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Entre Sombras e Olhares

Ariandel observava de longe, seus longos cabelos brancos ondulando suavemente com a brisa, seus olhos caleidoscópicos focados no tumulto à frente.

"Mas, realmente, isso é… embaraçoso," Ariandel pensou, não conseguindo evitar um sorriso constrangido. "O garoto tem uma maneira peculiar de lidar com as coisas, não é?"

Enquanto os outros ao redor de Sunny riam e zombavam, Ariandel se permitiu observar mais um pouco. Ele tinha o poder de ler o estado emocional de todos ali, e ao focar em Sunny, ele sentiu uma mistura de apreensão, desconforto e determinação, com toques de humor negro e cinismo que o ajudava a lidar com a situação.

"A bravura e a ingenuidade dele se misturam de forma tão... hmm, cômica. É, talvez, o que o torna tão encantador, na verdade."

Ele, com sua experiência, conseguia ver além da fachada arrogante. O jeito como Sunny é capaz de criar uma "falsa verdade" revela um traço brilhante de sua falta de vergonha, capacidade estratégica e seu senso de humor sombrio.

Depois de captar a complexidade dos sentimentos e intenções de Sunny, ele voltou sua atenção para a extensão de sua própria habilidade.

"Acho que o meu alcance está maior…" Ariandel ponderou, com um leve franzir de testa. Seus sentidos se tornavam mais aguçados, como se sua percepção se alargasse à medida que as emoções do ambiente se tornavam mais intensas.

Ele estendia sua mente para além de onde inicialmente conseguia. "91 metros agora… Talvez um pouco mais se eu me concentrar." Ele sentiu as tensões sutis no ar enquanto passava pela sala, os grupos de Adormecidos conversando entre si sem nem ao menos perceber sua presença.

Enquanto caminhava entre os grupos, Ariandel sentia grande prazer na experiência de testar os limites de suas habilidades. 

"Minha invisibilidade funciona em alvos dentro de um alcance de 56 metros. Eu diria que esse é meu limite no momento, mas exige muito de mim. Ainda assim, se alguém começar a procurar ativamente, minha presença será detectada. Não é perfeito, apenas eficaz."

A sensação de ser invisível trazia a Ariandel uma doçura sombria, uma melancolia poética que o acompanhava como uma sombra silenciosa. Não era a leveza de quem se esconde por escolha, mas o peso de ser um peregrino em um mundo que não o conhecia, onde seus passos não deixavam marcas e seus gestos não encontravam eco. Era como caminhar entre estranhos eternamente, pertencendo a lugar nenhum, carregando consigo a solidão de alguém que vê tudo, mas não é visto.

Essa reflexão pairou em sua mente enquanto ele novamente observava Sunny, que ainda estava no centro da conversa. Ele mantinha um sorriso agridoce, observando os desdobramentos com a curiosidade tranquila de alguém que sabia exatamente como as coisas se dariam.

Em contraste com o comportamento impulsivo de Sunny, que Ariandel via como uma série de trapalhadas e tentativas de demonstrar poder, ele não se importava com o ridículo ou os erros do jovem. Sabia que aquele rapaz ainda tinha um caminho a trilhar e que, apesar de seus passos desajeitados, estavam, de alguma forma, indo na direção certa.

"E, o que seria da vida sem esses momentos? Sem um pouco de desordem? Mas eu ainda me surpreendo com o quanto ele está se expondo."

"E o risco de alguém perguntar: 'Então, você tem um Nome Verdadeiro?' Tem algo muito preocupante nisso", murmurou Ariandel para si mesmo, divertido.

Ele sabia que deveria evitar se envolver muito, mas sua mente vagava, incapaz de resistir à provocação interna. "Quem diria que o pequeno rato das periferias teria a audácia de cutucar as pessoas dessa forma? Se eu não o conhecesse melhor, poderia jurar que ele tem uma certa queda por levar umas boas broncas de algumas mulheres bonitas."

Seu sorriso se transformou em uma gargalhada abafada, uma mistura de ironia e genuína diversão. Mas, ao perceber o risco, segurou-se de repente. Ainda assim, o eco suave do riso quase traiu sua presença aos Adormecidos, forçando-o a recuperar o controle com um toque de cautela.

***

Nota do Experimento: Domínio sobre as Percepções da Mente e do Coração.

BY Ariandel

Objetivo: Testar os limites da Invisibilidade Psicológica e avaliar a eficácia do Sentido Mental.

Relatório Inicial: Durante os últimos testes, minha Habilidade Invisibilidade Psicológica mostrou-se mais eficaz e precisa. Meu alcance aumentou, permitindo-me atingir distâncias de até 56 metros, embora isso dependa dos alvos e da minha concentração.

A Habilidade Sentido Mental é mais sensível a mentes tumultuosas e conscientes de minha presença, alcançando até 105 metros. A orientação através do sexto sentido também tem evoluído.

Agora, um balanço mais detalhado:

Alcance Expandido:

O alcance da habilidade superou as expectativas iniciais. Como um "monstro dormente", meu Sentido Mental se estende por 70 metros, alcançando emoções mais intensas até 105 metros. Consegui manter a invisibilidade com precisão a partir de 56 metros, e minha aura mental é oculta a ponto de não ser percebida, mesmo em distâncias maiores.

Eficiência da Percepção Mental:

Minha habilidade de perceber emoções e intenções permanece inalterada. Consigo identificar emoções superficiais, como frustração, ansiedade e raiva, mas não sou capaz de prever as ações que uma pessoa pretende realizar.

Essa habilidade mostra-se promissora como substituta para a visão. Ao captar pressões mentais ao meu redor, consigo mapear o ambiente de forma intuitiva. As consciências emitem sinais que orientam minha percepção espacial, permitindo-me identificar movimentos, distâncias e características do cenário.

Interação com o Cenário:

Posso interagir com o cenário ao meu redor sem ser notado, incluindo mover-me entre grupos de pessoas, observar suas reações e até emitir pequenos ruídos sem quebrar a invisibilidade.

Limites e Controle:

Manter a invisibilidade em multidões exige maior atenção. Um pequeno erro, como um movimento abrupto ou uma interação inesperada, pode romper a habilidade. Além disso, pessoas emocionalmente instáveis ou que já estejam cientes da minha presença tendem a me perceber com maior facilidade. O uso excessivo da habilidade em um curto intervalo causa fadiga mental, e períodos prolongados de concentração reduzem minha capacidade de controle.

Observações Finais:

A dinâmica da Habilidade Ser Onírico — Invisibilidade Psicológica e Sentido Mental — tem suas limitações. Ocultar minha aura mental, sentir e influenciar a percepção das pessoas é impressionante, mas o aumento do alcance exige equilíbrio com a necessidade de foco. Continuarei monitorando esses parâmetros e expandindo os experimentos para compreender melhor meus limites.

Conclusão:

Bem, parece que minha habilidade de desaparecer diante dos outros é bastante útil, embora um pouco limitada por minha necessidade de não ser um acidente elegante à espera de acontecer.

Mas não se preocupem, ainda posso me mover entre os Adormecidos e suas adoráveis aventuras emocionais. Um punhado de adolescentes tentando se entender enquanto se acham os mestres do universo… Mas, claro, ainda não chegaram ao ponto de perceber a realidade do poder que realmente têm.

Ah, e o nosso querido Sunny... O "herói" em construção. Posso só imaginar o quanto ele ficaria horrorizado sabendo que está sendo observado por um "adorável dragão" de olhos sonhadores enquanto tenta se provar. Não me surpreenderia se ele já estivesse com medo da própria sombra. Mas não se preocupem, ele vai crescer… ou pelo menos, espero que cresça, antes que o caos nos engula. Isso seria um tanto trágico para uma história de "despertar", não?

Enfim, mais experimentos virão. Vamos ver até onde consigo empurrar meus limites enquanto assisto a comédia dramática desses jovens tentando descobrir como não ser um desastre completo.