UM TRISTE ADEUS

Depois de alguns dias cuidando de mim e tratando dos meus ferimentos, eu já estava bem o suficiente.

Ela me deu alguns remédios.

"Você precisa tomar estes." Ela aconselhou. "Vai te ajudar a se sentir mais forte e a comer."

Ela havia me ajudado mesmo eu sendo uma estranha para ela, mesmo tendo me conhecido por apenas alguns dias quando eu havia ficado em casa na alcateia e ninguém se preocupou em me ajudar.

Engoli em seco.

"Obrigada." Eu disse. "Não sei como lhe agradecer o suficiente."

"Não precisa." Ela me prometeu. "É isso que as pessoas fazem. Ajudam uma às outras."

Durante os dias em que estive acordada, eu não havia visto o Alfa Xaden ou nenhum dos seus homens.

Eu havia permanecido no quarto até estar completamente curada.

"Esses açoites nas suas costas." Ela me disse.

Fiquei em silêncio.

Ela sabia quem eu era.

Pelo menos pelo que ela me disse, ela sabia que eu não era a Jéssica.

Eu sorri fracamente. "Eu fui desrespeitosa e fui punida."

"Você não foi." Ela me disse. "Mesmo que tenha sido, ninguém merece isso. Especialmente quando é o próprio sangue que ordena."

Senti uma súbita vergonha e embaraço por ela saber tudo sobre mim.

Como eu poderia explicar para ela que eu era uma bastarda e que nada de bom poderia sair de mim.

Eu havia matado minha própria mãe quando vim para este mundo.

"Eu queria poder te contar, mas eu não posso." Ela disse. "Você tem um destino, Jasmine. Um grande destino. Lembre-se disso."

Eu? Ter um destino? Tudo o que fiz em vida foi sofrer e isso era o que eu ia fazer quando chegasse à matilha do Alfa Xaden.

Ele havia deixado isso claro como o dia.

"Eu não posso impedir o Xaden de fazer nada do que ele quer." Ela disse. "Ele é um homem movido pela vingança. Eu gostaria de poder. E me desculpe por você estar sofrendo por algo do qual é inocente."

Mordi meu lábio.

"Você guardou meu segredo em segurança, me curou e cuidou de mim." Eu disse. "Não tenho ideia de como lhe retribuir."

"Não precisa." Ela disse.

Então ela franziu a testa e olhou para o colar no meu pescoço.

"Quem te deu isso?" Ela perguntou.

"Era da minha mãe. Ela morreu após o meu nascimento." Eu respondi.

Ela ficou olhando para ele por um tempo e não disse nada.

"O Alfa Xaden me odeia." Não era uma pergunta.

"Sim." Ela respondeu.

Assenti e com o novo vestido que ela havia conseguido para mim e meus cachos ruivos feitos em uma única trança, ela me conduziu para fora do quarto.

Olhei para toda a casa porque era a primeira vez que a via desde que havia chegado inconsciente.

Lá fora, os homens estavam todos esperando.

Todos os olhos em mim.

Xaden foi o primeiro que vi, ele parecia ainda mais bonito.

Olhei para o chão, ciente de que eu era feia e que ele provavelmente estava enojado com a minha aparência.

A porta da carruagem foi aberta, como se me convidando.

"Você vai andar dentro. Eu falei com o Xaden." Elena disse surpreendendo-me. "Você ainda está fraca e nem pode montar um cavalo por causa do que aconteceu."

Senti meu rosto corar de vergonha e ficar vermelho. Todos os homens iam saber o que havia acontecido.

Ela me conduziu para a carruagem e me ajudou a entrar.

"Obrigado por tudo." Eu disse do fundo do meu coração.

Ela sorriu para mim e virou-se para dizer algo ao Xaden em um tom de lobo diferente.

Ele concordou com a cabeça e depois se virou para a carruagem.

Assumi talvez ele entraria.

Mas então ele simplesmente se voltou para um cavalo que estava ao lado da porta.

Ele me odiava e não queria nada comigo. Ele preferiria cavalgar no seu cavalo do que comigo na carruagem.

"Me desculpe por ter ficado doente e feito você perder seu tempo." Eu pedi desculpas a ele.

Ele se retesou e disse sem olhar para mim. "Guarde suas falsidades e mantenha suas mentiras para si mesma."

E então ele montou em seu cavalo e liderou a continuação da jornada.