Conhecido por destruir vidas

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Quem ele estava tentando enganar? Ele estava louco, ou pelo menos estava no caminho de se tornar um. 

Três dias depois, antes que seu plano incrível pudesse dar os frutos que Nicolai queria, ele estava rondando a entrada do prédio de apartamentos onde Ari estava morando atualmente, às quatro e meia da maldita manhã. E ele não fazia o tipo madrugador. 

Isso já deveria ser suficiente para mostrar quão louco ele estava no momento se o fato de que ele passou três malditos dias perseguindo a mulher com quem ele não tinha relação alguma enquanto agia como o detetive número um aspirante da cidade, não fosse. 

Acredite nele, Nicolai não tinha a menor intenção de acordar tão cedo e ainda por cima ficar andando de um lado para o outro na entrada do apartamento como um maldito maníaco. Mas ele não conseguia se conter, sempre foi do tipo que age primeiro e pensa depois. Então, quando seu coração lhe disse que ele queria ver Ari, ele colocou a mente em pausa e foi procurá-la. 

Ele queria saber o que fazia Ari diferente das outras mulheres com quem ele transava para que sua mente e coração ficassem tão profundamente atraídos —— não afetados por ela. Quanto ao motivo de acordar tão cedo? Pode ser que ele tenha visitado ou não a página de rede social de Ari e viu todas as histórias que ela postou em sua conta.

Ainda bem que a família dela e Noah nunca a seguiram, porque havia a chance de que eles pudessem encontrá-la antes que ele pudesse. 

De qualquer forma, Ari como toda esposa perfeita acordava às quatro da manhã, preparava seu café da manhã e depois saía para uma pequena caminhada com seu cachorro, Timmy. 

Maldita patricinha socialite. Tudo em sua página de mídia social indicava que ela não era o tipo de mulher que ele queria, ela era muito certinha e doce. Nada parecida com aquelas mulheres selvagens com quem ele poderia ter um caso sem compromisso.

Ari parecia uma mulher que pediria um anel de diamante de vinte e quatro quilates antes de permitir que ele tocasse sua mão, e ainda assim, sua curiosidade e esse maldito bicho que parecia ter entrado no seu peito no dia em que ele viu Ari pela primeira vez disseram que ele precisava dar outra olhada nela. 

"Estou aqui só para provar para esses bastardos que eu não estou obsessivamente louco," Nicolai sussurrou enquanto esfregava as mãos nos joelhos. 

Então aqui estava ele, esperando como um fã louco, à espera de Ari sair do prédio de apartamentos. 

Como esperado, ele viu um vira-lata dourado com uma coleira vermelha amarrada em volta do pescoço saindo pela pequena porta dentro da grande de ferro. Atrás dele estava Ariana e——

Nicolai assobiou internamente, ele pensou que ela estaria vestida com um daqueles vestidos elegantes ou longos que ela normalmente usava. Pelo menos, ele só a tinha visto vestindo aqueles vestidos largos e sem graça quando estava acompanhando o marido, naqueles banquetes chatos. 

No entanto, Ari pareceu se superar. Ela estava vestida com um top de esporte justo e shorts que aderiam ao seu corpo como uma segunda pele. Ele pensou que a mulher era uma daquelas doceis e gentis que entediavam pra caramba a mente dele, mas ao olhar para o abdômen definido e os músculos que Ari tinha escondidos por baixo daqueles vestidos largos, ele se viu enganado. 

Essa mulher era esbelta e ágil, diferente daquelas socialites que morriam de medo até de levantar o menor peso com medo de ganhar músculos. 

Ela era muito gostosa e mesmo que estivesse casada e tivesse um marido, por enquanto, isso não era suficiente para mudar a opinião dele. 

Ele a observou um pouco mais e suspirou. Se ao menos ela não tivesse prendido o cabelo em um rabo de cavalo, ela pareceria ainda mais sensual. 

Ele adorava suas mulheres com os cabelos soltos, dava mais pegada enquanto fazia um monte de coisas. 

No entanto, seus pensamentos pararam de repente quando ele se deu conta de que havia categorizado Ari Nelson como sua mulher. Ela não era sua mulher! Droga, será que ele estava tão sonolento que seu processo de pensamento estava todo ferrado? 

"Caramba, ela é uma bruxa negra?" Nicolai murmurou enquanto mordiscava o polegar e se agachava atrás de um arbusto. Se ela não fosse uma bruxa, como ele iria explicar as coisas que estavam acontecendo com ele? 

"Ela deve ser uma bruxa," Nicolai afirmou seu palpite enquanto olhava para Ari. Porque só bruxas e aqueles que louvam o diabo acordariam tão cedo na manhã, quando nem o sol tinha levantado ainda. 

Acordar tão cedo, qual era o ponto? A cama não era confortável o suficiente? Se fosse, ele estava disposto a emprestar a dele——

Pare. Alto. Pausa! 

Nicolai deu um tapa no próprio rosto com as duas mãos para acordar. Ele tinha que estar dormindo, caramba, se não, o que ele estava fazendo? Pensando em emprestar a cama para uma mulher casada? Sua mãe o esfolaria vivo se soubesse. 

Eles podiam ser mafiosos, mas sua mãe gravou uma lição há muito tempo em sua cabeça e era nunca trair ninguém. 

Tudo por causa do pai dele. 

"Blegh, lembrei de algo nojento…" Nicolai fez uma careta de nojo enquanto se levantava do esconderijo e seguia atrás de Ari, que estava tirando uma foto do seu cachorro de estimação. Claro, tendo a vida voltada para cuidar de animais de estimação, casa e família… isso ia bem com sua imagem perfeita de esposa amorosa e certinha. 

Duplo blegh. 

Ele tirou o celular do bolso da calça e confirmou, enquanto dava uma espiada na conta dela que ele seguia por uma conta falsa. E confirmou, ele encontrou a imagem do Timmy com a língua de fora em uma pose fofinha com a hashtag que dizia 

#AmarRirViver. 

"Puta que pariu, que tédio," Nicolai comentou ao ver que era o quarto dia dela usando a mesma hashtag como se algo diferente a assustasse pra valer. 

Nem mencionar que essa hashtag era velha pra caramba. 

Ela poderia ter usado algo selvagem... mas não, ela tinha que usar essa hashtag chata como um maldito mantra. 

Porém, agora que estava aqui, ele ia começar mudando esse estilo de vida monótono. Porque ele era conhecido por destruir vidas. Ou a vida das pessoas. 

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