"Schlach avob hefit handrak, beonst lenné betus nakcht! Iovet, kentach, lamth hefit handrak!"
"Mas que tipo de balbuciar é esse?"
Jake se questiona enquanto escuta a garota que o acompanha a "cantar" em algum tipo de língua desconhecida. Pode-se inferir que ela está cantando pelo simples fato de sua voz estar especialmente ritmada, e porque pula e saltita, quase brincando, enquanto pronuncia aquelas palavras estranhas.
"Matraa habet kisoh nethuph, beonst lenné betus nakcht! Hannoi, ketet, mesandre stet, lamth hefit mothuph handrak!"
É uma língua estranha. Para Jake, aquilo soa como uma grande e confusa mistura de alemão, russo e chinês.
"Que tipo de língua é essa?" Ele resolve questionar.
Laula interrompe sua cantoria, olhando para Jake como uma expressão descrente, afinal, quem poderia desconhecer aquele cântico tão clássico?
"Você não conhece a 'Canção das Seis Noites'...? Todo mundo conhece! Como você pode não conhecer?"
Aparentemente, essa música é algum tipo de senso comum nesse mundo, algo como as cantigas que as crianças dos tempos mais antigos do mundo do qual Jake veio conhecem.
"Não. Eu não conheço essa cantiga, e muito menos essa língua. O que significam essas coisas que você disse?"
Isso não é algo que deva necessariamente ser escondido. Jake já possui uma história capaz de apagar todos os questionamentos. Tudo o que ele precisa dizer é que veio de um local distante, com uma cultura e língua diferentes e nenhum outro indagar sucederá.
Laula então fecha seus olhos, e arrumando levemente os densos fios de cabelo, toma um pouco de ar. A garota posiciona as mãos nas partes de trás do corpo, unidas, enquanto marcha de modo brincante pelas ruas desertas do Burgo Esquecido.
"É um cântico em Ajariano. Na verdade, é retirado de uma profecia..." Laula hesita, parando completamente de caminhar.
Jake olha para ela. O que essa profecia tem a dizer? Ele entende que necessita questioná-la mais a fundo acerca desse aspecto.
"O que essa profecia proclama?"
Laula olha para ele, virando-se. O refletir da luz solar nos olhos castanhos, coloridos como mel, garantem um ar pesado para a imagem daquela garota. A expressão dela está petrificada em um semblante sério.
"A canção fala sobre seis grandes noites... Segundo a profecia, as noites não são literais, mas sim uma palavra utilizada de maneira figurada. Nesse caso, as "seis noites" representam seis grandes tragédias que prometem assolar o mundo. Isso é tudo o que sei a respeito, afinal, a profecia escrita foi perdida na destruição de Alberia..."
"Três grandes tragédias? Alberia?"
Jake se questiona pesadamente acerca de todas aquelas informações, afinal, como poderia um simples ladrão saber de profecias que possivelmente foram escritas há mais de um milênio?
De toda maneira, é interessante para Jake reunir o máximo de informação que pode conseguir. Assim, ele decide que deve continuar com aquelas perguntas.
"O que aconteceu com Alberia?"
Ele não se importa. Jake pode ser considerado um ignorante completo à história daquele mundo, contudo, ele deve questionar, justamente para finalizar essa ignorância. Como um não-nativo desse mundo, ele deve se camuflar e adaptar.
A resposta é justamente a esperada. Laula agora pergunta-se com ainda maior força se Jake é de fato alguém que faz parte da história desse mundo, posto que a canção das seis noites e a destruição de Alberia são eventos conhecidos mundialmente.
"Jake... De que lugar você veio?"
Ele já aguardava aquela pergunta, e logo mune-se do argumento para responder.
"Veja bem, eu venho do outro lado do mundo, de um reino chamado New York, em um continente chamado América. É muito, muito longe daqui, de modo que nenhum de vocês, deste lado do mundo, conseguiram chegar em momento algum. Eu venho deste reino muito distante."
A resposta de Jake mistura aspectos de realidade e pura invenção, entretanto, é mais do que suficiente para fazer com que Laula aceite, no entanto, não sem antes o questionar.
"Entendo... Mas... Do outro lado do mundo? E realmente existe terra habitável do outro lado do mundo? Espere... Existe um outro lado do mundo?!"
De um segundo para o outro, a mente da garota se manifesta em seu corpo. Laula surpreende-se grandemente com a mais nova notícia de que o mundo possui um "outro lado", e de que pessoas vivem nele. Por meio disso, ela pode pensar acerca da aparência atípica de Jake, visto que aquele garoto não é similar ao restante da população daquele lado do mundo.
"Ninguém nunca acreditou que existe um outro lado do mundo! Muitas pessoas já realizaram suposições e cálculos, mas ninguém conseguiu provas conclusivas! Isso é incrível! Todas as pessoas dizem que só existem monstros e mares selvagens além de Amandoria!"
Percebendo a grande animação de Laula com aquela promissora mentira, Jake pode rapidamente concluir que aquele mundo é bem mais similar ao seu do que aparenta ser.
"Idade Média novamente, huh?"
A história deste mundo é bastante parecida com a de seu mundo em séculos passados. As pessoas detinham crenças sobrenaturais e fantasiosas acerca dos oceanos, e a Europa não acreditava que haviam terras como as Américas no mundo antes de enfim colocarem seus pés sobre elas.
Pensar nisso faz com que Jake torne-se pensativo.
"E se esse mundo for apenas uma versão alternativa da Idade Média em meu mundo?"
Pelo o que consegue perceber, a Magia é definitivamente o único aspecto diferente na composição dos dois mundos. A história é um tanto similar à de seu mundo, e com isso, ele pode concluir que talvez este seja o caso.
... No entanto, os tiros acabam por sair pela culatra, e a mentira de Jake apenas causa mais questões por autoria de Laula.
"Como é esse lugar chamado América, Jake?"
Enquanto aquele é um sinal ruim para o sigilo de informações que ele deseja manter, é um ótimo indicativo de que Laula acreditou em sua história fantasiosa.
"A América é, digamos, bastante avançada. Lá, temos um tipo especial de Magia, algo que chamamos de tecnologia. Por meio da tecnologia, criamos computadores e aparelhos eletrônicos que facilitam nossas vidas e impulsionam o desenvolvimento."
Ele responde de maneira sucinta, entretanto, aquela explicação não foi sequer minimamente absorvida por ela.
"Tecnologia...? Computadores...? O que são essas coisas?"
"Eu mais uma vez tenho de me lembrar de que não deveria tentar explicar conceitos e conhecimentos do mundo contemporâneo para uma pessoa em que vive em tempos barbáricos."
Jake fecha seus olhos, tomando uma quantidade de ar.
"Um computador é um artefato mágico que permite que haja comunicação à distância, troca e armazenamento de informações por meio de uma grande rede mágica chamada Internet. A Internet conecta todos os computadores e garante as capacidades mágicas do artefato. Isso permite que nós criemos 'seres' feitos de metal que desempenham tarefas importantes, entende?"
Aquilo foi suficiente para sanar as dúvidas de Laula, que imediatamente exibe-se maravilhada com aquelas novidades.
"Isso é muito legal...! Um dia eu quero visitar esse reino chamado New York! Eu quero ver essa Magia chamada tecnologia, também!"
Jake olha para a sorridente garota, percebendo que ali ainda há uma grande porção de inocência e infantilidade.
Eles continuam fazendo seu rumo, em direção a uma grande residência, que se destaca das demais por sua titânica altura. A edificação, construída em madeira nobre, destoa por inteiro do restante das residências não-habitadas daquele espaço da cidade de Calendas.
"Será aquele o lugar que procuro?"
Jake fita a construção, supondo que aquele será o lugar da negociação.
***
O som de uma gota de água a cair sobre o chão levemente molhado ecoa por todo o lugar.
As chamas das lamparinas brilham silenciosas. Aquele lugar desconhecido é tomado pelo forte odor da umidade excessiva, um excesso para o olfato. Ali, uma reunião se dá, a conferência de um número de indivíduos que se sentam à mesa, uma grande rocha iluminada fracamente pelo azul gerado pela pequena chama mágica ao centro.
Os corredores estão vazios. Apenas o perturbador som dos gritos gerados pelo silêncio, capazes de rasgar e enferrujar a mente, se dá ali, naquele pouco acolhedor espaço.
Teto fechado. Paredes e chão feitos inteiramente de rocha bruta. Vozes ecoam por entre os túneis, conversando em assuntos diversos, nenhum deles sem pertinência. Tudo ali é extremamente importante.
"Suponho que você já saiba qual o assunto da reunião." Uma voz grave e masculina é escutada.
"Sim, sim. Já tenho total ciência, e pode garantir... Tudo será um belíssimo espetáculo!" Outra voz masculina, desta vez, mais aguda e enérgica do que a primeira.
Uma risada curta e sutilmente intervalada surge.
"Eu não vejo a hora de fazer as coisas se aquecerem por aqui! Já estou cansada de todo esse tédio e espera!" Desta vez, uma voz bastante feminina e jovial, dotada de um notável toque sedutor.
Essas três pessoas passam a falar ao mesmo tempo. O conjunto de suas falas torna-se virtualmente incompreensível, um verdadeiro furacão de vozes.
E é então que, presenciando aquela situação, uma outra vez se manifesta, fazendo calarem-se as primeiras.
"Fechem as bocas."
E assim se fez. Todos os que conversavam simplesmente pararam de falar. A figura levanta-se, exibindo suas formas entre as sombras.
"O primeiro passo deve ser executado em poucas semanas. Já possuímos o que necessitamos em sua maioria, contudo, há algo em especial que precisamos ter em mãos, e sei que sabem o que é."
Todos observam, sem palavras, em submissão completa. Uma voz feminina suave, contudo, penetrante até o âmago da alma. Sua tenra composição adentra pelos ouvidos como um feitiço, e a forma lânguida e visualmente frágil daquela mulher dá a errada impressão de que deve ser subestimada.
"Por agora, vamos executar o primeiro ponto de nosso protocolo." Ela desvia seu olhar para um dos homens à mesa. "Você. Sabe o que deve fazer. Os demais devem esperar por mais tempo. Não há o que questionar."
Imediatamente, todos os demais, com exceção do escolhido por ela, são forçadamente pressionados contra seus assentos, sentando-se contra a própria vontade. O escolhido rebaixa-se, ajoelhando-se diante da imagem dela.
"Certamente. Eu irei colocar em prática minha parte do plano."
Sem hesitação, a voz fria e calma, quase robótica daquela mulher faz sua presença novamente.
"Vá. Adquira o que desejo."
Ele a saúda, rebaixando-se um pouco mais, fechando os olhos. Ao fazer isso, o homem levanta-se, pondo-se em prontidão.
"Carmet lutchet hadzpeir nirth, lamth hefit handrak."
O significado daquelas palavras é conhecido por todos ali. Aquela reunião se encerra.
"Carmet lutchet hadzpeir nirth, lamth hefit handrak." A frase é repetida por todos ali, que se ajoelham, deixando a presença da mulher.
***
"Esse é o lugar." Laula aponta para a grande construção.
Aquela edificação enorme se estende, esticando-se rumo aos céus. Bem mais alta e robusta em relação ao restante, é de se esperar que seja especial. Ali, detrás das grossas tábuas da escura madeira de lei, está o item buscado por Jake.
Laula caminha em direção à grande porta de madeira, tocando a maçaneta. No entanto, antes de abrir, olha para Jake.
"Bem, se esse anel realmente vale tão pouco como você disse, não deve ser difícil negociar com o Ronéz."
Jake poderia morder a língua naquele momento. Ele mentiu acerca do valor do anel. Para dizer a verdade, aquele anel há de valer bem mais do que apenas dez moedas de prata.
Mas, não é exatamente aquele detalhe que chama a atenção dele. Laula justo pronunciara um nome. "Ronéz" foi o nome dito.
"Seria esse Ronéz o líder?"
Jake questiona-se, observando a porta, que aos poucos é aberta, revelando toda a estrutura obscurecida.
"Esse lugar é diferente."
Laula fecha a porta assim que Jake passa por ela. O lugar é escuro, porém não em um nível que impossibilite completamente a visão.
O lugar é repleto de vitrais, muitos em sua maioria quebrados, avariados pelo tempo. Por tais vitrais a luz solar da manhã é capaz de passar. Jake consegue visualizar figuras específicas nos vitrais.
A primeira figura é a de uma mulher. Pele alva, olhos escuros, cabelos longos e ondulados, escuros como obsidiana em fios que chegam aos seus pés. Ela está nua, e todo o esplendor de sua imagem é rodeado por luz.
O segundo vitral representa um homem. Sua armadura de cota de malha cobre grande parte de seu corpo. Cabelos castanhos e curtos, olhos verdes e uma espada, que também emana uma luminosidade semelhante à vista no primeiro, contudo, sendo o vidro tingido de cor verde ao invés de amarelo.
"Esse lugar há de ser algum tipo de templo religioso." Jake supõe, notando a massiva estrutura e as imagens que ali estão.
Ainda há um último vitral. Esse último, menosprezado em posicionamento em relação aos dois primeiros, destoa completamente do cenário construído por eles.
Ali, está a representação de algo não-humano, um ser formado inteiramente fumaça ou uma densa e espessa névoa de cor preta como o carvão. Aquela criatura é inteiramente disforme, tendo aparência vagamente humanoide. Dois olhos exageradamente vermelhos se destacam em sua face sem boca ou nariz, e seus dedos longos esticam-se para além da compreensão. A arte, ao invés de luz, como nos outros, é repleta de diversos tentáculos ou cordas feitas de escuridão, sendo inteiramente pretas.
Aquele vitral em especial chama a atenção de Jake, mais especialmente os tentáculos negros que se fazem presentes.
"O que significa isso?" Ele pensa consigo.
Ao fim da observação, é possível concluir que aquele de fato é algum tipo de templo dedicado à prática religiosa. Embora enorme, a construção em si é majoritariamente oca, com um grande espaço em que existem brancos de madeira ocupáveis por várias pessoas, alguns quebrados e inutilizados.
Vários pilares sustentam a estrutura perceptivelmente mais decrépita em relação às casas. Com uma rápida olhada, Jake pode perceber a destruição que não viu na casa abandonada em que batalhou contra Laula. Tudo está quebrado ou danificado em algum nível, e inclusive vários reparos realizados de forma bruta, com tábuas de madeira frágil e comum fecham os buracos das paredes.
Diferentemente do restante, este lugar está de fato caindo aos pedaços.
"Pode seguir em frente por este tapete."
Laula aponta para o chão, revelando um sujo e rasgado, longo tapete vermelho. Tal tapete leva a uma pequena elevação, cerca de dois degraus acima cima. Uma espécie de palco feito do que aparenta ser granito, possivelmente usada pelo líder religioso para pregar.
Jake caminha em passos silenciosos. Durante o caminho, ele pode notar vários objetos que não deveriam estar ali, como bonecas de pano ou outros brinquedos, ferramentas de agricultura como ancinhos e foices, e até mesmo roupas rasgadas e envelhecidas.
"O que aconteceu aqui?"
Ele não sabe a resposta, e logo apenas continua caminhando. Algo muito estranho aconteceu neste lugar, e apenas neste lugar. Deve haver alguma explicação acerca do motivo de apenas essa catedral estar destruída.
A luz de um vitral quebrado ilumina paralelamente o espaço cerca de dois metros de distância do par de degraus. A luz azulada que escapa através da vidraça não permite a visualização do espaço com clareza.
Qualquer coisa pode surgir dali, e Jake está preparado para isso.
... ... ...
"Posso saber o que tem a fazer aqui, aventureiro?"
Uma voz está ali, justo à frente de onde Jake se localiza. Aquela mera distância de dois metros os separa.
"Eu venho em paz. Estou aqui para negociar o anel."
De um segundo para o outro, a luz de uma vela se acende no altar, revelando as três figuras que ali se posicionam.
À esquerda, uma garota, de pele pálida e cabelos inteiramente escuros, corpo magro e vestida em um surrado vestido de cor preta. Os olhos brilham, mesmo sendo escuros como a profundidade do céu de uma noite sem lua, quase igualmente vazios de tudo. Sua presença possui um ar sobrenatural e fantasmagórico. Em seu rosto, repousa apenas a plena e fria seriedade.
Já à direita, um rapaz. De baixa estatura, é de visual infantil. Cabelos castanhos, enrolados como os da representação de um anjo e olhos azuis desta vez comuns. Sardas se dispõe em seu rosto, enfatizando a infantilidade daquela pessoa. O garoto, que não parece ter além de doze anos, sorri com o canto de sua boca de modo ameaçador.
E ao centro, sentado sobre o altar de granito, está o rapaz de semblante maduro e dominante. Suas características são tais quais a do garoto jovem, contudo é mais alto e de composição física mais robusta e amadurecida, além do fato de seus cabelos serem mais lisos. É apenas um pouco mais baixo do que Jake, e sua expressão denota seriedade.
Ele desce do altar. Assim como seu irmão, está vestido com roupas comuns para os camponeses daquele mundo, sendo uma simples blusa bege e calças pretas um tanto empoeiradas.
"Vamos discutir acerca disso, então."
... E então, sem explicação alguma, ele desfere um soco contra Jake, que por pura sorte e posicionamento, desvia.
"Vamos conversar sobre o que esse anel significa, aventureiro!" Ele grita, logo preparando outro golpe.
Jake prepara-se para aquilo. Uma simples premissa de diálogo se transformara em uma luta. Enquanto isso, Laula e os demais apenas assistem, cada um de sua maneira única.
"Então vai ser um combate, huh? Se isso não vão ser resolvido com diálogo, tudo o que eu preciso fazer é derrubar ele."
Ronéz corre na direção de Jake em grande velocidade, e prepara um chute com sua perna direita.
"O que é isso?" Jake observa aquele estranho fenômeno.
Enquanto corre, a perna direita de Ronéz é coberta por chamas. Aquele fogo não está queimando a perna dele, mas sim diretamente surgindo dali, como se emanasse da superfície da epiderme. Incrivelmente, o fogo escarlate não causa dano algum às roupas de pano ou ao próprio Ronéz.
"Isso é Magia?"
Ronéz já está bastante próximo. Será impossível desviar daquele chute. Como última alternativa, Jake utiliza seus dois braços como uma espécie de guarda. No entanto, aquilo se prova pouco efetivo.
Não há sequer o tempo de reagir para o que está por vir...
A fúria da luz dançante, acompanhada do barulho daquela explosão são as únicas coisas que Jake presencia.
Uma grande explosão. No instante em que a chute flamejante de Ronéz entra em contato com Jake, uma grande explosão é gerada, que envia o rapaz para longe.
Jake é enviado vários metros para trás, colidindo com a parede de madeira da entrada da construção. Aquilo é simplesmente aterrador.
Toda a catedral está em chamas em decorrência da grande onda de choque crepitante. Tudo ali está tingido de um visceral tom de laranja. Em meio às brasas que queimam vigorosas, Ronéz se exibe, já exibindo a postura de um vencedor.
"Me surpreende que você ainda consiga se manter de pé, aventureiro." Ronéz diz.
Jake ainda consegue se levantar, e se apoia na parede.
"Esse poder destrutivo... Eu preciso de um plano."
Entre respirações profundas e dores afiadas, Jake encara aquele jovem nos olhos. Como ele pode vencer esse combate? Como derrotar aquele poder todo?