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Prólogo

Um lampejo em seus olhos. Uma luz ofuscante. Uma dor leve em seus olhos parecia alcançar até seu cérebro, era como se estivesse olhando para o brilho intenso do próprio sol. Ela fechou os olhos por alguns segundos e logo depois os abriu. Vagarosamente a imagem de um quarto de hospital se formava em seus olhos. Ela tenta se levantar, mas é interrompida por um incômodo no abdômen.

— Ai! – Rapidamente leva suas mãos próximas à fonte da dor.

— Faixas?! O que aconteceu? – Murmura enquanto coloca uma de suas mãos na cabeça

"Eu não consigo me lembrar de muita coisa, mas a última coisa que me lembro é de ir ao bar com minha chefe e meus colegas de trabalho" Tachibana pensa enquanto observa o quarto qual estava, notava que era um quarto de luxo com diversos equipamentos hospitalares que pareciam ter tecnologia avançada, além da cama ser muito confortável.

"Por que tantos equipamentos aqui? Será que aconteceu algo grave comigo? De qualquer forma… Não sinto nenhuma dor forte"

Ela notou que havia vasos de flores em uma pequena mesa perto do lado direito sua cama, arranjadas de modo que parecia uma obra de arte feita com flores de diferentes cores que eram muito vibrantes. Mais para a direita, uma porta que aparentemente levava ao banheiro, ao lado da porta havia um sofá que deveria ser para visitas, em cima do sofá uma janela com cortinas brancas, a sua frente uma TV pendurada e a esquerda uma porta que ela chutava que deveria ser para o corredor.

Dentro de algumas das flores pareciam ter cartas. No quarto haviam duas portas, uma na direita por onde a enfermeira saiu, e outra na esquerda, que deveria ser para o banheiro. Haviam algumas janelas que estavam abertas na parede a frente de Tachibana, para entrar luz no quarto, já que pelo relógio que havia na parede da direita já são 11:35 da manhã.

— Bom dia, senhorita Tachibana, como você se sente?

Pega de surpresa enquanto admirava as flores, Tachibana percebe que o médico que parecia ser o responsável por ela já havia entrado no quarto.

— Bom dia doutor Nao, sinto um pouco de dor na cabeça e incômodo no estômago, mas nada muito grave…

No jaleco do doutor havia um crachá do hospital com o nome dele, dizia: "Doutor Nao Shimura – Hospital Hirose, Neurocirurgião

– Entendo, você sofreu um acidente de carro, talvez não se lembre do que aconteceu já que bateu forte com a cabeça.

– Realmente, não me lembro de nada doutor, mas já que estou bem está tudo certo, não deve ter sido algo tão grave…

– Eu não tenho informações sobre isso, mas a informação que eu tenho vai te alegrar, ainda hoje você poderá receber alta, e poderá ir para casa, você passou alguns dias desacordada, mas segundo o relatório dos equipamentos você está em condições de ficar em casa apenas para repouso.

– Sério?! Ótimo! Odeio ficar parada sem fazer nada… estou louca para voltar ao trabalho logo, aliás… Minha empresa sabe sobre o acidente?

– Sim, um policial amigo seu entrou em contato com a empresa, se não me engano é Nozomu o nome que ele deu para entrar aqui no hospital, ele disse ser seu vizinho.

– Ah, o Nozomu! Ele deve ter ficado preocupado…

– Sim, ele parecia preocupado, estava com outros dois policiais e pareciam falar sobre o acidente, mas eu não consegui ouvir nada.

– Entendo, depois falo com ele assim que tiver meu repouso, mas me diga, quando vou ser liberada?

– Daqui há alguns minutos, só retiraremos os aparelhos de você e já pode se arrumar.

– Ótimo, muito obrigado doutor.

Então Tachibana se arruma, se despede do doutor e vai para casa, ao chegar, bate na porta de Nozomu, mas não parece ter alguém em casa.

"Claro que ele não estaria, as vezes ele até dorme na delegacia, não o culpo, também amo meu trabalho."

Ao chegar em casa, ela se olha no espelho e percebe estar com a cabeça enfaixada.

"Faz tanto tempo que eu não fico assim em casa de folga, sem nada o que fazer… Nem ao menos me lembro o que anda passando na televisão, meu computador está cheio de poeira… Acho que vou tomar um banho por enquanto."

Ao chegar no banheiro ela prepara o banho e se deita na banheira, relaxando enquanto o vapor toma conta do banheiro, ela evita molhar a cabeça por causa das faixas, mas quando olha para a banheira há sangue nela, escorrendo pela faixa, quando vê isso sua visão começa a ficar turva e logo ela fica inconsciente.

Quando acordou se encontrou em um lugar que nunca havia visto antes, o céu mudava de cor de vez em quando, de roxo para amarelo, de amarelo para verde e etc. No céu tinha poucas nuvens amarelas, ao seu redor haviam prédios distorcidos, alguns pareciam incompletos ou parcialmente destruídos, sendo que dentro de um desses prédios parecia sair uma pessoa, tentando saber onde ela estava, resolveu abordar essa pessoa que ela havia visto.

— Olá, com licença, pode me dizer onde estou? – A "pessoa" se virou para ela e disse:

— Olá, posso lhe dizer sim, mas primeiramente, permita-me que eu me apresente. Sou Klauss Haucke, residente de Delirium Trigger, que é onde estamos agora.

Klauss não parecia ser exatamente "humano", ele tem orelhas que parecem ser de elfo, olhos que parecem ser de gatos, se veste com um terno completo e usava um chapéu coco, haviam tatuagens em suas bochechas, uma cobra em cada lado, usa também uma espécie de cajado que é uma cobra verde como esmeralda, com os olhos de rubi, que mordia uma esfera negra, para aparentemente se apoiar no chão.

— Olá, sou Tachibana, desculpe não ter me apresentado antes, mas o que é, não… Onde é "Delirium Trigger"? Nunca ouvi falar desse tal lugar antes…

— Se eu fosse dizer mesmo… diria que aqui é meu reino, não o mundo onde você estava acostumada a viver…

Tachibana agora se lembra o que havia acontecido antes dela parar nesse lugar.

— Quer dizer então que eu estou morta? Eu… Eu… tudo bem… mas aqui seria o céu ou o inferno? Isso é tudo que quero saber, Klauss.

— Bem, deixando isso de lado… Seu nome é Tachibana, correto? Tenho uma coisa para lhe mostrar.

Klauss toca a testa de Tachibana com seu cajado, a fazendo ter dores de cabeça, quando vê duas pessoas saindo de trás de Klauss, uma mãe e um filho, que ela lembra vagamente ter visto durante o acidente que sofreu.

— Sabe quem eles são Tachibana? Isso mesmo! Eles são os dois que você matou no acidente que sofreu naquele dia. - Conforme Klauss fala, as lembranças vão ficando cada vez mais claras sobre eles e o que aconteceu.

— Co-Como você sabe…

Vendo-os Tachibana começava a ficar com o coração acelerado e assustada por ver eles ali na frente dela "vivos".

— Por que? O que eu e meu filho fizemos para você? - A mulher chorava abraçando seu filho enquanto gritava:

Não, não pode ser verdade, eles já morreram e eu sobrevivi ao acidente, calma… é só a culpa voltando… Isso é só um sonho… - Não acreditando no que estava vendo, Tachibana se ajoelhou no chão chorando e sussurrando:

— Me desculpe, me desculpe, me desculpe, me desculpe…

— Se desculpas me fizessem poder voltar com meu filho eu as aceiraria, mas agora não posso te perdoar…

— Isso só pode ser um pesadelo, só pode ser…

— Claro que é real, você não pode fugir da culpa, Tachibana… Você as matou, tirou o futuro delas… Tudo isso porque dirigiu bêbada, agora está aqui!

— Não! Saia daqui! Isso é um pesadelo, acorda Tachibana, o que está fazendo?!

— Você pode tentar negar… pode tentar gritar, se beliscar… nada vai mudar o fato de que está aqui agora…

— Não escuta ele… acorda, acorda! - Tachibana dizia se estapeando.

— Já terminou? Pode não acreditar, mas essa é a realidade…

— Não pode ser... Eu… Eu não… não queria que isso tivesse acontecido a vocês…

— Você estava alcoolizada Tachibana, não dê desculpas, eu sei de tudo o que aconteceu naquele dia. – Klauss dizia enquanto parecia pegar algo do seu bolso.

— Eu sei que eu estava alcoolizada! Mas…, mas…

— Mas nada Tachibana, vou te dar uma chance para se redimir na frente deles, aqui e agora. Estou facilitando para você…

Klauss tira do seu bolso uma arma com tambor para 6 balas e carrega 3 deles, gira o tambor e joga a arma na direção de Tachibana.

— Se você se arrepende mesmo, acabe com isso aqui e agora.

Tachibana pegou a arma do chão tremendo e começando a chorar, ela apontou a arma para a própria cabeça enquanto continuamente continuava pedindo desculpas, quando finalmente tomou coragem e apertou o gatilho.