Já se passaram algumas semanas, Harry se encaixou bem em seu novo trabalho, ele gostava de estar ali e cuidar de todas as crianças, o ruivo não podia negar que tinha uma boa conexão com Felipe, a criança era um grude com ele e Harry simplesmente o amava muito. Harry acabou conversando com Sarah para saber mais profundamente a história de Felipe, a mulher contou tudo quase querendo chorar, enquanto Harry só tinha raiva, ainda bem que os pais dele já foram mortos.
Os pais de Felipe nunca deram atenção para ele, a mãe acabou engravidando de um de seus amantes, ela era a que mais falava mal de Felipe dizendo que tinha vergonha por ele não conseguir ouvir direito, porém, os médicos disseram que aquilo tudo pode ter sido causado por conta da mãe continuar se drogando mesmo quando estava grávida.
Já estava quase na hora de Harry ir para casa, ele estava ajudando Sarah a colocar as crianças mais novas para dormir.
— Amanhã é sua folga, vai fazer alguma coisa especial Harry?
— Liam disse que tem uma surpresa para mim.
— Tem alguma ideia do que pode ser?
— Na verdade, não, Liam está tão ocupado com a máfia, talvez ele tire uma folga e a gente saia para algum lugar.
— Enzo é o braço direito dele, Liam também não precisa mergulhar no trabalho.
— Ele sempre foi assim?
— Infelizmente.
Harry sente pequenas mãozinhas em sua perna, era Felipe pedindo por colo, Harry rapidamente o pegou, a criança deu um desenho para Harry, Felipe sempre fazia um dia antes de sua folga, desse jeito o ruivo não iria esquecer dele, era um ato fofo, e um pouco triste, Harry jamais iria, esquece-lo.
— Obrigado querido.
Harry pega o desenho e o guarda no bolso, ele então fica balançando Felipe para o mesmo adormecer.
— Eu nunca vi Felipe tão apegado a alguém, agora ele está até interagindo com as outras crianças graças a você.
— Estou feliz por estar ajudando ele.
— Ele provavelmente pode ter passado por outras coisas naquela casa, infelizmente ele não diz nada, se ele confiar muito em você, talvez diga alguma coisa.
— Espero que sim, mas vocês já pensaram em um tipo de terapeuta para as crianças?
— Sim, infelizmente, poucas realmente dizem alguma coisa, mas sempre temos uma terapeuta por perto.
Harry apenas suspirou e logo percebeu que Felipe havia adormecido completamente, o ruivo o colocou para dormir com as outras crianças.
— Julgo que já está na hora de eu ir.
— Vejo você depois então, vou querer saber tudo sobre a surpresa de Liam.
— Nem me lembre disso, está me deixando ansioso.
Alguém entrou na sala, Harry pensa que é Pierre, o motorista que estava levando e buscando ele do trabalho, mas o ruivo ficou surpreso que, na verdade, quem entrou na sala era Sam.
— Olá, Harry.
— Sam, o que houve com o Pierre?
— ele precisou ir para o hospital, a esposa dele entrou em trabalho de perto, vai ser o quarto filho deles.
— Como você sabe disso e eu não?
— Eu invadi o celular do Pierre.
Harry suspirou enquanto Sam tentava manter um olhar inocente.
— Eu já disse para você não fazer isso, é invasão de privacidade.
— Eu só estava curioso.
Harry revirou os olhos, ele olhou para Sarah que estava ao seu lado em silêncio, a mulher estava com os olhos praticamente brilhando enquanto olhava para Sam, o próprio Sam estava com o rosto um pouco vermelho e não conseguia olhar para Sarah, interessante.
— Sarah, esse aqui é meu amigo Sam. — diz Harry com um pequeno sorriso no rosto.
— Olá, Sam.
— Oi!
Harry tinha que admitir que era um pouco engraçado, Sarah praticamente estava comendo Sam com os olhos, enquanto Sam nem conseguia olhar para Sarah direito que já ficava todo envergonhado.
— Enfim, Sam, você vai me levar para casa?
— Sim, hoje serei seu motorista.
— Então vamos, antes que Felipe acorde e perceba que não estou mais aqui.
Harry e Sam então saíram do orfanato, eles entraram no carro e Sam começou a dirigir para a mansão.
— Você não sabe dirigir Harry?
— Sei, mas estou sem carteira, foi suspensa.
— Porquê?
— É melhor não falarmos sobre isso.
Eles ficaram em silêncio, havia apenas um som baixinho de rádio.
— Então, Harry, Sarah está solteira?
— Nunca pensei que você fosse me perguntar algo assim.
— Acho melhor eu nem tentar, não vai dar certo mesmo.
— E, porque não?
— Não sei se você entenderia.
— Tente.
Sam suspirou.
— A maioria das mulheres gosta de homens fortes que possam proteger elas, eu não sou assim.
— Você parece muito forte para mim.
— Não estou falando fisicamente.
— Estou um pouco perdido.
— É, quê, eu não quero proteger ninguém, eu que queria ser protegido, entende?
Harry ficou um pouco surpreso, é difícil encontrar um homem "submisso", mas o ruivo não tinha problema nenhum com aquilo, Sam deve ter passado por muitas coisas e só queria alguém que lhe desse conforto.
— Eu não penso que você deve desistir tão cedo, pelo menos tenta Sam, você e Sarah podem dar certo no final.
— Talvez.
Sam continua dirigindo, mas deu para perceber que ele estava pensativo, Harry estava um pouco determinado, ele bancou o cupido com Barbie e Enzo e eles deram super certo, agora precisava ser um cupido novamente e tentar juntar Sam e Sarah.
Eles finalmente chegaram na mansão, Harry logo saiu e viu Liam esperando por ele, o ruivo correu em sua direção se jogando em seus braços e beijando todo o seu rosto fazendo Liam sorrir.
— Você parece feliz amor.
— Estou de bom humor, agora me diz a surpresa que você tem para mim!
Liam acabou rindo enquanto Harry tinha uma expressão ansiosa.
— Não é nada de mais, eu julgo que você vai gostar.
— Me diz o que é.
— Quando Sam me contou que você atirou na virilha de Paulo mirando na cabeça, eu pensei que seria melhor você ter algumas aulas para realmente conseguir saber mirar melhor.
— É o que estou pensando?
Liam apenas sorriu.
— Suas aulas de tiro começam amanhã.
Harry acabou gritando de empolgação e voltou a beijar o rosto de Liam.