Capítulo 31.1 - Desespero e Paz; Finalizações (Parte Final)

A atmosfera estava impregnada de tensão enquanto Midoki, agora em sua forma base e exausto, enfrentava a figura imponente de Lúcifer. Ele se lembrava do sorriso sinistro de seu oponente, uma visão que o fazia tremer por dentro. Ao lado, Orfeu, em um ato desesperado, clamava pela ajuda de seu "deus". Mas, sem hesitação, Lúcifer perfurou o peito de Orfeu com o dedo indicador, absorvendo-o, devido à sua nova perk, Power Absorb.

Lúcifer ergueu o olhar, a sombra de um sorriso desdenhoso dançando em seu rosto.

- Lúcifer: "Ele não serve mais para nada." - Declarou, sua voz gélida como o próprio vazio.

Enquanto isso, a Jóia de Valhalla, que havia escapado das mãos de Hera, pois teve seu corpo desfeito, logo após a morte de Orfeu, repousava no chão, brilhando com um poder ancestral. Midoki a observava, mas não tinha forças para reagir. Lúcifer, com sua habilidade espiritual Magnetismo, manipulava o campo magnético da energia absorvida de Orfeu, lançando-a de forma devastadora contra Midoki. O ataque era implacável, deixando o herói em uma situação que parecia irreversível.

No entanto, o olhar de Lúcifer não se detinha em Midoki por muito tempo. Ele voou em direção à Jóia, apanhando-a com destreza e sentindo sua ressonância vibrar em seu ser. A esfera sagrada parecia reconhecê-lo, aceitando-o como seu portador. Com isso, Lúcifer elevou seu poder a um patamar que desafiava a compreensão. A aura dele tornou-se tão intensa que até mesmo o ar parecia vibrar.

Ele fitou Midoki com olhos brilhantes de superioridade.

- Lúcifer: "Sabe o que é ironia, Midoki?" - Provocou, sua voz ressoando com arrogância. - "Agora, tenho o poder de derrotar até mesmo a própria morte."

O corpo de Lúcifer brilhou enquanto ele ativava sua nova habilidade, Morte Celestial. Esse poder o tornava quase invencível, mas à custa de sua longevidade. Ele riu, como se o sacrifício não fosse mais do que uma inconveniência.

Midoki, de joelhos, apertava os punhos.

- Midoki: "Como... você pode?" - Sussurrou, com a voz trêmula.

Lúcifer inclinou-se levemente, aproximando-se de Midoki.

- Lúcifer: "Está lamentando por seu inimigo? Eu já disse, ele não era mais necessário. Ah, e antes que eu esqueça..." - Seus olhos brilharam com malícia. - "Eu matei Lilya. A Rainha das Fadas tentou me deter, mas foi inútil."

O impacto da revelação foi devastador. Midoki sentiu o chão desaparecer sob seus pés.

- Midoki: 'Você... matou Lilya?" - Sussurrou, com a voz embargada.

Com um golpe rápido e letal, Lúcifer cortou Midoki ao meio. O silêncio reinou por um instante antes de Lúcifer abrir um sorriso satisfeito.

- Lúcifer (pensando): "Agora, não há mais nada entre mim e meu destino." - Ele alçou voo, deixando a área do Paradoxo, enquanto os Templários observavam horrorizados.

Throk cambaleou até o corpo despedaçado de Midoki, seus olhos cheios de angústia.

- Throk: "Como... como ele vai voltar desta vez?" - Murmurou, incrédulo. - "Dessa vez, o corpo dele está completamente desmembrado."

De repente, uma figura emergiu das sombras atrás de uma pilastra do templo de Hera. Descendo lentamente as escadas até a Casa de Serpentário, a ilusão se desfez, revelando Belphegor. Sua técnica Ilusão do Diabo havia enganado até mesmo Lúcifer.

- Midoki: "Foi você..." - Midoki arfou, percebendo que estava ileso. - "Isso parecia tão real, que eu até senti o golpe me acertando."

Belphegor sorriu enigmaticamente.

- Belphegor: "Enganar e espalhar sofrimento são minhas especialidades. Lúcifer pode ser poderoso, mas até ele tem seus pontos cegos."

Elyra fitava Belphegor com desconfiança, enquanto uma pergunta pulsava em sua mente.

- Elyra (pensando): "Por que logo ele nos ajudaria?"

- Midoki: "Por que está aqui?" - Midoki questionou, sua voz carregada de desconfiança.

Belphegor cruzou os braços.

- Belphegor: "Durante os últimos dez anos, Lúcifer tem sido consumido pela loucura, devido a natureza de um Nephilim. Ele matou Lilith que se opôs a ele, logo após a morte de Marcos, e agora pretende destruir tudo, inclusive diversos Generais Infernais estão contra as ideias dele, então cedo ou tarde ele irá dizimar cada um de nós. A verdade é que eu quero salvá-lo... mas sozinho, não posso. Por isso, proponho uma aliança."

Midoki balançou a cabeça.

- Midoki (pensando): "Não posso confiar em você. Já matou pessoas que amo antes... bom, pelo menos em outra linha do tempo."

Belphegor ajoelhou-se, um gesto raro para alguém de sua natureza.

- Belphegor: "Peço que reconsidere, por favor. Orfeu ativou o Armagedon antes de morrer. O tempo aqui está distorcido. Precisamos agir rápido."

Mesmo assim, Midoki recusou, deixando Belphegor para trás, que se retirou com um tipo de teletransporte das sombras. Ele reuniu suas forças, liderando o grupo para fora do Monte Olimpo. Throk utilizou Sunrise - Sonne Segen para libertar Neptune do gelo, misteriosamente o corpo de Kamuz havia desaparecidado; nesse ínterim, Elliot carregava Spink em uma nuvem criada com sua habilidade Brisa - Windes Segen. Exaustos, eles chegaram à cidadela celeste.

Na Taverna, foram recebidos calorosamente por Warley, que expressou alívio por sua sobrevivência, que agradece por derrotarem Orfeu.

Enquanto a maioria celebrava, Midoki foi conduzido até o salão principal dos Guardiões Divinos, onde o imponente líder Valerius o aguardava.

Valerius era uma figura majestosa, com uma aura de autoridade que fazia qualquer um respeitá-lo de imediato. Seus olhos dourados fixaram-se em Midoki enquanto ele caminhava até o centro do salão.

- Valerius: "Midoki, sua bravura e sacrifícios trouxeram paz momentânea a este reino." - Começou Valerius com uma voz grave e solene. - "A maioria dos emissários foi eliminada, e alguns desapareceram... eu também sabia sobre tudo o que Orfeu havia feito, e mesmo assim eu fiquei contra Kentarou... por isso deixarei meu posto como um guardião."

Midoki assentiu, compreendendo o peso das palavras. Então, fez uma reverência respeitosa antes de responder:

- Midoki: "Fizemos o que foi necessário. A maioria dos Emissários foi eliminada, mas alguns desapareceram antes que pudéssemos lidar com eles. Não sabemos se isso significa que estão mortos ou se ainda representam uma ameaça."

Valerius assentiu, pensativo.

- Valerius: "Sem a ordem de um novo representante escolhido diretamente por Zeus, nenhum novo Emissário poderá surgir. Contudo, os Anéis dos Emissários são complexos. A única maneira de resetar a perk de um anel é com o poder de alguém que tenha alcançado o nível de *Supremo (Grau A)*, ou superior. Ou seja, mesmo que tenham sido roubados, esses anéis serão quase inúteis."

Depois dessa conversa, o grupo finalmente teve um momento para descansar. Eles se reuniram na Taverna da cidadela, onde puderam se alimentar, beber e deixar o cansaço dissipar por algumas horas. O ambiente era acolhedor, e a sensação de vitória pairava no ar.

No entanto, a despedida logo se aproximou. Após se recuperarem, Midoki, Throk, Neptune, Elyra, Spink e Elliot se prepararam para partir. Eles subiram de volta ao barco, que permanecia intacto, flutuando sobre as nuvens. Elliot, que nunca havia estado em uma nuvem antes, olhava para o chão esbranquiçado com fascinação e um toque de incredulidade.

- Elliot: "Como isso é possível?" - Perguntou Elliot, tocando a nuvem sólida sob seus pés. - "Nuvens não deveriam ser vapor?"

Neptune sorriu, cruzando os braços enquanto observava o cenário ao redor.

- Neptune: "Provavelmente é trabalho dos Quatro Seraphins." - Explicou ele. - " Segundo as lendas, esses seres têm o poder de moldar reinos celestiais, tornando até o impossível realidade."

Enquanto o barco zarpava, todos lançaram um último olhar à cidadela, carregando consigo a esperança de que sua missão tivesse realmente trazido alguma paz, ainda que temporária, a um mundo mergulhado em caos.

A viagem foi marcada por momentos de alívio e risadas, mas também pela sombra do que estava por vir. Enquanto o barco descia rapidamente dos céus, Elliot se lembrou e gritou em pânico:

- Elliot: "Espere!? Estamos caindo! Vamos morrer!"

Midoki apenas ria, enquanto Elyra se segurava nele e Throk o repreendia.

- Midoki: "Elliot, ative suas asas, seu idiota!" - Gritou Midoki, divertindo-se com o desespero do amigo.

Nos momentos finais dessa etapa da jornada, o grupo finalmente alcança a Praia dos Pukains, onde Namiros os aguardava ansioso. O velho, agora tomado pela nostalgia, sorriu calorosamente ao ver Spink e os outros se aproximando após tanto tempo. Ele se aproximou rapidamente, abraçando Spink com um misto de alívio e alegria.

- Namiros: "É bom vê-los novamente, depois de tanto tempo!" - Disse Namiros, com a voz carregada de emoção. - "Já estava começando a me preocupar."

Enquanto Namiros ajudava o grupo a organizar suas coisas, ele observou a condição de todos e sugeriu:

- Namiros: "Para chegar a Lior será mais rápido e menos cansativo se continuarem pelo rio com o barco. Vocês ainda estão se recuperando, e carregar malas e suprimentos pela estrada seria um esforço desnecessário."

Midoki, após um breve momento de reflexão, concordou com a sugestão.

- Midoki: "Você está certo, Namiros. Vamos continuar pelo rio. Assim, teremos mais tempo para descansar enquanto seguimos para a capital. Muito Obrigado!"

Com isso decidido, o grupo embarcou novamente no barco, despedindo-se de Namiros que ficou na praia, acenando enquanto eles partiam. Navegaram suavemente pelas águas tranquilas do rio, com os primeiros raios do sol iluminando o caminho para a majestosa capital do Reino de Lior.