seus corpos.

Parecendo incapazes de fugir naquele estado deplorável, End teletransportou-se novamente.

Dessa vez era um homem que estava tentando chamar a polícia.

Tolo idiota!

Com um movimento rápido seu braço pegou o celular passando direto pelo estomago do homem, o celular fora esmagado e o homem imobilizado, com uma dor tão grande que em seus pensamentos rezava para morrer, algo que logo aconteceria.

Ele matou e mutilou quase todos em poucos minutos, óbvio, assim como o primeiro homem o descobriu sem que percebesse, outros fugiram, sem que percebesse.

Mais ao longe End estava lidando com os poucos que restavam, duas pessoas, uma mulher que estava espatifada no chão, rasgada ao meio pelas pernas, uma cena de revirar o estomago no mínimo.

O homem que estava sentado no chão chorava e tremia incontrolavelmente.

Talvez a mulher lhe fosse alguém especial, oh bem, ele pode só estar com medo de morrer.

Pensou End, que começou a andar em direção ao coitado.

— Deus, me ajude... ajude-me por favor!! — O homem lhe apontou um pingente de cruz, firmemente segurado por mãos tremulas.

— Aquele cara não está aqui para lhe ajudar. — O coração do homem estremeceu com o que End falou.

Ele... Ele fala??!!

Esse fora os últimos de seus pensamentos, quando viu seu peito perfurado pelo demônio que estava à sua frente.