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Monstro

Os próximos eventos narrados se passam cerca de nove meses após o nascimento da terceira criança do Rei de Suralda e a morte do Barão Sterf.

Rainha do Reino Suralda, Belladira Verdian

— minhas preces não foram atendidas, é pedir muito para aquele bebê imundo morrer engasgada ou dormindo? Poderia ser qualquer enfermidade na verdade, não sou tão exigente — acabo deixando escapar um riso quase inaudível enquanto termino de falar.

A única empregada em minha presença, a qual nesse momento está sendo obrigada a ouvir meus desabafos nos meus aposentos que convenientemente é aprova de qualquer tipo de ruído, está me olhando com um olhar furioso e julgador, já que é ela que foi contratada como babá da criança em questão.

— Rainha Belladira, você já concedeu duas crianças fortes e saudáveis que são bem mais velhos que a Daira, já é de conhecimento comum que são seus filhos que vão herdar o trono, então por que tanto ódio com uma criança que sequer consegue fazer algum tipo de malefício?

Fico realmente surpresa com a pergunta dessa mulher, sendo que a resposta é óbvia, aquele bebê tem os olhos esmeralda, sendo profundos e hipnotizante, com um tom verde claro que consegue se destacar facilmente em qualquer tipo de escuridão.

É verdade que eu tenho filhos... Um filho e uma filha na verdade, minha filha é a mais nova, um fracasso total... Certamente será bela quando chegar a idade adulta, porém não possuem olhos esmeralda. Na verdade herdou meus olhos, uma cor âmbar escura, parecendo mel, porém bem sem graça e sem calor.

Porém a história é outra com meu filho, meu primogênito é forte, leal e justo. Certamente puxou unicamente o pai. Além de ser o herdeiro óbvio do trono, possuí heterocromia, assim em sua face tem um belo olho esmeralda e um olho âmbar, porém bem diferente de mim e de sua irmã, já que o dele possuí um aspecto dourado e reconfortante.

O meu motivo de raiva são as tradições, não importa a origem, raça, gênero, se é primogênito ou não, o Reino deve ser governado por alguém que tenha os olhos esmeralda. Mesmo que meu filho tenha um, o que impede os anciões preferirem a filha da concubina? É bem mais fácil aquela criança não viver para ver o dia de amanhã, morra Daira.

— Rainha Belladira?

A empregada chama minha atenção, já bem próxima de mim, com um olhar forçadamente preocupado, sabe nem fingir. Eu normalmente me "desligo" do mundo ao redor quando começo a pensar, e também não tenho uma boa memória, coisas da vida.

— O que foi? — pergunto olhando para ela

— Você precisa de algo? Está bem?

A última coisa que eu preciso é de alguém que nem tem aonde cair morto se preocupando comigo, na verdade... Finalmente percebi a melhor forma de eliminar a Daira.

— Ei Fidelia.

— Me chamando pelo nome? Que medo... O que precisa?

— Qual é o seu preço?

— perdão?

Fidelia

Que proposta horrível daquela rainha... Eu de fato comecei a trabalhar aqui pelo dinheiro, porém eu jamais me rebaixaria a tal ponto.

Talvez eu tenha me apegado bastante a esse bebê, eu entendo o motivo de sua mãe não querer ela no palácio principal, aqui não é um lugar seguro para ela, que Rei teimoso em.

Daira acorda de repente, essa soneca foi bem curta em, me aproximo e a pego gentilmente nos meus braços a retirando do berço, ela se acalma rapidamente.

É tão fofa, o dia está longe de acabar, porém estou ficando com sono, eu não acho que vai entrar alguém aqui por agora, vou tentar tirar um cochilo rápido também.

Coloco a Daira gentilmente no berço novamente e me sento perto dela, em uma poltrona exageradamente chique e fecho os olhos e rapidamente adormeço.

Valorian Verdian

Cadê o monstro?? Minha mamãe me disse que nasceu uma criatura que vai roubar tudo que é meu... só estou vendo uma bebê chorona. E foi tão difícil conseguir vir aqui, tive que entrar escondido

Fico cutucando a bebê repetidamente por alguns minutos, até que quando a toco perto do olho, ela acorda e volta a chorar, talvez olhos sejam bem sensíveis, anotado.

Os olhos dela parecem com o meu esquerdo, um verde tão belo e brilhante, meus pensamentos são interrompidos quando ela começa a chorar mais alto ainda, a empregada perto dela também acordou.

— Jovem príncipe?! — ela gritou, visivelmente assustada e surpreendida.

— Olá! — respondo rapidamente, tentando ser gentil e carismático, já que não era para eu estar aqui.

— O que está fazendo perto da princesa Daira?

— você errou um pouco, minha mãe me disse que ela não é uma princesa! — corrigi ela, talvez por ser plebéia não entenda muito bem de nossa política, acho que mesmo que eu tenha oito anos ainda consigo ser mais inteligente.

— ... Você não está errado, porém você entendeu o que eu quis dizer né — ela me respondeu, só não entendi o motivo de ter demorado começar a falar.

— Eu estou aqui para ver o monstro que minha mãe disse que ia roubar tudo que é meu! Porém estou vendo apenas um bebê, para onde o monstro foi?

— ... Bem, eu tenho quase certeza que sua mãe estava falando desse bebê — disse a empregada, demorando para falar novamente, será que ela tem algum problema ou está apenas escolhendo bem as palavras?

— Como um bebê poderia me roubar? Isso não fez sentido, minha irmã vai ficar decepcionada comigo, eu queria entrar em uma batalha épica contra o monstro e lutar pelo que nos pertence! — falo enquanto pego minha espada de madeira e aponto para cima, comecei a treinar esgrima recentemente porém me falaram que eu sou um prodígio, eu realmente queria desafiar o monstro.

— bem... Esse bebê meio que também é sua irmã.

— Que? Então o monstro também está atrás dela? Imperdoável! Eu irei o caçar!

— ... Você ainda não me entendeu, porém que bom que não demonstra hostilidade para a Daira, sua mãe não conseguiu te envenenar contra ela — ela disse, porém não entendi nenhuma palavra, estou muito ocupado pensando em estratégias.