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O Recomeço em um mundo de RPG

Sofrer por causa do erro de outras pessoas, isso resume bem a vida de um jovem garoto, mas mesmo com tudo e todos conspirando contra ele conseguiu sobreviver. Quem iria imaginar que alguém que sobreviveu a praticamente tudo morreria de um jeito tão normal, um dia quando estava em mais uma de suas fugas foi atropelado, morte instantânea, mas algo ainda tinha sido reservado para ele, isso era... uma segunda chance. Ele acorda em uma sala, com o auto intitulado deus estagiário, ele tem a escolha de recomeçar em um novo mundo, cheio de magia e coisas maravilhosas, mas que também irá trazer grandes perigos. Essa é uma história inspirada nos isekais japoneses, nosso protagonista viverá em um mundo de magia e monstros perigosos, conseguirá ele sobreviver nesse mundo assim como fazia em sua antiga vida? (Se bem que ele morreu). Isekai de acordo com a Wikipédia: Isekai (異世界 lit."mundo diferente") é um subgênero de light novels, mangás, animes e jogos eletrônicos de fantasia caracterizado por um protagonista normal (geralmente um habitante contemporâneo da Terra) sendo transportado ou preso em um universo paralelo.

RenCmps · แฟนตาซี
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60 Chs

Capítulo 37 - Fantasma do passado

Me espreguiço na cama e solto um leve bocejo.

— Que tal ficarmos deitados na cama... O dia inteiro? — pergunto.

— Infelizmente não posso — diz se sentando na cama. — O trabalho está à minha espera.

Ela se levanta e segue até o guarda-roupa, a observo enquanto mexe nas portas e gavetas pegando algumas roupas.

— Que bela visão — falo.

— Idiota — diz pegando algumas roupas minhas que estavam jogadas no chão e jogando em meu rosto. — Se veste logo.

— Ok, ok. — Pego as roupas e me levanto. — Vou fazer o café da manhã, apenas se arrume — falo saindo do quarto.

Agora estou na sala, que também é a cozinha. Yasmin tem um pequeno apartamento no centro da cidade, ainda está pagando as prestações, mas pode se dar ao luxo de dizer que tem uma casa própria, algo difícil de se conquistar nesta cidade.

Vou até a pia, pego uma panela e a encho de água do filtro, em seguida coloco no fogo, começo a preparar um café. Consigo ouvir o som do chuveiro sendo ligado. Depois vou até o pequeno armazém ao lado da geladeira.

'Esqueci que não fizemos compras esse mês.'

— Estamos sem nada para o café da manhã, vou ir na padaria comprar algumas coisas — falo alto para que possa me escutar de dentro do chuveiro.

Quase que instantaneamente pode-se ouvir o barulho do chuveiro cessar e sons passos ligeiros que aumentava ao se aproximar. Yasmin aparece na sala, pingando por não ter conseguido se enxugar e coberta por uma toalha branca.

— Fique em casa, eu vou. — diz com um rosto sério.

Dou uma pequena risadinha. Ela foi a única pessoa que confiei completamente desde que minha vida se tornou uma bagunça, a primeira a escutar tudo que tinha acontecido comigo, mas mesmo com tantos problemas que trazia também foi aquela que me aceitou. Era tão paranóica quanto eu, tinha medo de que nunca mais voltasse ao sair por aquela porta.

— Não se preocupe. — Caminho até ela enquanto falo e dou um beijo ligeiro em seus lábios. — Vou rápido, apenas comprarei algumas coisas, apenas termine de se arrumar, talvez chegue antes mesmo que consiga estar pronta.

Assim como era uma constante sua preocupação também era rotineira as palavras "Não precisa se preocupar" que dizia a ela.

— Você sabe muito bem o que deve fazer — diz a mulher enquanto me distancio dela. — Não fale com estranhos, apenas vá e volte o mais rápido possível.

Pego um boné e um óculos escuros, os mantenho perto da porta, afinal, preciso deles sempre que vou sair.

— Nesse momento você falou exatamente como uma mãe. — Os visto e vou até a porta.

— Apenas pare com as gracinhas, vá e volte correndo! — grita.

— Certo, certo. — Aceno em despedida e fecho a porta.

Ao sair do apartamento me deparo com a cena de sempre. Um pequeno salão com várias portas ao redor, na parte da frente apenas as escadas, estávamos no terceiro andar de um prédio de cinco. Desço os degraus, no caminho passo por um homem vestindo um sobretudo, normalmente ficaria preocupado, mas já havia o visto diversas vezes, era o vizinho de Yasmin.

— Bom dia. — Ele cumprimenta.

— Bom dia. — O respondo e continuo meu caminho de sempre.

Saindo do prédio fecho a porta de entrada. Realmente não gosto da ideia de viver em local que não tenha portaria ou algo do tipo.

O tempo não estava tão diferente de sempre, mas assim que dou o primeiro passo em direção a rua uma brisa passa arrepiando meu corpo. Desde que cheguei a este país estou sentindo muito frio, talvez tenha passado muito tempo ao sul.

A padaria ficava à apenas duas quadras de distância, então, assim como ela havia me avisa, era possível ir correndo e voltar rapidamente. Apesar de Yasmin sempre me dizer para ficar em casa, e eu entendo o motivo, é sempre bom sair e sentir o ar puro um pouco.

Caminho até meu destino, sempre tentando não chamar muita atenção. Chegando à loja vou direto onde ficam os pães e olho o que poderia levar. Vejo que tem vários macarons e croissants que foram feitos faz pouco tempo, apesar de ouvir sempre "Você está generalizando" ela ainda assim os comia com um rosto feliz.

Um grande barulho pode ser ouvidos, diversos carros passando em alta velocidade pela rua, sons de freadas e dos pneus derrapando puderam ser ouvidos. Vou para fora da padaria rapidamente.

— O que está acontecendo? — Pergunto à uma pessoa que estava passando.

— Apenas alguns carros pretos passaram em alta velocidade — responde o homem. — Me pergunto o que a polícia está fazendo enquanto esses delinquentes fazem...

Antes de ouvir a finalização de seu monólogo começo a correr de volta para casa.

'Espero que esteja apenas sendo paranoico demais'.

Corro ao lado oposto ao prédio, desta forma pelo menos não irei dar de frente com algum deles, se estiverem atrás de mim. Quando chego em frente ao meu destino meu maior medo se torna real. Os carros estavam parados em minha frente. Dou a volta no prédio entrando em um beco ao seu lado.

— Ele não estava lá... — Ouço a voz de alguém, parecia estar falando no celular.

Rapidamente me escondo atrás de uma lixeira. Ele estava vindo em minha direção.

— Sim, encontramos a mulher, o que fazemos? — Ouço sua voz se aproximando. — Entendido.

O homem desliga o celular e pega o que parece ser um rádio. Quando vai apertar para falar algo, pego sua mão e a giro quebrando seu braço. Antes que possa gritar coloco minhas duas mãos em sua cabeça, a girando rapidamente, quebrando seu pescoço. Pego seu corpo e jogo no lixo, antes pegando seu rádio.

Sabia que nesse beco havia uma porta para funcionários, tinha roubado a chave do zelador à algumas semanas e venho usando essa porta em horários não comerciais.

"Quais são as respostas do chefe?"

A voz sai do rádio. Não posso responder, eles perceberiam a mudança brusca de voz, então tenho apenas uma opção, ir o mais rápido possível, pois irão achar estranho a falta de resposta.

Parece que n��o esperavam que eu fosse aparecer, não estavam em guarda. Vou subindo os andares e derrubando alguns homens com ternos, todos estavam armados. Pego duas pistolas.

Quando estou no segundo andar ouço gritos vindo do terceiro.

— Me diga logo onde ele está. — Uma voz masculina vocifera.

— Não irei te dizer nada. — Yasmin grita em resposta. — Eu prefiro que me matem!

Um grito de dor pode ser ouvido em seguida.

Sinto meu sangue esquentar, tenho que chegar o mais rápido possível. Ela estava gritando para que, caso eu estivesse perto, pudesse ouvi-la, algo como "Não venha, prefiro que eles me peguem". Mas não posso cumprir esse desejo.

No segundo andar corro em direção a uma porta, dou dois tiros em sua direção e jogo meu corpo contra ela, fazendo-a se partir. Esse é o apartamento que está exatamente abaixo do de Yasmin.

— Ele está aqui! Todos se mantenham atentos! — A mesma voz masculina de antes grita.

Posso ouvir o som de diversas pessoas andando, tanto no andar de cima, quanto no de baixo.

Não havia ninguém neste apartamento que entrei, fico grato por isso. Corro até a janela, posso ver as escadas de emergência. Atrás de mim escuto o som de passos rápidos. Olhando para trás vejo dois homens entrando.

— Apenas atire, não precisamos dele...

O que entra primeiro começa a falar, mas sua fala é interrompida, assim como sua vida. Um disparo o atinge na cabeça. O segundo tenta mirar em minha direção, mas outro disparo já havia saído da segunda arma. Talvez por reflexo ou apenas como seu último ato neste mundo, seu dedo aperta o gatilho, soltando uma rajada de tiros que atinge a parede atrás de mim e sobe até o teto.

Quebro a janela e pulo para fora. Em cima de mim estava mais um dos homens de preto, desta vez ele atira primeiro, mas sem sucesso, não conseguiu acertar seu alvo, diferente de meu disparo certeiro. Pego sua arma, uma submetralhadora.

Subo para o quarto andar, sem que passe pelas janelas do terceiro. Posso ouvir o som de pessoas se movendo lá dentro. Tenho certeza que ouviram os disparos. Prendo minhas pernas na escada e jogo meu corpo de frente para a janela, ficando de cabeça para baixo e atirando em dois homens que estavam próximos à janela. Em seguida pulo para dentro, quebrando a janela e me cortando no vidro.

Assim que caio na sala diversos disparos vem em minha direção. Me jogo para o lado, devolvendo a ofensiva com outra rajada de tiros, que derruba um, mas o segundo desvia. Na sala ainda estavam mais dois além do armado, mas pareciam estar sem arma alguma.