webnovel

Eu só trabalho com marketing, por que você quer sangue?

Luciene é uma das gestoras do projeto Noan, e trabalha duro para poder crescer em sua profissão e se destacar no setor empresarial, enfrentando os desafios que são impostos pelo mercado e consumidores. Mas parece que o mundo dos negócios tem mais mistérios do que se espera. Não apenas os concorrentes observam, perigos maiores existem em meio às pessoas comuns, traidores se escondem por todos os lados e até a morte está a espreita. Como ela poderia lidar com algo tão absurdo, enquanto ainda tem que se preocupar em ser devorada pela alta gerência?! Espera... isso está meio errado. Talvez não seja com eles que preciso me preocupar em virar comida.

Ellynia · Kỳ huyễn
Không đủ số lượng người đọc
11 Chs

Capítulo 10

O desespero começou a tomá-la novamente. Sentiu seus olhos umedeceram e o ar lhe faltar.

Ela se lembrou de tudo que havia acontecido desde que entrou naquele parque. Como a paz e tranquilidade se transformou em medo. A adrenalina entrando em suas veias, o coração acelerado, mãos trêmulas, a dor em seus pulmões, a sensação de perder a consciência com sua vida escorrendo por seus dedos, para ser esmagada num abraço gélido.

Luciene se lembrava, mas não queria pensar naquilo, pelo menos não ainda, não enquanto não fosse realmente necessário.

Apenas de pensar ou falar um pouco sobre o que havia acontecido Luciene sentiu sua temperatura abaixar, como se estivesse novamente naquela noite fria, sufocada pelo aperto daquela mão, sentindo sua pele queimar.

Repetindo o mesmo processo de antes, respirou profundamente várias vezes, exalando o ar lentamente.

Mesmo que aquelas cenas insistissem em aparecer diante de seus olhos, ela as empurrou para o fundo da mente. Não podia se deixar abalar ainda mais, tinha que ser forte. Assim como quando minha mãe passou mal, mais do que no dia que me acidentei e quase fui atropelada quando mais nova, como quando meu pai… sim… vou passar por isso da mesma forma.

Doutor Francisco que antes ficou um pouco chocado com a pergunta de Luciene, precisava tomar uma decisão enquanto observava atentamente aquela jovem que parecia tão frágil naquele momento. Ele podia conversar com ela e lhe dizer tudo sobre o que ele sabia?

"Você… você tem certeza que quer saber sobre isso agora?" Luciene acenou com a cabeça para ele. Apesar de ter as mãos ainda trêmulas, ela olhou diretamente nos olhos de Dr. Francisco, estava segura de sua decisão.

"Não importa o que tenha acontecido. Tentar fugir vai apenas piorar a situação. Se não eu não souber agora, creio que não terei coragem de perguntar depois." Ela se encolheu debaixo das cobertas com um sorriso triste.

Mesmo estando num estado de choque, ela ainda quer saber o que aconteceu e tentar entender. Pelo pouco que falamos ontem quando veio com a mãe, percebi que a personalidade dela é muito forte e com certeza não vai aceitar qualquer explicação simples pelo pressuposto de querer poupá-la de estresse. O médico pensou consigo mesmo passando os dedos entre seus cabelos loiros, antes de suspirar. Teria que falar com algumas pessoas para entender como a situação se desenrolou na visão dos outros e tentar fazê-la coerente. Mas por enquanto, posso tentar falar um pouco.

Quebrando o silêncio que tinha se instalado na sala, ele começou a contar sobre a noite passada "Era mais de meia noite quando chegou aqui" Luciene subiu para uma posição meio sentada prestando atenção em cada palavra que o outro dizia.

"Eu tinha acabado de voltar ao hospital para o plantão quando ouvimos o som de pneus arrastando no asfalto em frente a entrada da emergência. Pouco tempo depois, um homem entrou correndo, carregando uma jovem nos braços, gritou sobre achar ela desmaiada na rua e como ela não parecia bem trouxe para o hospital. Quando minha equipe se aproximou, vi que a jovem era você" Ele levantou os óculos pretos segurando a ponte do nariz e suspirou.

"Você tinha um ferimento na cabeça, uma contusão no braço, um corte e duas perfurações na mão, vários hematomas e arranhões por todo o corpo, e o mais estranho, estava com um volume baixíssimo de sangue, mas não tinha uma única fratura ou ferimentos internos que pudessem ter gerado uma hemorragia." Com olhos bem abertos, Luciene baixou a cabeça e voltou a tremer ao imaginar como havia chegado, tudo tão estranho que parecia ter saído de uma série da Natflix. "Depois que fizemos transfusões de sangue, focamos nos ferimentos externos e, bem, agora você está aqui. Acordada e bem, certo?"

Luciene tentava digerir tudo o que o ele havia dito. Eu entendo que fui tratada aqui, mas… "E antes?" Olhou novamente para o médico "O que aconteceu? Quem era essa pessoa? Como ele me achou? Porque ele não ligou pra emergência e me trouxe pra direto cá?

"Talvez ele pensou que não daria tempo?"

"Mas…"

"Calma!" Falou em tom duro. Luciene estava agitada, e isso não faria bem para ela "Não tenho como responder todas as suas perguntas, eu mesmo não sei tanto sobre isso." Disse, voltando ao seu tom gentil "Depois falamos mais sobre isso, agora você precisa descansar"

Quando Luciene pareceu ter se acalmado novamente. Ele falou em tom calmo "Vamos fazer assim, são 5:20 agora" Olhou no relógio em seu pulso antes de voltar a olhar para ela "Eu tenho uma pausa às 7 horas. Vou tentar falar com alguém pra ver se consigo mais alguma informação, e enquanto isso, você come um pouco, e descansa. Quando for mais tarde, eu venho e digo o que descobrir, certo?"

"Mas…" Antes que ela pudesse continuar, o médico a interrompeu balançando o dedo indicador na frente de seu rosto, falando com voz séria, ainda que com um sorriso divertido no rosto.

"Nan, nan, nan. Sem mas. Agora você precisa descansar e recuperar suas forças. Ordens médicas" Disse dando uma piscada para ela e se levantando do banco para sair.

"Hum, ok…" Disse Luciene contrariada, pressionando os lábios até formar uma linha, olhando o médico falar enquanto andava de costas em direção à porta.

"Certo, vou deixar você sob os cuidados da enfermeira Diana." Diz e faz uma careta ao parar, se inclina para frente e levanta uma das mãos à boca, baixando um pouco a voz em tom confidente "Ela é uma baixinha meio ranzinza que gosta de implicar, e..."

"Ahem!" O médico é interrompido pelo som vindo da porta, onde uma mulher na casa dos quarenta, que parecia ter pouco mais de um metro e meio, está parada com uma mão na cintura, enquanto segura uma bandeja com a direita, olhando em direção ao doutor, com uma das sobrancelhas levantadas e sorrindo, quase desafiando que ele continuasse suas palavras.

Olhando rápido para a porta e se voltando novamente para Luciene, o médico, que parecia um pouco mais pálido, se recompoz rápido e abriu um sorriso assustado "E é uma pessoa de muito bom coração! Uma profissional de excelência aqui dentro do hospital. haha haha" Disse em tom bajulador para depois se virar e encarar a enfermeira.

"Ah Diana, minha querida, está tão bela hoje. Deixo essa jovem aos seus maravilhosos cuidados" Dr. Francisco andou para a porta, rindo de nervoso. Seus movimentos eram um tanto rigidos enquanto se aproximava da mulher em uniforme branco e cabelos negros amarrados em coque, parada ao lado da passagem.

Antes que ele passasse pela porta, ela falou com voz plena, mas com um sorriso irônico nos lábios "Doutor?" O médico que estremeceu visivelmente, respondeu sem se virar para a mulher.

"S-sim?" Luciene observava a cena sem entender direito, mas achando graça na forma assustada do jovem médico agir, se controlando para não rir alto quando o dr. respondeu em tom agudo.

"Acho que o senhor esqueceu sua bolsa, não?" Enfermeira Diana olhou com o canto dos olhos para ele enquanto apontava levemente onde a bolsa estava encostada ao banco, próximo a cama de Luciene.

Ele voltou, pegou a bolsa e saiu rapidamente, sem nunca levantar o olhar para encarar a enfermeira que ainda esperava inabalável no mesmo lugar. Quando ele estava prestes a passar pela porta ele ouviu algo realmente tenebroso "Conversaremos mais tarde, doutor" O tom era leve, mas ele sabia, aquela era a calma antes da tempestade.

Acho que devo terminar meu testamento...