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A Guerra Começa

V atravessava o corredor confiante. Sua máscara antiga, a máscara vermelha, agora pendurada em sua cintura. Ele caminhava de cabeça erguida aquele era o começo do fim. A imagem de Inko caminhava ao seu lado com os braços apoiados nas costas. Na mente do tecelão passavam as memórias do dia que havia começado o plano, ele revisava em sua mente cada um dos paços, cada palavra de seu pai.

"Nesse xadrez nós vamos precisar de peões. Seus amigos mercenários vão servir, se aproxime deles, ganhe sua confiança, faça alguns trabalhos."

"Ouvi dizer que eles esperam trazer Dracula para seu grupo, provavelmente o mandarão nessa missão, quando a hora chegar, se aproxime do lorde vampiro, conte uma história trágica, faça-o simpatizar com você. Mas ao invés de chamá-lo para os espadachins, vamos lhe oferecer outro acordo."

"O lorde dos vampiros tem um exército, além de ser praticamente imortal, ele deve se juntar aos Wraiths ao invés dos espadachins."

"Enquanto isso, eu irei atrás do Garren, ele é um inútil no estado atual, mas todo diamante bruto pode ser lapidado, organizarei um teste para que você comprove suas habilidades, Gabriel vai estar lá também, tenho certeza que você consegue o convencer até lá."

"Eu entrei em contato com Matteo von Held, ele planeja, secretamente, matar o pai, que coincidentemente é um dos conspiradores, ele não é tão poderoso mas a magia solar é um problema, esse nós vamos ter que vencer através da manipulação, e Matteo vai nos ajudar nisso."

"Aquele seu amigo da escola, o David, tem problemas com auto-defesa, certo? Mande-o para mim, vou transformá-lo em um peão valioso, as habilidades hackers dele também nos serão úteis."

"Quando Marquês morrer, será chegada a hora, você assumirá a autoria de sua morte através do seu disfarce, Ahzidal, esse é o nome de um grande guerreiro tecelão que foi dado como morto na guerra, eles não acreditarão no disfarce, mas quem disse que você quer se esconder deles? O disfarce servirá para enganar aqueles no poder, os reis e rainhas não sabem de nada sobre a conspiração e é melhor que continuem assim."

"Após isso, você irá dar a proposta irrecusável aos espadachins, abandonar a sua trupe de mercenários moribundos e servir um propósito muito maior e muito mais lucrativo, não existe nenhuma chance deles recusarem."

"Depois virá a parte mais divertida, será o momento de declarar guerra aos conspiradores."

V passou por um espelho pendurado na parede e parou, aquele era o fim, apesar de todos os atos inescrupulosos que havia cometido nos últimos dias, aquele no espelho ainda era ele. Quando olhou nos olhos de seu reflexo, para aquelas escleras negras, cheias de ódio e rancor, um ataque de tosse o tomou. Ficou ali por longos segundos, e quando finalmente parou...

Negro, o líquido manchando a palma da sua mão era negro. A doença do ódio havia evoluído, ele estava morrendo.

—O senhor precisa ver a senhorita Victoria urgentemente, o ódio está o consumindo.—Inko apoiava seu corpo, como se uma aparição da sua mente o pudesse mantê-lo em pé.

—Não posso fraquejar agora, não quando estou tão perto.—Tossiu mais algumas vezes e limpou um rastro daquele líquido que descia por sua boca.

Ele não daria ouvidos, V só descansaria quando todos eles estivessem a sete palmos! 

Usou um lenço no bolso do manto para se limpar e seguiu seu caminho, quando estava prestes a abrir a porta dupla, sentiu uma estranha sensação, a sensação intensa de ódio o tomando, os homens que arruinaram sua vida estavam na sala a frente. Não percebeu seus olhos sendo tomados pela escuridão, ele mal conseguia se controlar estando a metros de distância dos seus alvos. 

Cerrou os punhos, ele precisava seguir o plano, precisava manter a calma, ele era melhor que isso. Ainda sentindo a sensação ardente do ódio, acertou a parede com um soco, deixando um buraco no formato de seu punho. Aquilo ajudou, pôde sentir toda a sua fúria se esvaindo lentamente de seu ser. Respirou fundo. Abriu a porta...

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...Encontrando a rainha sentada em sua cadeira na mesa de reuniões, os buracos no teto iluminavam a cabana, revelando a presença de Verônica ali também, em outra ocasião, Ragnar também estaria ali... 

Astrid tomou seu assento ao lado de Leona, observou quando uma a uma, as velhas xamãs da vila adentraram e se sentaram em seus assentos, sendo a última a anciã Karaã, a fera mais velha em Temiscira.

Era tão pequena quanto V, os cabelos grisalhos amarrados em um coque, os olhos castanhos passando um ar de serenidade, a pele clara e marcada pelas rugas, trajando um manto feito com peles e couros de animais e um capacete feito a base do crânio de um lobo. Apesar da aparência, a velha xamã era gentil e erudita, alguns diziam que fora a primeira fera a chegar naquelas terras, que havia sido a fundadora e a primeira rainha de Temiscira, aquela era a primeira vez que Astrid se encontrara com ela. A simpática senhora sentou-se no assento oposto a Leona.

—Qual o motivo de tamanha urgência, majestade? Por que nos chamou tão repentinamente?—A idosa perguntava em um misto de preocupação e antecipação.

—Astrid fez uma descoberta perturbadora, as El Clonado se infiltraram em Temiscira, provavelmente planejam nos destruir de dentro, Clisyne era uma delas.

Um murmúrio começou na sala, Verônica arregalou os olhos ao ouvir as palavras da rainha.

—Você tem certeza!? Como sabe que era mesmo uma El Clonado?—A loba se levantou como um raio, apoiando as mãos na mesa, elas já haviam começado a fase final? Em tão pouco tempo?

—Não era só uma El Clonado, era um clone da Verônica, ela tinha um código de barras no pescoço.

A fera a sua frente passou a mão instintivamente pelo código no próprio pescoço, a marca que a fazia retornar aos anos em que trabalhou para as terroristas, se Clisyne era um clone da original, isso só podia significar uma coisa:

—Ela voltou, a desgraçada da original voltou e ela está com elas! Temos que impedi-las antes que seja tarde demais!

—O que você sabe sobre o plano delas?—A velha Karaã estava completamente focada, agora era a hora de uma discussão séria.

—Elas tem uma máquina capaz de alterar a realidade, elas foram as responsáveis pela fusão de Spiralla e o nosso mundo, o próximo passo é fazer o mesmo com Annilia, quanto ao objetivo principal...—O olhar da clone passou de Astrid a Leona por um breve momento.—Eu nunca pensei que elas chegariam tão longe mas não há dúvidas...

A loba caminhou pela sala, observando o sol nascendo no horizonte através da janela, iluminando aquela aldeia que pôde uma vez chamar de lar e talvez fosse a última.

—Elas querem escravizar os homens, não só os humanos, mas sim todos os homens de todas as espécies, elas querem demonstrar que todos não passam de selvagens, criaturas guiadas pela emoção, incapazes de sentir empatia.—Ao se virar, podia ver as expressões perplexas nos rostos das companheiras.—Se elas conseguirem mostrar algo remotamente parecido com isso ao mundo, pode até ser que o efeito não seja imediato, talvez elas todas sejam mortas ou presas, mas o estrago seria grande, uma hora elas conseguiram o que querem.

Com as mãos na mesa, o olhar intenso direcionado às anciãs e as outras feras.

—Imaginem um mundo onde os seus pais, irmãos e filhos são separados de suas famílias e vendidos como objetos para mulheres com o dobro das suas idades, um mundo onde nascer homem te torna inferior no exato momento em que você vêm ao mundo, seus filhos sendo ensinados que o único propósito em suas vidas é a servidão, que não são nada além de brinquedos...

—Eu nunca pensei que o objetivo delas fosse tão terrível, mas onde Annilia se encaixa em seus planos?—Foi a vez da rainha se manifestar, mas Verônica não sabia a resposta.

—Eu não sei, mas acho que tem alguma coisa ou alguém lá que seja capaz de lhes dar o que querem...

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No começo de tudo, não havia nada. Apenas a escuridão do abismo infinito. Então, uma voz soou na escuridão:

—Faça-se a luz.

E em uma explosão de cores, o universo nasceu como o conhecemos, estrelas, planetas, satélites. Mas ainda não havia vida. Em um lugar distante, um pequeno planeta se formou, o qual a Deusa batizou Spiralla. Naquele pequena rocha vulcânica, a Deusa plantou a semente da vida.

O céu escuro se clareou, a terra estéril se tornou fértil e logo se encheu de vida, a água tóxica e impura virou fonte de vida e casa para os peixes, e no sétimo dia, a Deusa descansou.

Admirada com a beleza ao seu redor, com as belas árvores balançando ao vento, os mares formando ondas que molhavam a areia, os animais correndo pelos campos e nadando pelos rios, a Deusa desejou compartilhar seu mundo com alguém. De seu longo suspiro de solidão, criou um ser perfeito aos seus olhos.

Aquele a sua frente era um homem, e com ele veio a noite, a escuridão, a morte. Aquele era o fim de seu começo, com quem a Deusa encontrou o amor.

Daquele amor, nasceram os primeiros seres e a eles concederam o nome de Vox. 

E no último dia, a voz da Deusa soou uma última vez:

—Meu nome é pronunciado T-o-g-a, e a mim refiram-se como mãe, está terra é vosso lar, a ela refiram-se como Spiralla, a vós concedo o dom da vida, com seu poder, ordeno que terminem o que vossa meu deu início, eu os nomeio Isaac e Ezequiel, e a vós lhes dou o meu amor eterno.

Tão rápido como apareceram, os dois Deuses desapareceram para nunca mais serem vistos.

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Estavam todos ali, todos os desgraçados que fizeram de tudo para destruir sua vida, em especial, Wallace. O lorde louva-deus era acompanhado por seu lorde maior, o verdadeiro líder de sua espécie, Baltazar. Aquele homem, assim como todos outros membros da realeza, era inocente. Ele e nenhum outro dos reis e rainhas ali presentes tinha conhecimento das atrocidades cometidas pelos conspiradores, ou sequer compartilhavam do ódio pelos tecelões demonstrado por eles, eram todos manipulados a acreditar que seus subordinados eram boas pessoas.

Acompanhado dos lordes, estava uma figura encapuzada. V não podia ver seu rosto, mas pela estatura era um homem, provavelmente um MB. Havia ouvido falar que os dois eram sempre acompanhados por um guarda-costas, um que se mantinha oculto nas sombras, mas V tinha certeza que seria um problema. 

Os outros quatro membros estavam ali também, Nakia Radames, um poderoso vidente substituindo o antigo vidente dos escaravelhos que morreu ao prever o futuro de V, um jovem rapaz de pele escura, longos cabelos vermelhos chegando em sua cintura, os olhos de uma coloração misteriosa, algo que videntes têm em comum, seus olhos mudam de cor toda vez que piscam. Apenas em alguns segundos, os dele haviam ido de castanhos a verdes, vermelhos e dourados, e mudavam constantemente, nunca mantendo o mesmo tom, o rosto possuía traços delicados e joviais, não parecia ter mais que 25 anos, o exoesqueleto era mais robusto que o normal, tendo uma cor vermelha, as vestimentas eram mantos elegantes, feitos de um tecido leve para resistir ao calor do deserto, possuíam detalhes vermelhos bordados pelas barras, uma combinação bela de vermelho e dourado. Era acompanhado pelo Imperador escaravelho e seu único filho.

V notou a aproximação incomum do príncipe com o vidente, discreta, porém cheia de afeto, pareciam esconder o fato do pai, pelo jeito Nakia não era o único com um segredo ali.

Notou o olhar desconfortável do vidente sobre si, mas o mesmo parecia... Conformado? Talvez soubesse que sua morte estava próxima e planejava abraçar a morte sem medo. Que seja, V não teria piedade.

Outro membro menor era Oberon von Held, meio-irmão mais velho de Marquês, cabelos negros como a noite se estendendo até a lombar e a pele tão clara como a casca de um vidoeiro jovem, os olhos dourados deslumbrantes, seu exoesqueleto negro com quatro braços assim como V, enormes asas de borboleta belas e coloridas revestidas por pelos negros e macios em sua base, fechadas sobre seu corpo como uma túnica, um uniforme branco bastante elegante com botões dourados e uma rosa amarela de enfeite, calças brancas de seda. Aquele homem era tão ruim quanto o irmão, os dois eram filhos de um antigo barão descendente dos dois tipos de Silludin, os dois eram opostos em aparência mas em atitude eram idênticos.

Eram rivais desde pequenos, armando um para o outro para se colocarem em problemas com seu pai, quando o irmão mais velho tentou envenenar o mais novo, foi duramente punido, suas asas foram arrancadas pelo próprio pai que, em seguida, jogou álcool na ferida e o deu cem chicotadas, quando elas cresceram de novo, estavam mais frágeis e quebradiças, transformando o mais velho na ovelha negra da família. Apesar de se odiarem, os dois irmãos eram completamente imparáveis quando lutavam juntos, tendo sido essa a rasão por Marquês ter sido escolhido como primeiro alvo, agora que estava sem seu irmão, aquele maldito Silludino era alvo fácil.

Ao colocar seus olhos em V, Oberon cerrou os punhos com tamanha força sobre a mesa, que V pôde jurar ter ouvido a madeira estalar, um sorriso discreto cresceu em seus lábios, vê-lo cheio de ódio mas sem poder fazer nada era um deleite para ele, aquele desgraçado sentiria na pele o que era sentir revolta e não poder fazer nada a respeito, ainda mais que seu pai estava ali, e Oberon havia sentido na pele o que o seu velho era capaz.

Matteo estava ali também, V já era capaz de reconhecer o fingimento do garoto, ali na frente de todos ele era apenas um pobre rapaz que acabara de perder o pai, mas a verdade é que qualquer vestígio da pessoa que Matteo um dia fora havia morrido junto com sua mãe naquela noite.

Aqueles eram os dois mais patéticos e insignificantes, agora era hora de falar de quem realmente importava.

O primeiro era Damian Lewis, o rei das abelhas, logo ao lado da recém coroada rainha Amidala, uma das abelhas rainhas que haviam retornado com Spiralla, Damian se entregou de bom grado aquela mulher desconhecida, após anos governando sozinho, ele finalmente poderia ter um pouco de descanso. 

O cabelo negro em um pixie cut com uma única mecha amarela, os olhos bicolores sendo um dourado e outro castanho, a pele bronzeada de sol com sardas em seu rosto e em outras áreas do corpo, seu exoesqueleto tinha uma coloração preta e amarela em listras horizontais, e possuíam um colar de pelos negros no pescoço, era o único ali que não usava roupas, não via necessidade quando seu exoesqueleto fazia o trabalho tanto como roupa quanto armadura, suas velhas asas já estavam cansadas e gastas dos longos anos de uso, aquele era um dos membros mais velhos e experientes. Diferente dos outros exoesqueletos, os das abelhas possuíam um capacete retrátil usado em batalha, em suas costas estava o temível ferrão, a arma principal das abelhas, uma lança feita de prata em um formato cônico moldada de maneira elegante e chamativa, o cabo longo era usado em poderosos arremessos que podem atravessar até o carro mais blindado.

Aquele homem era uma incógnita para V, por mais que fosse um membro dos conspiradores, ele era também o único por quem V não sustentava um assíduo desejo de matar, talvez porque aquele homem fora alguém honrado e fiel, coisa que os louva-deuses já não eram a muito tempo, talvez V o deixasse viver, isso se o zangão se ajoelhar e implorar por seu perdão, quem sabe? Talvez V deixasse que o homem se aposentasse enquanto sua esposa reinava em seu lugar. Ele já estava velho, talvez fosse a hora de pendurar o ferrão e abraçar a vida de dono de casa.

Os mais importantes vinham agora, ali estava o general Liodyy, das centopéias. Os cabelos brancos, presos em um coque alto, a pele clara e sensível ao sol, os olhos lilases penetrantes, os traços joviais de um jovem adulto, o abdômen protegido por uma armadura de couro leve, assim era sua aparência da cintura para cima, seu exoesqueleto era o mais diferenciado dali, este estava preso ao seu corpo da cintura para baixo, protegendo o longo corpo serpentina do jovem general com suas várias patas, a parte insectóide tendo uma coloração lilás que se escurecia com a idade.

Tirando Wallace, aquele era o mais forte entre todos os outros. Seu corpo longo era bastante flexível e protegido, o permitindo ter uma mobilidade assustadora em batalha, todas as cem patas possuem pinças capazes de injetar um potente veneno que se igualava ao dos tecelões, sem contar na capacidade de se alimentar do sangue de suas vítimas, assim como um vampiro, deixando apenas uma casca vazia e seca para trás.

Ele era outro membro substituto, viera de uma sociedade bastante focada na força, tendo sido treinado para lutar desde pequeno, aos quinze anos, passou por uma prova difícil. Ele e seu esquadrão foram largados em uma floresta bastante afastada da cidade, não tendo nem mesmo roupas, ele e seus companheiros sobreviveram sozinhos por um ano, e então retornaram à cidade. O jovem Liodyy, arrogante e cheio de si, desafia seu pai em um duelo até a morte, de onde saiu vitorioso e tomou seu lugar como general, substituindo todos os velhos soldados por seu esquadrão. Aquela era a tradição das centopéias, quem quisesse subir na vida deveria derramar sangue. Isso torna cada geração de guerreiros ainda mais forte que a anterior, se V não fosse capaz de derrotá-lo, não conseguiria jamais derrotar Wallace.

Aquele garoto treinado como um diabo no campo de batalha, olhava V sem nenhuma preocupação, para ele, todos ali não passavam de vermes inferiores.

E lá estava ele, o alvo principal, Wallace Ysoldin, com seus longos cabelos negros balançando livremente contra o vento que entrava pelas janelas, os olhos verdes olhando com indiferença para tudo e todos, uma pequena e quase imperceptível cicatriz marcando o lábio inferior, exigindo um maior esforço do tecelão para percebe-la, a pele pálida pelos anos se escondendo nas sombras, o rosto marcado pela experiência e a dor da guerra, aquele era um homem amargo, e apenas seu olhar transmitia isso, o exoesqueleto era o mais leve dentre todos os insecter, os tornando mais rápidos, porém menos resistentes, V podia ver as malditas lâminas escondidas nas cavidades dos pulsos, a mesma lâmina que o havia atravessado um dia antes, feitas de esmalte, resistentes, afiadas e leves como uma pluma, as únicas armas que um louva-deus precisa.

Nenhuma lâmina louva-deus é igual a outra, Garren possuía lâminas com pequenos dentes enfileirados em seu fio, tornando-as perfeitas para corte, enquanto que as de Wallace eram mais longas e ainda mais afiadas que o normal, além de serem praticamente indestrutíveis pelos anos de combate, e a maior diferença, a cor das lâminas. Vermelho sangue.

Os olhares se encontraram, V percebeu as órbitas negras por trás das íris verdes como esmeraldas, ele havia sido tomado pelo ódio assim como ele. Não havia uma palavra que pudesse descrever aquele momento, Wallace de um lado, o olhando de cima com os braços cruzados, V devolvendo o mesmo ódio em uma conversa silenciosa, ambos eram extremamente parecidos, mas V sabia que no final seria ele quem olharia de cima.

Naquele momento, ambos sabiam, era chegada a hora do destino seguir seu curso. 

A guerra havia se iniciado.