CAPÍTULO 136
NOME DO CAPÍTULO: AS SOMBRAS DA MANHÃ.
Nas sombras da manhã, quando o sol desponta,
Há um mistério suave, uma dança lenta,
A luz e a escuridão, em sutil afronta,
Tecem a alvorada em cena que se inventa.
O dia desperta com seu brilho tímido,
Enquanto a noite, em passos silentes, se esvai,
E nas sombras da manhã, o clima é lívido,
Um limiar entre o claro e o que já vai.
Os primeiros raios tocam a terra úmida,
Desenhando silhuetas em tons dourados,
E nas sombras da manhã, a brisa cálida,
Carrega o frescor de sonhos encantados.
As árvores projetam formas alongadas,
Reflexos de uma noite que ainda persiste,
E entre as folhas, sombras entrelaçadas,
Criam um mosaico que a luz insiste.
Pássaros cantam, despertando a aurora,
Suas melodias ecoam em vales e montanhas,
E nas sombras da manhã, a vida implora,
Por um novo começo, por novas façanhas.
Os rios refletem o céu que se ilumina,
Ondas douradas, em suave vaivém,
E nas sombras da manhã, a neblina fina,
Desvenda paisagens que a alma contém.
Nas ruas da cidade, a vida começa,
Passos apressados, murmúrios, risos,
E nas sombras da manhã, uma promessa,
De um dia novo, de caminhos precisos.
Os trabalhadores, em seus destinos,
Saem de casa com a fé nos olhos,
E nas sombras da manhã, pequenos hinos,
De esperança brotam entre os escolhos.
As crianças, em sonhos ainda envoltas,
Despede-se do sono, despertam aos poucos,
E nas sombras da manhã, vidas soltas,
Se encontram em laços simples e frouxos.
Nos campos abertos, o orvalho brilha,
Gotas de cristal em cada folha e flor,
E nas sombras da manhã, a maravilha,
De um mundo renascido em puro esplendor.
Os animais despertam, em busca de vida,
Cada qual em sua jornada matinal,
E nas sombras da manhã, a corrida,
Por sustento e abrigo, é ritual.
O mar reflete o céu que clareia,
Ondas mansas beijam a areia,
E nas sombras da manhã, a maré cheia,
Traz consigo histórias de sereia.
As montanhas ao longe, em perfil austero,
Recebem a luz em cume majestoso,
E nas sombras da manhã, o efêmero,
Se transforma em eterno, grandioso.
Nas janelas das casas, cortinas se abrem,
Deixando entrar o frescor da manhã,
E nas sombras da manhã, os lábios se calam,
Para ouvir o mundo em sua mansa afã.
O aroma do café, a vida que pulsa,
Em cozinhas e salas, em mesas dispostas,
E nas sombras da manhã, a alma exulta,
Por mais um dia de oportunidades expostas.
Assim, a manhã se desenrola, lentamente,
Desfazendo as sombras com a luz crescente,
E nas sombras da manhã, a vida sente,
A magia do início, o momento presente.
Sombras da manhã, em sua breve dança,
São lembretes de que tudo é transição,
E ao seguirmos em frente, a esperança,
É a luz que guia o coração.
E ao findar do dia, quando o sol se põe,
Lembramos das sombras que nos acolheram,
E nas noites calmas, é nelas que repousam,
Os sonhos que a manhã nos trouxeram.