webnovel

Capítulo 3: Ajuda Inesperada

Após 30 minutos de evento, os líderes anunciaram seu fim. Um escravo qualquer de um Nobre qualquer foi o último a sobrar de pé. A princesa pediu para procurarem pelo corpo de seu escravo, Lunan. Mas a procura não foi bem sucedida. Ela histericamente gritou e chorou para seu pai procurá-lo por mais tempo, ela queria ver o olhar que seu patético escravo tinha em seus olhos nos seus últimos momentos.

Mesmo após procurarem por duas horas sem parar, nenhum rastro do rapaz foi encontrado. Ninguém dava a mínima para o que tinha acontecido com o escravo. Para todos, ele estava morto em algum lugar, provavelmente tinha se tornado comida de monstro. Porém, a Princesa não aceitava isso.

Mais uma hora de busca aconteceu, novamente, nada foi encontrado. O Rei, antes mesmo de sua filha ter a chance de abrir a boca, gritou com ela, dizendo que era o fim, essa história acabou.

***

Eu estava ganhando e perdendo a consciência enquanto algo me arrastava pela floresta, meu maior tempo acordado foi quando começamos a entrar em uma caverna. quando pensei que estaria seguro, minha mente abriu mão de tentar entender a situação, apenas desligou.

***

Acordei. Não sei quanto tempo se passou, estou quase completamente enfaixado e só de fazer o mínimo movimento, meu corpo dói como se meus músculos estivessem rasgando. Minha cabeça não foi afetada, Girei meu pescoço para a esquerda e encontrei uma parede cinza. Ao olhar para o outro lado, observei o lugar em que eu estava. Parecia ser um quarto dentro de uma caverna, era um local circular, como se fosse um iglu de pedra. O local tinha uma iluminação fraca feita por uma lamparina, quando foquei minha visão, vi um sujeito que estava quase camuflado na escuridão, sentado em uma mesa de braços cruzados como se estivesse dormindo.

Tentei falar e só consegui soltar um grunhido. Minha garganta estava extremamente seca e doeu quando tentei me comunicar com aquela coisa. Ele pareceu ouvir que eu havia acordado, não tenho ideia de como. Logo se levantou e caminhou até onde eu estava deitado, novamente, não pude ver seu rosto.

─ Está com sede, criança?

Balancei minha cabeça em confirmação, e imediatamente ele conjurou água de sua mão e a colocou em um copo. Me espantei como se tivesse visto o próprio Deus. Após saciar minha sede, senti que minha garganta já estava pronta para falar de novo.

─ Ugh. Me desculpe, senhor. Quem é você? Onde eu estou?

A cada segundo que passava, mais dor tomava conta do meu corpo. Percebendo isso, aquela coisa andou até a mesa e trouxe algo em um pote redondo, o líquido que estava dentro tinha coloração verde e o cheiro não era agradável.

─ Você descobrirá. Agora beba o remédio.

Fiquei desconfiado, poderia muito bem ser veneno, mas pensando bem, se fosse pra morrer, ele não teria me arrastado até aqui e cuidado dos meus ferimentos, não é mesmo? Tomei aquilo de uma vez, tinha um gosto muito amargo. Mas lembrei do que minha mãe uma vez disse, remédio bom é amargo.

─ Por quanto tempo fiquei apagado?

─ Não importa. Descanse.

Ele era uma existência bem rude. Não respondia minhas perguntas e era sempre seco e direto com o que queria. De qualquer forma, retornei minha cabeça à posição original e encarei o teto por um tempo. Subitamente, meus olhos começaram a pesar e logo peguei no sono.

***

Duas semanas se passaram. Geralmente eu dormia um dia inteiro, após despertar, aquele cara me alimentava e matava minha sede, quando eu tinha dor, ele me dava remédios para aliviá-la. Conforme os dias passavam, cada vez menos bandagens cobriam o meu corpo. Hoje, consegui me levantar e andar pelo local, acho que já está na hora de conseguir algumas respostas.

─ E então? você pode responder às minhas perguntas agora?

─ Sim.

─ Quem é você? Onde estou?

A sala ficou em silêncio por um tempo.

─ Me chamo Crzeck. Sou um mago. Você está em meu esconderijo, ou, se preferir, casa.

Fiquei calado por um momento, eu mal conseguia me lembrar do nome dele. e espera aí! Um mago? Eu ouvi histórias pelo castelo dos feitos de magos pelo mundo e também da academia de magos e cavaleiros que a Princesa e o Príncipe frequentavam. Ambos amavam se gabar de que estavam lá para mim, mesmo eu não estando nem em posição de competir com eles, dois idiotas.

─ Por que você me ajudou?

─ Senti uma forte energia de morte e ódio vinda de você.

─ E?

─ Não sei bem como explicar a sua posição, mas, tentarei.

─ Enquanto você dormia, acessei suas memórias. Tenho conhecimento de tudo que você passou. O sentimento de raiva, humilhação, tristeza e desprezo. Posso te ajudar a se tornar forte e fazer os que um dia te humilharam, estarem abaixo dos seus pés.

Me inclinei para frente para ouvir melhor, meu coração batia forte, isso era tudo que eu mais queria. Meu desejo é voltar àquele castelo e queimar tudo. Meu desejo é pisar na cabeça da Princesa e fazer ela lamber meus sapatos sujos. Desejo despedaçar o príncipe com minhas próprias mãos. Desejo acabar com esse reino inteiro. Enquanto esses pensamentos rolavam por minha cabeça, pude ver um leve semblante de sorriso abaixo daquele robe negro.

─ Sei o que você quer. Porém, deixe-me te explicar. Sua posição não mudará, você só mudará de mestre. A Morte será sua dona. Você será amaldiçoado com uma maldição mortal que te fará morrer em 25 anos após assinar o contrato com ela.

Ponderei sobre o que ele havia me contado. Possuo atualmente 15 anos, eu viveria até os 35. pensando bem, eu provavelmente não iria conseguir um status social que me permitisse viver bem. Há até a chance de que se eu rejeitá-lo aqui, ele irá me matar. Acredito que nesse trato, não estou em desvantagem.

─ E como vai funcionar? Vou assinar o contrato, irei me tornar incrivelmente forte na hora e ir para a capital esmagar aqueles porcos?

─ Não. Explicando de uma forma que um comum como você possa entender. Dentro de nós, temos uma coisa chamada mana, alguns tem mais, outros tem menos. E existe também, algo que suporta essa mana, podemos nomeá-lo como reservatório. Algumas pessoas nascem abençoadas, além de possuírem um grande reservatório de mana, possuem um grande volume de mana que o preenche também.

─ E existem os comuns, pessoas que ou têm um reservatório grande, mas muita pouca mana, ou que não possuem nem um reservatório e nem mana. Você é um comum, você tem um enorme reservatório dentro de você mas sua mana foi impedida de florescer. É perigoso treinar um mago depois da infância, há vários riscos, sendo o mais grave a morte.

─ Se você aceitar, iremos treinar todos os dias, sem descanso. Não importa se está com dor, se não aguenta ficar de pé, nós praticaremos. Se tudo funcionar, você terá o poder que deveria ter e poderá usá-lo livremente, e então, você irá aceitar?

Pedi a ele um dia para pensar, a oferta era tentadora. Pensando por um lado, eu iria morrer de qualquer forma. Fora daqui, ninguém irá me aceitar e provavelmente me tornarei escravo novamente. Pior ainda se descobrirem que eu fugi. Porém, se isso funcionar, me tornarei poderoso e poderei realizar tudo que eu sempre quis.

***

Acordei no outro dia, me sentindo melhor que nunca. Comer 3 refeições por dia, não estar desidratado e receber todos os benefícios do remédio daquele mago, me permitiram estar em uma condição muito boa. Nunca me senti tão vivo. Pensei muito sobre a proposta, preso neste quarto, era praticamente a única coisa que eu poderia fazer, então, chamei o mago e sentei de frente para ele de novo.

─ Eu aceito.