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Sobreviva

Assim que ouvimos isso corremos em direção a loja, quando chegamos estavam pedindo para que quem veio buscar informações sobre familiares fizesse uma fila e quem veio buscando tratamento fizesse outra. Entramos na fila de informações e não demorou muito chegou nossa vez, deixei Jones ir primeiro já que ele tinha mais familiares para procurar a enfermeira que não estava trabalhando no dia, mas veio para ajudar disse que ainda não havia notícias de seus pais, mas sua irmã estava na área de tratamento com um tornozelo torcido por ajudar uma senhora a escapar de um pet cão selvagem. Ele ficou chocado ao ouvir sobre seus pais, mas ficou feliz por pelo menos ela estar bem. Agora era minha vez e quando dei o nome da minha mãe a moça disse que a conhecia por que trabalhavam na mesma área de pediatria, mas logo ela fez uma expressão de dor o que me deixou apreensivo com a notícia que ela daria.

"Sinto muito, mas sua mãe faleceu ela estava ajudando na evacuação após o tremor e quando o prédio veio abaixo um dos destroços foi arremessado por uma explosão e atingiu sua mãe, ela foi trazida para cá, mas não resistiu aos ferimentos, eu realmente sinto muito por você. Se quiser posso te levar até lá para ver o corpo." A jovem disse e então se levantou para me acompanhar, eu estava sendo praticamente arrastado, pois não estava em condições de pensar em nada.

Jones estava me apoiando em seu ombro desde que recebi a notícia, ele me ajudou a chegar até o local em que estavam os corpos daqueles que morreram, estavam todos um ao lado do outro, cobertos por qualquer pano que pudesse ser encontrado no momento.

Assim que chegamos ao local vi que era onde costumava ficar a pista de patinação no gelo. A moça descobriu o rosto de minha mãe e perguntou se era realmente ela, eu confirmei e me deixei cair ao seu lado e chorei como nunca havia feito até hoje, Jones me deu espaço e se afastou com a moça conversando com ela, mas não ouvi sobre o que falaram, pois estava abalado demais para isso.

Minha mãe sempre foi a minha melhor amiga, minha inspiração, ela era uma pessoa justa, gentil e muito amorosa, e agora lá estava ela morta, mas ainda assim com um sorriso no rosto.

Um tempo depois Jones se aproximou de mim novamente e tinha mais uma pessoa com ele, mas não era a enfermeira de antes. Era uma jovem garota de uns 14 ou 15 anos de idade, vestida com uma calça skiny preta, e um moletom colorido grande demais para seu corpo que ia até à metade de suas coxas, um coturno preto e usava o cabelo em um coque amarrado no alto da cabeça, ela tinha o rosto simples, mas com olhos cor de avelã que estavam inchados de tanto chorar. Essa deve ser a irmã de Jones, Camille ou Cammy como ele a chama, essa é a primeira vez que nos encontramos pessoalmente. Ela veio e se abaixou perto de mim e me desejou condolências por minha perda, Jones veio em seguida e perguntou se eu já sabia o que faria com o corpo de minha mãe.

"Ela sempre disse que gostaria de ser cremada." Pensei em quantas vezes havíamos falado sobre isso, ela sempre dizendo que gostaria de ser cremada e que as cinzas fossem jogadas no mar.

"Se quiser eu posso lidar com essas coisas para você, você precisa se acalmar e pensar o que fará a partir de agora." Disse Jones ao meu lado.

"Claro muito obrigado cara, eu vou deixar isso com você então." Respondi-lhe sem muito ânimo.

"Cammy leva ele para o andar da praça de alimentação eu encontro você lá daqui a pouco." Ele instruiu sua irmã a me ajudar.

"Ok." Ela disse e me ajudou a levantar e caminhar em direção a antiga praça de alimentação da loja.

Nos sentamos em uma mesa e me debrucei sobre ela, pensando o que iria fazer a partir de agora, quando uma voz soou na minha cabeça.

"Mestre, sinto muito por sua perda, mas você precisa se concentrar em ficar seguro." Disse Darkness através da nossa conexão mental.

"Oh, Darkness você pode falar comigo mesmo não estando materializada? E por que diz que tenho que ficar seguro?" Respondi mentalmente a ela.

"Mestre posso usar nossa conexão mesmo estando a mais de um quilômetro de distância de você. E sobre o por que deve ficar seguro é devido aos chefes de área, pelo que pude ver através de suas lembranças do que vimos até chegar aqui todos os pets que estavam pelas ruas eram pets normais, claro que alguns de níveis elevados, mas não vi nenhum chefe isso significa que a situação ainda irá piorar, pois os chefes não tem mais áreas definidas e agora irão brigar para decidir quem fica com qual área, isso pode ser muito perigoso. Muitas pessoas podem morrer se os chefes decidirem lutar nas cidades." Ela disse com total confiança. O que me deixou mais aflito.

"Camille não é? Você viu o que atacou o hospital?" Perguntei a ela.

"Pode me chamar de Cammy você é como se fosse da família Myke, meus pais sempre gostaram de você e de sua mãe." Ela disse com uma expressão triste ao lembrar que seus pais e minha mãe não estão mais entre nós.

"Sim, eu vi o que atacou o hospital eu estava na cafeteria em frente ao hospital tinha saído quando começou o tremor e decidi esperar meus pais ali. O que eu vi era exatamente como aqueles dragões que se parecem com lagartos gigantes, como os que vemos nas novels, animes e filmes. Mas aquele era real, tinha todo o corpo vermelho, chifres negros e seus olhos pareciam estar em chamas. Era terrível e exalava uma pressão enorme, quase não consegui respirar durante todo o tempo que ele ficou aqui." Ela descreveu o monstro que atacou o hospital.