Então, antes de partirmos, entramos na sala onde senti uma energia ruim. Perguntei à senhorita Madelyn sobre o local e ela me explicou que lá eram coletadas todas as informações sobre os "Midranda" e as movimentações de "Domínik" ao longo dos anos em nosso mundo. A sala estava totalmente selada, acessível apenas a ela e à Devoradora de Pecados devido à sua alta autoridade. Ainda em dúvida, perguntei como chegaríamos ao Monte Kanchenjunga naquela noite. Ela disse que havia anos não utilizava um portal oculto sob a cidade, construído como abrigo durante a Segunda Guerra Mundial. Um general com habilidades sobrenaturais como as dela exigiu que elaborassem um meio de esconder esses portais da humanidade, prevendo que uma criatura se levantaria contra nossos líderes para nos aniquilar. Para manter o sigilo, ele elaborou um abrigo subterrâneo, uma segunda camada onde os civis poderiam sobreviver em caso de retorno da criatura. Esse general chamava-se Patrick Vardiik
Devido à sua habilidade de estar sempre um passo à frente do inimigo, mercenários com habilidades superiores foram enviados para matá-lo. No entanto, quando o encontraram, Andrew já estava fora, exigindo que fizessem o necessário. Ele havia previsto que, mesmo vencendo a guerra, sua existência não faria sentido e seu propósito de estabelecer a paz entre os mundos fracassaria. Ele foi executado por volta dos anos 60, cumprindo sua missão. Seu exército foi dizimado, mas houve um período de paz e a criatura não se levantou em nosso mundo. Madelyn relatou isso e partimos às 20h por um túnel que nos levou ao portal. Surpreendi-me ao ver como aquilo existia abaixo de nós sem que percebêssemos. Madelyn disse que isso era comum e havia várias dessas coisas espalhadas pelo mundo.
Entramos no portal e saímos no topo do Monte Kanchenjunga rapidamente. Ao olhar para o relógio, notei que já eram 22h, embora parecesse que se passaram apenas minutos. Madelyn explicou que isso era comum em viagens desse tipo. Então, vimos uma garota se jogando do monte, mas seu corpo desapareceu ao cair. Perguntei a Madelyn sobre isso e ela disse que, durante a guerra no mundo dos "Midranda", houve um grande desequilíbrio na saúde mental de muitas pessoas em nosso mundo, principalmente as que tinham contato com eles. Sem o auxílio dos Midranda, muitos se perderam e ficaram vazios, sem forças para seguir ou lutar.
Domínik aproveitou a guerra para liberar um poder secreto, fazendo com que muitos sofressem, vissem o mundo de maneira diferente e acabassem matando uns aos outros ou se matando do monte. Domínik dizia que o propósito da existência deles era estar no topo da hierarquia, adquirindo algo grandioso ao segui-lo. Isso liberou muita energia negativa para que ele recuperasse seu poder e derrotasse os Midranda, assumindo ambos os mundos. No entanto, ele não conseguiu e, por sorte, um feitiço foi lançado no local, dando uma chance para derrotá-lo. Domínik foi selado no corpo do jovem Henry que acabava de nascer.
Madelyn explicou que a garota no penhasco era uma memória passada, uma jovem com um passado terrível e um grande poder capaz de destruir ambos os mundos. Dominik estava atrás dela e, devido às atrocidades cometidas pelos humanos, houve um aumento significativo em homicídios e suicídios. A garota, após sofrer rejeições familiares ao acidentalmente despertar seu poder, decidiu se matar para proteger os mundos e impedir os planos de Dominik, o que ajudou a estabelecer um período de paz.
Após essa explicação, seguimos em frente e encontramos uma mulher com roupas coloniais. Ela sorriu, abraçou Madelyn e disse: "Você não tem mais tempo, Oficial Reymond! A batalha se aproxima, destinos ligados para impedir uma catástrofe, um garoto surgirá nesta jornada e Domínik poderá retornar...". Assustado, perguntei o que significava. Ela continuou: "O celular tocará e você encontrará o jovem Henry, mas seus dias estão se encerrando...".
Nesse momento, meu celular tocou. Era o Comandante Hidetaka informando que encontraram Henry desmaiado numa floresta com marcas no braço e cortes no rosto. Decidi ir ao local. Madelyn disse: "Use o portal pulando do lado esquerdo do penhasco, diga para onde deseja ir e chegará lá em segundos. Até a próxima, Oficial!". Nuvens cobriram a área e elas desapareceram. Corri até o penhasco e pulei, com medo de que o portal não funcionasse. Durante a queda, me questionei sobre o garoto e como Henry escapou de Samael, além de me preocupar se os governantes sabiam da guerra iminente e se eram confiáveis.
Uma semana antes, na cidade de Divinópolis, eu estava no hospital, fraca e aguardando alta, preocupada com Henry e se Reymond o havia encontrado. Sentindo uma paz inexplicável, sabia que tudo ficaria bem. Meu pai entrou com um buquê de rosas e conversamos até minha mãe chegar, informando que eu receberia alta. Antes de sair, visitei Andrew, que estava em coma, e parti com meus pais.
Em casa, mamãe quis conversar sobre o atentado da "NOM" e Henry. Ela exigiu que eu me afastasse dele, mas decidi continuar com ele, pois me fazia sentir bem e segura. Meu pai também não concordou e falou mal de Henry, alegando que ele não estava à altura da nossa família. Após ajudar minha mãe no almoço, cortei o dedo e fui ao banheiro. Lá, vi uma figura negra no espelho, o vidro se quebrou, as luzes apagaram e a porta trancou. Fui puxada para uma realidade alternativa com pessoas vagando em círculos. Hilary e eu vimos um símbolo no chão e uma criança com um olho branco e o outro sangrando. A criança atacou, lançando Hilary contra uma árvore e anulando seus poderes.
A criança me atacou com golpes de jab e lançou um pó com vidros, paralisando-me e esfaqueando várias vezes. Em seguida, transformou o objeto usado em cinzas vermelhas e soprou sobre meu rosto, levando-me para outra realidade onde parecia um humano normal. Perguntei onde estávamos e ele apontou para três portas com inscrições sumérias. Ele explicou que estávamos no "Limbo", onde almas ficam presas, e me trouxe ali após avistar uma criatura no espelho chamada "Jinni Ghul", um demônio envolvido no conflito desde a Segunda Guerra Mundial e aliado de Dominik.
Ele disse que para evitar esses acontecimentos, só ele poderia parar Jinni Ghul, mas estava preso ali por um feiticeiro antigo. Propôs uma aliança entre ele e um humano, mas eu recusei por já ser receptáculo de Hilary. Ele então sugeriu que matássemos Hilary para que ele pudesse manifestar-se fisicamente em nosso mundo, dando-nos uma vantagem na guerra. Concordei e fizemos o acordo. Voltamos ao limbo e vi Hilary presa, implorando que a soltasse. Expliquei que houve uma mudança de planos, mas ela se libertou e iniciou uma batalha.
O garoto me pediu para distrair Hilary com golpes de Muay Thai enquanto ele atacava. Segui as instruções, mas fui derrubada. Hilary, chorando, perguntou por que eu tomei essa decisão. O garoto então usou um "Controle Mental" para nos levar a outra dimensão. Lá, invocou criaturas que atacaram Hilary, arrancando seus membros. Ele a prendeu, cortou seu corpo e arrancou sua língua, matando-a com chamas negras. Voltamos para minha casa, onde vi a face do garoto no espelho. Perguntei seu nome, e ele respondeu: "Me chamo Ravi, um dos doze filhos de Aditi, a deusa-mãe do espaço cósmico. Prazer em conhecê-la. Estarei pronto para confrontar Jinni Ghul e Henry."
Ravi desapareceu do espelho e as rosas se transformaram em "Orquídeas Fantasmas". Nesse momento, fomos atacados em casa e colocados de joelhos, com armas apontadas para nossas cabeças. Uma traição foi revelada e um rosto conhecido surgiu entre os atacantes.