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Capítulo 25 de 11 — Meus pêsames

A transformação que Miguel vivenciou não deixou marcas visíveis em sua aparência física, mas suas ações e atitudes refletiam uma mudança profunda e visível em sua essência. Sua maneira de agir agora era repleta de uma autoestima elevada, irradiando uma confiança que antes parecia inalcançável.

— Vamos de novo. Nena.

— De novo! De novo!

Nena avançou em direção a Miguel, seus passos mostrando uma confiança inabalável enquanto ela se aproximava dele.

Enquanto isso, Nina estava imersa em uma concentração profunda, suas chamas azuis ganhando intensidade à medida que sua energia interior se manifestava. Seus olhos brilhavam com uma intensidade ardente, refletindo a força das chamas que ela estava pronta para liberar.

— Morra!

Ela desencadeou uma série de ataques rápidos e precisos. No entanto, Miguel não ficou passivo diante do assalto. Ele se manteve atento, sua postura defensiva refletindo uma agilidade notável e uma compreensão aguçada dos movimentos dela.

— Covarde! Covarde!

— Não sou covarde. Sou um estrategista. Lutar de frente com você é uma batalha perdida. Sinto que, ao tocar na sua pele, seria queimado. Não sou tão tolo, porém…

Uma mudança sutil ocorreu nos olhos de Miguel, que agora estavam tingidos de vermelho. Era como se uma energia interna estivesse prestes a ser liberada. 

No momento seguinte, ele lançou um contra-ataque surpreendente, sua investida direcionada a Nena com uma força impressionante. O golpe foi rápido e imprevisível, atingindo seu alvo em uma demonstração da ferocidade que ele agora canalizava.

No entanto, a reação dela foi instantânea. Ela ergueu seu braço em uma defesa rápida e hábil, bloqueando o golpe com sucesso. A energia do impacto reverberou em seus músculos, mas sua postura defensiva manteve-se firme, resistindo ao golpe.

— Inútil! Inútil!

— Cristal sangrento!

De repente, um cristal de sangue materializou-se no braço de Nena. Esse cristal perfurou seu próprio braço, causando uma dor aguda e instantânea que a pegou de surpresa.

Nena ficou confusa e desorientada. Ela lutava para compreender o motivo pelo qual esse cristal a perfurava repentinamente, uma ocorrência tão fora do comum que parecia desafiar toda a lógica. A dor que ela sentiu era tanto física quanto emocional, sua expressão contorcida em agonia e confusão.

A dor intensa e a incompreensão levaram-na a soltar um choro de angústia, suas lágrimas misturando-se com o calor da batalha. A sensação de ser perfurada pelo cristal de sangue estava além de sua compreensão, e o desespero em seu olhar refletia o choque e a dor que ela estava vivenciando.

— Nena…

— Curiosidade. Antes, eu só podia utilizar as pinhas sangrentas, mas agora, tenho a capacidade de fazer o que quiser.

— E daí! E daí!

Com determinação, ela usou sua outra mão para remover o cristal de sangue que estava perfurando seu braço. Com um gesto firme, ela o retirou, lançando-o no chão como um sinal de rejeição à adversidade que enfrentara. 

Quase instantaneamente, a ferida em seu braço começou a se curar, um processo de regeneração que parecia quase miraculoso.

Um sorriso iluminou o rosto dela, uma expressão de triunfo e superação. Ela sabia que havia enfrentado um momento crítico e havia emergido mais forte.

— Não importa. Minha irmã sempre regenerará.

— Sério? Essa batalha promete ser ainda mais emocionante. Agradeço a vocês, gêmeas. Vocês serão as cobaias perfeitas para testar o meu novo poder.

As gêmeas sentiram a chama da raiva arder em seus corações. 

Sem perder tempo, ela se lançou em um movimento rápido e preciso, avançando em direção a Miguel com uma velocidade surpreendente. Ao mesmo tempo, as chamas azuis de Nina começaram a se agitar, dançando ao redor dela em um frenesi de energia ardente.

— Vais morrer! Homem imundo!

O grito que se seguiu foi uma manifestação da união entre as gêmeas. Suas vozes entrelaçaram-se em uma harmonia intensa, carregada com a energia das chamas e a emoção que as impulsionava.

Nena avançou com ataques ainda mais intensos e precisos. Enquanto Nina estava preparando algo maior. 

Concentrando sua energia, ela formou uma imensa bola de fogo no céu. A bola de fogo brilhava e crepitava, lançando reflexos ardentes que iluminavam o cenário circundante.

— Isso é serio?! Um ataque desses vai te atingir também.

— Toma essa, homem imundo!

— Espera! Você será atingida também.

Enquanto Nena continuava a pressionar com seus ataques intensos, a bola de fogo criada por Nina no céu começou a se dividir, transformando-se em várias esferas flamejantes que se alinhavam em sequência. 

As bolas de fogo foram lançadas em uma cascata de fúria ardente, dirigindo-se diretamente para Miguel. Ele lutava para se defender dos golpes precisos, mas com a ameaça iminente das bolas de fogo em sua direção, a situação tornou-se ainda mais desafiadora.

Perante a situação desesperadora, ele teve que tomar uma decisão rápida.

Casulo de sangue.

Convocou uma defesa formada pelo próprio sangue, uma barreira que envolveu seu corpo e o protegeu das bolas de fogo.

As chamas que encontraram essa barreira foram absorvidas e neutralizadas, criando um choque visual entre o fogo e a cor rubra da defesa de sangue.

No entanto, mesmo com a eficácia da defesa, o poder das chamas deixou marcas em sua superfície. O calor intenso causou danos à barreira de sangue, criando rachaduras e áreas enfraquecidas.

— Olha só o que você fez. Uma parte de mim foi destruída, mas por que você não está machucada? Sinto que você está ainda mais forte. Não me diga que…

— Sim! Sim! — disse sorrindo.

— Kiahahahaha! Kiahahahaha! Kiahahahaha!

O riso de Nina ecoou no ambiente, uma manifestação de desdém que preenchia o espaço com sua presença carregada de emoção.

— Não importa o que você faça! Minha irmã sempre fica mais forte durante a batalha. Sua derrota é inevitável! Homem imundo!

— Entendo. Quanto mais chamas azuis ela absorver, mais forte fica, enquanto essas mesmas chamas têm efeitos contrários em mim. É uma dinâmica interessante.

— Sim, então morra de uma vez. Homem.

— Mas o que aconteceria se eu te matasse primeiro?

— Quê?

— Quê! Quê!!!

Enquanto Nina mantinha sua postura inalterada, Nena ficou visivelmente surpresa e desconcertada. O choque na voz dela refletia a complexidade da situação, o fato de que essa perspectiva nunca havia passado por sua mente.

— Continuemos Nina — disse Miguel.

Ele começou a manipular o sangue que emanava do chão dos mortos tombados. 

Com uma manifestação impressionante de seu poder, ele formou uma superfície líquida de sangue e saltou sobre ela, transformando o elemento vital em uma espécie de prancha imaginária. Ele estava surfando no sangue, movendo-se com uma destreza surpreendente em direção a Nina.

A reação dela não se fez esperar. Consciente das intenções dele, ela soltou um grito agudo, a emoção crua em sua voz refletindo a surpresa e o desafio.

— Corta esse sangue!

A tentativa de golpear o sangue que ele manipulava resultou em uma surpresa frustrante. Seu primeiro chute passou pelo líquido carmesim como se ele não estivesse lá.

No entanto, Nena não se deixou abater facilmente. Ela continuou a golpear, cada ataque refletindo sua obstinação e força de vontade. 

— Não importa! Matarei a sua irmã primeiro!

— Droga!! — gritou.

Nina reagiu ao desafio lançando chamas azuis concentradas em suas mãos, convertendo-as em tiros de fogo que disparavam em direção a Miguel. Os tiros de fogo lançavam-se com uma velocidade impressionante.

Miguel não estava disposto a baixar sua guarda. Ele utilizou sua defesa de sangue para criar uma barreira protetora contra os tiros de fogo que vinham em sua direção. 

Ela não se deu por vencida. Continuou a disparar tiros de fogo enquanto se afastava, buscando encontrar uma abertura na defesa de sangue. No entanto, estava encontrando dificuldades, pois conseguia manter sua barreira intacta, desviando os ataques flamejantes com sucesso.

— Sai de perto de mim! Homem imundo!

— Não neh — disse sorrindo.

Confrontada com a futilidade de seus ataques, fez uma escolha rápida e ousada. Ela decidiu mudar sua abordagem e correu em direção a Miguel, desistindo momentaneamente dos golpes ineficazes contra o líquido carmesim.

— Sim, venha logo Nena!

— Tarde demais. Banho de sangue!

Nina conseguiu queimar uma parte do sangue, mas uma porção da substância líquida acabou caindo em seu próprio corpo.

— Droga!

— Cristal sangrento!

— Aaaarrrgggghhhh!

O impacto do cristal perfurando o corpo dela trouxe uma reviravolta chocante à batalha. A expressão de surpresa e pavor no rosto de Nena testemunhava o quão inesperado e abrupto foi o desfecho da luta para ela. 

A imagem de sua irmã caída, ferida pelo cristal, era um golpe devastador, desafiando todas as expectativas que ela poderia ter tido.

Miguel desceu para o chão, seus olhos fixando-se nas duas gêmeas caídas diante dele. Com empatia e respeito, ele dirigiu suas palavras as irmãs:

— Meus pêsames.