Kohoka estava dormindo, e eu a observava sentado em uma cadeira que estava de frente a cama, enquanto dormia ela roncava suavemente, eu a enrolei em uma coberta e ela se acolheu. Kohoka que estava dormindo falava algo sobre sua mãe e ficou assim por um tempo, eu não resolvi acorda-la mas...ela acordou e se levantava lentamente colocando suas mãos em seus olhos e as esfregando.
-ahm...onde eu estou? – disse ela com uma voz sonolenta e com seu cabelo desarrumado.
-ah, você finalmente acordou, já é de manhã sabia? Você dorme muito. – falei para ela enquanto ela recobrava a consciência.
- hum...? – ela me encara e eu a encaro de volta – hum...? – então eu digo: - oi, Kohoka. – e ela ainda continua me encarando sem falar nada, até que ela percebe quem eu sou.
- espera um pouco você é... – ela tenta sacar sua arma que deveria esta em suas costas, mas não consegue, pois ela não estava lá. Mesmo assim, ela tenta me atacar com as mãos e eu recuo, dizendo para ter calma, mas ela não para e agarra a cadeira em que eu estava sentado e arremessa em mim, mas eu desvio subindo no teto.
- ei, vampiro o que você esta fazendo aqui? – ela disse irritada.
- eu que deveria perguntar, afinal eu moro aqui. – disse eu ironicamente, pois eu sabia onde estava, mas quis ver o que ela faria, eu estava no teto e desci lentamente.
- como assim você mora aqui? Nunca que um vampiro moraria na cidade, nós os Ant... – eu a interrompi.
- você é dos Anti-parasitas? Nem deu para perceber. – disse novamente ironicamente, com um sorriso irônico.
- claro que eu sou, olha, suas palavras sarcásticas não vão funcionar comigo, se quisesse me conquistar teria que fazer mais, eu não sou qualquer uma, eu sou... – novamente a interrompo.
- caramba, eu nunca pensei que você seria do tipo orgulhosa. – ela fica irritada.
- cale a boca, eu não sou orgulhosa.
- orgulhosa... – ela me interrompe jogando a cadeira em mim novamente, dessa vez acertando em meu rosto.
- chega de brincadeira... – ela fica seria, e murmura: – então Fujima o chamou mesmo não é...? – disse Kohoka colocando sua mão em seu queixo.
- hum...o que você disse?
- nada, olha vampiro... – eu a interrompi dizendo para ela me chamar de Toni.
-olha vampiro...
-pode me chamar de Toni.
- olha vampiro...
-ei, me chame de outra coisa, mas não vampiro, não gosto de receber esse titulo. - falo olhando para o chão.
-então por que não se mata? assim acabaria com sua tristeza e...me deixaria muito feliz. - falou ela enquanto cruzava os braços e sorria sarcasticamente.
-você é muito malvada, como você pode ser uma defensora da cidade, se você não percebeu vou dizer logo, pessoas não gostam de outras pessoas ignorantes.
-posso dizer que sou um pouco fria sim, mas eu preciso disso para casos extremos.
-ahm...casos extremos o que você esta falando? - perguntei com meu rosto em duvida.
-nunca pensei que estaria dando explicações para um vampiro. - "essa garota...",pensei.
-por mais que seja cruel, um dia eu vou ter que matar humanos, os vampiros que estão soltos por essas terras estão loucos por comida, eles terão que comer um humano, certo? - ela perguntou para mim.
-quando um vampiro morde um humano, ele o infecta...transformando aquela pessoa que era inocente em um parasita, que também um dia sentira fome, e ira comer outro humano, assim fazendo esse ciclo sem fim. - ela termina de falar, e olha para mim desconfiada: - ei, e você vampiro... - me chame de Toni... - falei - você...- ela pergunta - você não precisa de sangue humano para sobreviver...?
-não, não preciso disso, afinal se eu precisa-se...- olho para ela com meus olhos que transmitiam frieza - você estaria morta. - ela levemente se assusta.
-se você precisa-se mesmo de sangue humano para se alimentar e quisesse o meu, temo que não seria tão fácil de conseguir isso, afinal eu fui treinada para que isso não ocorra.
-mas fique calma eu não vou sugar todo seu sangue, quer dizer, eu não vou sugar nem uma gota de seu sangue, afinal você não parece ser tão boa assim...- ela tem toda sua atenção focada para mim.
-ahm...o que você disse? você esta enxergando bem vampiro? seus olhos não consegue enxergar a pura beleza que eu sou? - ela fala enquanto toca em seus seios.
-claro você é bonitinha...- ela me interrompe: "bonitinha?"
-sim, eu diria que seus peitos são normais para seu tamanho, e suas curvas são medianas, mas você não é o que você acha.
-aham...? o que disse, fique sabendo que eu sou uma das mais desejadas... - "mais desejadas", pensei.
-o meu corpo é perfeito, claro eu não sempre fui assim e talvez não seja, mas agora...- ela faz uma pose sensual - eu estou no ápice da minha beleza.
- tá bom, mas eu ainda acho...- ela arremessa a cadeira em mim novamente, acertando.
Depois de um tempo conversando, nós decidimos falar sobre o que estava acontecendo na cidade.
Ela olha para mim por um tempo, então diz:
-olha, aberração...
-piorou. – falei para ela sorrindo, mas não porque eu estava feliz, foi mais um sorriso de "rir para não chorar"
-vamos acabar com as brincadeiras, e falar de coisas seria...
-essa é à segunda vez que você fala isso, mas no final não acaba falando sério e acaba caindo no meu charme.
-ahm...que? – ela olhou com desprezo para mim.
Depois de um tempo jogando tempo fora, nós realmente chegamos no porque de eu esta ali, então eu sentei no chão, sem nenhuma razão e ela ficou sentada na cama.
-olha, vampiro eu não quero trabalhar com você, mas já que o Fujima pediu para mim, eu não tenho escolha, não pense que só porque esta me ajudando eu vou te aceitar como aliado, vocês ainda para mim são algo que não deveria existir... – eu fiquei em silencio, olhando para o chão que estava próximo de mim, sorrindo pensando:"não importe quanto eu tente, eu ainda serei um parasita", tudo que ela estava dizendo estava certo, vampiros causam desgraças a esse mundo, não seria nem incrível eu dizer e acertar que a família dela foi morta por vampiros, parece algo obvio.
- por mais que eu o odeie, por mais que você...ai, Fujima por que...? – ela colocava sua mão em sua cabeça e rangia seus dentes, ela suspira e diz:
-olha, por mais que eu te odeie, eu amo essa cidade, foi aqui que eu fui criada...então se você conhece algo sobre as "relíquias de lúcifer"... – quando ela disse aquelas palavras, "relíquias de lúcifer", por um motivo que desconheço eu sentir uma dor de cabeça imensa, que rapidamente passou, foi como um flash, eu estava suando e sem saber por que.
-ei, você esta bem...? – enquanto Kohoka falava...em minha cabeça ecoava a palavra "lucifer, demônio? Demônio" –a mesma palavra se repita continuamente e ficava cada vez mais intensa, enquanto eu ouvia estas palavras, Kohoka perguntava se eu estava bem e sua voz ficava cada vez mais distante, eu cai no chão e o que eu ouvia era só a palavra "lúcifer", eu fechei os olhos e quando eu os abri, eu estava em uma floresta, onde as arvores não possuíam folhas, eram só seus galhos finos, uma velha e desgastada madeira, o céu estava avermelhado, e a lua branca, brilhante como nunca, olhando para os céu...vejo uma gota de sangue que cai do dele, e assim que ela cai no chão eu me vejo em um ambiente escuro, que logo se ilumina com as tochas que iam ascendendo um por uma, assim fazendo um caminho em linha reta, eu nem precisei andar, em um piscar de olhos eu estava no final desse caminho e estava ajoelhado, então quando eu levantei a cabeça pude ver uma mulher que estavam sentada em uma especie de trono feito de madeira, seus cabelos eram pretos e longos...ela era linda, seu rosto era branco e liso, ela estava usando um lindo vestido roxo, que cobria seu corpo todo, menos na parte de seus seios, possuía um decote lá, ela olhava para mim, aqueles olhares...aqueles olhares que me observavam, eram frios e malignos, mas eram apaixonantes, eu não conseguia entender...eu fiquei encantado, ela vem em minha direção, se aproxima de mim e se ajoelha e agarra meu rosto o levantando lentamente, então ela se aproxima muito mais, deixando seus lábios perto dos meus, eu não olhava para seu rosto, mas sim para seus enormes seios que me encantavam, então ela prestes a me beijar, faltando um centímetro para seus lábios encostarem nos meus, eu me dou conta que estou de volta para a casa onde eu tinha levado Kohoka e percebo que ela esta apontando sua arma para mim, olhando para mim seriamente ela coloca sua arma em minha testa e diz:
- o que você esta fazendo aqui?