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Capítulo 56 – Carol: Sozinhos com dúvidas

Assim que descemos a escada ficamos a esquerda.

Logo Weenny aparece com o pallu cobrindo todo seu rosto. Ela desce e avança até um certo ponto.

Para e dois homens se aproximam dela e ela se curva, eles fazem o cumprimento que o Guru nos ensinou. Logo depois que os dois tocam o alto da sua cabeça, uma mulher se aproxima, infelizmente só podemos ver tudo que está acontecendo. Pois estamos a uma distância que não conseguimos ouvir nada.

Essa mulher que se aproxima está com a vestimenta mulçumana, com um hijab belíssimo. Começa a conversar com a Weenny e aponta para um grupo de homens.

Eu quando era mais nova tinha mania da fazer leitura labial pelo fato de ter uma perda significativa na minha audição por conta do meu primeiro emprego. E tenho essa mania até hoje. Parece que só entendo o sentido que a pessoa quer falar quando leio os lábios dela, por mais que eu esteja escutando normal. 

Mas nessa situação me sinto uma tonta por não ter corrido atrás de um curso de línguas. Coisa que amava aprender mais nova. Mas as coisas da vida ruma a gente para outra coisa.

Então óbvio que não estava entendendo nada por que a moça estava falando em hindi.

Mas uma dúvida nisso tudo surgiu. Observando bem a situação não tinha ninguém com a Weenny para que traduzisse para ela tudo que a mulher estava falando. Então como ela estava entendendo tudo?

Mas voltando a atenção para essa situação atual. Conforme a mulher apontou para o grupo de homens bem sérios por sinal, eles se aproximam e fazem um cumprimento diferente do tradicional com ela e falam algo em hindi, logo depois eles se afastam, agora um casal se aproxima de Weenny e conversam com ela também e mais uma vez estamos aqui sem entender nada por conta da distância. 

Não só eu mas boa parte de nós ousamos a olhar ao redor e percebemos que tem muitas pessoas nesta recepção, tanto ricos, com as vestimentas típicas bem mais elaboradas, e pessoas mais simples, mas todos os pobres devidamente felizes e comemoram ao lado da noiva.

Todo o povo está fazendo saudações à Dulhana, logo estão todos eles estão cantando e dançando, real este esse povo é festivo.

E eles vão tocando e cantando todo trajeto da Weenny até a entrada do aeroporto.

Nós seguimos sempre atrás dela, mas estamos com cara de ué, não estamos entendo nada do porque estão fazendo tudo isso para a Weenny, porque toda essa comemoração, as perguntas são tantas, que se pararmos para pensar ficamos tontos.

Estamos seguindo nosso caminho a esquerda da Weenny, e os homens ricos a direita dela. 

Seguimos nosso caminho em silêncio, só observando tudo, sem entender nada, e com um certo receio no ar também. Tipo, estamos seguindo o fluxo sabe?

Chegamos ao lado de fora do aeroporto e está mais cheio do que estava lá dentro.

Assim que percebemos Weenny se aproximando com o casal e os apresenta sendo os tradutores que nos acompanharão nesse tempo que estivermos aqui e que eles irão com a gente para o hotel enquanto ela seguirá para outro lugar.

Iríamos fazer algumas perguntas, mas quando menos vemos, ela segue para um objeto que lembra uma carruagem, só que menor, e sem cavalos e nem o cocheiro.

Weenny segue com tanta naturalidade, parece que já viveu tudo isso, entra naquela caixa com uma destreza. E a moça que a recebeu no aeroporto está ao lado dela, e assim que ela entra fecha a cortina, os soldados que tínhamos visto antes, tomam posição ao redor da caixa, mas sem se aproximar demais, de repente doze homens de turbantes e roupas típicas amarelas tomam posição, três de cada lado, tanto na frente quanto atrás, levantam e vão embora. 

Agora a ansiedade bateu forte, nosso porto seguro está dentro de uma carruagem, sendo levada pra sei lá onde, e estamos aqui, sozinhos de certa forma e totalmente perdidos do que fazer, pra onde iremos, mas a pergunta que não quer calar entre nós é para onde a estão levando.

O tradutor diz que ela está sendo encaminhada para seu palácio. E essa informação me soou bem estranha, como assim palácio? Mas não deu nem tempo de perguntar porque Samara já começa perguntar.

Samara pergunta o que é aquilo que e ela entrou, e ele explica que é um palanquim, um meio de transporte.

Pergunta Marília se todas as mulheres são levadas daquela forma e agora é a vez da tradutora responder e diz que somente as mais importantes, que Weenny é especial, e Eduardo diz que todos nós sabemos que ela especial.

Eu não aguentando mais essa pergunta sobre o palácio martelando na cabeça, pergunto exatamente sobre isso, como assim o palácio? Pois ela nos tinha informado que a levariam para o local de preparação.

Ela me responde dizendo que ela permanecerá durante o shádi no palácio, e que não poderia ficar em uma tenda.

As meninas começam a viajar nessa de como seria viver no palácio, também pensei nisso, mas sinceramente, tem algo que não está se encaixando nisso tudo. 

Depois desse tempo todo eles se apresentam como Amitabh e sua esposa Tia, nossos tradutores, e ele diz que foram contratado especialmente para servir aos padrinhos e disse que poderíamos contar com eles. Nos agradecemos igual fazíamos com o Guru e os cumprimentamos.

Claudio pergunta se ficaremos separados e ele explica que algumas das cerimônias sim, mas na sua maiorias estaremos juntos, mas que estaremos todos no mesmo hotel, exatamente a mesma coisa que o Guru explicou para nós esse tempo todo de aula.

Enquanto nós vamos conversando com os tradutores, eles nos encaminham até a van que vai nos levar até o nosso hotel.

Amitabh nos descreve tudo durante o percurso, vemos tantas cores, muita gente, comércio, mas o trânsito daqui é uma loucura que só.

E estamos tão empolgadas que todas estamos falando ao mesmo tempo, de tão admiradas com tudo.

Eu mesmo não acredito ainda que estou aqui, olhava tudo pelos filmes, revistas, documentários e me imaginava um dia aqui num mochilão gastronômico, mas nunca imaginei nessa situação que estamos.

Guilherme e Filipe reclamam o trajeto todo que não paramos de falar. 

Mas os casais já começamos a meio que nós despedir.

Samara como de costume pega no pé do Enzo por conta dessa separação e o desafia. É óbvio que iriamos tirar sarro deles. Mas acho que o desafio ficará mais difícil para a Samara do que para Enzo.

Já começo sentir saudades do Claudio e ele me fala a mesma coisa. Mas nós temos um respeito profundo por outras culturas. E como aqui a demonstração de afeto entre casais não é bem vista, então vamos nos manter separados esse tempo todo. Foi um acordo entre nós.

Estamos todos distraídos com alguma coisas, uns tirando fotos, outros pensativos dentro da sua bolha. Mas somos todos despertados quando a van dá uma freada brusca por conta de um carro que parou de repente na nossa frente e está demorando a se mover.

Então nosso motorista desce para saber o que está acontecendo, e vemos que o assunto está esquentando, pois percebemos vozes alteradas e muitos gestos com as mãos.

Mas consigo perceber uma certa tensão no ar, mas vi que Amitabh e Tia se entre olham desconcertados mas não nos dizem nada.

Então eu pergunto o que era aquilo, Enzo embala dizendo que é algo para fazer a gente demorar ainda mais.

Ouço o pessoal falando atrás de mim, mas não presto atenção porque realmente quero saber o que está acontecendo.

Então resolvem né responder dizendo que o cortejo da princesa está passando por ali e o povo todo parou para vê-la.

Isso acende a curiosidade de todos nós, Victor pergunta se podemos ver, Melissa já questiona se ela realmente está tão perto assim de nós.

May diz que não queria perder essa oportunidade. Maria José já não sabe como comportaria diante de uma realeza.

Amitabh diz que ela já deve estar a caminho do seu palácio. 

De novo começo a ligar os pontos, mas acho coincidências demais. 

Com isso ficamos todos quietos até a chegada ao hotel. 

Aproveito para sentir mais um pouquinho o cheiro do meu amor. 

Não demora muito e chegamos ao hotel. Claudio me dá um beijo demorado e diz o quanto me ama e sentirá minha falta.

- Te vejo no casamento. – digo para ele e descemos da van.

Na entrada do hotel as recepcionistas estão posicionadas para nos recepcionar, com uma bandeja de prata com pétalas de flores que conforme nós íamos passando, elas jogavam em nós, em pequenas quantidades na direção do nosso rosto. A primeira foi um susto, mas no final era uma sensação boa sentir o toque nas pétalas no rosto.

Outras estão com bandejas com o tilak que nós é colocado no terceiro olho para a nossa proteção enquanto estivermos na Índia. 

E no final tem outra recepcionista com uma bandeja com bebidas de boas-vindas. 

Enquanto isso vamos caminhando para o interior do hotel, e os tradutores pedem para aguardamos eles aqui no lobby do hotel, porque eles vão nos registrar na recepção.

Então olhamos admirados a beleza do local, um hotel luxuoso, requintado, muito bem decorado, estamos todos olhando ao redor, quando de repente parado em uma pilastra está Eros nos observando. 

Todas nós suspiramos. Mas confesso que de alívio por ver um rosto conhecido e da família. 

Eles nos saúda com um bom dia e nos dá boas-vindas a Hindustan, fica feliz por finalmente chegarmos e que estava nos esperando a meses e aproveita e nos pergunta se fizemos boa viagem.

Ricardo diz que fizemos um voo tranquilo e diz que todas nós continuamos apaixonadas por ele.

Mas como todo homem apaixonado pergunta sobre a sua amada e Leo diz que ela está bem, cuidamos bem dela, mas quem fomos separados quando chegamos aqui. 

E Samara da todos os detalhes que Leo deixou de fora. Dizendo que a chamaram de algo que não entendemos, levou ela numa caixa que depois dos tradutores nós explicaram o que era, mas Samara está nervosa então acabamos rindo pra caramba. 

Eros ao ouvir tudo isso suspira pela sua amada. 

Eros nos diz que quer apresentar o hotel para nós, e que podemos tomar café da manhã juntos. É óbvio que todos topamos. 

Cada um procurar um lugar para sentar mas as meninas preferem ficar próximas do Eros.

Eros fala de cada canto desse hotel. E da sua ansiedade em ver a sua amada.