Capítulo 23 - Colar

Segundo dia nesta cidade, hoje irei passar de missão assim que terminar essas duas missões.

— Na esquerda. — Arremesso minha adaga que atinge a cabeça de um goblin. — Qual foi esse?

Alícia se aproxima.

— O décimo, a missão está finalizada — diz sorrindo.

Pegamos apenas o necessário para as missões hoje, dez goblins e dois javalis. A recompensa foi de sete moedas de bronze médias, mas minha verdadeira conquista foram os dois mil e cem pontos de xp. Agora faltava pouco mais de três mil para que passasse de nível. Além disso ainda teve um grande achado.

— Trezentos e cinquenta sem matar nenhum monstro. — Alícia diz espantada ao olhar seus status.

Essa foi a grande descoberta. Normalmente não combatentes ganham dez por cento do xp, com esse não sendo retirado dos outros, apenas ganho a mais, mas precisam ajudar no combate. Descobrimos que de alguma forma Alícia ganhava vinte e cinco por cento, não sabemos ao certo se por causa de minhas habilidades ou de sua condição.

Passamos o resto do dia treinando magia, a partir de amanhã começaremos a nos preparar para dar continuidade em nossa viagem, até mesmo Alícia estava se demonstrando incomodada com os olhares que recebíamos na cidade. Hoje estou a ensinando magia de fogo, será para melhorar seu ataque, afinal, ela já tem sua magia de terra para defesa.

— A magia depende praticamente da sua imaginação — explico. — Você deve imaginar o poder mágico tomando uma forma que te lembre o fogo.

— Na verdade Alícia não entendeu — responde.

Cada pessoa tem sua própria forma de dar imagem a sua magia, essa é a maior complicação quando se trata do ensino.

— Hmm... — Não consigo pensar em uma forma melhor, uso bastante do conhecimento que tenho do antigo mundo para esta parte. — O que você imagina normalmente ao usar sua magia de terra?

— Alícia apenas pensa apenas em um muro, assim irá poder proteger — responde.

— Sério? — pergunto um pouco espantado.

Ela balança a cabeça em afirmação. Isso é estranho, era para os humanos usarem magias igual a nós vampiros, me foi ensinado que a imagem do elemento era algo essencial, será que...

— Você consegue imaginar uma lança de pedra usando magia? — pergunto.

— Yep.

Uma lança surge do chão no mesmo segundo. Isso é hack! Ela conjura magias duas vezes mais rápido por causa disso.

— Você pode fazer a magia apenas pensando no resultado final... — falo. — Tente imaginar uma flecha de fogo, mire a magia naquela árvore.

Se o que estou pensando estiver realmente certo...

Não aconteceu nada.

— Alícia não consegue — diz tristonha.

— Não se preocupe, com o tempo vai dar certo.

Depois disso ela conseguiu fazer chamas depois de algum tempo, porém não conseguia lançar a magia, igual a mim com água. A compatibilidade com o elemento faz uma grande diferença.

— Bom, acho que por hoje é o suficiente — falo após olhar o céu começando a ficar escuro. — Vamos voltando?

— Okay.

Estávamos voltando para a pousada, quando cruzamos com aquele grupo de aventureiros de ontem. Passando pela pessoa de capuz sinto um estranho sentimento, algo não estava certo, seu cheiro era diferente dos outros humanos. Olho para trás quando estávamos em uma distância considerável, a pessoa encapuzada também se virou e me olhou. Não posso ver seu rosto inteiro desta distância, mas pude ver sua boca, ela sorriu e seguiu seu caminho.

— Ioan conhece essa pessoa? — Alícia pergunta curiosa.

— Acho que não.

O sentimento de que algo estava errado não desaparece, porém não há nada que possa ser feito a respeito. Tento me obrigar a deixar esses pensamentos de lado.

— Talvez deveríamos começar a nos arrumar para seguir o caminho.

— Yep. — Alícia concorda.

Assim terminou nosso segundo dia nesta cidade, com um péssimo sentimento de presságio.

~~~

Já se passaram quatro dias desde que chegamos a Cidade Porteira. Pode soar estranho, mas esta cidade não tem um nome formal, é apenas comummente chamada de Porto por quase todos. Nosso dinheiro atual é três mil oitocentos e noventa e cinco yons.

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Nome: Ioan Ilie | Rank: E

Raça: Vampiro | Classe: Bronze

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Meu Rank subiu de F para E, mas assim como tinha visto antes subir o primeiro Rank é muito fácil, para subir do F para o E são necessárias 10 missões de Rank F. No entanto, para subir do E para o D são necessárias 20 missões de Rank-E, esses são os Ranks mais fáceis de subir, depois destes é necessário um exame na guilda.

—: Fire Ball — Alícia fala.

Uma bola de fogo engole cinco goblins.

— Alícia conseguiu — grita enquanto pula animada.

— Bom traba... — Começo a falar, mas sou atropelado pela garota que pula em mim de alegria.

Nestes dias Alícia conseguiu aprender |Magia de fogo LV 1| e o básico da de água, embora não tenha ganhado a habilidade em seus status ainda. Estou controlando a de água melhor, porém ainda sem sucesso em usar alguma magia por completo, também sou ferido no processo. Enquanto Alícia treinava sua magia de fogo eu tentei me focar em caçar esses dias.

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Nome: Ioan Ilie

Raça: Vampiro

Título: |Aventureiro Novato|

LV 7 (prox level 330/14000)

HP: 1200/1200 (+300)

MP: 850/850 (+250)

Ataque mágico: 215 (+65)

Ataque físico: 270 (+70)

Agilidade: 410 (+110)

Defesa mágica: 200 (+75)

Defesa física: 195 (+55)

Sorte: 30 (+5)

Habilidades:

|Controle mental (Pequeno)|

|Pacto de sangue lv 2|

|Modo Berserk|

|Regeneração (Pequena)|

|Fortalecimento Lunar|

|Sede de sangue|

|Foco do caçador lv 2|

|Magia Fogo lv 1|

|Magia vento lv 1|

|Magia Terra lv 1|

Resistências:

|Resistência ao Sol MAX|

|Resistência mágica (Pequena)|

|Resistência à ataques mentais (Pequena)|

Bênção:

|Amado pelos deuses|

|Boost XP 50%|

Todos os títulos adquiridos:

|Inimigo dos goblins|

|Caçador|

|Caçador Mago|

|Aventureiro Novato|

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Meus status cresceram bastante, estou mais forte principalmente magicamente falando, usei bastante magia, então acaba refletindo quando passo de nível. Embora tenha caçado tanto estes dias não subi de Rank na guilda, não tinham muitas missões de caça, então apenas vendia pelo preço de mercado, ganhei nesses dois dias sete moedas grandes de bronze, duas médias e sete pequenas, 727 ¥.

— Agora Alícia também poderá lutar — diz animada.

— Sim, só tente se segurar um pouco na próxima — falo enquanto rio.

Não sobrou quase nada dos goblins, seu poder mágico é uma coisa absurda.

— Então, parece que estamos prontos para seguir viagem.

Ontem fui chamado pelo líder da guilda para conversar sobre algumas coisas.

~Um dia atrás~

Bato na porta de seu escritório.

— Pode entrar — ouço sua voz vindo de dentro.

Quando entro vejo o líder e uma mulher. Ela era alta e seu cabelo longo, de cor amarelo esverdeado, sua pele era branca, porém não como os vampiros, usava um vestido branco com detalhes dourados e segurava uma bolsa. Olhando atentamente podia-se ver suas orelhas pontudas, o que demonstrava que não era humana, uma elfa.

— Sente-se — diz o líder da guilda.

Nos sentamos no sofá em frente a eles, que estavam em outro sofá em nossa frente, havia uma mesa de centro nos separando, nela tinham alguns doces. Alícia já estava comendo.

— Você vai ter dor de barriga assim — falo.

— Mas Alícia gosta — diz fazendo uma cara fofa.

— Deixe ela comer. — O líder fala enquanto ri.

Você está mimando ela!

— Bom, vamos ao assunto — diz ficando um pouco mais sério agora. — Esta é Mira uma comerciante que conheço a muito tempo.

— Prazer em conhecê-lo — fala estendendo a mão.

— Sou Ioan, prazer. — Me levanto e a cumprimento.

— Ouvir de Joseph que precisa disso — diz mexendo dentro de sua bolsa.

Logo em seguida tira um colar. Pequeno e de aparência bem simples, prateado com um pingente, parecido com aqueles que se abre e põe uma foto. Não consigo pensar o porquê de precisar deste colar.

— Lembra de quando lhe disse que Alícia precisaria de algo para sua aura? — O líder começa a falar, provavelmente após ver minha expressão. — Esta joia faz exatamente isso.

— Entendo — respondo animado, mas ao pensar fico desanimado logo em seguida. Porém acredito que não terei dinheiro suficiente por agora, acabei de chegar no Reino.

Quando fui em uma loja de artigos mágicos ouvi que custaria algo entorno de uma moeda de ouro pequena, ou seja, um milhão de yon, no momento tenho pouco mais de quatro mil.

— É neste momento que a guilda entra — diz o líder. — Iremos pagar essa quantia.

— Como? — Falo espantado.

— Isso é algo que fazemos às vezes, um empréstimo, assim você poderá pagá-la com o tempo para a guilda.

— Mas é um milhão, tenho certeza que a guilda não sai emprestando essa quantidade para qualquer um — respondo.

— Tenho grande expectativas em você, não é todo dia que temos um vampiro que anda normalmente no sol.

— Merda — suspiro.

Não tentei esconder muito para dizer a verdade, me foi explicado por Lucio que os vampiros com uma resistência média conseguem andar entorno de duas ou três horas no sol, então assumi que eles acharam que este é o meu caso.

— Além disso com suas habilidades você já poderia ser um aventureiro de Rank C ou B facilmente.

— Pelo jeito fui bem analisado — falo rindo.

— Sou bem informado — responde.

— Então, vamos voltar aos negócios? — Mira parecia um pouco apressada.

— É verdade — O líder diz se levantando e indo a sua mesa.

Ele pega um papel, logo em seguida me entrega.

Nele estava escrito que a guilda iria fazer o empréstimo para compra do colar, também falava como seria a forma de pagamento, metade do dinheiro de cada missão feita, também posso pagar por fora (com meu próprio dinheiro), porém no final estava que eu não posso sair da guilda até um ano depois do termino da dívida.

— Isso é bem tentador — sorrio mais uma vez, eles são bem espertos. — Vocês vão usar isso para me manter na guilda.

— Exatamente, pessoas que entram na guilda e são fortes desde o começo costumam sair antes de atingir altos ranks, então vamos te manter com esse contrato, provavelmente, mas lembre-se que quebrar um contrato é crime, poderá ser preso aqui no reino.

Ou seja, eles vão conseguir me manter na guilda por tempo o suficiente para que eu consiga um alto Rank, assim após o fim do contrato provavelmente já estarei em um alto Rank e não irei sair da guilda por causa das altas recompensas.

— Eu meio que já pretendia me manter na guilda, mas não tão ativamente, apenas fazendo missões quando me convém...

Olho para Alícia que come os doces.

— Aceito — respondo.

— Então vamos assinar o contrato — diz Mira.

Farei isso para que Alícia não se envolva em futuros problemas, no momento não sou forte para ficar a protegendo sem este colar. Eu, Mira e o Líder assinamos o contrato, depois disso ele brilhou e logo voltou ao normal, um contrato mágico, foi encantado para que permaneça inalterado.

— Aqui está. — Ela me passa o colar e eu o coloco em Alícia.

— Tudo bem Alícia ter este colar? Não é muito caro? — Ela pergunta.

— Você mesma disse que iria me proteger certo? Em troca eu te protejo também.

— Yep.